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Você é um Capitão Phillips ou é um marinheiro sem rosto? Esse é a pergunta que todos devemos nos fazer quando arriscamos nossas vidas pelo Estado. O barco do capitão foi atacado pelos piratas somalis e, para salvar sua embarcação, ele se entregou aos flibusteiros africanos, que passaram a exigir um resgate de US$ 2 milhões para libertá-lo. Imediatamente os EUA disponibilizaram quatro navios de guerra para a região que acabaram por libertar o Phillips, sem nenhum pagamento ter sido feito.
No entanto, outros 250 marinheiros estão em poder desses criminosos. A maioria são filipinos, os outros paquistaneses, indianos e árabes em geral. Não há mobilização de destroyers nem de canhões para auxiliá-los. Na verdade, nem as empresas pelas quais foram contratados se mostram muito interessadas no pagamento dos resgates solicitados.
O que causou a costa da Somália a se tornar o mar mais perigoso para navegação em todo planeta? Se formos traçar as causas, chegaríamos aos países vítimas dos piratas: EUA e Europa. Quem financiou a tomada de Mogadishu, capital da Somália? Dólares americanos. Não deu certo e hoje o país está sem nenhuma instituição formal funcionando. Quem perde, é claro, é o povo. O país está sem lei, dividido entre grupos extremistas que, sem ajuda externa, vêem na pirataria uma fonte de lucro.
Depois de criar as condições propícias para essa anarquia, os EUA agora exigem que as Nações Unidas tomem uma providência para estabilização da região. Não tem solução fácil. Melhor pensar duas vezes na próxima vez que meter o dedo região onde não é chamado.