quinta-feira, outubro 20, 2005

Leitura vicreral


Apesar das cenas descritas nesse blog (quebra do Metal Box, jogar um baixo pela janela, atirar o baixo no chão), eu sou uma pessoa muito calma, avessa à violência. Mas na ficção, tenho que admitir, funciona. Quem quiser ler um livro violento, porém escrito por outra perspectiva, leia o Miso Soup, capa acima. É de um autor japonês, que tem outra abordagem no conto de um serial-killer. O personagem principal ganha a vida como guia de turismo-sexual para gringos em Tóquio. O cliente dele, na época de ano novo, é muito esquisito. Muuuuuuuuuuuuuito estranho mesmo. Se passam em três noites. Li em uma sentada, recomendo.

quarta-feira, outubro 19, 2005

E esse é o CD.


Acima, o Cd do Metal Box, também limitado, porém mais fácil de encontrar. Vi uma cópia outro dia na Livraria Cultura. Foi o disco que mudou minha vida. O John Lydon ao sair dos Pistols, rejeita o apelido Rotten e canta, logo no primeiro single: a imagem é minha, me pertence e faço com ela o que quiser. Ou seja, saiu da monocultura que o punk tinha se tornado. Foi para o lado da experimentação. Quando cheguei de volta em Brasília, depois de ter passado um ano na Inglaterra, trouxe o Metal Box debaixo do braço. O Renato Russo logo viu a importância do disco. O gozado que ele é mais revolucionário musicalmente do que nas letras. A maioria das músicas é sobre o Malcom McLaren, empresário dos Pistols, inimigo número um do Lydon.

Quanto a acusação de ser destruitivo, o Franz Ferdinand canta no seu último disco: what´s wrong with a little destruction? (o que há de errado com um pouco de destruição?) Ou como o Renato escreveu num panfleto do Aborto Elétrico: caos construtivo (e esse foi o nome da primeira banda do Philippe).

terça-feira, outubro 18, 2005

A pedidos..


Conforme solicitado pelo Cícero, publico, acima, foto do Metal Box, do PiL. Existem somente 25 mil, se não me engano. São três discos que tocam a 45 rpm. Na verdade, esse é o meu segundo. Lá pelo meio da década de 80, numa festinha em Brasília, antes da Plebe ou Legião terem gravado, começo uma discussão com o Renato Russo. Estava com o Metal Box na mão e joguei no chão. Ele olhou para aquilo e falou: isso não me impressiona. Comecei a pula em cima, esmagando o metal. O Renato gritava: para, para, isso me impressiona!

Depois, achei um filho de diplomata, que a gente apelidou de Zé Francês, que tinha outro. Acabei convencendo ele a me vender - o cara gostava de Duran Duran e Van Halen, não sabia o que tinha nas mãos.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Cara Mau!

O Bispo come ou é comido!

Nada contra as igrejas que insistem em fazer politicagem. Não satisfeitas em iludir o povo, tomar parte de seu salário suado em forma de dízimos, agora inundam nosso congresso, câmeras legislativas e outras esferas do governo. Tudo com um único propósito: arrecadar mais para os seus respectivos cultos. Acho que não leram direito na constituição que estado e igreja são entes separados, um não deve se meter na área de atuação do outro. Caso contrário, basta olhar para o Oriente Médio e ver no que dá meter padres, pastores ou outra forma de religioso no poder.

Falo isso por causa da greve de fome do dom Luiz Flávio Cappio, como forma de protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Para que dar tanta publicidade a um religioso maluco desses? Devia deixar passar fome mesmo, afinal de contas, todo bispo que morre no Brasil em condições espetaculares vira herói. Todo mundo sabe que dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi devorado pelos índios caetés na costa de Alagoas, ainda no século XVI. Mas quem é o bispo de sua cidade? Errr, hum,,, sei lá! Sei do bispo Rodrigues, mas esse já é outra aberração. Deviam ter deixado o dom Luiz Cappio lá, sem dar publicidade. Com o tempo, ele ia se enjoar, pegar um Big Mac e sair com o rabo entre as pernas. Ainda por cima que suicídio para a Igreja Católica é o pior de todos os pecados. O bispo estava blefando!

A transposição do Rio São Francisco é uma idéia antiga, da época do dom Pedro Segundo. A redução do volume de água vai ser de, no máximo, 5%, conforme os planos. O impacto social vai ser imenso, possibilitando condições melhor de vida aos atingidos pela secular seca. Quem perde? Os caciques nordestinos que usam a seca para controlar o seu eleitorado. Ah, sim, e o Bispo Cappio, que vai perder uma boquinha, pois povo feliz, bem alimentado e saudável costuma rezar menos.