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Personagem da semana: Jarbas Vasconcelos. Não estou puxando saco de ninguém, todos esses políticos antigos têm o rabo preso. Me diz com quem andas, que te digo quem és, é o que posso aconselhar o pernambucano. No entanto, até esse velho PMDBista se cansou de tanta bandidagem na política que resolveu desabafar numa entrevista à Veja, onde acusa seu partido de promover, suportar e não querer acabar com a corrupção. Mais, aponta suas críticas ao Sarney, seu companheiro de chapa.
Não que vá adiantar alguma coisa, a única página amarela que o povo lê é a da lista telefônica quando quer encomendar uma pizza, imagine a da Veja. Mesmo se lesse, iam voltar a votar nessas mesmas velhas raposas, seduzidos por medidas populescas.
Não foi só interna a reação negativa à eleição do Sarney para Presidente do Senado.
A revista inglesa The Economist publicou na semana retrasada um artigo entitulado “Onde os Dinosauros Ainda Andam” sobre o fato. Fala claramente do aspecto simbiótico do Sarney com a política brasileira. Diria mais parasitário do que simbiótico. Enfocam o fato do Maranhão ser o estado mais atrasado do Brasil, entre outros “méritos” da família Sarney.
Não é que o bigodudo respondeu!? Fico admirado, pois sempre mando e-mails aos parlamentares divagando sobre os mais diversos assuntos. Todos sempre respondem, com duas exceções, o Sarney e o Itamar. Tudo bem, se os livros do cara já são ruins, imagine os e-mails! Acho o Sarney o pior presidente que a gente já teve, seguido do Epitácio Pessoa (que proibiu negros na seleção brasileira!).
Vejam a derrota que é o Sarney para o Brasil: uma moratória sem razão que nos afeta até hoje, um plano de estabilização econômica desvirtuado para fins eleitorais (Planos Cruzado I e II), hiperinflação, uso de inside information para fins próprios (Banco Santos, alguém lembra?), muda de lado como eu mudo de camisa. Quer mais? Até na África, quando um presidente termina seu mandato, não volta com outro posto político. Vira conselheiro, comanda um partido, vira referência. Claro que o Sarney não tem qualificação para qualquer dessas coisas, então se elegeu senador pelo Amapá, cujo povo deu de bandeja mais um representante no Senado ao Maranhão.
Na resposta do Sarney ao The Economist, ele compara sua família aos Kennedys, se compara ao Churchill, diz que a culpa do sucateamento do Maranhão ser da oposição, afinal estão lá a mais de sete anos (sim, Sir Ney, e nos outros 50, quem pilhou o estado?).
O que mais me intriga é o Lula, do PT, dar apoio ao candidato do PMDB e não ao do seu partido para presidente do Senado. Sepultou, com essa atitude, qualquer possibilidade de partidos desempenharem papéis sérios na cena política nacional. É tudo fachada, já sabíamos, mas o grito de “o rei está nu” tinha que vir logo do Presidente Lula?