sexta-feira, novembro 18, 2005

Absolut Versão Paris 2005


A paródia do anúncio da vodca Absolut, acima, me lembra do discurso de um velho acadêmico maluco no documentário SUCATA, que passou ontem no GNT. Ele defende o crescimento da violência nas passeatas anti-globalização, pois diz que carregar faixas de protesto pacificamente já não atrai a atenção de ninguém. Dá no que pensar, apesar de eu ser pacifista e anti-violência. Quem não viu, vale a pena, o documentário aborda o desperdício de recursos feito pelo homem. Muito bem editado, como se fosse um clipe/remix, as frases indo e vindo num ritmo alucinante.

Pio, mais uma vez, valeu pela imagem!

quinta-feira, novembro 17, 2005

Plebe no Rock in Rio 3 (Eu Fui!)


O primeiro Rock in Rio eu assisti de casa. Meus pais me deram o presente a-família-abriu-o-gás e o Bernardo e eu fizemos um churrasco para os amigos assistirem os shows. Me lembro que um dos churrasqueiros mais assíduos foi o Jander.

O segundo Rock in Rio eu fui ver na área VIP. Na verdade, entrei com o convite do Dado Villa-lobos, que estava com medo de freqüentar o Maracanã na noite heavy metal. Vi Judas Priest, ri com a bateria da Mangueira levar lata dos metaleiros e das vaias ao Lobão (coitado!).

Já o terceiro, fui com a Plebe. Essa história merece ser revelada para vocês verem as roubadas empresariais nas quais entramos. Quando a Plebe Rude voltou, em 2000, para tocar no Porão do Rock, tínhamos a idéia de trabalhar com o Aroldo, empresário do Capital. Só que o cara foi extremamente grosso, mandão e blasé com a gente, sendo logo descartado. Entra no seu lugar o Rafael, amigos das antigas, que empresariava a Legião Urbana. Já ouviram falar de não misturar amizade e negócios? Pois bem, acreditem, não funciona.

O Rafael estava acostumado com grandes bandas e artistas já consolidados, tipo Legião e Maria Betânia. Tinha perdido o tino do rala-rala, de banda começando de baixo. Ainda por cima, a menina-dos-olhos dele era o Sheik Tosado, que fazia questão de colocar para abrir todos os shows da Plebe. Pois bem, ofereceram ao Rafael dois lugares para as suas bandas no Rock in Rio 3: no palco principal, e outro no palco Brasil, que ficava na lateral. O que fez o visionário empresário? Enfio o Sheik Tosado no palco principal, abrindo para o Iron Maiden e a Plebe Rude no secundário!

Claro que não funcionou, no final a gente se dando melhor. Quando entramos no palco, parecia que era o principal. Tiveram até que ligar o som do palco principal para todos poderem ouvir. Não era para fazer bis. Fizemos, graças aos plebeus presentes que contagiaram todos. Foi um dos memoráveis shows da Plebe, energia e raiva canalizada para a música. Depois, foi uma bateria de entrevistas inimaginável para as outras bandas do palco Brasil. Lavamos a alma.

Já o Sheik Tosado foi hostilizado pelos fãs do Maiden, como era de se imaginar. Depois dessa mancada, que coroou uma série de outras, nos vimos com o Mr. Ivan, um cara sensato que não meteu a gente em nenhuma roubada (até hoje!).

O CD acima é um pirata do show, fácil de encontrar ou baixar por aí. A foto, no entanto, não é do Rock in Rio, mas sim do Porão 2000.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Dicas do mês.



Faz tempo que não pego um disco que me faz querer ouví-lo de novo e de novo. No carro, no banho, no campo, na cidade. Trata-se do excelente Gypsy Punks, dos novaiorquinos Gogol Bordello. Sim, é isso mesmo, um bando de ciganos que misturam a sua música típica com o punk! Muito divertido e energético.

Quem já leu um pouco da história das bandas de Brasília, sabe que fazia parte da turma três punks da Iugoslávia, os irmãos Sava e Jovan, e o Roberto Icococovitch. Junto com o Bernardo, meu irmão, eles formaram os Vigaristas de Istambul, com o Jovan na bateria, o Sava no baixo e mais o Jeová na guitarra. A banda era tão ruim (no bom sentido) que quando o Jovan acertou pela primeira vez num show o prato, após uma virada, toda a banda parou para aplaudí-lo! Pois esses caras nos apresentaram umas bandas iugoslávas que misturavam, já na época, punk com música cigana. A música cigana é legal, pois é animadíssima e parece um ska rápido. Não me lembro dos nomes das bandas, pois eram cheios de consoantes e acentos estranhos. No entanto, fizeram parte da trilha sonora das festas da turma, todos cantando naquela língua estranha.

A outra dica é o CD solo do Fê Lemos, baterista do Capital Inicial. Inicitiva corajosa, não lembra em nada a sua banda prinicipal. Vale a pena conferir. Existe vida além do pop.

segunda-feira, novembro 14, 2005

Documentário Punk na GNT

Espero que todos tenham visto. Ontem passou na GNT um documentário sobre o Punk Rock bem acima da média. O mais legal é que foi feito recentemente e entrevista todos os nomes importantes. É gozado ver o Captain Sensible, Jello Biafra, Mick Jones, Paul Simenon, entre outros, hoje em dia. São senhores, mas, por incrível que pareça, ainda tem um "quê" de punk, de rebeldia. Gostei muito, pois vivi muito daquilo quando morei em Sheffield, Inglaterra, em 1978 - 79. Teço os seguintes comentários:

1. Henry Rollins pousando de intelectual é o máximo, quase me convenceu. O cara, ex-Black Flag, tem a aparência de um pit-boy, todo músculos. Porém o nanderthal guardava o segredo que era um rato-de-biblioteca. Fala muito bem. Gostei quando ele falou na limitação dos punks. Tipo, quando ele deixou o cabelo crescer as pessoas chegavam e falavam: virou hippy? ou quando incluiu um solo de guitarra e o criticavam. Falou bonito sobre a necessidade de ir adiante, não parar no tempo. Criticou também as bandas hardcore americanas que, de acordo com o Rollins, são simplesmente valentões que batem em pessoas, só que com guitarras nas mãos. Mas que é de rolar de rir vendo o cara pousar de acadêmico, é.

2. Os caras que providenciaram as legendas, de novo, fizeram uma gagada mor. Traduziram No Wave, o movimento pós-punk de Nova York, como New Wave. Daí, quem estava lendo acha que Contortions, Teenage Jesus e Sonic Youth são New Wave, ha ha ha. Que mancada!

3. Ver Buzzcocks, Magazine, X-ray Specs, Slits, entre outras bandas, tocando, filmado na época, é muito legal.

4. O Paul Simenon, baixista do Clash, falou algo bem legal também. Ele disse que olhava para o público e via aquelas pessoas com suásticas, bochechas furadas com alfinetes, sacos de lixo na cabeça e pensava: porra, de onde veio isso? Ninguém em nenhuma das bandas se veste assim! Realmente!

5. Acho que outro movimento igual nunca mais vai existir, pois hoje o mercado já está pronto para rotula, empacotar e vender qualquer manifestação espontânea dos jovens. E o que mais me entristece é que os jovens querem ser rotulados, empacotados e vendidos!

Se alguém descobrir se haverá uma reprise, favor me avisar.