sexta-feira, dezembro 15, 2006

PLAY DEAD - WALK AWAY (Live On The Tube)

E para terminar a série negra, Play Dead, uma de minhas bandas favoritas de todos os tempos - ao vivo!
Red Lorry Yellow Lorry - Spinning round

Direto das cavernas sombrias do passado, quando darks dominavam o lado pensante do underground, Red Lorry Yellow Lorry no seu auge.
x-mal deutschland: matador

Mais morceginhos para vocês. Dessa vez, diretamente da Alemanha, o X Mal Deutschland, cantando em alemão, conseguiram um lugar no coração de carvão dos darks. Dancei muito para isso com a cara mais entediada do mundo - significando que estava curtindo de montão.
The Sisters of Mercy -- Black Planet

Lembranças de minha época dark sempre produzem uma lágrima saudosa em minha alma. Isso era antes dos "góticos", eramos darks. Éramos melancólicos, intelectualmente sombrios, frágeis, obscuros e sem esperança para a humanidade. Me divertia muito. Vou postar uma série de clipes das bandas que gostava dessa época. Que venha a chuva e a neblina e apague o verão!

Chorem!



Lula chora. Heloísa Helena chora. Por razões diferentes, claro. O primeiro porque chegou onde chegou, com mérito claro. A segunda, porque não chegou onde queria chegar e está de saída. Ambos não fariam falta nenhuma. Quem vai fazer falta e por esse eu choro é o Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, que faleceu ontem aos 76 anos de idade. Grande músico. Hábil e original. Vai fazer falta.

Outro motivo para chorar é o aumento auto-concedido aos nossos representantes no Congresso. Impacto: 163 milhões por ano. Quem paga? Eu, você, todos nós. De onde vai sair? De dinheiro que poderia ir para a educação, a saúde, segurança, todos esses assuntos que para o povo brasileiro são importantíssimos, mas para os congressistas não valem a pena discutir. Já salário, passa rapidinho. Somos trouxas, somos idiotas passivos. Ninguém vai fazer nada. Nem uma vidraça do Congresso será quebrada, nem um ovo será jogado em um deputado, nem uma torta num senador. Vamos baixar a cabeça e pagar a conta. Como sempre fazemos todos os anos.

E o efeito cascata? As assembléias municipais e estaduais também vão se auto presentear aumentos do mesmo tanto. Tem municípios que um aumento desses é um golpe para o futuro de seus habitantes. Cadê o Guy Falkes brasileiro?

Meu cunhado sempre fala: político bom é político morto. Sempre discordei, achei que por meio do voto a gente poderia reverter a situação. Começo a ter dúvidas.

Chorem mesmo. Tchau Sivuca! Tchau dinheiro dos impostos!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Wire - Ao Vivo na TV Belga

O Wire gravou esse show na TV Belga em 1979. Saiu em DVD e vale a pena pegar a banda em sua melhor forma. Minha primeira banda, os Metralhaz, com o Bonfá, a gente tentava ser igual ao Wire. Eles conseguem unir a energia do punk à vanguarda musical. Essa imagem, que hoje é meio de new wave, à época era radical. Ouçam e reouçam, a música do Wire cresce a cada renovada. O primeiro disco, de 1977, Pink Flag, tinha 21 músicas, algo inusitado.
Comsat Angels - Independence Day

Quem acompanha a história das bandas de Brasília sabe que uma das bandas que mais nos influenciou eram os Comsat Angels. Bonfá, Philippe, Renato, todos citavam-os como "A" banda. Achei no You Tube esse vídeo e confesso que nunca tinha visto a banda antes (não tinha fotos dos músicos nos discos). A planta baixa da cozinha da Plebe está toda aí. Pena que o vídeo é meio esquisito (ruim), mas vale a pena pela música.

O Dia em que o Philippe Esbofeteou o Loro Jones

A pedidos, vou contar a história. Foi assim, a gente estava no bar Adrenalina e, como já mencionei em outro posto, o prédio estava todo vazio, com exceção da sala do Marcão, no segundo andar, onde funcionava o estabelecimento. Como o local era pequeno, a gente pegava nossas bebidas e ficava pelos corredores abandonados.

Outra coisa nessa retrospectiva: o Philippe tinha, se não me engano, uns 15 ou 16 anos, era magrinho (vejam as fotos no livro do Marchetti) e usava um óculos Rayban fundo de garrafa. Ele era o caçulinha da turma. Naquela época, o Philippe estava apaixonado por uma menina que acabou saindo com o melhor amigo dele. O Philippe estava pra lá de Bagdá, afogando as mágoas de adolescente apaixonado, contanto a história para todo mundo. Quando foi contar para o Loro, esse deu a sugestão: “mete a mão na cara dele!”.

Acontece que o cérebro do Philippe só pensava 51-51-51, pois era isso que tinha bebido a noite toda. Algum curto aconteceu nos poucos neurônios que ainda estavam sóbrios e ele entendeu que era para bater no Loro.

Quando falou “mete a mão na cara dele” o Philippe fez, só que na cara do Loro”! Foi uma bolacha bem no meio da cara, de mão aberta, aquela que fazem um “plac!” alto, chamando a atenção de todos. E foi com força, o então guitarrista do Blitx 64 quase foi ao chão. O murmúrio das conversas parou, um silêncio reinou no lugar. Todos se perguntando qual seria a reação do Loro. Foi tão inusitado, que o Loro teve que rir enquanto esperava o arder da bochecha passar. Reagir seria uma covardia, o jeito era botar a culpa no álcool e deixar estar. Esse dia virou lenda.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Metallica So what

Agora, a versão do Metallica. So fuckin' wot?!?!
Anti-Nowhere League-So What?

O ANL eram mal vistos por todas as outras bandas punks no início dos 80s. Talvez seja pela violência dos membros da banda, talvez pelo consumo excessivo de anfetaminas. O fato é que So Wot? foi banido, pois o Animal (o vocalista) canta sobre tudo que ele já trepou na vida: gatos, cachorros, cabras, etc. Eles abriram uma turnê do Damned e quase mataram o Capt. Sensible com machadadas - he he he. Coisa de louco. Essa música foi gravada anos depois pelo Metallica. Prefiro a original.
the damned curtain call

Isso é um clássico! Nem sabia que o Damned tocava Curtain Call ao vivo! Em 1981, quando o André Pretorious saiu do exército ele voltou ao Brasil com o disco Dark Album do Damned debaixo do braço. Tinha uma música que ocupava um lado inteiro do vinil. No começo, a gente torceu o nariz, como que uma banda punk faz uma música com mais de 3 minutos? Mas virou trilha sonora de nossos fim de noite. A Plebe até se inspirou nela para fazer Ação, Solidão, Adeus, tipo uma música cheia de partes e longa. Maravilha, apreciem!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Adeus ao Marcão Adrenalina.

No crepúsculo dos anos de chumbo, lá pelo início dos anos 80s, uma entrequadra comercial diferente foi inaugurada na 205/206 norte. Parecia um castelo árabe construído por uma criança. Não tinha janelas. Era para ser um conceito novo de comercial para o Plano Piloto, mas não deu certo. Tanto é que ninguém quis alugar as lojas e salas disponíveis.

Ninguém não, uma pessoa ousou: Marcão alugou uma sala, pintou ela de cor-de-rosa choque, pendurou uma foto do Iggy Pop na parede, construiu um pequeno balcão e chamou o seu bar de Adrenalina. Quem começou a freqüentar lá foi o pessoal da tchurma, que consistia nos membros do Blitx 64, da Plebe Rude e do Aborto Elétrico, mais os agregados. À noite, sem mais nada para fazer em Brasília, íamos para lá ficar ouvindo música – o Marcão tocava tudo que a gente gostava – e bebendo. Foi lá que teve a noitada histórica quando o Philippe bolachou o Loro Jones.

Como a gente não tinha carro e os ônibus em Brasília paravam às 20 horas, o Marcão enchia o seu carro com esses punks bêbados e levava um a um para casa. Não tinha lugar melhor, além de divertido, era carona garantida para casa!

Obviamente o lugar faliu – durou pouco mais de dois meses, mas se tornou histórico. Tanto é que no clipe de Luzes, fazemos uma homenagem à Adrenalina mostrando a entrequadra. E o dono ganhou o apelido que o seguiu até o fim: Marcão Adrenalina.

Fui encontrar o Marcão em Goiânia, na turnê do Concreto. Tinha aberto outro lugar, uma boate diferente, onde tomei um porre de vodca com Toddy. Até hoje não sei como ele me convenceu a beber aquela porra! De volta à Brasília, encontrava esporadicamente o Marcão, mas sempre era de um papo agradabilíssimo e centrado no velho rock n roll.

Ele teve meu voto nas eleições de 2002, quando se candidatou à Deputado Distrital pelo PV. Seu solgan era: Mandando V! Pena que não foi eleito, sua figura assustou até os mais radicas verdes.

Marcão Adrenalina faleceu no último sábado. Não fui ao enterro, pois estava em Pirinópolis e só soube na segunda. Quero deixar aqui meus profundos sentimentos à família, aos amigos e ao rock de Brasília, que perdeu um dos seus grandes patrocinadores. Tomara que esteja lá no céu, com seus heróis Hendrix, Brian Jones e os três Ramones.