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O macaco da foto, acima, ilustra muito bem o jeito de pensar da maioria da nossa população. Sejam ricos, sejam pobres, a tendência é sempre pensar no curtíssimo prazo, nas vantagens do agora, não dando importância à construção de um futuro sustentável e próspero.
Voltando ao caso do macaco ártico. Para se proteger das épocas mais frias do inverno, o símio adota hábitos nômades, procurando temperaturas mais amenas ao sul ou norte, conforme for o caso. Mas estar em constante mudança dá trabalho, exige preparação, planejamento, plano de curso, racionamento dos alimentos, proteção da família, enfim, se gasta muita energia. O nosso amigo da foto achou uma piscina de água quente brotando do chão. Oras, pensou, vou me aquecer dentro dela e, assim, me proteger do frio.
Agora está numa sinuca. Se sair, a água no seu pelo vai congelar e o macaco morrerá de hipotermia. Já, se optar por ficar dentro da piscina, morrerá de fome. Por optar pela saída mais fácil – se proteger na água quente – o peludinho condenou sua existência na terra a poucos dias. Se tivesse escolhido a opção mais trabalhosa – migrar – poderia viver mais uma dezena de anos.
Vejo muito jovens optando pela saída mais fácil: deixar de estudar, preferindo um empreguinho agora. Oras, o salário paga o cinema e o refri, pra que mais? Porque, meu caro, um dia você vai precisar de casa, vai ter que sustentar uma família, vai querer montar o seu negócio, vai preferir um emprego mais desafiador. Ser burro é muito fácil. Ser medíocre é moleza. Difícil é ralar anos para ser um médico, um técnico de som, um engenheiro. Viver à sombra dos outros é mole. Fazer a sombra que abriga outro que dá trabalho.
Os políticos brasileiros seguem bem a linha de raciocínio do macaco ártico. Preferem roubar agora, depenar o patrimônio público, desconhecendo que comprometem gerações à ignorância e pobreza. Roubar agora e encher de dólares uma conta num paraíso fiscal é moleza. Construir uma nação forte, competitiva e independente dá mais trabalho.
O negócio é que a saída fácil prejudica não só os outros, como, principalmente, o feitor, o que opta por ela. A próxima vez que passarem por uma piscina quente e estiverem com frio, pensem duas vezes, suem a camisa, queimem os neurônios. Vocês não vão se arrepender. Melhor um cabeça quente do que um picolé humano!