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Chegamos a mais um Dia Mundial Sem Carro com entusiasmo, mas pessimistas quanto ao futuro. Essa máquina poluidora, desagregadora, que está acabando com nossa qualidade de vida não dá sinal que vai embora.
Estou em Amsterdã, passeando com a Alice, minha filha. Desde que chegamos aqui, não andamos nenhuma vez de carro. Do aeroporto até a cidade de trem, da estação até o hotel de bonde. Hoje, alugamos uma bicicleta e conhecemos os principais pontos turísticos. A cidade é toda amigável para o pedal. Os poucos carros respeitam os ciclistas, há ciclovias por tudo quanto é lugar e o holandes tem na bicicleta seu meio de transporte número um. Desde rastafaris, punks, yuppies, peruas de salto alto, trabalhadores e burocratas, todos andam pela cidade pedalando suas bikes.
A cidade tem uma trilha sonora diferente, sem aquele fluxo incessante de carros que estamos expostos todos os dias nas grandes metrópoles brasileiras. Aqui, o governo não deve ser refém da indústria automoblística como no Brasil. Devem ter sua fonte de dinheiro taxando os ricos, os bancos e as igrejas, todos ignorados pela receita brasileira.
Em fim, fizemos nossa parte, pedalamos o dia inteiro. Estou queimado de sol, testa vermelha e feliz.
Saudades de casa e de todos.