sexta-feira, março 12, 2010

Sniff Sniff para Glauco



Assassinaram o Glauco e seu filho hoje de madrugada em São Paulo. Dois rapazes aparentemente drogados invadiram sua casa e numa reação a algum evento durante o assalto deram quatro tiros em cada um.

Isso me abalou muito. Não só pelo fato de estarmos perdendo um cartunista original, criativo e inovador, que conseguiu encontrar um espaço com sua arte no Brasil, país difícil de conquistar com essa forma de arte, mas também da forma e violência que uma família é dizimada.
Muitos agora apelam para o Estado, querem vingança, justiça, exigem a pena de morte. Acho tarde demais. Deveríamos exigir a presença do Estado é antes, na educação desses meninos, na condução da política nas favelas, nos bairros menos favorecidos, no acompanhamento da transição da vida adolescente para adulto, mostrando alternativas, horizonte positivo. No afastamento de soluções fáceis e mortais como tráfego, assaltos e bandidagem.
Como o Estado se ausenta, o vacum é ocupado por outras organizações com outros interesses. Interesses esses que não se incluem vidas como a dos dois rapazes que invadiram a casa do Glauco. Vidas como a do Glauco e seu filho. Como a de centenas de famílias menos conhecidas, que não ganham destaque na imprensa.
Li e revi vários quadrinhos do autor, fáceis de encontrar na internet. Não consegui rir de nenhum, hoje.

Um dia depois:

Reviravolta no caso. Não retiro nada do que disse acima, mas entramos em outro conceito. People are no good (the Cramps).