Está no jornal: “Papa aparece de surpresa para abençoar fiéis.” Imagino a cena: um grupo de turistas brasileiros passeando pelo Vaticano. Passam maravilhados pelas obras de arte, pelas esculturas, pelas tapeçarias. Liderando a turma, um senhor, tipo Severino Cavalcanti, se achando mais perto de Deus por estar em local tão sagrado. Atrás dele, senhoras religiosas ficam repetindo “benza Deus” a cada atração. No meio, uns adolescentes entediados, loucos para sair dali para ver um jogo do Inter de Milão.
De repente, de trás de uma coluna, pula o pontífice, todo de branco, e diz, em latim, “em nome do pai, do filho e do espírito santo”. As velhas quase morrem de susto! Fantasma!, gritam, assombração! O pseudo-Severino sente seu coração fraco disparar e os braços ficarem dormentes. Tem que se apoiar no joelho de Davi para não desmaiar. O menino grita: “é o Jabá, the Hut!” E a irmã, mais acertadamente, grita: "não! é o bicho papão!"
O Papa some, tão rápido quanto veio, para pregar a mesma peça em outros turistas desavisados.
quarta-feira, março 16, 2005
20 ANOS NO LIXO.
Foi um golpe! Um golpe no sentido do pôquer, do blefe, do assustar o colega que tem uma mão melhor, que desiste, e você, que tem um jogo horrível, pega o prêmio. O Figueiredo sabia, saiu pelos fundos, querendo nos avisar: esse cara é um pilantra, não vou passar a faixa para ele. Pena que ninguém ouviu! Depois de 21 anos de ditadura, não estavam acostumados com os ares democráticos e, feito um alcoólatra reincidente, foram contaminados, foram com muita sede ao pote. Engolimos o Sarney, a Constituinte, o Ulysses, o Funaro, o Plano Cruzado e todo o resto da farsa sem pestanejar. Como dizem na pesca: anzol, vara e tudo.
Queríamos começar com o pé direito, mas acabamos com cabelo na sopa. Ou melhor, fio de bigode. O Mestre do Maranhão hoje diz que foi “obrigado a fazer um plano populista pois faltou apoio da inteligência nacional ou da opinião pública, nem de grupos econômicos.” Quer dizer, foi tudo uma fachada, que pagamos caro até hoje. Na verdade ele não tinha o apoio porque esse pessoal viu nele um charlatão. Não iam colocar suas fichas numa furada dessas. Aliais, ele não enganou ninguém, a não ser os fiscais do Sarney, um bando de donas-de-casa que não tinham mais o que fazer.
Hoje fazem 20 anos! Nesse mesmo tempo, a Coréia, investindo maciçamente em educação, elevou o nível do seu povo para o de primeiro mundo. Em duas décadas, investindo em educação e infra-estrutura, o Japão se recuperou de uma guerra e duas bombas atômicas, se tornando referência econômica mundial. Não só perdemos o bonde da história, como entramos numa canoa furada. O capitão, seu José Sarney. Jogamos esses 240 meses no lixo acreditando na Constituição de 88, que ainda engessa o país. O Delfin vai voltar, agora como ministro do PT. O Maluf ainda tem força. Quércia apita. O único que está no fundo é o Ulysses, literalmente. Estamos ainda na linha de largada e o resto do mundo moderno já está voltas à nossa frente.
E o pior: quem manda ainda é o bigodudo.
Queríamos começar com o pé direito, mas acabamos com cabelo na sopa. Ou melhor, fio de bigode. O Mestre do Maranhão hoje diz que foi “obrigado a fazer um plano populista pois faltou apoio da inteligência nacional ou da opinião pública, nem de grupos econômicos.” Quer dizer, foi tudo uma fachada, que pagamos caro até hoje. Na verdade ele não tinha o apoio porque esse pessoal viu nele um charlatão. Não iam colocar suas fichas numa furada dessas. Aliais, ele não enganou ninguém, a não ser os fiscais do Sarney, um bando de donas-de-casa que não tinham mais o que fazer.
Hoje fazem 20 anos! Nesse mesmo tempo, a Coréia, investindo maciçamente em educação, elevou o nível do seu povo para o de primeiro mundo. Em duas décadas, investindo em educação e infra-estrutura, o Japão se recuperou de uma guerra e duas bombas atômicas, se tornando referência econômica mundial. Não só perdemos o bonde da história, como entramos numa canoa furada. O capitão, seu José Sarney. Jogamos esses 240 meses no lixo acreditando na Constituição de 88, que ainda engessa o país. O Delfin vai voltar, agora como ministro do PT. O Maluf ainda tem força. Quércia apita. O único que está no fundo é o Ulysses, literalmente. Estamos ainda na linha de largada e o resto do mundo moderno já está voltas à nossa frente.
E o pior: quem manda ainda é o bigodudo.
segunda-feira, março 14, 2005
RESUMO DA SEMANA (7 a 14/março/2005)
Música: "Moving Targets" do Penetration, conjunto punk de Manchester, liderado pela incrível Pauline Murray, gravado em 1978. Mixes do Laurent Garnier e Jeff Mills pela Radio Nova, na qual saem do tradicional e mixam tudo, inclusive Marcelo D2 e Jorge Ben.
Leitura: Artigo sobre Clevelândia, o Inferno Verde, publicado na última revista História, que conta um pouco dessa colônia penal no Oiapoque para onde o presidente Arthur Bernardes mandava os líderes trabalhadores, anarquistas e outros que se opunham ao governo central. Tortura, repressão e censura não era exclusividade da "gloriosa" de 1964.
Comida: Paella da Luana e Saiuri!
TV: Lost, na AXN.
Link: http://www.showstudio.com/projects/hyena/start.html
Leitura: Artigo sobre Clevelândia, o Inferno Verde, publicado na última revista História, que conta um pouco dessa colônia penal no Oiapoque para onde o presidente Arthur Bernardes mandava os líderes trabalhadores, anarquistas e outros que se opunham ao governo central. Tortura, repressão e censura não era exclusividade da "gloriosa" de 1964.
Comida: Paella da Luana e Saiuri!
TV: Lost, na AXN.
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