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Vejam o prédio acima. Bonito, não? Moderno, equipado com tudo que um edifício deveria ter. É da Procuradoria Geral da República. Custou uma fortuna aos cofres públicos. Agora, procurem na internet ou outra fonte de pesquisa a condição das escolas públicas no Brasil. Umas sem teto, a maioria com infiltração, sem luz, sem equipamento, tinta descascando, menos carteiras que alunos. Viram no noticiário a condição da UFF? Lamentável! Quer dizer, para os juizes, tem grana. Para o ensino, não.
Tenho uma teoria que é que o desenvolvimento de um povo pode ser medido por meio dos edifícios públicos que um país constrói. A relação é inversamente proporcional, ou seja, quanto mais suntuosos, menos desenvolvido é o país. Aplicando ao Brasil, vemos que estamos no fundo do poço. Nada justifica tribunais modernos, com ar condicionado central, vidros fume, espelhos de água internos, decorados com quadros bacanas, esculturas – um templo ao desperdício. Nos países desenvolvidos, os sérios, os prédios públicos são os mais discretos possíveis. Para que chamar a atenção com a fachada, quando o serviço oferecido é o que importa?
Em Washington, a maioria dos moradores não sabe onde fica o Federal Reserve, o banco central deles. É um prédio baixinho, que não chama a atenção de ninguém. Em Brasília, basta perguntar onde fica o Banco Central do Brasil e todos apontam: é aquela torre de 21 andares, com vidro preto, terraço no meio e recheado com quadros do Portinari.
Pagam mal aos professores, mas os técnicos dos tribunais ganham uma fortuna, ainda outras compensações como ajuda-créche, ajuda-terno, etc. Enfermeiros pegam horas de ônibus para chegarem aos hospitais públicos. Os juizes têm carros com ar pagos pelo erário, com motorista 24 horas.
A vida é dura para que é mole!