sexta-feira, outubro 27, 2006

Grungeless in Seattle

E na viagem de volta, aquela frase veio martelando na minha cabeça: “um blog tem que ter uma atualização diária!” Sim, faz sentido, já li em todos os artigos de como manter um blog. Mas estava em Seattle, a trabalho pelo Banco Central. Uma semana participando do Congresso Global de Gerenciamento de Projetos – PMI. Melhor – ou pior, depende do ponto de vista – estava sem computador, sem acesso à computador, isolado do mundo virtual!

Mas agora estou de volta e vou atualizar essa porra até o inferno congelar!

Impossível mencionar Seattle sem pensar em Grunges. Já no avião deslumbrava andar pelas calçadas apinhadas de jovens de cabelos mal tratados, camisas de flanelas, bermudas e botas. Réplicas do Kurt Cobain por tudo quanto é lugar. Pura ilusão, não vi nenhum! Sempre achei que o Grunge foi uma forçação de barra por parte da imprensa. Tudo bem, Nirvana teve seu valor, mas Alice in Chains, Soundgarden e outros eram meras bandas de heavy metal que tocavam mal e compunham pior ainda.

Voltando ao assunto, depois de procurar muito, achei uma praça cheia de jovens vestidos com roupas que poderiam ser descritas como punks. Eram meio sujos, embrulhados nuns cobertores velhos. Jovens demais para ser grunges, sujos demais para serem espertos. Dei uma moeda para um, desistindo de achar os verdadeiros grunges de Seattle.

Tem um lugar, Crocodile Café, que dizem ser onde o grunge começou. Fui lá. Só pode entrar com mais de 21 anos, o local é uma espécie de atração cult/turística. Como tudo nos EUA, conseguiram transformar o que antes era um ponto de encontro bacana, numa máquina de gerar dinheiro.

Teve também o Jello Biafra, ex-Dead Kennedys, no El Corazon. Mas era muito cedo (19 horas!) e ele não ia cantar, só dar um daqueles discursos que enchem o saco pela falta de humor e acidez gratuito.

O que me chamou a atenção é que as lojas de discos estão deixando de existir. Fui ao Tower Records, grande loja departamental de música, e eles estavam fechando as portas. Hoje, as pessoas compram música on-line, esqueçam o CD! Minha filha encomendou o último EP dos Arctic Monkeys, não achei lugar nenhum. Na Tower, o vendedor aconselhou: compre on-line!

É bom estar em casa novamente. E o Ivan garante que novembro será um mês cheio. Que venha!