sexta-feira, junho 23, 2006

O Saudoso Teatro Rolla Pedra

Em Taguatinga existia um lugar onde, durante uma época, o pessoal da Tchurma se encontrava. Era o Teatro Rolla Pedra e, todo sábado, tinha o show de alguma banda. Me lembro do melhor show da Legião que vi, que era só o Renato num tecladinho barato e o Bonfá na bateria. Soldados e Fábrica foram tocados assim e ficaram do caralho. O lugar era pequeno, escuro, mofado, quente, em fim, exatamente como um clube de rock deveria ser.

A Plebe tocou lá várias vezes. O peculiar do espaço era que o palco ficava no nível do solo e o público ficava acima, pois a pista era inclinada, subindo. Num show do Mantenha Distância, banda hardcore do Jander e Fred, roadie da Plebe, o baixista, Barney, saiu distribuindo bolacha em todos, foi muito gozado.

Volta e meia, o pessoal do Rolla Pedra organizava um festival. Montavam um palco à frente do teatro e as bandas tocavam de graça para a galera. Foi num desses que o Philippe dedurou o Alessandro como italiano, no dia que a Itália tinha eliminado o Brasil da Copa. O garoto quase foi linchado.

Mas a melhor história de um desse festival foi quando resolveram transformar o segundo andar do prédio nos camarins para os músicos. O palco ficava de costas para o edifício, de tal forma de quem olhava pela janela tinha uma visão privilegiada da banda tocando e do público.

Quem estava tocando era a Banda 69, que orbitavam junto a tchurma, mas nunca fizeram parte. Por azar dele, no camarim, tinha um saco de limões. Nossa diversão foi ficar jogando limão no surdo da bateria, que ficava bem embaixo da janela, bastava mirar e largar a fruta. Cada limão que caia, parecia uma batida fora do ritmo, e a banda toda olhava para trás, furiosos com o Militão, o baterista, crente ele estar errando.

O Rolla Pedra foi um bom exemplo dos espaços que tínhamos para mostrar nossa música. Pena que nada parecido exista hoje em Brasília.

segunda-feira, junho 19, 2006

Jabá dá Multa (nos EUA)


Jaba, the Hut? Não, mas tão letal quanto! O pagamento para ter exclusividade dos meios de comunicação é considerado crime no mundo todo. Rendeu multa à EMI nos EUA. E aqui, quanto tempo teremos que esperar até que a justiça condene as gravadoras que fecham o acesso dos artistas às rádios e televisão? Ministro Gil, tem alguma novidade para a gente? Abaixo, notícia do Estadão.

EMI é multada em US$ 3,75 milhões por pagar jabás

A gravadora também vai revisar suas táticas promocionais em virtude de uma investigação sobre pagamentos ilegais a emissoras de rádio
EFE

NOVA YORK, Estados Unidos - A gravadora EMI pagará multa de US$ 3,75 milhões e revisará suas táticas promocionais em virtude de uma investigação sobre pagamentos ilegais a emissoras de rádio - popularmente conhecidos como "jabás" -, informou nesta sexta-feira a promotoria de Nova York.
O escritório do promotor Eliot Spitzer chegou a um acordo extrajudicial com a EMI Music North America em que esta se compromete a suspender pagamentos e outras compensações para que emissoras de rádio toquem com mais freqüência músicas de alguns artistas.
"Quando uma companhia fonográfica emprega um elaborado plano para comprar tempo de execução para seus artistas, viola a lei estadual e federal e oferece aos consumidores uma imagem distorcida da música supostamente melhor e mais popular", destacou Spitzer em um comunicado.
A promotoria determinou durante a investigação que a EMI fez pagamentos ilegais para ganhar tempo de execução e impulsionar seus artistas nas paradas de sucessos, subornando empregados com entradas para shows e outros presentes e ajudando emissoras com alguns de seus custos, entre outras práticas.
Os grupos Rolling Stones, Coldplay, Gorillaz e a cantora Norah Jones são alguns dos artistas que se beneficiaram das atividades ilegais de promoção, segundo a promotoria.
Os mais de US$ 3 milhões que a gravadora pagará serão distribuídos entre entidades com fins não lucrativos que se dedicam à promoção e à educação musical.
A promotoria nova-iorquina alcançou acordos anteriores similares com a Sony BMG, a Warner e a Universal. Além disso, destacou que mantém aberta uma investigação sobre pagamentos ilegais a emissoras.