sexta-feira, julho 14, 2006

Fechando bem a semana

As coisas estão ganhando momentum! Sinto as forças invisíveis alinhando as energias para o nosso lado. Nada que eu possa noticiar agora, mas sugiro que fiquem de olho no site a partir do dia 1º de agosto, quando outra música nova será disponibilizada. E após essa data, só boas notícias.

Outra dica do que está por vir: em agosto Plebe no nordeste, começando pela Bahia!

Quem mora no Rio, fiquem de olho no jornal O Dia, para o qual dei entrevista ontem sobre a música Voto em Branco. Uma coisa legal é que o repórter me falou que pela nova legislação eleitoral, nem o voto branco, nem o nulo computa pontos para o vencedor. Então, podem anular ou podem deixar em branco que tanto faz! É uma forma de protesto. Por favor, quem tem acesso ao Dia, comprem e me digam como ficou a entrevista.

Uma dica: acessem o blog do Black em www.brblack.com, que vem com a entrevista com o Cícero de Freitas, da banda Só o Fim.

Bom fim-de-semana para todos!

quarta-feira, julho 12, 2006

CBGB: já foi tarde!



Outro dia, num show do Capital Inicial em Brasília, o Dinho estava usando uma camisa do CBGB. Sabe, aquela preta, com as letras brancas, que vem junto com a camisa Jack Daniels em qualquer kit-roqueiro? Ele chegou para a gente e falou: ainda bem que não fechou!

Acho que tenho tendências iconoclastas, mas gosto de ver instituições caindo, símbolos sendo banalizados, heróis sendo desmistificados. Não tenho saudades do passado, quero viver o futuro! E o que mais me incomoda nessa nostalgia dos anos 80s é impor a uma geração nova símbolos velhos, que nada significam para eles.

De quando que é mesmo CBGB? Da década de 70, se não antes. Vinte e poucos anos atrás foi sede do embrião do punk nova-iorquino. Tocaram no seu palco Talking Heads, Ramones, Dead Boys, entre outros. Naquela época, deveria ter sido algo novo, emocionante. Hoje não passa de uma atração turística, tipo Disneylândia para roqueiros saudosos.

Para vocês terem uma idéia, em 1997 fui visitar o Philippe e o Balé que moravam juntos num triplex de 20 metros quadrados em Nova York. Sabem quem estava tocando no CBGB? O Vanilla Ice, sim aquele do Ice Baby! Na época pensei: temos que achar novos símbolos! O rock como a gente conhecia morreu!

E não é que, acessando o site no NME, li que, finalmente, o CBGB vai fechar! O Dinho vai ficar desapontado, mas tenho uma boa notícia para ele: o clube vai ser transferido para Las Vegas. Não, você não leu errado, Las Vegas, aquela cidade no meio do deserto do Arizona, cheia de cassinos e lugares cafonas. Nada mais apropriado para provar minha teoria, o CBGB é coisa do passado, virou uma caricatura de si mesmo.

Lembram o que Las Vegas fez com a carreira do Elvis? Transformou-o em uma aberração-espetáculo para a classe média americana. Conseguiu domar o rebelde. Vai acontecer o mesmo com o CBGB. Mais um dogma quebrado! Que venham os novos!

terça-feira, julho 11, 2006

Politicamente Roqueiro


Eu não acreditei quando li, mas é verdade. Paulo Ricardo, ex-RPM, ex-sex simbol, ex-ex-roqueiro, ex-Luciana Vendramini, vai se lançar candidato para Deputado Federal por São Paulo. Até aí, tudo bem. Não vejo mal nisso, nossa geração de músicos sempre esteve muito alinhado com a política. Falei diversas vezes para o Clemente e para o Philippe afirmando que ambos seriam excelentes representantes do povo. Tenho certeza, porém, que se candidatassem, não seria pelo PFL.

Paulo Ricardo escolheu o PFL. Poderia ser pior, poderia ser o PP, o PDS, o Prona ou qualquer outro desses partidos nanicos que só servem de barganha política. Poderia ser o PMDB, partido fisiológico, casa do símbolo-mor de todos os males políticos reunidos em uma só pessoa: José Sarney. PR se livrou desses, mas foi parar no PFL.

O Partido Frente Liberal não faz jus ao seu nome, de liberal não tem nada. Até admiro a atuação do Senador Bornhausen como oposição. Mas para cada Bornhausen o PFL tem centenas de aspirantes à ACMs, além do próprio. Pergunte para qualquer historiador político os males causados pelas, entre outras, oligarquias ligadas ao PFL no nordeste. É um partido que nasceu da ditadura, estando sempre no lado do mais forte. Não tenho muita simpatia por eles.

No seu site, Paulo Ricardo escreve que o PFL está alinhado com o Serra e o Alckmim. Se admira tanto esses dois, porque não sair pelo PSDB, um partido mais sério, mais alinhado com as poucas músicas de cunho político escritas pelo cantor?

Não critico o Paulo Ricardo. Acima, somente algumas considerações. Quem sabe o PFL foi a melhor opção no momento. Tomara que, se ganhar, seja um bom representante do povo de São Paulo no Congresso Nacional. Estando em Brasília, me ligue, PR! Vamos sair para traçar umas pizzas.

Você que mora em Sampa, o número do candidato Paulo Ricardo é 2543.

Agora, se um dia o Philippe ou o Clemente se animarem..........

Um pós-comentário: brincadeiras à parte, política é algo sério que, infelizmente, é visto como piada nesse país. Deveriam ser políticos pessoas estudadas, cultas, conhecedoras das necessidades de suas bases eleitorais, sem perder a perspectiva do todo. Nesse contexto, não acho legal personalidades se candidatarem - seja o Philippe, o Clemente, o PR, o Clodovil ou o Macaco Simão - por serem famosos tomarem o lugar de candidatos mais capacitados, que dariam muito mais pelos que votaram neles, e pelos que não votaram também. Mas esse é o nosso país. Por pouco, Silvio Santos não virou presidente!

segunda-feira, julho 10, 2006

Cenas de Brasília.

Cena 1. Palácio do Planalto, Brasília. Segunda-feira, à noite.

- Senhor secretário, posso lhe expor uma preocupação minha?
- Claro assessor, entre, fique à vontade. O que está lhe perturbando?
- Bem, é que aqui no jornal diz que a gente andou pagando benefícios da Bolsa-Família até para mortos.
- E?
- O senhor não acha isso meio irregular, antiético?
- Meu caro, e por acaso morto não tem família? Que tipo de pessoa é você que acha que o governo vai abandonar uma família pobre só porque um membro dessa morreu?
- Sob esse ponto-de-vista......
- E além do mais, esse é nosso maior carro eleitoral, nosso puxa-votos. A oposição, as elites e os conservadores estão contra.
- Mas, senhor, morto não vota.
- Mas a família dele sim!

Cena 2. Palácio do Alvorada. Segunda-feira, à tarde, na beira da piscina.

- Lula! Hoje é dia de semana, dia de trabalho, e você aqui, à toa?
- Calma, Marizete, já trabalhei muito. Estou relaxando um pouco.
- Foi?
- Sim, e você não acha que cortar fita de inauguração cansa?
- Mas e seus deveres como Presidente?
- Bom, desde que deixei de fazer, ninguém notou, então tudo bem.
- Aqui no jornal diz que a gente gasta mais com publicidade do que com segurança.
- E?
- Bem, de acordo com a matéria, se a gente gastasse metade do que você usa com propaganda na construção de novas e modernas prisões federais, poderíamos resolver a questão de crime organizado nas prisões.
- E por acaso preso vota, tolinha?
- Vota, Lula!
- Epa, então vamos repensar isso...

Cena 3. Na casa de um Deputado por Brasília. Segunda-feira, à noite.

- Benzinho, já fez as malas?
- Ué, vamos viajar de novo?
- Claro, vamos para o Rio de Janeiro.
- Mas, você não tem trabalho aqui em Brasília?
- Nada! Vou trabalhar somente nove dias no recesso e receber quase três salários!
- Nossa! Então vamos aproveitar essa grana extra e viajar, né?
- Claro que não, as passagens são por conta do Congresso, para visitar minhas bases.
- Mas as suas bases são aqui, benzinho, porque te dão passagens para o Rio?
- Mulher não entende de polítca!