Nada contra as igrejas que insistem em fazer politicagem. Não satisfeitas em iludir o povo, tomar parte de seu salário suado em forma de dízimos, agora inundam nosso congresso, câmeras legislativas e outras esferas do governo. Tudo com um único propósito: arrecadar mais para os seus respectivos cultos. Acho que não leram direito na constituição que estado e igreja são entes separados, um não deve se meter na área de atuação do outro. Caso contrário, basta olhar para o Oriente Médio e ver no que dá meter padres, pastores ou outra forma de religioso no poder.
Falo isso por causa da greve de fome do dom Luiz Flávio Cappio, como forma de protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Para que dar tanta publicidade a um religioso maluco desses? Devia deixar passar fome mesmo, afinal de contas, todo bispo que morre no Brasil em condições espetaculares vira herói. Todo mundo sabe que dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi devorado pelos índios caetés na costa de Alagoas, ainda no século XVI. Mas quem é o bispo de sua cidade? Errr, hum,,, sei lá! Sei do bispo Rodrigues, mas esse já é outra aberração. Deviam ter deixado o dom Luiz Cappio lá, sem dar publicidade. Com o tempo, ele ia se enjoar, pegar um Big Mac e sair com o rabo entre as pernas. Ainda por cima que suicídio para a Igreja Católica é o pior de todos os pecados. O bispo estava blefando!
A transposição do Rio São Francisco é uma idéia antiga, da época do dom Pedro Segundo. A redução do volume de água vai ser de, no máximo, 5%, conforme os planos. O impacto social vai ser imenso, possibilitando condições melhor de vida aos atingidos pela secular seca. Quem perde? Os caciques nordestinos que usam a seca para controlar o seu eleitorado. Ah, sim, e o Bispo Cappio, que vai perder uma boquinha, pois povo feliz, bem alimentado e saudável costuma rezar menos.