Kazebre é tosco. Tosco no sentido do elogio, assim como Ed Wood é tosco, Chaves é tosco, uma feijoada à 40º é tosco, My Bloody Valentine é tosco e um monte de outras coisas que adoro é tosco. Um exemplo? Basta chegar e ver as faixas anunciando as próximas atrações do lugar: cover de Elvis, Pitty, Possessed e um monte de outros, se misturando numa lista eclética que o denominador comum é a tosqueira. A melhor faixa é uma anunciando um show dos Raimundos cujo atrativo é a “volta do Canisso” e tem os Mamonas Assassinas cover abrindo. Quer mais tosqueira que isso?
Mas o público dessa casa da Zona Leste de São Paulo é fiel, não gosta de ser enganado e sabe receber muito bem. Ficar naquele frio (tinha até uma fogueira acessa dentro do lugar!!!) até as 4 da madruga é ter o rock nas veias mesmo! No camarim: Ronaldo (Inocentes) e Redson (Cólera). Toquei com minha camisa da Betty Page em homenagem à casa, que nos brindou com a tradicional pizza de “muxarella”, devorada em segundos (mesmo sem o Txotxa por perto, há há há).
Muita das fotos do nosso álbum no Flickr foram tiradas pela Elizabete e/ou a Bruna, presenças constantes em nossos shows em SP (estamos até pensando em incorporá-las à equipe). Mais fotos e vídeos virão.
Primeiro vou falar da sexta, dia 13 de junho, no Clube Belfiori, vulgo CB. A casa é algo de fazer qualquer brasiliense roqueiro chorar e querer emigrar imediatamente. Clima bom, som excelente, comida de primeira, ampla escolha de bebidas, donos consciente e um público da melhor qualidade. O show foi espetacular, aquela sinergia muito especial que rola entre a Plebe e o público, cada um retroalimentando a energia do outro.
A profundidade do palco é estreita, então não pude ficar na minha posição de praxe que é no meio, em frente à bateria. Aliais, na batera, substituindo o Txotxa – e fazendo um ótimo trabalho – o Capucci. Fiquei meio de lado, atrás do Philippe, mas não prejudicou em nada.
Foi muito legal receber o pessoal no camarim. Uns depoimentos bem legais, de um cara que agradeceu muito por estar acompanhando a gente desde os anos 80s e finalmente conseguir nos pegar ao vivo. Outro de um garoto que lê e adora este blog. Essa é a parte mais legal de tocar.
A maioria das fotos no nosso Flickr do show foram tiradas pela Fabiane, valeu, quero as fotos do Kazebre também!
Hoje é dia de show, ó dia feliz! É muito bom tocar, especialmente em SP. Surpresa no show de hoje, tem. Não é música nova, mas sim, músico novo. Na bateria. Txotxa em férias na alemanha, fazendo roteiro gastronómico de degustação de salsichas. Então o Capuccino estará n lugar dele. E confiem em nós, o cara é animal!
Acima, vídeo do último show no CB, para dar água na boca.
O grupo Peble Rude, um dos bastiões do punk rock brasileiro, faz show nesta sexta no CB. Formado nos anos 1980 em Brasília, o Peble ajudou a moldar o som do rock nacional como o conhecemos hoje. Em sua nova formação, a banda conta com os integrantes originais Philippe Seabra e André X juntos a Txotxa e Clemente (Inocentes). Venha conferir os clássicos e novidades do disco "R Ao Contrário", lançado em 2006. DJs: Lu Riot, Tchelo e Flávio Forgotten Boys. Promoção: Ao pedir o Ranchero's Deluxe Burger a cerveja Dos Equis sai por R$ 4,00. Preço: R$ 15 (nome na lista) ou R$ 20 (porta). Lista: lista@cbbar.com.br.
Hoje foi publicado no Jornal de Brasília texto de meu amigo, Freddy Charlson, que reproduzo abaixo para atiçar o debate da galera. Muito bom mesmo! O cara, além de tenista virtual de primeira, escreve muito bem. Faltam 7 dias para o CB!!!
Mulheres servidas à mesa Freddy Charlson
Não é de hoje, creiam, que surgiu essa história de fazer a ligação entre mulheres e frutas. Que me perdoem os cristãos mais ortodoxos, mas já nos idos tempos de Eva (a primeira mulher, segundo a Bíblia) a fruta – no caso o fruto proibido, a maçã – já exercia uma forte atração sobre o sexo feminino. A questão é que, pimba!, com o passar dos tempos, essa ligação foi vulgarizada. É uma tal de Mulher Samambaia para cá, Mulher Melancia para lá, Mulher Jaca aqui, Mulher Moranguinho acolá e até de Mulher Filé em todo lugar.
Por "todo lugar" entenda-se televisão, rádio, internet, revistas masculinas, outdoors, festas privé ou apresentações em boates de caráter duvidoso. Ou seja, em qualquer canto que se olhe estará uma moça seminua ou nua (nada contra a nudez, muito pelo contrário) associando sua imagem de fêmea a algum produto hortifrutigranjeiro, ou vegetal, que seja. E colocando-se, enfim, à disposição dos voyeurs
A Mulher Samambaia, condinome de Daniele Souza, por exemplo, já há alguns anos aparece vestida (?!) apenas com um pequeno biquíni no programa Pânico na TV. Sua singela tarefa é rebolar e sorrir para as câmeras. E só. Feito uma samambaia ela só decora o ambiente. O suficiente para despertar a sede das revistas masculinas. Samambaia vem de uma escola antiga, porém menos vulgar, que surgiu com as chacretes, passou pelas paquitas, cruzou o caminho das boletes (assistentes de palco do finado apresentador Bolinha) e chegou ao ápice com titia Gretchen e suas "descendentes", as meninas do É o Tchan!, ao lado das menos famosas Malandrinhas, além de Tiazinha e Feiticeira.
Ou seja, estão ali para atiçar a libido masculina, provocar os adolescentes e fazer dinheiro, ao mesmo tempo em que causam asco nas feministas, sempre tão preocupadas com "o verdadeiro papel da mulher na sociedade". Algo que viria a ser, claro, menos vulgar. Ora, mulher tem mais é que se dar ao respeito!, pensam, quase que em vão.
Parece que tal corrente, a da pureza, não vem fazendo mesmo muito sucesso. Vide o escândalo que a tal Mulher Melancia, ex-dançarina do Créu, batizada como Andressa Soares, 19 aninhos, tem provocado em bancas de revista e vídeos internet afora. Ela, que rebola os quadris numa vertiginosa "velocidade 5", já posou para uma edição especial da Playboy e planeja carreira internacional. É, a moça que tem declarados 121 cm de quadris vai lançar o hit Velocidade 6, na Espanha e Portugal. Sorte (?) dos patrícios. Melancia, digo, Andressa, ainda estampa as manchetes por ter magoado, ao mesmo tempo, o MC Créu – que a lançou, e a acusa de fazer carreira em cima do sucesso dele – e o badalado fotógrafo JR Duran, que a repreendeu pelo fato de ela ter se atrasado no ensaio para a mesma Playboy que chega às bancas no dia 10.
Está pensando que acabou? Necas de pitibiriba. Tem, ainda, a Mulher Moranguinho. Essa é a alcunha de Ellen Cardoso, 27 anos, também dançarina do Créu, substituta da Melancia. Moranguinho vai brilhar numa edição especial da revista Sexy e é capaz de dizer, candidamente, que se identifica com a fruta, oh!, porque é apaixonada, romântica e sedutora. Moranguinhos são apaixonados, românticos e sedutores? Vá saber...
E o que dizer, então, da Mulher Jaca? Trata-se de Daiane Cristina, prima de Andressa Soares e protagonista de uma bizarra árvore genealógica (há parentesco entre jacas e melancias?). Daiane, a quem interessar possa, colocou uma prótese de silicone de 235ml, aproveitou para fazer lipo nas costas e barriga, clareou os cabelos e ostenta 110 cm de quadril, uma fartura.
Um pouco menos farta, aliás, é a tal da Mulher Filé, dançarina do Mister Catra. Yani de Simone tem 19 anos, "apenas" 100 cm de quadril e espírito mais polêmico. Um exemplo? Ela vive a dizer que chega de fruta! "Homem gosta é de comer carne", garante a moça que já faz sucesso com uma certa "Dança do Pisca". Melhor não explicar o que significa, acreditem, leitores. Enfim, pelo jeito, o atual quadro da cultura pop brasileira é um prato cheio, com perdão pelo trocadilho.
Bom dia, povo! Outra manhã, outra pizza. CPI concluída e ninguém indiciado pelo mau uso dos cartões corporativos. Conclusão dos congressistas: o uso de dinheiro público para compras de duty free, tapioca, roupa pessoal, bebida e restaurante foi distração dos usuários. Porra, para mim usuário é quem usa maconha, e para esses, os falsos moralistas não perdoam.
Acrescentando lenha na fogueira, a pizza vai ser assada com madeira proveniente do desmatamento da Amazônia. De todos os ministros desse governo, o que mais tinha simpatia era a Marina, do Meio Ambiente. Justamente por ser séria, geria sua pasta com competência, defendendo sempre o desenvolvimento sustentável. Isso interessava ao governo? Pense bem, controlar o avanço do agro-business, brecar a geração de emprego, postergar construções como barragens e estradas, na visão governamentista significa somente uma coisa: menos arrecadação. Menos arrecadação = menos grana para torrar em publicidade, salários, propinas e, também, cartões corporativos. Eis que cai a Marina e entra o Minc.
E o que faz o Minc? Libera todas as licenças ambientais que estavam paralisando obras duvidosas. Doa milhões de reais para aqueles que desmataram, para que plantem de novo. Epa, agora entendi. Se eu quero grana do governo, primeiro eu desmato, depois ele me paga para replantar tudo! E claro, eu planto toda a grana em contas abertas nos paraísos fiscais! Valeu Minc!
Para apaziguar a população, foram buscar uma solução lá da época do Sarney, creditada ao Funaro: confiscar boi no pasto. Garanto que nenhum pecuarista que desmatou para criar pasto perdeu um segundo de sono por causa dessa ameaça, pois sabem que quem criou essa regra só conhece a vaca de sua mãe, não aquelas que fazem múúú. Logisticamente é muito difícil tirar a vaca do pasto. O governo não tem gente, nem para fiscalizar, muito menos para uma operação dessas. E menos vacas = menos arrecadação e entramos no ciclo vicioso que vocês já conhecem.
Turbinas esquentando para os shows em Sampa! Hey Ho, Let’s Go!
Enquanto isso, uma nova listinha. Dessa vez das músicas que falam sobre drogas e sexo, mas de uma forma escondida, disfarçada. Gosto de referências não diretas, onde o autor usa suas habilidades poéticas para fingir que está falando de alguma coisa, quando na verdade está falando de outra. Nesse sentido, não entraria as músicas explicitas do D2 sobre maconha, nem as da Tati Quebra Barraco sobre sexo. Vejamos:
1. Beatles - Lucy in the Sky with Diamonds. Nunca confirmado pelo Lennon se realmente era ou não sobre LSD. Mas se você ainda tem dúvidas, pergunte para o Albert Hoffmann, há há há. É legal ver músicas que chocariam o establishment chegarem ao topo das paradas sem que os conservadores entendam o que está acontecendo. Quando percebem, já é tarde demais.
2. Stranglers – Golden Brown. Essa foi realmente um cavalo de Tróia musical. Chegou ao primeiro lugar das paradas britânicas, foi escolhido como tema de seriado infantil, sucesso total. Daí foram entrevistar o Hugh Cornwell, o autor, que confessou ser sobre heroína, e não necessariamente falando mal!
3. Sisters of Mercy – Vision Thing. Bem, começa com uma cheiradona, então é fácil adivinhar sobre o que se trata. O verso: “What do wee need to make our world come alive? What does it take to make us sing? While were waiting for the next one to arrive? One million points of light One billion dollar vision thing” dá de bandeja para os entendidos.
4. Velvet Underground – Waiting for My Man. Poderia ser até sobre um encontro homosexual, mas na verdade trata de um viciado esperando desesperadamente o seu traficante chegar com a mercadoria. Vício deixa o homem fraco e desesperado, nunca caiam nessa.
5. Breeders - Divine Hammer. Única música que conheço de mulheres cantando sobre orgasmo. Ela descreve sua cruzada por uma martelada divina e se vai ou não encontrá-la. Sensacional.
O punk veio e quebrou todas as regras, deixando o terreno livre para misturar, experimentar e, principalmente, rejeitar Chuck Berry. Eis que nasce o pós-punk, que teve em 1978 – 1984 sua fase mais fértil. Nem tudo era bom, mas tudo tinha um ar de novidade, de que o rock estava definitivamente saindo da camisa de força artística e descobrindo novos terrenos.
Uma das bandas desse período que mais tenho ouvido recentemente é o Liquid Liquid, de Nova York. Faziam parte do que hoje é rotulado punk-funk ou, outro rótulo, disco-not-disco. A banda não tinha guitarra, mas sim um cara tocando marimbas (!?!?!), coisa muito inusitada. Tudo bem, de vez em quando, o baixista pegava na guitarra e, eventualmente no piano. Na época não recebeu muita atenção, compreensível, pois eram muitas bandas, muitas coisas acontecendo, que não cabiam todos debaixo do holofote. No entanto, hoje são aclamados pela crítica como uma das maiores influências no novo rock. Tanto é que o Dennis Young que toca marimbas é convidado especial no disco do Padded Cell.
Apesar de obscuro, todos conhecem uma linha de baixo do Liquid Liquid sampleada pelo Grandmaster Flash para a música que virou um mega-hit chamada White Lines (sobre cocaína). O interessante é que o LL nunca recebeu um centavo por isso! Quer dizer, não é sample, é roubo mesmo! Comparem os vídeos.
Acabou de sair lá for a uma coletânea da banda que vale muito a pena. Isso porque o Liquid Liquid nunca lançou um disco de verdade, mas sim vários EPs. O CD reúne todos num formato só. Se chama Slip In and Out of the Phenomenon e foi lançado pela Domino.
Junho tem Plebe Rude em São Paulo. No sábado, estaremos no Kazebre dividindo o palco com o 365, companheiros nessa batalha desde os primórdios. No dia antes, 13 de junho, sexta, estaremos no CB. Notícia saíndo do forno.
Durante as festas de fim de ano de 2007 para 2008, o Brasil ficou chocado com o número de mortes nas estradas. Pior, foi identificado que o principal causador dos acidentes foram motoristas bêbados. Em seguida, foi promulgada uma Medida Provisória impedindo a venda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos a beira das rodovias. Não era a solução perfeita, mas enquanto não temos maturidade para uma fiscalização bem feita, nem uma legislação que puna com gravidade o motorista bêbado, poderia impedir um monte de mortes.
Claro que o lobby da indústria bebedeira, dos hotéis e dos bares e restaurantes entraram em campo e conseguiram, nessa terça, derrubar a lei. Ou seja, querem encher a cara e atropelar um monte de gente, tendo como pena máxima o pagamento de algum serviço comunitário ridículo, o Senado acabou de liberar!
Tudo bem que a medida tinha um monte de pontos fracos, poderia até prejudicar alguns comerciantes, mas era um início. Aqui em Brasília é notável o número de motorista alcoolizados que dirigem pela noite. Uma vez fiquei chocado com o comentário que ouvi de um cara que, antes de iniciar uma viagem, dizia que enchia a cara para economizar dinheiro – nas rodovias a cerveja e a pinga custam mais caro. Punição rigorosa seria uma solução, mas isso é balela no Brasil.
O álcool é a droga mais perigosa, que mais causa mortes, que mais destrói famílias que existe. E é legal! Enquanto outras são perseguidas pelos falsos moralistas que compõe a nossa sociedade. Veja só o que acontece quando tentam brecar os ganhos da indústria bebedeira. Que Mad Max nada, vou ficar vendo os brasileiros se matarem nas estradas!
Um anônimo já antecipou, Banksy reina na arte subversiva deste século. O cara – seja quem for, ninguém sabe - é um grafiteiro de primeira, seu trabalho tendo um diferencial de todos os outros que já vi. Deixando a humildade de lado, é o que a Plebe Rude seria se fosse um artista. Suas intervenções urbanas trazem com bom humor uma crítica ácida de nossos tempos. Vejam algumas aqui.
Outro aspecto que aprecio muito nele é o de que eu chamo terrorismo cultural. Banksy faz umas artes e, clandestinamente, as insere nos museus pelo mundo. Cuidado, da próxima vez que estiver no MoMA ou no Museu Britânico, pode estar olhando para um Banksy original, cuja existência no acervo, nem os curadores sabem. Veja o filminho a seguir mostrando sua técnica ao mundo.
Grafitar icones de nosso século, que representam nossa intolerância, é outra especialidade do Banksy. Vejam ele deixando sua marca no muro que separa Israel da Palestina. Não entendo como não levou bala!
Tem um livro, chamado Wall & Piece, que vale muito a pena.
Se um dia ele quiser, pode pichar as paredes lá de casa...... ou o Congresso Nacional!
PS – Eu adoro grafitismo original. Tenho várias fotos. Se vocês se depararem com alguma intervenção urbana que vale a pena ver, tirem uma foto e me mandem. Vamos descobrir o Banksy nacional!
Vocês conhecem Winston Smith? Alguns afirmarão que sim, e estarão certos. Outros, com a mesma resposta positiva, errados. Outros, mais atentos, devolverão a resposta: qual deles?
Realmente há dois Winston Smiths que todo ser humano que questiona nossa existência no planeta deve conhecer. Um deles, é o personagem de 1984, livro de George Orwell escrito em 1948 sobre um futuro sombrio onde governos mantêm um controle total, incluindo espionagem dentro de cada casa, sobre seus governados. Uma guerra baseada em falsos argumentos é mantida ad-infinitum (lembra alguma coisa?). Smith quer fugir de tudo isso, mas o Grande Irmão (Big Brother) está de olho nele. Se ainda não leu, jogue fora o que está atualmente lendo, pois esse livro certamente vale muito mais a pena.
Não é desse Winston que estamos falando, mas sim do segundo, que emprestou o nome do romance orweliano, o Winston Smith designer do underground, porta-voz dos independentes, que tornava vivos nossos pesadelos da Guerra Fria em formas de lindas colagens visuais. Tinha um época que somente os fãs dos Dead Kennedys conheciam o trabalho do Smith, que fez todas as capas, logos e imagens visuais da banda. Hoje, o artista já entendeu seus tentáculos para outras áreas, trabalhando em revistas mainstream (Spin) e ilustrando livros que não tratam de música. Tudo isso sem perder a coerência (lembram do posto láááá da semana passada?).
Convido vocês a entrarem no seu site e se deliciarem com as colagens subversivas de Winston Smith. Se ficarem bastante interessados, aproveitando que o dólar está lá em baixo, encomendem os livros Act Like Nothings Wrong (eu tenho e fica na estante da sala, em posição de honra, onde antigamente minha avó guardava a Bíblia) e o novo Artcrimes (que vou encomendar, ah se vou!).
O interessante é que, após conhecer sua obra, dá a maior vontade de sair fazendo colagens. Se fizerem alguma, mandem para o meu e-mail. Sonho: Winston fazer uma capa da Plebe!
Sexta-feira, dia de despacho nas encruzilhadas deste Brasil. Menos em Brasília, onde não temos esquinas, há há há. Momento muito oportuno para anunciar a volta daquela que foi a banda muito à frente de seu tempo, Gangrena Gasosa, a que inventou e, até agora é a única banda do movimento Sarava Metal, que mistura com muito humor, barulho e criatividade o metal com a macumba.
Eu estive pouquíssimas vezes em estúdio sem ser com a Plebe. Numa dessas ocasiões foi para produzir o disco Sarava Metal, que lançamos na Rock It! Um dia ainda conto as histórias de assombração e sobrenatural que ocorreram durante as semanas que ficamos trancados no estúdio. Tenho muito orgulho desse CD.
Mesmo se o som for um pouco, digamos, barulhento para vocês, não deixem de ir ver um show do Gangrena. Tem despacho, tem farofa, tem exú, tem pomba-gira, tem gargalhadas infernais. Diversão pura!
Bem vindos do além, rapazes! Que Deus ilumine as suas almas, vocês vão precisar!
O show oficializando o retorno será em Barra Mansa, RJ, no dia 31 de maio. Quem for vai presenciar história sendo feita!
Woody Allen é um dos meus diretores favoritos. Saboreio com real satisfação todos seus filmes, em todas as suas fases. Sempre cobramos que um artista seja coerente, um adjetivo já usado muito pela imprensa quando quer falar bem da Plebe. Mas o que é ser coerente, ficar batendo sempre no mesmo prego? Dizem que a loucura é ficar repetindo alguma coisa que você já sabe qual será o resultado, desejando que dê algo diferente.
Por isso comecei a pensar se realmente é tão bom assim ser coerente, ou se a incoerência é um traço positivo também. Woody Allen é um ser altamente incoerente, mas talvez aí more a sua genialidade.
Por exemplo, nunca freqüentava a festa do Oscar, apesar de concorrer várias vezes e ser sempre convidado. Quando houve o ataque de 11 de setembro, ele fez questão de ir e implorar para que continuem a filmar em Nova York. No entanto, desde então, nunca mais filmou na cidade! Seus últimos filmes são ambientados em Londres e, o mais recente, em Barcelona.
Ah, você diz, mas ele é coerente com sua linha de filmagem, sua independência em termos de direção e roteiro. Certo, talvez aí a ligação com a Plebe. Acho que a gente poderia dar uma de incoerente no som, talvez ousar mais, experimentar. Mas sem deixar de ser a Plebe, assim como o W.A. sempre será o W.A.
Outra informação: os filmes dele geralmente saem no prejuízo. Na Europa, recupera um pouco, mas nos EUA são low budget/low return. No entanto, não tenta se adaptar para o mercado. Coerência! Ou será que o Philippe deve colocar um piercing no umbigo e se tatuar? Cara!....... Incoerência!
Mudando para o mundo da fantasia, e fantasiar é preciso! A vantagem de ser um cineasta é que você pode filmar as suas. Woody Allen coloca uma pegação entre Scarlett Johansson e Penélope Cruz (vide foto acima) no seu novo filme Vicky Cristina Barcelona. Talvez seja seu piercing no umbigo, se é que vocês me entendem......
Joaquim sempre se destacou pela sua inteligência. Se bem que seus pais adorariam que ele fosse, digamos, normal. Provas e testes escolares não eram um problema. Todos seus professores reconheciam a potencialidade do garoto. O problema, de acordo com eles, era que as matérias pouco interessavam ao Joaquim, que passava em tudo com notas brilhantes, porém demonstrando um distanciamento enorme. Escola, estudos e bom comportamento eram um tédio para ele, como se fosse uma dorzinha que se aprende a conviver.
O uso de seu brilhantismo intelectual era usado com entusiasmo para outro fim. Não que fosse para o mal, não havia traço de maldade em sua personalidade. O negócio era testar os limites, desafiar a sociedade, ganhar do status quo. Assim como fazer experimentos em colegas envolvendo choques disparados por um “magiclik” roubado da cozinha de casa. Pimenta no focinho de cachorros. Ir para uma loja de departamentos e acertar todos os despertadores em exposição para dispararem na mesma hora. Reprogramar elevadores. Não havia limites para suas estripulias.
Sua escola planejou uma ida ao Parque Nicolândia. Joaquim e seus outros colegas da quinta série entraram no ônibus escolar discutindo animadamente qual o brinquedo favorito de cada um. Ele reparou que todos ainda tinham um certo receio do trem assombrado. Obviamente Joaquim sabia que aquilo eram apenas bonecos mecânicos cobertos com plástico e papel. Anunciou a todos que iria entrar lá sozinho e fazer o feitiço virar contra o feiticeiro. Iria fazer o brinquedo assustar o próprio dono, seja lá que fosse o dono do Nicolândia.
Chegando ao parque, aqueles que ouviram sua bravata, conhecendo sua potencialidade, seguiram-no até a entrada do trem fantasma. O sujeito que vendia entradas estranhou que dos quinze moleques que apareceram, somente um comprou ingresso. Nem notou que esse, quando subiu no vagão, carregava um rolo de papel higiênico e uma garrafa de água. Todos observaram em silêncio o vagão desaparecer pela porta pintada com motivos de caveiras com o Joaquim sentado imóvel em sua cadeira.
Uma vez dentro do brinquedo, Joaquim não perdeu tempo. Começou a fazer bolas de papel higiênico, molhando-as com bastante água. Na primeira curva, uma bruxa. Joaquim arremessa e acerta em cheio o torpedo molhado pela boca escancarada, que cai nos fios expostos do controle e provoca um pequeno curto. A bruxo balança como se estivesse em convulsão e apaga. Joaquim sorri marotamente.
O trem vai seguindo lentamente seu percurso e Joaquim bombardeando todos os habitantes da casa. Alguns ele erra. Alguns, acerta em cheio. O Frankenstein leva uma bolada no olho que causa algumas fagulhas maiores. Essas caem na lona sintética que é usada para cobrir o teto, um material altamente inflamável. Em menos de um minuto, a construção que abriga o trem fantasma está em chamas. A eletricidade cai, todos os mecanismos do brinquedo param. Só não fica breu porque as labaredas iluminam de forma lúgubre o interior da casa assombrada.
Joaquim leva um susto inicial, mas logo se recupera. Entende o que aconteceu, sua culpa claro. O jeito é seguir os trilhos até a saída, antes que fique impossível se movimentar no interior do incêndio. O calor aumenta, fica empapado de suor enquanto prossegue. Usa o restante da água para molhar seus cabelos, evitando que queimem. Quando vira a curva e entra num corredor escuro, seu coração dá uma parada e em seguida dispara. Sabe que é um boneco, mas no contexto está muito realista. Um diabo, todo vermelho, chifrudo, com uma expressão maléfica, segurando um tridente vermelho, cercado de chamas, olha para o garoto fixamente. Seu dedo parece que está mexendo, chamando o menino para perto de si. Deve ser um jogo de sombras, justifica Joaquim, tentando se acalmar.
A figura satânica parece que ganha vida com a parede que desaba, revelando mais chamas e fumaça. Joaquim começa a se sentir tonto. Vê o diabo vindo em sua direção. Devo estar alucinando com a falta de ar, diz para si mesmo. Quando sua cabeça começa a rodar, uma tontura enjoativa tomando conta, aparece um bombeiro e puxa o menino pela gola, arrastando-o para fora.
Os colegas de Joaquim juntam em volta do bombeiro que realiza respiração boca-a-boca para reviver o garoto. Com sucesso, depois de vomitar todo o chão, está respirando normalmente. O dono do parque vem ao seu encontro, ver se está bem.
“Muito realista aquele boneco do diabo!”, comenta o Joaquim.
O dono sorri para o gerente, feliz que ninguém se machucou e que o brinquedo está no seguro. Quando se afastam, o gerente afirma, coçando a cabeça confuso: “Mas nós não temos nenhum boneco de diabo no trem fantasma!”
Faz tempo que não tenho tanto prazer, tesão e ansiedade em recomendar uma banda. Acho que a útlima foi quando morava na Inglaterra, em 1978, e vi uma banda chamada Joy Division abrir um show dos Buzzcocks. Na mesma noite, escrevi ao Fê, no Brasil, para manter seu radar-musical programado para eles.
O que queria mostrar também rompe um pouco o ortodoxo, assim como o Joy rompeu com o que era feito à época. Trata-se do Padded Cell, duo inglês, inspiradíssimo na cena punk-funk de NY no início da década de 80s. Tem baixo, tem guitarras, tem sopros, tem programações. E tem classe.
Foi confirmado, a MTV transmitirá a Discoteca Básica do Concreto Já Rachou no dia 3 de julho. Não temos idéia de como ficou, pois só acompanhamos as entrevistas realizadas comigo e o Philippe aqui em Brasília. Nos divertimos muito falando sobre o disco que mudou nossas vidas. Várias histórias foram relembradas, mas somente algumas vão ao ar, pois o programa dura somente 30 minutos. A seguir, o release da MTV sobre o programa.
DISCOTECA MTV – Segunda Temporada
O programa Discoteca MTV conta como foram feitos os álbuns clássicos do rock brasileiro. Além de trazer depoimentos das bandas sobre a composição das faixas e o processo de gravação, o programa traça um panorama da cena musical e comportamental da época. Depois do sucesso da primeira temporada no ano passado, o Discoteca volta com uma segunda temporada com oito programas, mostrando mais discos inesquecíveis do pop brasileiro. Skank, Pato Fu, Engenheiros do Hawaii, Raimundos, Capital Inicial , Barão Vermelho, Camisa de Vênus e Plebe Rude foram as bandas escolhidas.
Foram mais de 50 entrevistas. Humberto Gessinger , Canisso, Digão, Jorge du Peixe, Andreas e Paulo (Sepultura), Nando Reis, Jimmy (Matanza), Gabriel (Autoramas), Philippe Seabra e André X (Plebe Rude), Herbert Vianna, Fernanda e John (Pato Fu), Dudu Marote, Dé, Mauricio, Frejat, Guto (Barão Vermelho), Beto Bruno (Cachorro Grande) e Miranda foram apenas alguns dos músicos e produtores que foram entrevistados no Discoteca.
Para contar sobre um pouco sobre as histórias dos anos 80 e 90, foram entrevistados vários jornalistas. José Flávio Jr.(Bravo), Pedro Alexandre Sanches (Carta Capital), Thiago Ney, (Folha de São Paulo), André Forastieri, Paulo Marchetti (autor de “O diário da turma), Maria Juçá (Circo Voador), Tom Leão (Globo), Pablo Miyazawa (Rolling Stone) foram alguns deles.
A estréia é dia 22 de maio, às 00h15, com Skank, contando as histórias por trás de Samba Poconé, disco de 1996. Os músicos contaram, entre outras coisas, que na época ficaram fartos do sucesso de Garota Nacional.
No programa dos Raimundos, eles revelam que não queriam gravar a música “Selim”. Mas por insistência do Miranda, produtor do disco, a música entrou e deu a eles o disco de ouro.
No episódio do Barão Vermelho, Maria Juçá, produtora do Circo Voador, conta que em um dos shows da banda, Cazuza chegou a parar o evento por uma hora, pois tinha perdido um vidro de remédio. Público e banda tiveram que procurar até achar o misterioso vidrinho.
Ordem de exibição:
22/05 - Skank - Samba poconé - 1996 29/05 - Pato fu - Isopor - 1999 05/06 - Raimundos - Raimundos - 1994 12/06 - Barão Vermelho - Maior abandonado - 1984 19/06 – Não tem 26/06 - Engenheiros do Hawaii - A revolta dos dândis - 1987 03/07 - Plebe rude - O concreto já rachou - 1986 10/07 - Capital inicial - Capital inicial - 1986 17/07 - Camisa de Vênus - Viva - 1986
DISCOTECA MTV - Toda quinta –feira, às 00h15. Reprises: segunda-feira às 12h e terça-feira às 19h
Fechando a semana com outra lista: os piores solos de todos os tempos. Esses, para agüentar, só com um saquinho da VASP à tira colo (Vomite Aqui Seu Porco). The winners are:
1. Hotel Califórnia, the Eagles. Essa é de encher o Vasp e pedir outro imediatamente. Como diria o Dinho: cara, todo mundo sola nessa música, cara! E duas ou mais vezes, cara! Uma vez, de férias em Itaparica, me deparei com uma versão axé de Hotel Califórnia. Estragou o verão. 2. Pet Semetary, Ramones. O solo não é ruim, o problema é que toda a parte musical não foi gravada pelos Ramones, mas sim por músicos de estúdio. Fato esse registrado na autobiografia do Dee Dee e confirmado pelos outros brodders. Propaganda falsa! 3. Kaledoscópio, Paralamas. A música é fantástica. Me lembro quando o Hebert mostrou para a gente pela primeira vez, durante as gravações do Nunca Fomos. Inspiradíssima nos blues do Led Zep. No entanto, na hora do solo, um basicão sem inspiração, que não faz jus à canção. 4. Moby Dick, Led Zeppelin. Solo de bateria? Tô fora! Esse então, nem no meu auge de Ledhead. Ouvi até gastar os sulcos meu LP do Song Remains the Same, exceto essa masturbação egocêntrica. Como gritavam o Damned cada vez que o Rat Scabies ousava solar: sac the drummer, sac the drummer (algo como: se livra do baterista!). 5. Qualquer solo do Robert Fripp junto com o David Sylvian (ex-Japan). Como que o Fripp, que eu admiro muito, foi cair nessa roubada? Que coisa mais pretensiosa! 6. Ação, Solidão, Adeus, Plebe Rude. O solo de baixo é uma vergonha, há há há! Achei que estava sendo possuído pelo Jack Bruce, mas eram só gases.
Solos são parte essenciais da música pop. Particularmente, considero o ápice de uma canção, onde a banda toda atua para dar destaque a um ou mais músicos. Mesmo com o holofote no solista, é quando um grupo mostra sua coesão.
Deixando o lenga-lenga técnico de lado, vamos considerar o aspecto emocional, pois afinal, música = emoção. Para mim, o solo, quando bem feito e executado é o pré-orgasmo da música, cujo fim magicamente nos empurra à direção do gozo aural. No entanto, sou muito particular dos solos que gosto, que são poucos. Não sou fã dos Satrianis ou Rushes da vida, considero aquilo verborragia musical, o equivalente a servidor de cartório, simplesmente mostrando serviço, sem emoção. Gosto dos solos que vêm do coração, não do cérebro.
Assim, listo os meus seis solos favoritos, aqueles que, até hoje, mexem comigo a cada ouvida. São eles.
1. Deep Purple – Smoke on the Water
Gosto mesmo da execução que faz parte da versão de estúdio, executada com maestria. Uma das coisas que me fazia tender ao Ritchie Blackmore em detrimento aos outros guitarristas da mesma época era sua base clássica, ao contrário da maioria que fincava os pés nos blues. Ao vivo ele acerta poucas vezes, foi difícil achar um clipe no qual fosse possível demonstrar a beleza desse solo, recomendo procurarem a versão original.
2. Buzzcocks – Boredom
Se tem um solo que mudou uma época, que vale mais do que mil tratados sobre música é esse. E tem só duas notas! Por isso mesmo, demonstrou ao mundo, em 1977, que virtuose não era sinal de boa música. A música faz parte do primeiro compacto independente punk lançado na Inglaterra. Tem produção do Martin Hannet, então chamado Martin Zero, e conta com o Howard Devoto nos vocais. A guitarra? Do sensível Pete Shelly. Muito com pouco, eis a descrição perfeita.
3. Air – Sexy Boy
Quem disse que solo tem que ser de guitarra? Esse, da melhor música do disco de estréia do Air, Safari Moon, exemplifica de forma perfeita o que espero de um solo, conforme descrito lá em cima. E, como todo bom solo, fica na cabeça por hora a fio. Foi executado em um Rhodes, se não me engano. Perfeito!
4. Television – See No Evil
Quem conhece alguma coisa sobre o punk, sabe que sem o Television, nada teria acontecido. O Malcom McLaren até queria que o primeiro baixista, Richard Hell, fosse o vocalista da banda que estava montando em Londres, vaga que acabou sendo do Johnny Rotten. Não sei quem sola nessa música, se é o Verlaine ou o Loyd, mas é fantástico, abrindo portas para realidades alternativas. LSD em forma de ondas sonoras. Um detalhe, a canção foi gravada num único take, sem dubs, sem correções.
5. Led Zeppelin – Tangerine
Já fui o maior Ledhead do Brasil! Sabia de cor até as fichas técnicas dos LPs! Nunca entendi como Stairway to Heaven era mais referenciada que Tangerine. O solo aqui é simples, porém muito emotivo. Nunca mais repetido pelo Jimmy Page no decorrer de sua carreira. A letra também é dele, muito superior a qualquer coisa que o Plant tenha escrito.
6.Rita Lee – Ovelha Negra
X citando Rita Lee? Chamem uma ambulância! Na verdade, o solo que é fantástico, um grude, leva a música medíocre às alturas. Longa vida ao Carlini!
E, au concour, menção honrosa, o melhor solo nacional de todos os tempos: o de Até Quando Esperar!!!
Adoro listas. Mande a sua dos melhores solos que mexem com vocês.
A música é de 2007 (que, nesses tempos de velocidade da informação, a faz ser muuuuuito velha!), mas a letra é sensacional. É uma crítica ao mundo pop, no sentido amplo, mas centrado na música. Vou deixar em inglês, estou com preguiça de traduzir tudo, mas quer pinçar umas pérolas:
1. Thou shalt not worship pop idols or follow lost prophets. Não deverás idolatrar celebridades pop nem seguir falsos profetas. Muito legal isso, especialmente no Brasil, onde Raul Seixas, Renatos Russos e Cazuzas da vida são tratados como salvadores e messias. 2. Thou shalt not stop liking a band just because they’ve become popular. Não deverás parar de gostar de uma banda só porque se tornaram popular. Essa é para mim, há há há há ..... 3. Thou shalt not fall in love so easily. Não deverás se apaixonar tão facilmente. O grande mal de nosso século, valorizar demais esse sentimento chamado amor. Ele realmente existe ou foi inventado para vender música axé e sertaneja? 4. Thou shalt not use poetry, art or music to get into girls´ pants. Use it to get into their heads. Não deverás usar poesia, arte ou música para entrar nas calças das meninas. Use-os para entrar em suas cabeças! Isso mesmo, deixe de lado esse consumismo do corpo e valorize mais o intelecto! Daí sim, posso acreditar em paixão.... 5. Just a band. Só outra banda. Isso mesmo, tirem do pedestal esses heróis falsos, ídolos com pés de barros. Do It Yourself! 6. E a gozação com gírias criadas pela MTV? Muito boas, lá no fim da letra. 7. Thou shalt think for yourselves. Deverás pensar por si próprio! A Plebe já dizia isso desde 1980!
Espero que gostem. Leiam atentamente e sigam os mandamentos!
Dan Le Sac ft. Scrooius P / Thou Shalt Always Kill
Thou shalt not steal if there is direct victim. Thou shalt not worship pop idols or follow lost prophets. Thou shalt not take the names of Johnny Cash, Joe Strummer, Johnny Hartman, Desmond Decker, Jim Morrison, Jimi Hendrix or Syd Barret in vain. Thou shalt not think that any male over the age of 30 that plays with a child that is not their own is a peadophile - Some people are just nice. Thou shalt not read NME. Thou shalt not stop liking a band just because they?ve become popular. Thou shalt not question Stephen Fry. Thou shalt not judge a book by it's cover. Thou shalt not judge Lethal Weapon by Danny Glover. Thou shalt not buy Coca-Cola products. Thou shalt not buy Nestle products. Thou shalt not go into the woods with your boyfriend's best friend, take drugs and cheat on him. Thou shalt not fall in love so easily. Thou shalt not use poetry, art or music to get into girls'pants. Use it to get into their heads. Thou shalt not watch Hollyokes. Thou shalt not attend an open mic and leave before it's done just because you've finished your shitty little poem or song you self-righteous prick. Thou shalt not return to the same club or bar week in, week out just ?cause you once saw a girl there that you fancied but you're never gonna fucking talk to. Thou shalt not put musicians and recording artists on ridiculous pedestals no matter how great they are or were. The Beatles? Were just a band. Led Zepplin? Just a band. The Beach Boys? Just a band. The Sex Pistols? Just a band. The Clash? Just a band. Crass? Just a band. Minor Threat? Just a band. The Cure? Just a band. The Smiths? Just a band. Nirvana? Just a band. The Pixies? Just a band. Oasis? Just a band. Radiohead? Just a band. Bloc Party? Just a band. The Arctic Monkeys? Just a band. The Next Big Thing.. JUST A BAND.
Thou shalt give equal worth to tragedies that occur in non-english speaking countries as to those that occur in english speaking countries. Thou shalt remember that guns, bitches and bling were never part of the four elements and never will be. Thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music, thou shalt not make repetitive generic music.
Thou shalt not pimp my ride. Thou shalt not scream if you wanna go faster. Thou shalt not move to the sound of the wickedness. Thou shalt not make some noise for Detroit. When I say "Hey" thou shalt not say "Ho". When I say "Hip" thou shalt not say "Hop". When I say, he say, she say, we say, make some noise - kill me. Thou shalt not quote me happy. Thou shalt not shake it like a polaroid picture. Thou shalt not wish you girlfriend was a freak like me. Thou shalt spell the word "Pheonix" P-H-E-O-N-I-X not P-H-O-E-N-I-X, regardless of what the Oxford English Dictionary tells you. Thou shalt not express your shock at the fact that Sharon got off with Bradley at the club last night by saying "Is it".
Não posso deixar passar em branco a morte do Doutor Albert Hofmann, que ocorreu no último dia 29 de abril. Aos 102 anos, o descobridor do LSD ainda era uma pessoa ativa que estudava os efeitos e aplicações do ácido lisérgico. A razão que estudava o ácido era que ele era usado para conter o sangramento durante o parto. Sem querer ingeriu um pouco e “viajou”. Isso foi em 1943.
O LSD, ao contrário das outras drogas, não mexe com a dopamina do cérebro, o que significa que, teoricamente, não vicia. Funciona assim, ao tomar o ácido, acontece um curto-circuito nos sentidos. O cérebro tenta cheirar pelos ouvidos, ouvir pelos olhos, ver pelo nariz .... deu para entender, né? Isso gera outra perspectiva da realidade, fato que interessou muitos psicólogos e a contracultura em geral. Ver coisas sob outro ponto de vista serve para quebrar barreiras, preconceitos e tornar o mundo melhor.
O problema todo é que, tem vezes, que o cérebro se acostumava à nova programação e não voltava. Outro efeito colateral é que, operando em normalidade, havia a possibilidade de voltar ao curto-circuito, gerando o famoso flashback.
Vejam alguns usos positivos do LSD, de acordo com a Wikipédia: • como recurso psicoterapêutico e para tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais; • por psiquiatras para obterem um entendimento subjetivo melhor de como era a experiência de um esquizofrênico; e • usos clínicos foram conduzidos com o LSD para psicoterapia psicodélica, geralmente com resultados muito positivos.
Essa ilustração demonstra muito bem a diferença ente o LSD, banido pela lei, e o álcool, legalizado, tributado, com lobby fortíssimo e gerando mais mortes que todas as outras drogas combinadas. (Valeu, Pio!).
No outro lado do leque de heróis, temos o Ronaldinho. Nada a criticar sobre suas preferências sexuais e de diversão. Acho que tabus sociais não devem nortear nossas vidas. No entanto, ele tem que se posicionar como ídolo e exemplo de várias pessoas que se inspiram nele para, por exemplo, sair da miséria.
O que quero focar aqui é como tem um monte de interesses por trás da “limpeza” de seu nome perante a sociedade. Quem está por trás disso? Eu chutaria a Nike e outros patrocinadores. Mas, tendo uma visão paranóica saudável, acho que o status quo brasileiro gostaria que ele pousasse de bom moço. Gobbles já sabia quanto à importância de um herói para um governo populista. Vi na entrevista ontem, no Fantástico, um instrumento sutil de camuflar a verdade e influenciar a opinião pública. Para qual fim, não sei.
O fato é, Albert Hofmann, mexendo com algo que os governos nem querem que exista, tem uma fundação totalmente voltada para o bem. Vejam a missão da Albert Hofmann Foundation: Throughout history people have used mind-expanding substances to explore consciousness and enhance their lives. Our purpose at the Albert Hofmann Foundation is to gather the records of these endeavors and to further the understanding and responsible application of psychedelic substances in the investigation of both individual and collective consciousness. (Através da história, pessoas vem usando substâncias que expandem a mente para explorar a consciência e melhorar suas vidas. (Nosso propósito é reunir todas essas experiências e relados para melhor entender a aplicação responsável de substâncias psicodélicas na investigação da consciência coletiva e individual). Procurei na Google, não achei nada de Fundação Ronaldo Fenômeno....
Há vida após o rock n roll? Para muitos roqueiros não, quando são forçados a se aposentarem viram uma versão caricata do que eram, se humilhando com turnês de volta e revisitando o invisitável.
John Lydon, não! Acabou os Pistols, inventou o pós-punk com o PiL. Acabou o PiL, virou apresentador de documentários sobre vida selvagem. Com seu estilo particular, claro! Vejam esse clipe do episódio sobre os gorilas.
Vamos imaginar agora os nossos roqueiros. Dinho apresentando programas de malhação na TV? Frejah comentando os Fashion Weeks? Chorão lendo o obituário na Rede TV?
Mais um álbum criado no Flickr da Plebe Rude. Tratam-se de fotos tiradas pelo Niclau El-mor em uma estação de metrô abandonada (foi construída, mas nunca utilizada, nem acabada) em Brasília. Esses cliques foram utilizados na divulgação do CD R ao Contrário no ano de 2007. Achei interessante compartilhá-las com vocês. Bom fim-de-semana e cuidado com padres loucos voando pelos céus presos em balões.
Quando comecei esse blog, a intenção era dar uma visão mais pessoal do que acontece no universo Plebe Rude, desabafar algumas indignações sobre esse mundeco no qual vivemos e seus habitantes e, também, divulgar alguns textos que escrevo a cada eclipse lunar. Consegui fazer bem, na minha avaliação, os primeiros dois objetivos, tenho que publicar mais contos.
Informo, com muita alegria, que ultrapassamos os 60 mil hits! Essa marca me deixa muito feliz, o objetivo é zerar o contador aos 100 mil, que espero que aconteca este ano ainda. Esse é o 778º posto, será que tem alguém além de mim que leu todos?, ha ha ha ha ha.....
Sempre procurando melhorar, um abraço para todos e espero muito mais para o futuro.
A festa dos 48 anos de Brasília me lembrou de uma frase que li no livro A Era dos Extremos, do historiador marxista Eric Hobsbawn. O livro trata da história do século XX e, na observação do autor, a maioria dos jovens crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado. Com isso, quis dizer que não há espaço intelectual para entender o porquê da situação atual, nem com um mínimo de planejamento para tentar mudar o futuro, mesmo que seja num microcosmo de sua própria vida.
Assim que me juntei às centenas de milhares de pessoas na esplanada me ocorreu ser muito verdade essa observação. Uma cidade com pouco menos de meio século já abriga uma população que se esqueceu as razões da capital ser onde é, de sua história, do golpe de ’64, dos anos de chumbo, da abertura, de tudo que levou a essa gente estar onde está hoje. É muito pouco tempo para esquecer um passado tão recente. Hoje se divertem na festa do Arruda. Amanhã será menos que lembranças, pois estarão pulando em águas fétidas de outra festa popular, promovido por outro governante.
Uma grande prova disso é o show do Capital Inicial, que também tem uma história de batalhas e lutas quase desconhecidas pela claque que juntavas as mãos no ar e vibrava a cada “cara” pronunciada pelo Dinho. Músicas que eu nunca havia ouvido antes eram cantadas por um milhão de vozes. Tudo bem, não ouço rádio, não vejo canal aberto, não leio Contigo. Não faço parte do público alvo da banda, mas isso não é estranho, chegar ao sucesso exluíndo do processo seus próprios pares (não eu pessoalmente, mas os que batalharam e lutaram lado a lado para estabelecer esse rock-Br)? Para uma noite tão especial, senti falta de mais material próprio, de citações do passado, não para relembrar os “bons velhos anos”, mas para dar o aval de estarem onde estão. Tirando Fátima e Veraneio Vascaína, não sabia a letra de nenhuma outra música deles.
Teve uma hora que o Dinho descreveu a sua visão de cima do palco do Congresso Nacional, dizendo ser um prédio muito pequeno, do tamanho dos homens que lá trabalham. Completou dizendo que não mereciam representar quem estava lá assistindo o Capital. Esqueceu ele que essas mesmas pessoas que o aplaudiam, eram as que colocaram os deputados e senadores lá no Congresso.
Cesar já sacava que o povo quer mesmo pane et circus.
PS – Não interpretar o texto acima como uma crítica à banda. Eles surfam o mar conforme as ondas permitam. A leitura é num contexto bem maior, usando o rock somente como referência. O show foi majestoso.
Ontem foi aniversário de Brasília. Impressionante quando se percebe que a capital federal tem somente 48 anos e o quanto se desenvolveu. Duvido que quaisquer dos brilhantes arquitetos, urbanistas e palpiteiros em 1960 conseguissem prever um crescimento desse porte aqui, no meio do Planalto Central.
Como ocorre em todo aniversário de Brasília, a Esplanada dos Ministérios é fechada para as comemorações. O Arruda não poupou energia e planejamento e ofereceu aos brasilienses uma festa e tanto. Liberou o metrô, possibilitando a vinda de uma manada de pessoas. Estima-se um número perto de um milhão de pessoas passaram pelo local.
Estive lá das 14 às 22 horas. Primeiro, fui levar a Ana para ver a Esquadrilha da Fumaça, que sempre me surpreende. Muita gente, uma multidão digna das metrópoles da China. Estivemos na praça do Museu da República, aquele em forma da casa dos Teletubbies. O Niemeyer projeto três lagoas circulares, que estão cheias de água fétida e suja. Claro que os tanques pareciam o Rio Gandhi, cheio de crianças nadando de cuecas. Sem nenhum banheiro por perto, duvido que saíssem para fazer suas necessidades. Consigo prever que vários irão contrair doenças até o fim do mês.
Observei os que me cercavam, a maioria, 99%, pessoas das classes C e D que vieram das cidades satélites. Interessante notar que realmente houve distribuição de renda no governo Lula (ou talvez desde o governo FHC). Todos tinham dinheiro para gastar em cervejas (vendidas ilegalmente dos porta-malas dos carros), picolés, CDs e outras coisas que estavam sendo vendidas. No entanto, educação zero. Mesmo com lixos presentes, tudo quanto era lata, garrafa e papel tinham um único destino: o chão. Lá pelas 16 horas, quando começou o Streetball, a Esplanada parecia uma grande depósito.
Outra percepção, agora que têm o que comer, comem, sem preocupação nenhuma com alimentação. O que se vê de buchos de fora incomoda. Imagem aquelas funkeiras, calça apertadinha, justinha, camisa levantada e o barrigão mostrando alegremente um piercing de latão pendurado do umbigo. Bem que o IBGE alertou, a obesidade é um risco à nossa população.
De noite, o show de gravação do DVD do Capital Inicial. Fazem um pop competente e é confortante saber que conseguiram a notoriedade que têm. Tem umas fotos nesse link, vejam como foi. Até o Arruda estava lá, de verde, claro, aprovando tudo. Dinho foi um anfitrião de primeira, mesmo não parando de falar “cara”. É sua marca registrada – além do piercing no umbigo, claro. Foi legal ver meu amigo do peito, Fê, tocando com tudo. Foi o melhor da banda, na minha opinião. Detestei aquela boneca da Natasha, parecendo mais uma dançarina do Tchã do que a roqueira retratada na letra.
Bom, não vamos falar de letras......... que venha o DVD, que incluirá Geração Coca-Cola, Que País é Esse, Mulher de Fases, Primeiros Erros, outra da Legião, além, claro, dos hits do Capital.
Não o blog não está abandonado. Tem coisas que acontecem em nossas vidas que exigem que toda nossa atenção mental e emocional fiquem focadas. Isso aconteceu comigo. Na segunda passada, meu pai foi internado na UTI, primeiro com pneumonia, desenvolvendo depois um choque séptico. Não tinha motivação para outra atividade a não ser torcer pela sua melhora e ficar com a família.
A boa notícia é que já melhorou. Ainda está em estado grave, mas sua melhora é lenta e significativa. Agradeço todos os votos de solidariedade recebidos.
Essa foto me impressionou muito. Não veio como surpresa, mas como confirmação do quão estúpido é o ser humano. Os carinhas de terno da trilogia Matrix tinham razão, somos o vírus de nosso planeta. A Agência Espacial Européia divulgou a imagem que mostra o globo terrestre e o tanto de lixo espacial que está em órbita. Não contente com a poluição dos oceanos, agora atacamos o espaço. Chaves censurou os Simpsons. Há há há, adoro esse programa, coitado dos venezuelanos que vão ter que ficar com as reprises dos discursos de seu líder. E os argentinos estão revoltados porque num episódio recente dos Simpsons, chamam o Perón de ditador. Ué, ele, Médici, Geisel, Strossner e Pinochet eram o quê? Outra notinha que quero que reflitam. Não sei se estão acompanhando o caso do reitor da UnB que permitiu o pagamento da reforma de seu apartamento funcional com cartão corporativo. Bem, os estudantes da universidade, revoltados, invadiram a reitoria e conseguiram derrubar o reitor e o vice.
Nunca em toda minha história de UnB vi a imprensa apoiar tanto uma invasão de prédio público como esse. Deixando de lado a discussão da ética ou falta de ética das ações do reitor, me deixa com a pulga atrás da orelha o apoio da mídia aos estudantes. Acho que estão sendo usados, meros peões numa jogada cujos verdadeiros objetivos desconhecem. É estranho a nossa imprensa não exigir de forma tão contundente a saída dos outros servidores públicos que usurparam o dinheiro público por meio do cartão corporativo.
Tanto é que, confirmando, uma vez expulsos os reitor e vice, quando os estudantes invasores se recusaram a sair do prédio, a imprensa já está chamando-os de radicais. É muito fácil manipular jovens com raiva, já diziam os estrategistas de antigamente.
Abri uma conta, em nome da Plebe Rude, na Flickr. Trata-se de um serviço na internet que permite o compartilhamento de fotos e vídeos. Achei que seria uma forma interessante de democratizar nosso arquivo visual recente. Assim, abre-se mais uma forma de contato com a Plebe Rude, que já conta com o site oficial (meio desatualizado por problemas operacionais do host), com o nosso My Space, com o blog do Txotxa e, claro, esse espaçinho aqui.
Para ponta-pé inicial, umas imagens que vinha guardando que serviram para a concepção da capa do R ao Contrário. Essas foram trocadas entre a Eye Design e a Plebe até chegar no produto final. Veja o album aqui ou vá para http://www.flickr.com/gp/25518956@N07/1HJ811.
Semana proveitosa. Inserção na reportagem do DF-TV sobre aniversário de Brasília. Depoimentos para o especial do Concreto na MTV. Músicas novas borbulhando no estúdio do Philippe. Possibilidades de novos shows.
Tem também uma possível locação para o nosso DVD: a concha acústica! Quando fomos fazer a reportagem da Globo local, reparamos a potencialidade do lugar. Vista linda, uma outra visão de Brasília. Espaço. Possibilidade de fazer um evento de graça. Palco grande. Seria uma boa.
Presentinho para curtirem no fim-de-semana: o francês Le Le com seu novo hit Breakfast. Eu sempre fui fã dos absurdos poéticos do Iggy Pop, com clássicos como "she fits me like a glove, we do it in the mud" ou "i got a pain in the neck/what the hell, what the heck". Mas o Le Le foi além, com um rap comparando a mulher com um café da manhã. "you're the cheese on my baguett/the jelly on my bread/the french on my toast" ou o melhor: "holla holla holla, oat meal and granola". Muito bom, ouçam no desejum diário para começar bem o dia. Yeah, Bitch, you're breakfast!
Fiquei longe do blog durante os últimos dois dias por uma boa razão: divulgação da Plebe Rude.
Na terça, Philippe e eu gravamos uma inserção numa reportagem do DF-TV (Globo) sobre marcos de Brasília que estão abandonados. Focamos na Concha Acústica, à beira do Lago Paranoá, que é um local excelente para shows, apresentações, dança, teatro, mas é ignorado pela administração pública. O local está visivelmente abandonado e sem nenhuma programação oficial. É uma pena, poderia abrigar toda uma política cultural do GDF. Isso vai ao ar no aniversário de Brasília, dia 21 de abril.
Ontem, quarta, gravamos nossa participação no programa Álbum Clássicos, da MTV, que vai focar no Concreto Já Rachou. Foi muito bacana e comovente relembrar o processo que levou à gravação de nosso primeiro disco, seu impacto e conseqüências. Vai ao ar em maio, aviso quando souber mais precisamente da data.
E com tudo isso perdi Bad Brains em SP ontem!!! Para quem já viu o documentário American Hardcore, o BB tem um papel fundamental, pois foi quem criou o gênero. Isso é muito importante, pois muitos acham que o estilo é 100% White. Muito enganados estão, pois o gêneses de tudo foram os Bad Brains.
Como músico, gosto de estar na crista da onda em termos de o que é possível fazer hoje em dia. Nada substituí o baixo/guitarra/bateria, claro, que ainda são o centro de toda composição, assim como a caneta e o papel são o centro de toda escrita. No entanto, gosto de usar novos brinquedos para estimular a criação e sair do óbvio.
Para vocês terem uma idéia, O Que Se Faz foi composto em cima de um loop muito doido que havia feito em cima de um trompete, uma batida e muita programação num MPC-2000. Quando chegamos à música mesmo, tiramos o MPC e ficou como ficou no disco.
Tem um instrumento – será que pode ser chamado disso? – que é o Tenori-on, fabricado pela Yamaha que está em minha mira. Imagine compor visualmente, controle de sons por meio de luzes, tudo na ponta de seus dedos? Vejam os vídeos e, se um dia tiver 600 libras sobrando, vão me ver com um desses.
O que achariam do X no palco tocando um Moog ou um Tenori-on?
Hoje, oficialmente, começamos a establecer as fundações do que virá a ser o novo trabalho da Plebe Rude. Fui para a casa do Philippe, onde ele me mostrou algumas idéias (muitas já bastante desenvolvidas) de músicas. De um total de seis, duas me deixaram bastante animado. São todas bem Plebe, guitarra a lá Philippe, bem trabalhada, batida tribal, baixo marcante. Continuarei a mantê-los informados.
O Philippe já deixou um recado no site oficial, então acho que já posso passar a notícia. A partir de hoje, não vou estar mais vinculado à Plebe Rude. Após mais de duas décadas à frente da banda, não passo mais a fazer parte de seus elencos. Philippe, Txotxa e Clemente saberão levar adiante a bandeira, eu, infelizmente, tenho que aproveitar a oportunidade que se mostra. Meus amigos de antigamente, Dado e Bonfá, me convidaram para uma turnê da Legião Urbana, ao lado deles e do Paulo Ricardo, prestando homenagem ao Renato. Sei que muitos vão me taxar de hipócrita e vendido, mas tenho que me capitalizar. Espero que entendam. Não será o fim do X na Plebe (espero), mas umas férias testando novos palcos. Nunca deixem de ser Plebeus! Amém.
1º DE ABRIL!!!! ha ha ha ha ha ha ha..... errr.... sem graça!
Lembram daquele post sobre a renúncia de Fidel Castro? Seu irmão, Raul Castro, foi “votado” como o sucessor. Numa discussão, muitos leitores achando que não faria diferença, outros achando que o cara seria uma espécie de fantoche do irmão aposentado.
Para aqueles que estão seguindo as notícias, alguns indícios mostram uma lenta, porém significativa, abertura. É importante que os cubanos liderem a inevitável transição para o mundo globalizado, em contra-ponto a algum outro país interferir em seu terreiro.
O que fez Raul? Primeiro, liberou o uso de celulares para a população. Até então, só a alta cúpula do partido que podia ter acesso ao telefone móvel. Deve ter sido uma moleza para eles, imaginem, poucos celulares, era possível ter TODOS os números na memória de TODOS os celulares. Não havia desculpa para “eu não tenho seu número”. - Camarada, por que não me ligou ontem? - Não tinha seu número. - Como não, só tem 39 celulares na ilha? Paredón!
Bem, agora, teoricamente, todo cubano pode ter um celular. O problema é como comprar um, tendo em vista que são caros e a renda média vai para comprar alimentos e não comunicação. Essa pequena decisão do Raul vai obrigar muitos a procurarem novas rendas. Nova renda = empreendorismo = mercado = mundo globalizado. Achei muito significativo ele ter começado a reforma justamente pelo aparelho símbolo do mercado livre. Outra: quem vai oferecer os serviços? Em breve, prevejo empresas estrangeiras de telefonia abrindo em Cuba.
Tão importante quanto a liberação do celular, é a liberação da compra de computadores. Tudo dito sobre a liberação da telefonia móvel se aplica ao computador.
Hoje, outra proibição cai. Cubanos já podem se hospedar nos hotéis da ilha. Antes não podiam, só turistas e, claro, a cúpula burocrática estatal. Bem, aí é o seguinte, outra lei cubana diz que somente hóspedes de hotéis podem alugar carros. Bom, se um cubano já pode se hospedar num hotel, teoricamente, enquanto hóspede, pode alugar um carro. Com isso, pode se locomover e dormir em qualquer ponto da ilha que tenha um hotel. De novo, bastante significativo, tendo em vista que para fazer negócios, o empreendedor tem que se locomover e, muitas vezes, dormir fora de casa.
Raul cumpre o que promete: reduzir o grande números de proibições. Se ele somente conseguisse proibir o irmão de fazer aqueles discursos que duram horas.....
Cena final: na cúpula do partido cubando, o presidente está com problemas com o celular, que não toca. Mexendo nos controles, o assessor tira do “mudo”, resolvendo a questão. Raul: “Essa porra não toca!” Assessor: “Já arrumei.” Raul: “Não toca!” Assessor: “Toca Raul! Toca Raul!” E a galera do cogû, cachû e urrû comemora!
Bem, mais uma semana finalizando e amanhã é aniversário de 3 anos da Ana. Como pai, tento passar informações às minhas filhas que abrangam um leque maior do que elas têm acesso. Assim, aos 5 anos de idade, a Alicé já sabia quem era Bela Lugosi, sabia reconhecer o humor em ver um sósia do Elvis e gostava de ouvir Lee Perry. A Ana está viciada nos desenhos antigos do Super Mario Brothers, tem um pijama do Sonic Youth e nunca viu um Xuxa nos seus 3 invernos.
Bom. Acima, um trailer, de um filme que promete. Quero samplear esse "that is good weed, that is good weed", para usar como ringtone, ha ha ha. Imagine, reunião no Banco Central, alguém me liga e soa pela sala: good weed, good weed.
No meu iPod: Bauhaus, Does It Offend You Yeah, Teenagers, Kerri Chandler, Inland Knights, Clap Your Hands Say Yeah, entre outros.
Na TV, Sopranos!
Na cabeceira: Sonic Transmissions, a história do Television.
Finalizando: dêem um pulo no nosso My Space (link aí do lado).
Adoro quando bandas fazem cover da Plebe. Ainda mais, quando escolhem uma música que não são as óbvias, tipo Até Quando e Proteção. O Philippe me passou o link do vídeo acima, que é uma banda chamada Little Girl Lost tocando Brasília. Difícil escolha, se esforçam bastante, bom trabalho. O Biquini queria gravar A Ida naquele disco no qual eles interpretam os anos 80s, mas acabou não saíndo, pena. O Paralamas quase gravou Pressão Social no acústico, mas também acabou não entrando. O que eu queria mesmo é o Zé Ramalho cantando Longe, do terceiro disco. Sonha, X, sonha!
Odeio aquele papo de velho desatualizado: "hoje não se faz música como antigamente." Se faz sim, e melhor. A turma do cheira-mofo adora festas Anos 80s e produtos similares. E não é que, para minha surpresa, a Plebe Rude está num CD do almanaque dos anos 80s? Nem sei quando saiu isso, já que a EMI não nos avisa e, legalmente, pode fazer o que quiser com nossas gravações. Como já escrevi aqui, perdem a oportunidade de ganhar uma mídia de graça por meio de sites, my spaces e outros. A capa está acima e a lista das músicas, abaixo. Nunca pensei que teria que dividir uma bolacha com a Rita Lee!
1. Rebelde sem causa - Ultraje a Rigor (X diz: boa canção, representativa da época, minha caçula adora!) 2. Cinema mudo - Os Paralamas do Sucesso (Lá de uma época em que os PdS estavam dando seus primeiros passos - incrível como a banda só melhorou com o tempo) 3. Aumenta que isso aí é rock´n´roll - Celso Blues Boy (Diminue! Diminue!!!) 4. Até quando esperar - Plebe Rude (Sem Comentários, mas poderiam explorar outras faixas do Concreto, né?) 5. Erva venenosa - Herva Doce (Veneno é ter que relembrar isso!) 6. Sou boy - Magazine (Kid Vinil, bom na teoria, fraco na prática, mas ainda é o herói do brasil!) 7. Armadilha - Finis Africae (Obra prima!) 8. Corações e mentes - Titãs (Heim?) 9. Agora eu sei - Zero,Paulo Ricardo (Adoro a versão ao vivo, sem o biscateiro PR) 10. Primeiros erros - Kiko Zambianchi (Capital?) 11. No mundo da lua - Biquini Cavadão (Eu gosto, pronto, assumi!) 12. Babilônia - Kongo (Dez! Ainda vão ter seu reconhecimento) 13. Flagra - Rita Lee (Pelamordedeus! Trilha de novela de novo, vovó Rita?) 14. Betty Frígida - Blitz (Não só a Betty, não só a Betty...)
Decidi dividir o relato desse show em partes para vocês poderem ver o que envolve tocar em algum lugar. Desde de a chegada, até a saída, passando pelo show, pela socialização com outras bandas, tentei registrar tudo. E claro, a espera.... como o Philippe e o Txotxa, acima, esperando a van chegar para levá-los ao aeroporto. Queria mostrar também a equipe técnica, o Renato e o Leo, acima com a gente. Bem vindos ao nosso mundo!
O legal desses festivais independentes é o encontro com outras bandas que estão batalhando a eterna guerra de ser roqueiro no Brasil. Encontramos o trio Crazy Legs no vôo para Palmas, pois todos dos que vão para a capital do Tocantins têm que fazer escala em Brasília. Fomos apresentados no saguão do aeroporto pelo Kaká Prates e logo senti que a vibe era mútua.
Crazy Legs toca um rockabilly de raiz, com contrabaixo acústico, guitarra sem pedaleiras e um batera descalço. Muito bom mesmo. Deram uma excitante performance, mostrando o quão diverso e bacana é o universo independente de rock deste país tropical.
Sei que as fotos não saíram lá essas coisas, mas dá para sentir o clima.
Palmas, com 18 anos, é a capital mais jovem das Américas (ou será do mundo, alguém sabe?). Impossível não comparar com Brasília, ainda mais a gente, que veio bem no início da Capital Federal. Acho que um dos erros de Brasília, ruas largas norte/sul, ruas de mão única oeste/leste, que causa tremendos engarrafamentos, foi corrigido no traçado de lá, que só tem avenidão. Mas não vi nenhuma previsão de metrô ou outro transporte público eficaz. Isso é péssimo, pois vai acontecer o mesmo que as outras metrópoles em termos de trânsito.
Fácil de sentir também a ansiedade dos que lá habitam, torcendo para que dê certo. Paralelo à Brasília nos 70s (e até hoje) é a falta de opção culturalmente falando. Um só Porcão e um só Fred Aguiar não dão conta dos anseios dos jovens.
Os Raimundos sempre me falaram bem do público de lá, e comprovei.
O que está salvando e dando novo gás ao rock nacional são os festivais independentes. Neles, bandas ótimas têm espaço e público para divulgar seus trabalhos. Estão num circuito pouco explorado pela mídia, mas que funciona muito bem. Tocamos no Tendencies Rock Festival de Palmas, que está na sua quinta edição graças ao trabalho de um homem: Porcão. Esse herói dos bastidores carrega nas costas toda a idealização e esforço para fazer o festival acontecer. Mesmo com a retirada de última hora do patrocínio do Estado de Tocantins, consegue fazer os dois dias do festival serem um sucesso. Fomos os headliners do primeiro dia. Foi um show bacana, com direito a um pelado correndo pelo palco!