terça-feira, abril 22, 2008

Brasília - 48 anos

21 abril - Niver BSB
Ontem foi aniversário de Brasília. Impressionante quando se percebe que a capital federal tem somente 48 anos e o quanto se desenvolveu. Duvido que quaisquer dos brilhantes arquitetos, urbanistas e palpiteiros em 1960 conseguissem prever um crescimento desse porte aqui, no meio do Planalto Central.

Como ocorre em todo aniversário de Brasília, a Esplanada dos Ministérios é fechada para as comemorações. O Arruda não poupou energia e planejamento e ofereceu aos brasilienses uma festa e tanto. Liberou o metrô, possibilitando a vinda de uma manada de pessoas. Estima-se um número perto de um milhão de pessoas passaram pelo local.

Estive lá das 14 às 22 horas. Primeiro, fui levar a Ana para ver a Esquadrilha da Fumaça, que sempre me surpreende. Muita gente, uma multidão digna das metrópoles da China. Estivemos na praça do Museu da República, aquele em forma da casa dos Teletubbies. O Niemeyer projeto três lagoas circulares, que estão cheias de água fétida e suja. Claro que os tanques pareciam o Rio Gandhi, cheio de crianças nadando de cuecas. Sem nenhum banheiro por perto, duvido que saíssem para fazer suas necessidades. Consigo prever que vários irão contrair doenças até o fim do mês.

Observei os que me cercavam, a maioria, 99%, pessoas das classes C e D que vieram das cidades satélites. Interessante notar que realmente houve distribuição de renda no governo Lula (ou talvez desde o governo FHC). Todos tinham dinheiro para gastar em cervejas (vendidas ilegalmente dos porta-malas dos carros), picolés, CDs e outras coisas que estavam sendo vendidas. No entanto, educação zero. Mesmo com lixos presentes, tudo quanto era lata, garrafa e papel tinham um único destino: o chão. Lá pelas 16 horas, quando começou o Streetball, a Esplanada parecia uma grande depósito.

Outra percepção, agora que têm o que comer, comem, sem preocupação nenhuma com alimentação. O que se vê de buchos de fora incomoda. Imagem aquelas funkeiras, calça apertadinha, justinha, camisa levantada e o barrigão mostrando alegremente um piercing de latão pendurado do umbigo. Bem que o IBGE alertou, a obesidade é um risco à nossa população.

De noite, o show de gravação do DVD do Capital Inicial. Fazem um pop competente e é confortante saber que conseguiram a notoriedade que têm. Tem umas fotos nesse link, vejam como foi. Até o Arruda estava lá, de verde, claro, aprovando tudo. Dinho foi um anfitrião de primeira, mesmo não parando de falar “cara”. É sua marca registrada – além do piercing no umbigo, claro. Foi legal ver meu amigo do peito, Fê, tocando com tudo. Foi o melhor da banda, na minha opinião. Detestei aquela boneca da Natasha, parecendo mais uma dançarina do Tchã do que a roqueira retratada na letra.

Bom, não vamos falar de letras......... que venha o DVD, que incluirá Geração Coca-Cola, Que País é Esse, Mulher de Fases, Primeiros Erros, outra da Legião, além, claro, dos hits do Capital.

Desaparecimento

Não o blog não está abandonado. Tem coisas que acontecem em nossas vidas que exigem que toda nossa atenção mental e emocional fiquem focadas. Isso aconteceu comigo. Na segunda passada, meu pai foi internado na UTI, primeiro com pneumonia, desenvolvendo depois um choque séptico. Não tinha motivação para outra atividade a não ser torcer pela sua melhora e ficar com a família.

A boa notícia é que já melhorou. Ainda está em estado grave, mas sua melhora é lenta e significativa. Agradeço todos os votos de solidariedade recebidos.

terça-feira, abril 15, 2008

Abobrinhas com Donuts.


Essa foto me impressionou muito. Não veio como surpresa, mas como confirmação do quão estúpido é o ser humano. Os carinhas de terno da trilogia Matrix tinham razão, somos o vírus de nosso planeta. A Agência Espacial Européia divulgou a imagem que mostra o globo terrestre e o tanto de lixo espacial que está em órbita. Não contente com a poluição dos oceanos, agora atacamos o espaço.

Chaves censurou os Simpsons. Há há há, adoro esse programa, coitado dos venezuelanos que vão ter que ficar com as reprises dos discursos de seu líder. E os argentinos estão revoltados porque num episódio recente dos Simpsons, chamam o Perón de ditador. Ué, ele, Médici, Geisel, Strossner e Pinochet eram o quê?

Outra notinha que quero que reflitam. Não sei se estão acompanhando o caso do reitor da UnB que permitiu o pagamento da reforma de seu apartamento funcional com cartão corporativo. Bem, os estudantes da universidade, revoltados, invadiram a reitoria e conseguiram derrubar o reitor e o vice.

Nunca em toda minha história de UnB vi a imprensa apoiar tanto uma invasão de prédio público como esse. Deixando de lado a discussão da ética ou falta de ética das ações do reitor, me deixa com a pulga atrás da orelha o apoio da mídia aos estudantes. Acho que estão sendo usados, meros peões numa jogada cujos verdadeiros objetivos desconhecem. É estranho a nossa imprensa não exigir de forma tão contundente a saída dos outros servidores públicos que usurparam o dinheiro público por meio do cartão corporativo.

Tanto é que, confirmando, uma vez expulsos os reitor e vice, quando os estudantes invasores se recusaram a sair do prédio, a imprensa já está chamando-os de radicais. É muito fácil manipular jovens com raiva, já diziam os estrategistas de antigamente.

sexta-feira, abril 11, 2008

Plebe na Flickr

Abri uma conta, em nome da Plebe Rude, na Flickr. Trata-se de um serviço na internet que permite o compartilhamento de fotos e vídeos. Achei que seria uma forma interessante de democratizar nosso arquivo visual recente. Assim, abre-se mais uma forma de contato com a Plebe Rude, que já conta com o site oficial (meio desatualizado por problemas operacionais do host), com o nosso My Space, com o blog do Txotxa e, claro, esse espaçinho aqui.

Para ponta-pé inicial, umas imagens que vinha guardando que serviram para a concepção da capa do R ao Contrário. Essas foram trocadas entre a Eye Design e a Plebe até chegar no produto final. Veja o album aqui ou vá para http://www.flickr.com/gp/25518956@N07/1HJ811.

Podem deixar comentários a vontade.

Semana Proveitosa



Semana proveitosa. Inserção na reportagem do DF-TV sobre aniversário de Brasília. Depoimentos para o especial do Concreto na MTV. Músicas novas borbulhando no estúdio do Philippe. Possibilidades de novos shows.

Tem também uma possível locação para o nosso DVD: a concha acústica! Quando fomos fazer a reportagem da Globo local, reparamos a potencialidade do lugar. Vista linda, uma outra visão de Brasília. Espaço. Possibilidade de fazer um evento de graça. Palco grande. Seria uma boa.

Presentinho para curtirem no fim-de-semana: o francês Le Le com seu novo hit Breakfast. Eu sempre fui fã dos absurdos poéticos do Iggy Pop, com clássicos como "she fits me like a glove, we do it in the mud" ou "i got a pain in the neck/what the hell, what the heck". Mas o Le Le foi além, com um rap comparando a mulher com um café da manhã. "you're the cheese on my baguett/the jelly on my bread/the french on my toast" ou o melhor: "holla holla holla, oat meal and granola". Muito bom, ouçam no desejum diário para começar bem o dia. Yeah, Bitch, you're breakfast!

quinta-feira, abril 10, 2008

Plebe no Ar.

Fiquei longe do blog durante os últimos dois dias por uma boa razão: divulgação da Plebe Rude.

Na terça, Philippe e eu gravamos uma inserção numa reportagem do DF-TV (Globo) sobre marcos de Brasília que estão abandonados. Focamos na Concha Acústica, à beira do Lago Paranoá, que é um local excelente para shows, apresentações, dança, teatro, mas é ignorado pela administração pública. O local está visivelmente abandonado e sem nenhuma programação oficial. É uma pena, poderia abrigar toda uma política cultural do GDF. Isso vai ao ar no aniversário de Brasília, dia 21 de abril.

Ontem, quarta, gravamos nossa participação no programa Álbum Clássicos, da MTV, que vai focar no Concreto Já Rachou. Foi muito bacana e comovente relembrar o processo que levou à gravação de nosso primeiro disco, seu impacto e conseqüências. Vai ao ar em maio, aviso quando souber mais precisamente da data.

E com tudo isso perdi Bad Brains em SP ontem!!! Para quem já viu o documentário American Hardcore, o BB tem um papel fundamental, pois foi quem criou o gênero. Isso é muito importante, pois muitos acham que o estilo é 100% White. Muito enganados estão, pois o gêneses de tudo foram os Bad Brains.

segunda-feira, abril 07, 2008

Tenori-On na Plebe?




Como músico, gosto de estar na crista da onda em termos de o que é possível fazer hoje em dia. Nada substituí o baixo/guitarra/bateria, claro, que ainda são o centro de toda composição, assim como a caneta e o papel são o centro de toda escrita. No entanto, gosto de usar novos brinquedos para estimular a criação e sair do óbvio.

Para vocês terem uma idéia, O Que Se Faz foi composto em cima de um loop muito doido que havia feito em cima de um trompete, uma batida e muita programação num MPC-2000. Quando chegamos à música mesmo, tiramos o MPC e ficou como ficou no disco.

Tem um instrumento – será que pode ser chamado disso? – que é o Tenori-on, fabricado pela Yamaha que está em minha mira. Imagine compor visualmente, controle de sons por meio de luzes, tudo na ponta de seus dedos? Vejam os vídeos e, se um dia tiver 600 libras sobrando, vão me ver com um desses.

O que achariam do X no palco tocando um Moog ou um Tenori-on?

sexta-feira, abril 04, 2008

Plebe 2008

Hoje, oficialmente, começamos a establecer as fundações do que virá a ser o novo trabalho da Plebe Rude. Fui para a casa do Philippe, onde ele me mostrou algumas idéias (muitas já bastante desenvolvidas) de músicas. De um total de seis, duas me deixaram bastante animado. São todas bem Plebe, guitarra a lá Philippe, bem trabalhada, batida tribal, baixo marcante. Continuarei a mantê-los informados.

Zombie Strippers - Trailer

Zombie Strippers tem tudo para ser o filme do ano. O Oscar de 2008 tem que ir para Jenna Jameson, rainha do onanismo, musa pornô.

Aquela fala final: são zumbis, não, são strippers, não, são strippers zumbis é melhor que qualqer scorcesse, wenders ou stone!

quinta-feira, abril 03, 2008

terça-feira, abril 01, 2008

Palavras difíceis de escrever...

O Philippe já deixou um recado no site oficial, então acho que já posso passar a notícia. A partir de hoje, não vou estar mais vinculado à Plebe Rude. Após mais de duas décadas à frente da banda, não passo mais a fazer parte de seus elencos. Philippe, Txotxa e Clemente saberão levar adiante a bandeira, eu, infelizmente, tenho que aproveitar a oportunidade que se mostra.
Meus amigos de antigamente, Dado e Bonfá, me convidaram para uma turnê da Legião Urbana, ao lado deles e do Paulo Ricardo, prestando homenagem ao Renato. Sei que muitos vão me taxar de hipócrita e vendido, mas tenho que me capitalizar. Espero que entendam. Não será o fim do X na Plebe (espero), mas umas férias testando novos palcos.
Nunca deixem de ser Plebeus!
Amém.

1º DE ABRIL!!!! ha ha ha ha ha ha ha..... errr.... sem graça!

segunda-feira, março 31, 2008

Cuba Exige: Toca Raul!

Lembram daquele post sobre a renúncia de Fidel Castro? Seu irmão, Raul Castro, foi “votado” como o sucessor. Numa discussão, muitos leitores achando que não faria diferença, outros achando que o cara seria uma espécie de fantoche do irmão aposentado.

Para aqueles que estão seguindo as notícias, alguns indícios mostram uma lenta, porém significativa, abertura. É importante que os cubanos liderem a inevitável transição para o mundo globalizado, em contra-ponto a algum outro país interferir em seu terreiro.

O que fez Raul? Primeiro, liberou o uso de celulares para a população. Até então, só a alta cúpula do partido que podia ter acesso ao telefone móvel. Deve ter sido uma moleza para eles, imaginem, poucos celulares, era possível ter TODOS os números na memória de TODOS os celulares. Não havia desculpa para “eu não tenho seu número”.
- Camarada, por que não me ligou ontem?
- Não tinha seu número.
- Como não, só tem 39 celulares na ilha? Paredón!

Bem, agora, teoricamente, todo cubano pode ter um celular. O problema é como comprar um, tendo em vista que são caros e a renda média vai para comprar alimentos e não comunicação. Essa pequena decisão do Raul vai obrigar muitos a procurarem novas rendas. Nova renda = empreendorismo = mercado = mundo globalizado. Achei muito significativo ele ter começado a reforma justamente pelo aparelho símbolo do mercado livre. Outra: quem vai oferecer os serviços? Em breve, prevejo empresas estrangeiras de telefonia abrindo em Cuba.

Tão importante quanto a liberação do celular, é a liberação da compra de computadores. Tudo dito sobre a liberação da telefonia móvel se aplica ao computador.

Hoje, outra proibição cai. Cubanos já podem se hospedar nos hotéis da ilha. Antes não podiam, só turistas e, claro, a cúpula burocrática estatal. Bem, aí é o seguinte, outra lei cubana diz que somente hóspedes de hotéis podem alugar carros. Bom, se um cubano já pode se hospedar num hotel, teoricamente, enquanto hóspede, pode alugar um carro. Com isso, pode se locomover e dormir em qualquer ponto da ilha que tenha um hotel. De novo, bastante significativo, tendo em vista que para fazer negócios, o empreendedor tem que se locomover e, muitas vezes, dormir fora de casa.

Raul cumpre o que promete: reduzir o grande números de proibições. Se ele somente conseguisse proibir o irmão de fazer aqueles discursos que duram horas.....

Cena final: na cúpula do partido cubando, o presidente está com problemas com o celular, que não toca. Mexendo nos controles, o assessor tira do “mudo”, resolvendo a questão.
Raul: “Essa porra não toca!”
Assessor: “Já arrumei.”
Raul: “Não toca!”
Assessor: “Toca Raul! Toca Raul!”
E a galera do cogû, cachû e urrû comemora!

sexta-feira, março 28, 2008

Fechando a Semana


Bem, mais uma semana finalizando e amanhã é aniversário de 3 anos da Ana. Como pai, tento passar informações às minhas filhas que abrangam um leque maior do que elas têm acesso. Assim, aos 5 anos de idade, a Alicé já sabia quem era Bela Lugosi, sabia reconhecer o humor em ver um sósia do Elvis e gostava de ouvir Lee Perry. A Ana está viciada nos desenhos antigos do Super Mario Brothers, tem um pijama do Sonic Youth e nunca viu um Xuxa nos seus 3 invernos.

Bom. Acima, um trailer, de um filme que promete. Quero samplear esse "that is good weed, that is good weed", para usar como ringtone, ha ha ha. Imagine, reunião no Banco Central, alguém me liga e soa pela sala: good weed, good weed.

No meu iPod: Bauhaus, Does It Offend You Yeah, Teenagers, Kerri Chandler, Inland Knights, Clap Your Hands Say Yeah, entre outros.

Na TV, Sopranos!

Na cabeceira: Sonic Transmissions, a história do Television.

Finalizando: dêem um pulo no nosso My Space (link aí do lado).

Bom fim-de!!!

quinta-feira, março 27, 2008

terça-feira, março 25, 2008

Little Girl Lost toca Brasília


Adoro quando bandas fazem cover da Plebe. Ainda mais, quando escolhem uma música que não são as óbvias, tipo Até Quando e Proteção. O Philippe me passou o link do vídeo acima, que é uma banda chamada Little Girl Lost tocando Brasília. Difícil escolha, se esforçam bastante, bom trabalho. O Biquini queria gravar A Ida naquele disco no qual eles interpretam os anos 80s, mas acabou não saíndo, pena. O Paralamas quase gravou Pressão Social no acústico, mas também acabou não entrando. O que eu queria mesmo é o Zé Ramalho cantando Longe, do terceiro disco. Sonha, X, sonha!

Não sei nada da banda, se alguém souber....

segunda-feira, março 24, 2008

Plebe no Almanaque 80s


Odeio aquele papo de velho desatualizado: "hoje não se faz música como antigamente." Se faz sim, e melhor. A turma do cheira-mofo adora festas Anos 80s e produtos similares. E não é que, para minha surpresa, a Plebe Rude está num CD do almanaque dos anos 80s? Nem sei quando saiu isso, já que a EMI não nos avisa e, legalmente, pode fazer o que quiser com nossas gravações. Como já escrevi aqui, perdem a oportunidade de ganhar uma mídia de graça por meio de sites, my spaces e outros. A capa está acima e a lista das músicas, abaixo. Nunca pensei que teria que dividir uma bolacha com a Rita Lee!

1. Rebelde sem causa - Ultraje a Rigor (X diz: boa canção, representativa da época, minha caçula adora!)
2. Cinema mudo - Os Paralamas do Sucesso (Lá de uma época em que os PdS estavam dando seus primeiros passos - incrível como a banda só melhorou com o tempo)
3. Aumenta que isso aí é rock´n´roll - Celso Blues Boy (Diminue! Diminue!!!)
4. Até quando esperar - Plebe Rude (Sem Comentários, mas poderiam explorar outras faixas do Concreto, né?)
5. Erva venenosa - Herva Doce (Veneno é ter que relembrar isso!)
6. Sou boy - Magazine (Kid Vinil, bom na teoria, fraco na prática, mas ainda é o herói do brasil!)
7. Armadilha - Finis Africae (Obra prima!)
8. Corações e mentes - Titãs (Heim?)
9. Agora eu sei - Zero,Paulo Ricardo (Adoro a versão ao vivo, sem o biscateiro PR)
10. Primeiros erros - Kiko Zambianchi (Capital?)
11. No mundo da lua - Biquini Cavadão (Eu gosto, pronto, assumi!)
12. Babilônia - Kongo (Dez! Ainda vão ter seu reconhecimento)
13. Flagra - Rita Lee (Pelamordedeus! Trilha de novela de novo, vovó Rita?)
14. Betty Frígida - Blitz (Não só a Betty, não só a Betty...)

quinta-feira, março 20, 2008

Plebe em Palmas - pós-show (ou o Day After)





Decidi dividir o relato desse show em partes para vocês poderem ver o que envolve tocar em algum lugar. Desde de a chegada, até a saída, passando pelo show, pela socialização com outras bandas, tentei registrar tudo. E claro, a espera.... como o Philippe e o Txotxa, acima, esperando a van chegar para levá-los ao aeroporto. Queria mostrar também a equipe técnica, o Renato e o Leo, acima com a gente. Bem vindos ao nosso mundo!

quarta-feira, março 19, 2008

Plebe em Palmas - Crazy Legs




O legal desses festivais independentes é o encontro com outras bandas que estão batalhando a eterna guerra de ser roqueiro no Brasil. Encontramos o trio Crazy Legs no vôo para Palmas, pois todos dos que vão para a capital do Tocantins têm que fazer escala em Brasília. Fomos apresentados no saguão do aeroporto pelo Kaká Prates e logo senti que a vibe era mútua.

Crazy Legs toca um rockabilly de raiz, com contrabaixo acústico, guitarra sem pedaleiras e um batera descalço. Muito bom mesmo. Deram uma excitante performance, mostrando o quão diverso e bacana é o universo independente de rock deste país tropical.

Sei que as fotos não saíram lá essas coisas, mas dá para sentir o clima.

terça-feira, março 18, 2008

Plebe em Palmas - mais fotos




Palmas, com 18 anos, é a capital mais jovem das Américas (ou será do mundo, alguém sabe?). Impossível não comparar com Brasília, ainda mais a gente, que veio bem no início da Capital Federal. Acho que um dos erros de Brasília, ruas largas norte/sul, ruas de mão única oeste/leste, que causa tremendos engarrafamentos, foi corrigido no traçado de lá, que só tem avenidão. Mas não vi nenhuma previsão de metrô ou outro transporte público eficaz. Isso é péssimo, pois vai acontecer o mesmo que as outras metrópoles em termos de trânsito.

Fácil de sentir também a ansiedade dos que lá habitam, torcendo para que dê certo. Paralelo à Brasília nos 70s (e até hoje) é a falta de opção culturalmente falando. Um só Porcão e um só Fred Aguiar não dão conta dos anseios dos jovens.

Os Raimundos sempre me falaram bem do público de lá, e comprovei.

Plebe em Palmas - o show



O que está salvando e dando novo gás ao rock nacional são os festivais independentes. Neles, bandas ótimas têm espaço e público para divulgar seus trabalhos. Estão num circuito pouco explorado pela mídia, mas que funciona muito bem. Tocamos no Tendencies Rock Festival de Palmas, que está na sua quinta edição graças ao trabalho de um homem: Porcão. Esse herói dos bastidores carrega nas costas toda a idealização e esforço para fazer o festival acontecer. Mesmo com a retirada de última hora do patrocínio do Estado de Tocantins, consegue fazer os dois dias do festival serem um sucesso. Fomos os headliners do primeiro dia. Foi um show bacana, com direito a um pelado correndo pelo palco!

segunda-feira, março 17, 2008

Plebe em Palmas - pré-show





Todos acham a vida na estrada glamorosa. Se tivesse que escolher uma só palavra para descrever o que é, escolheria "espera". A gente espera para pegar o avião, para pegar o ônibus, para fazer o check-in no hotel, para ir para a entrevista na rádio local, para a TV, para passar o som, para voltar para o hotel, para jantar, para entrar no palco, para voltar para o hotel, para ir de novo para o aeroporto, para embarcar, para chegar em casa..... ufa!

Mas vale a pena! Cansa, mas é muito melhor que sentar atrás de um computador e escrever pareceres, ha ha ha. Acima, fotos de entrevistas em rádio e TV em Palmas. Reparem que até o ex-senador Siqueira Campos apareceu para pousar na foto! Reparem a cara de "animado" do Txotxa, percorrendo a maratona de entrevistas, passando mal de fome.

O show foi excelente, mais sobre isso depois.

quarta-feira, março 12, 2008

Plebe Rude - Protecao II (1987)

Naveganado pelo You Tube achei essa pérola. A gente gravou nos estúdios da EMI, com o Boninho da Globo na direção. Ficou muito foda! O gozado é que o Branco Melo dos Titãs, depois, achou ruim a gente ter inserdio Bichos Escrotos, vá entender.....

Plebe em Palmas!

Show da Plebe Rude em Palmas, nesta sexta-feira, dia 14 de março. Estaremos tocando Tendencies Rock Festival, junto com outras bandas. Confiram o line-up dos dois dias de festival:

5º Tendencies Rock Festival
Dias 14 e 15 de março de 2008

Atrações:
Sexta 14 de março 2008

PLEBE RUDE - DF
CRAZY LEGS - SP
LESTO - DF
INTRUSOS - PE
DEAD SMURFS - MG
BANG BANG BABIES - GO
LA CECÍLIA - TO
MESTRE KUCA - TO
VERTIKAL - TO

Tenda Eletrônica sexta:
4 Atrações : Lives + DJ sets + Decoração 00:30 / 06:00

Atrações:
Sábado 15 de março de 2008

VELHAS VIRGENS - SP
HARLLEQUIN - DF
PECADORES- - SP
SICK SICK SINNER - PR
D.F.C. - DF
JOHNNY SUXXX - GO
BODDAH DICIRO - TO
MATA-BURRO - TO
CLAMOR - TO

Tenda Eletrônica sábado:
4 Atrações : Lives + DJ sets + Decoração 00:30 / 06:00

terça-feira, março 11, 2008

Enquanto a Trégua Não Vem - Novo Formato




A caminho da brinquedoteca num shopping aqui em Brasília, passo por uma daquelas lojas que em fase de extinção – de CDs – e vejo, na vitrine, o disco Enquanto a Trégua Não Vem em exposição. Só que tinha algo diferente, era outra embalagem, o que o mercado chama de digipack. Deixei a Ana brincando e voltei à loja.

Não era só o nosso, a EMI reempacotou um monte de nomes de seu catálogo e colocou a venda por um preço bastante acessível, 12 reais. Além do ao vivo da Plebe, tinha também o acústico dos Paralamas, que eu me lembre. É raro uma gravadora brasileira investir no catálogo. Vide, por exemplo, que o Concreto e o Nunca Fomos estão esgotados e a EMI não faz o mínimo de esforço para recolocá-los nas lojas. Tente achar um CD do início da carreira da Gal Costa, sua melhor fase, quando ela era uma hippy movida à ácido. Impossível. Lá fora, o que está dando lucro às gravadoras são seus catálogos, aqui, preferem investir no jabá e nomes novos de talento duvidoso.

Enquanto a Trégua Não Vem em digipack ficou bem legal, melhor que o original. Uma das minhas broncas com o CD sempre foi a embalagem. Odiava aquela caixinha de plástico que vivia quebrando as bordas, deixando tudo solto. Essa solução de papelão dá um ar de dignidade ao disco, lembrando até os antigos álbuns em vinil (alguém se lembra?).

Se vocês ainda não têm, vale a pena, tá barato! Se já têm, mesmo assim é uma boa para embelezar a coleção. Eu mesmo, já comprei o meu.

segunda-feira, março 10, 2008

Mentiras por Enquanto


A música Mentiras por Enquanto tem uma história bem legal. Morávamos no Rio de Janeiro, a turnê do Concreto chegara ao fim e estava na hora de produzir material novo para o disco que viria a ser o Nunca Fomos tão Brasileiros. A Plebe já havia se estratificado, com o Jander isolado em Mendes, o Gutje a voltas com a Helena tramando alguma coisa, sobrando para o Philippe e eu tocar o barco.
Era uma noite de chuva intensa, com raios e trovões anunciando o fim do mundo. Tinha arrumado uma cópia de Rude Boy, o filme do Clash baseado num roadie da banda. O Philippe foi lá em casa e a gente assistiu o filme. Após, ficamos saudosos da nossa vida em Brasília, porém sabendo que não teria volta, agora era Plebe, Rio e disco novo. Tentamos resumir isso em nossa letra, metafórica demais, talvez, mas trata-se disso.
Por furacão e tempestade, tentamos descrever a nossa vida na Plebe e como isso nos afetou, tornando claro que se a gente não conseguisse, ficaríamos malucos. Altar = palco, sorrisos falsos=críticos, converter=se vender, fazer qualquer coisa pelo sucesso. Necessidade de fazer as pessoas entenderem = perceber que estamos dando o máximo para manter a Plebe nos trilhos. Essa troca que vale a pena = relação Plebe com os plebeus.
Em fim, explicar porquê?
Sobre a música, é o instrumental mais chato de tocar da Plebe. A linha de baixo é de dar nó nos dedos, toda a atenção é pouca para as mudanças súbitas. Devemos retornar a tocá-la nos shows?

Mentiras Por Enquanto
Música e letra: Plebe Rude
Letra
No olho do furacão esta calma
olhe em volta, veja os danos feito pelo vento
Não tente explicar a tempestade
procure abrigo ou se torne vulnerável
De cima do altar é estranho
vejo muitos sorrisos, e um é falso (...o horror)
Você sabe que não estou aqui para converter
você sabe que não estou aqui pra rezar pra infiéis
se a situação se invertesse você iria entender?
Se você falar mentiras sobre a gente
falamos a verdade sobre você
É! Não olhe para mim
não quis que fosse assim
queria que a situação se invertesse para você entender
que estamos nisso até o fim
É! Não me acuse! Não vou rezar pra infiéis
Tente perceber que as coisas não são como você vê
Inverte a situação, será que você ia entender?
Olhe em volta, veja os danos feito pelo vento
Era de se esperar mais eu não estava pronto
Não tente explicar a tempestade
procure abrigo ou se torne vulnerável
Se você quiser entender olhe em volta
é essa troca que faz valer a pena
Você sabe que não estou aqui para converter
você sabe que não estou aqui pra rezar pra infiéis
se a situação se invertesse você iria entender?
Se você falar mentiras sobre a gente
falamos a verdade sobre você

quarta-feira, março 05, 2008

Brasília em 1967 e Kraftwerk, tudo a ver.

Brasília
Música e letra: Plebe Rude

Letra

Capital da esperança
Asas e eixos do Brasil
Longe do mar, da poluição
mas um fim que ninguém previu

Carros pretos nos colégios
em tráfego linear
Servidores Públicos ali
polindo chapas oficiais
Brasília tem luz
Brasília tem carros
Brasília tem mortes
Tem até baratas

Brasília tem prédios
Brasília tem máquinas
Árvores nos eixos
a polícia montada


Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais

As luzes iluminam
os carros só passam
A morte traz vida
e s baratas se arrastam Utopia na mente de alguns
Utopia na mente de alguns

O concreto já rachou!

Brasília, Brasília, Brasília


Os prédios se habitam
as maquinas param
as árvores enfeitam
e a polícia controla

Os comércios só vendem
os porteiros só olham

E essas pessoas
elas não fazem nada
mas essas pessoas elas não fazem nada
Nada! Nada!
Utopia na mente de alguns
Utopia na mente de alguns







Brasília, Brasília...

terça-feira, março 04, 2008

E por falar em Cubatão...

Excelente entrevista com o Edinho e Wilson Power sobre o Crepúsculo de Cubatão. Reparem quando eles mostram os discos, adivinhem o único nacional????

Os Darks Voltaram!!!



Sim, roupas pretas no calor dos tópicos, depressão como companheira no carnaval, a noite como alívio ao sol tropical, aceitar as emoções negativas num país onde todos somos "alegres por natureza" .... não é fácil ser dark no Brasil. Já tinha chegado à essa conclusão nos anos 80s, mas tinha o Nick Cave e o Bauhaus para pelo menos tornar a trilha sonora mais palpável. E não é que os dois lançam esta semana discos novos?

O do Bauhaus é bem interessante, pois foi gravado ao vivo no estúdio, sem dubs nem consertos. Pena que resultou em outra briga entre os quatro, então tchau tchau morcegos.

Dark kisses.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

1988: Mico em Rezende

Essa é a última estória de micos. Não quero parecer nenhuma banda que promove o uso do álcool, como existem várias por aí. A Plebe sempre teve a postura de rejeitar essas fugas fáceis. Como disse, Keith Richards só existe um – graças a Deus! – e não precisamos de seus clones em nossos palcos tupiniquins.

Mas a carne é fraca e o álcool forte. Essa vez foi em Rezende, interior do Rio de Janeiro. Estávamos lá tocando no que seria uma comemoração da inauguração de uma fábrica, talvez da Coca-Cola, talvez da Heineken, não me recordo. Por alguma razão, a prefeitura estava envolvida, tipo mais arrecadação de impostos, então vamos comemorar.

Só sei que o mé corria solto e, não tendo mais nada para fazer, comecei a secar os copos. Multidão lá fora e a bebida descendo goela abaixo. O prefeito – ou dono da fábrica, não me recordo – estava me acompanhando passo-a-passo, ou melhor, gole-a-gole. A conversa foi ficando animada, a vontade de tocar aumentando e de repente viro para o colega e falo: “vamos começar essa merda!”.

Os dois, bêbados como gambás, subimos no palco, ele pega o microfone, faz um discurso e anuncia a Plebe. O público todo lá, na expectativa, só que não era hora do show, cabos ainda estavam sendo conectados, luzes sendo afinadas, em fim, a gente estava programado para subir uma hora mais tarde. Claro que o empresário, Pedro Ribeiro, irmão do Bi, saiu feito um louco a cata do restante da Plebe, que estavam curtindo o evento, tranqüilos, sabendo que o show seria bem mais tarde. E o bebum aqui no palco com o baixo esperando meus companheiros de banda.

De repente vejo o Pedro voar no palco, me agarrar, puxar para o camarim e pagar um sapo pelo acontecimento. Durante o show, não melhorou muito. Teve uma hora que queria aumentar o som do baixo. Tinha uma coluna que eu crente que era a caixa de som. Colo meu ouvido na coluna e começo a subir o volume – sem notar diferença nenhuma. Claro que o som grave aumentou à quinta potência, atrapalhando todos os outros. Só eu que não notava!

Dito tudo isso, hoje só toco sóbrio. A adrenalina e endorfina gerada naturalmente pelo corpo é suficiente para me deixar em estado de euforia durante um show. Tem também o lado de respeito pelo público, que não está lá, pagando seu dinheiro suado, para ver músicos bêbados e/ou drogados fazer palhaçadas. Eu respeito os plebeus que vêm aos shows e quero que tudo seja perfeito para eles.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

1986: Mico em Santos


Longe de mim promover ou incentivar o uso do álcool ou outros entorpecentes. Acho deplorável bandas que fazem uma bandeira do quão “loucos” são. O rock não precisa de clones de Keith Richards. A idéia aqui é contar alguns “causos” da Plebe on the road. Não tentem fazer nada disso em casa!

Em 1986, Siouxsie & the Banshees tocou no Brasil. Naquela época, nem mosquito estrangeiro se apresentava em terras tupiniquins, quanto mais uma banda que admirávamos. Nos convidaram para abrir os shows em Sampa e o Ira! os no Rio de Janeiro. Pegamos o filé, seriam duas apresentações em São Paulo e uma em Santos. Até hoje me lembro da frustração do Dado, querendo muito que a Legião tivesse sido convidada, mas sabendo que o Renato não queria dar shows....

Bom, lá fomos nós, esquema Vip e realizando um sonho. Particularmente para mim, que era seguidor assíduo da banda inglesa, conhecendo todas suas músicas, lados-bs e sessions do John Peel. Primeiro foi muito frustrante, pois os Banhsees não queriam papo nem contato com a Plebe. Quando eles transitavam back-stage, a gente tinha que ficar trancado no camarim. Os dois shows em SP correram assim, sem nem contato visual, a não ser deles no palco.

Logo de cara, nossa equipe se desentendeu com a deles. Coisa de roadie, de querer marcar território e, claro, tirar vantagem para a banda que representavam. Então, um empurrãozinho no amplificador alheio já é motivo de porrada. Tinha um roadie deles que vestia uma camisa listrada, um gorro e calças muito apertadas. Foi logo apelidado de Querele e o Fred quase saiu no tapa com ele. No entanto, era muito profissional.

Em Santos, o jogo se reverteu. A cidade era nossa praça favorita nos anos 80s. Quando a gente subiu no palco, o público veio abaixo. Foi uma de nossas melhores apresentações de todos os tempos. Tão boa que, quando os Banshees tocavam, o público continuava a gritar Plebe! Plebe! Isso impressionou os gringos, rendendo um convite para vê-los depois do show.

Eu estava com a adrenalina toda, conhecer seus ídolos já deixa uma pessoa numa espécie de “alto” natural. Ainda mais, no camarim, tinha duas garrafas de conhaque de champanhe, que eu e o Serverin cuidamos de secar. Esse mistura – excitação, adrenalina, endorfina e álcool – subiu que é uma beleza!

Chegando no hotel, de madrugada, não parava de importunar os hóspedes que fugiam de medo do músico doidão no saguão. Quando a equipe dos Banhees chegaram, contratei verbalmente o Querele para trabalhar para a gente, deixando os nossos roadies indignados. Lentamente, minha namorada, que acompanhava todo o mico morrendo de vergonha, conseguiu me enfiar no elevador.

O Nicolau, nosso fotógrafo número uno, fotografou tudo. Se ele estiver lendo e tiver uma foto desse vexame digitalizada, posta aqui. Se não, fica na imaginação de vocês.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

1986: Mico em Lins

O show era em Lins, interior de São Paulo. Fazia parte da turnê roubada do Nunca Fomos tão Brasileiros. Acho que já contei isso aqui, quando lançamos o segundo disco, um empresário picareta propôs uma turnê por todo interior do estado. Assim que chegou às lojas, já saímos de ônibus fretado para Piracicaba. O negócio dele não era promover a banda, mas sim lavar dinheiro. Não vimos praticamente nada, após 28 shows! Tentamos processar o cara, mas, como todo pilantra nesse país de tolos, não tinha nada no nome dele.

Mas a história não é sobre isso, mas sim sobre bebedeiras. Lendo o Hammer of the Gods, que conta a trajetória do Led Zeppelin, cheguei à conclusão que algumas baixarias da estrada devem vir à tona. Quem melhor que contar isso do que os envolvidos? Então vou divulgar algumas da qual participei, preservando o nome dos inocentes e culpados.

Voltando à Lins, show num clube, piso de madeira, palco baixo. Último show da turnê. Antes de entrar no palco, o Jander e eu dividimos uma garrafa de Johnny Walker Red, enchendo os respectivos copos até a borda. O desafio era: quem beberia o conteúdo primeiro. E assim entramos no palco, cada um com seu copo na mão, que depositamos em cima dos respectivos amplificadores.

O show foi correndo e, lá pela metade, o Jander aponta para um copo quase vazio em cima do seu amp. Crente que era o copo dele, olhando para o meu quase cheio, empolgado pela música e pelo público, viro tudo de uma vez, segurando para não vomitar. Pronto, tinha ganho do Jander! Virando para curtir da cara dele, vejo que tinha sido enganado! O verdadeiro copo do Jander estava escondido atrás do amp, aquele lá em cima sendo o de água. Agora já era, os efeitos começaram a surgir.

Lá pelo fim do show, pego meu baixo e dou de presente para um sujeito na primeira fila. O Fred, nosso roadie, quase tem que brigar com uma dúzia de pessoas para pegar o instrumento de volta. Partimos direto para uma churrascaria para comemorar o final da turnê e o Johnny correndo meu senso de ridículo. Quando chegamos no restaurante já estou mais para Mr. Hyde do que o Dr. Jeckle. Pego uns tomates inteiros e começo a atirar nas outras mesas, entre outras idiotices da qual me envergonho até hoje.

Como após a euforia vem a depressão, depois do jantar, todos vão comemorar em outro lugar. Sigo junto, mas para minha surpresa, o pessoal me joga no porta malas de um Corcel II. Deitado junto com o pneu estepe, o cérebro pedindo arrego, no escurinho, acabo dormindo.

De repente acordo com a maior música! É que ligaram o som do carro. Com os auto-falantes à centímetros de minha cabeça, parece que estou no inferno sonoro. Sem pensar, começo a puxar tudo quanto é fio e furar tudo quanto é papelão. Surgiu efeito, o silêncio prevaleceu.

Tem uma hora que me tiraram do meu leito, me enfiaram no ônibus, e quando acordo, já estamos chegando em Congonhas. Estou todo sujo, camisa amassada com um telefone escrito à caneta (para o qual eu nunca liguei, nem sei como foi para lá) e a cabeça pulsando mais que a Timabalada em um dia de sol em Salvador.

Nunca mais vou beber!, prometi, esquecendo logo em seguida.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Hitler da Silva

Muito bem bolado!

Minha mãe sempre dizia: por trás de cada brincadeira há uma verdade...

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Doa-se Cachorro com a Pata Fodida.

Um blog, vários contribuidores!


Ressaca da renúncia faz o povo cubando chamar o Raul! (Tutty Vasques, hoje no Estadão).

Há esperança na terra! Pelo menos, entre os leitores desse blog. Fiquei muito feliz e orgulhoso com o debate saudável, amigável e inteligente do último post. Tudo bem, tem gente que não gosta de política, mas leiam lá em cima: “blog do André X”, e eu gosto do debate. Vocês foram dez, espero mesmo encontrá-los após shows, tomarmos umas e continuar nesse nível de conversa – com pintadas de humor e sacanagem, claro!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Deus é Fidel


Gosto muito de história. Principalmente depois que entendi que ela não é estanque, que pode ser interpretada conforme o observador. Já li trabalhos sobre o mesmo fato histórico completamente antagônicos. Como o Philippe diz, hoje não vê as coisas totalmente pretas ou brancas, mas sim em tons de cinza, acho que na história não existe o certo ou o errado. Dependendo o foco dado, a interpretação muda.

Assim introduzimos nosso assunto de hoje: a renúncia de Fidel Castro, após 49 anos à frente do governo de Cuba. Não fazem nem 24 horas que o “comandante” saiu de cena, já têm historiadores e cientista políticos enaltecendo-o ou o desprezando.

Referimo-nos ao último símbolo da guerra fria, de um momento histórico no qual o mundo se dividia entre esquerda e direita, o globo dividido entre as possessões americanas ou soviéticas. Fidel fez a revolução socialista, tirando Batista do poder, fez a reforma agrária, expulsou os investidores estrangeiros, governando todo esse tempo com mão de ferro.

Não vou entrar em julgar o mérito ou demérito de seu longo tempo como chefe de Estado de Cuba. Trouxe muitas coisas boas para os cubanos, que têm um sistema de saúde de dar inveja a muitos países desenvolvidos, uma escolaridade acima da média mundial, com quase todos os jovens com ensino superior, as melhores arcadas dentárias do mundo (que os cubanos brincam terem dentes bons por falta de comida, mas isso é outra história..), avanços no desenvolvimento da vacina, erradicação de doenças populares no Brasil, como febre amarela e chagas.

Contudo, a mão que agrada é a mesma que pune. Liberdade de expressão é inexistente, o paredão ainda elimina os insatisfeitos, não há comida (também devido ao injusto embargo americano que data de 1963), não há bens de consumo. Mulheres (e homens) com empregos com advogadas, médicas, dentistas, se prostituem à noite aos turistas para completar o orçamento familiar, há praias destinadas somente à cúpula do partido e aos turistas, há censura, entre outros males típicos de uma ditadura (aliais, a mais longa desde de Franco, que durou 36 anos).

É uma escolha difícil, ter educação, saúde e segurança a troco de opressão e massificação cultural, ou vice-versa? Esse será o grande desafio cubano, como se inserir no contexto global do século XXI (e todos sabemos que isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde) se livrando dos males da revolução cubana, sem perder os benefícios. Um grande problema é que Cuba sempre viveu de esmola. Primeiro, recebia mesada da União Soviética, depois de Hugo Chaves. Para ser um país, vão ter que aprender a gerar e administrar suas próprias riquezas.

Finalizando, a história só pode realmente ser analisada e julgada à distância. O fato da renúncia (talvez um primeiro passo de várias mudanças para o povo da ilha) é muito recente. Vamos deixar as emoções de lado e observar – e talvez aprender.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Atlético Paranaense de '42 até hoje, um força no futebol!

Vamos falar de futebol e isso significa destacar a excepcional atuação do Atlético no Campeonato Paranaense. Aliáis, no Brasil todo, pois nenhum outro time este ano está a 11 partidas só com vitórias. O récorde foi igualado ao de 1942 e será quebrado na quarta feira contra o Cianorte. Nesse dia, o Furacão entrará em campo com uniforme réplica de 1940. Alguém me mande uma passagem para Curitiba!!! No vídeo, a maior goleada de 2008.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

R ao contrário

Esse é o terceiro clipe a ser feito para o CD R ao Contrário, a música título. Acho que os produtores pegaram bem o espírito da música. Eu me arrepio muito vendo esse filminho, talvez por esperar que um dia realmente haja uma indignação popular desse tipo. Lo-fi total.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Plebê en TV

Tem uma equipe francesa aqui em Brasília fazendo um documentário sobre os moradores da cidade. O resultado final vai passar na TV, lá na França. O trabalho dos caras é bem bacana, não querem trilhar o caminho já percorrido por outros documentários sobre Brasília. O foco do seu esforço é saber como vivem as pessoas e como a cidade influenciou o jeito deles serem.

Partem de uma tese até mencionada num dos comentários do último post, ou seja, Brasília foi uma experiência modernista que, pelo modo que foi construída e habitada, mexe muito com as pessoas. Daí tentam partir para a produção cultural da cidade, os relacionamentos, o jeito de pensar, etc.

No domingo, fizeram um churrasco para os músicos da cidade comentarem sobre o acima. Philippe e eu fomos e fomos os que mais contribuíram para o debate. Acho que viver aqui durante a ditadura, mercado fechado, falta de informação e distante de todas as capitais forjou nosso jeito de ser. O pessoal dos anos 90s e além, apesar de também serem afetados pela cidade, não foram de forma tão significativa quanto nós.

Fiquei feliz em saber que o Zeca, baixista do Suculent Fly (ou será que já está noutra banda?) tem uma tese de mestrado sobre o mesmo assunto e o título é “Muitos Porteiros e Pessoas Normais”, que sintetiza bem a cidade.

Foi bacana o domingão, churrasco, músicos, discussão e diversão. E a equipe ainda vai filmar um ensaio da Plebe em breve. Quando estrear na TV, consigo uma cópia e posto aqui.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Moro em Brasília, também o Presidente....


Morar em Brasília é:
• Ter o álcool mais caro do País. Não me refiro ao consumido nas cervas e outras pingas destiladas, mas sim aquele vendido nos postos. Um excesso de produção fez com que a oferta ficasse maior que a demanda e o preço desabasse em todos os Estados, mas não do Distrito Federal. Aqui temos um ICMS de 25% (isso mesmo!, a média nacional é de 15%!) em cima do etanol e, por alguma estranha razão, a lei do mercado não funciona nesse quadradinho mágico fincado no centro do Brasil. Aliais, aqui nenhuma lei funciona.
• Ver o PT cancelar as eleições internas, com suspeitas de fraude. O atual presidente do Diretório Regional, Chico Vigilante não quer largar o osso. Perdeu as eleições e, como todo caudilho que preste, gritou “Fraude!”. Teve o maior tumulto provocado pelos militantes. E ainda dizem que o poder não altera a pessoa......
• Ter um espaço incrivelmente ideal para andar de bicicleta, mas nenhuma infra. Não existem ciclovias, os carros disputam cada espaço e o ciclista sempre perde. Que tipo de urbanista era Lúcio Costa? Acho que Brasília foi patrocinada pela indústria automobilística.
• Conviver de perto com um governo oportunista e corrupto, assim como uma oposição que só sabe denunciar e não apresenta solução nenhuma. Estamos entre o diabo e a espada. Veja, por exemplo, esse rolo do cartão corporativo. Na teoria, seria a melhor forma de controlar gastos governamentais, mas ninguém se importa em aperfeiçoar a fiscalização, querem é apontar dedos e humilhar. CPI prá quê? Quer pizza de que sabor?

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

King of Kong: A Fistful of Quarters - Movie Trailer

Enquanto estamos a espera de notícias da Plebe, para enterrar os ossos de seu carnaval, recomendo esse filme. Um documentário, mas muito melhor que muita ficção. Não deixem escapar!

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Carnaval 2008: PMs Afogam o Galinho

Uns afogam o ganso no carnaval, a PM de Brasília não. Preferem acabar com o Galinho de Brasília, bloco tradicional desta capital. Porrada nos foliões, hipy-hippy surra! Lamentável.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Carnaval Chegou!


Começou o carnaval! Esquentem os tamborins e façam o povo esquecer esse péssimo começo de ano. Acho que a pior notícia é o desmatamento incontrolado da Amazônia. O governo possa de bonzinho, mas todos sabem que estão nem aí. O interesse do executivo é arrecadar cada vez mais. Se um fazendeiro preservar os 80% do seu terreno, conforme estipulado em lei, planta menos. Se planta menos, vende menos. Se vende menos, paga menos impostos. Daí a farra dos cartões corporativos – entre outros gastos sem sentido do dinheiro público – não pode ser financiado.

E o Lula vem e diz que o desmatamento não é uma doença, mas sim uma coceira! Uma coceira na carteira dele, isso sim. É fato que os bancos estaduais, como BASA e BB, financiam o desmatamento por meio do crédito rural cedido aos fazendeiros. Os mesmos que fazem grilagem, desmatam, expulsam as populações nativas e exploram os trabalhadores locais.

A solução seria dar um cartão corporativo a cada cidadão brasileiro. Assim, a gente também poderia sair por aí gastando feito louco e o estado bancaria tudo!

A sede por arrecadação não é só do executivo. Aqui no DF, foi sancionada o tal do imposto da varanda. Funciona assim: se você tem um prédio com varanda, escada de incêndio, antena ou qualquer outra projeção que ultrapasse o volume da edificação, tem que pagar imposto. Coisa de louco! Nem no auge do feudalismo, quando o rei inventava impostos malucos para financiar seus gastos na corte, alguém bolou algo tão perverso!

Tenho certeza que no estados de vocês têm histórias semelhantes. O gozado é que imaginação para cobrar mais é farta, o que falta é imaginação para gastar menos, cortar a farra pública.

Samba, suor e ouriço! Adoro essa frase. Bom carnaval.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Bandas Desenhadas


De vez em quando tenho uma recaída por uma paixão antiga: histórias em quadrinhos. Curto tanto os europeus, como Jano, Alejandro Jodorowsky, Moebius, que fazem um estilo mais “intelectual”, até o comercialzão mundo Marvel.

Por falar em mundo Marvel, esse está em mutação total, com o final da guerra civil, que dividiu os heróis em pró-governo e aqueles que preferiram ficar no underground. A saga, que durou meses nos EUA, saiu aqui publicado pela Panini e está nos últimos números.

O que está pegando mesmo na Marvel é que eles contrataram um desenhista chamado Frank Cho (veja seu site aqui) que tem um mania de erotizar seus traços. Cada vez que entrega uma capa para a editora, é censurado. Consegui a última capa rejeitada pela Marvel, que mostra a Feiticeira Escarlate e o Wolverine (não, não é o Nasi, há há há) em momento íntimo. Quero ver quanto tempo o Cho vai manter o seu emprego.

Finalizando, começaram ontem os testes para escolha dos figurantes para o filme do Thor, novo empreendimento da Marvel. Eu tenho algumas reservas, pois pode ficar muito legal se o diretor e roteiristas escolherem uma história com violência nórdica, mas muito gay se mostrar um Thor loirinho voando com seu martelinho por Nova York. Vejamos...

Em 2008 saem filmes do Homem de Ferro (que promete) e o segundo Hulk.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Dica Alternativa da Semana

Uma banda francesa que canta um refrão "I fucked my american cunt/i loved my english romance" não pode ser levada a sério. Ou pode? Bem, a dica não é bem de 2008, mas o disco sai agora nos EUA, onde os Teenagers (nome da banda) vão estar tocando em NY no dia 2 de fevereiro com os carinhas do Hot Chip atuando como DJs. Que carnaval perfeito seria esse......

Primeira Dica de 2008

O You Tube tá me sacaneando! Já bloguei esse duas vezes e não aparece. Mais uma tentativa, pois essa é "A" dica desse início do ano. Banda escocesa Sons and Daughters e uma prévia do novo disco The Gift.

Terceira Dica de 2008

Essa tem muito leitor que vai esnobar, mas não deixem o electropop do Hot Chip te afastar desse excelente grupo. Considerado o Depeche Mode deste século. Tem gente que viu no Tim Festival e não entendeu, preferindo o fácil The Killers.

Segunda Dica de 2008

Essa é barbada, consigam antes que os moderninhos descubram e estragem a festa! Banda francesa Steeple Remove e o disco Radio Silence.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Niguém Quer Comer o Bacalhau da Galisteu!!!


Se tem alguém que acho que representa todo o podre de nossa sociedade é a Adriane Galisteu. Num país onde a educação é tratada como moeda de troca orçamentária ente nossos congressistas e o executivo, o jovem brasileiro tem que rebolar para subir na vida. Uns rebolam usando a criatividade, o esforço, se mantendo dentro da ética e demonstrando cidadania. Outros, rebolam literalmente.

A carreira de Adriane todos conhecemos, do início junto ao grupo onde a Meia era Soquete, porém o boquete era inteiro, passando pelos vários “noivos” que deixavam gordos cheques a cada fim de “relacionamento”, até sua atual fase de madrinha da Portela. Dando um banho no Gérson, a “apresentadora” deu um novo sentido à cunha “jeitinho brasileiro”.

Não admira que recentemente, Adriana deu uma bacalhoada pré-carvavalesca para unir as várias madrinhas de bateria. Só que de todas as convidadas, só três foram. Deve ser por precaução, qualquer contato com ela sempre termina em indenizações a favor da anfitriã. Pergunte à família Senna.

Eu não compro nada que ela anuncia. Galisteu faz propaganda de cerveja, não bebo mais aquela marca. Meu protesto funciona assim.

Para os que quiserem saber mais, leiam a excelente crônica do Arnaldo Jabor comparando o estilo Galisteu ao estilo Dra. Rosa Célia. Cada um escolhe como tocar sua vida....

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Créu e Suassuna!


Zapeando no domingo a noite, invariavelmente, a gente cai no Fantástico. Foi exatamente na reportagem sobre a moda verão, um tal de Créu, funk de segunda. Fico pasmo como o povo caí numa roubada dessas. É muito ruim. Teve uma parte que botaram um banhista, na praia, discutindo com o “autor” da “música”, perguntando para ele qual era a mensagem. Resposta: não tem mensagem, é só diversão.

Impressionante como a desculpa para qualquer lixo cultural produzido é a diversão. Esse filme é muito ruim. Resposta: mas foi feito para divertir. Esse livro é mal escrito, não contém valor literário nenhum! Mas a proposta não era essa, foi feito para divertir. Acho que nesse país, diversão e educação não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.

Fico feliz e acho que fui sortudo, pois em Pernambuco a trilha sonora ficou restrita à Ivete!

Resumindo, acho oportuno o funk do Suassuna, acima. Diz tudo.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

200 Anos de Portos Abertos

O Brasil comemora, este ano, 200 anos de abertura de seus portos. Dois séculos atrás, Dom João VI permitiu que a colônia Brasil interagisse economicamente com o restante do mundo. Já era tarde, tínhamos perdido toda e evolução da prática de comércio exterior e me pergunto se hoje somos um participante ativo ou rastejamos atrás do prejuízo.

Estar a duzentos anos no jogo do comércio mundial é muito pouco. Nações muito mais retrógadas que a gente já estão nessa a mais de mil. Eu considero a interação entre povos, raça e culturas como um dos fatores de maior benéfico para a humanidade. Quando um vende, outro compra, outro se especializa, outro atualiza, outro aperfeiçoa – o dinheiro roda, pessoas interagem, se conhecem e todos saem ganhando.

Tudo bem, alguém vai me falar de barreiras de entrada, de proteção governamental, de subsídios. Repudio tudo isso. Quero permitir, não proibir. Chega de regras e impedimentos, que todos troquem com todos. Que as raças se misturem numa grande orgia, que as culturas colidam, gerando mais “sambas”, “bossanovas” e rock n roll.

Quando era adolescente, em Brasília, graças a uma política restritiva do governo ditatorial, não tínhamos acesso a nada do exterior. Muitos empresários, basicamente aqueles ligados ao regime de exceção, faturaram muito. Calça Levis, Lee ou brim de boa qualidade era um absurdo de caro. Camisa Hang Ten era vendida no mercado negro. Discos importados eram guardados como tesouros. Fora livros, filmes e músicas que nos eram proibidos. Ficamos décadas isolados culturalmente do restante do mundo, tendo que agüentar Rita Lee e Raul Seixas.

Quem se lembra da lei que proibia a importação do computador. Justificada com uma força à indústria nacional, nos deixou para trás na revolução tecnológica, e só beneficiou uns empresários que se vinham diante de um mercado dominado só por eles, sem incentivo nenhum de fazer melhor, pois não havia competição.

Ou aquela lei que exigia que na programação das rádios houvesse 50% de músicas nacionais. Era um merda! O gozado é que hoje, sem uma lei dessas, o percentual é bem maior. Na minha opinião, se um mercado precisa ser protegido, não deveria existir.

Alguém certamente vai te parar na rua e falar: fazem 200 anos que abriram os portos. Responda: isso é motivo de comemorar? Tudo bem, antes tarde do que nunca. E abrir a cabeça? Derrubar as barreiras e mitos que nos impedem de voar em novas idéias e pensamentos? Preconceitos que são tidos como verdades e o povo baixa a cabeça e diz béééééééééééé!

Temos que colorir fora da linha, seguir caminhos diferentes. Valeu Dom João!!! Open Up!!! Open Up!!!

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Plebe: Metas para 2008

Bom, vamos ao assunto: o que a Plebe Rude quer de 2008? Como todos sabem, está em nossos planos o lançamento de um DVD. Não rolou em 2007 por várias razões, sendo a mais impactante as propostas ambíguas em termos de divulgação e distribuição. Então isso ficou para 2008. Show são sempre o objetivo principal, tocar mais e em mais lugares. Não tão fácil como parece, não basta pegar um ônibus e ir ao Maranhão, terra de Dunha, por exemplo, e tocar. Tem toda um infra local necessária da qual não temos controle. Compor novas músicas!!! Isso sim mantém uma banda viva. Não entendo como 2007 inteiro passou e nenhum riff se quer foi inventado pelos Plebeus (minto, um riff foi aperfeiçoado pelo Philippe para uma música antiga.....). Temos que trabalhar mais em 2008, se até o Ednaldo consegue (vejam os "melhores momentos" da turnê), a Plebe vai arregaçar as mangas.

Ednaldo Pereira - What is the brother

Quer saber, cansei de Ivete, Asa e Chiclete (epa, até rimou!). A realidade da música popular brasileira é bem outra. Veja o Ednaldo Pereira, vai dizer que esse aí não merece um lugar ao sol?

Estou de volta à mesa de trabalho, postando regularmente.

Que venha o Carnaval! (arhg!)

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Tirem a Ivete Daqui!!!

Férias no Nordeste. Longe de tudo, inclusive da internet, sem possibilidade nenhuma de atualizar o blog. Mar, sol, areia e muito Ivete Sangalo. Sim, isso mesmo. Descobri que o mercado não fica parado no verão, pelo contrário, trabalham dobrado. Tem uma nova música dessa infeliz que toca a cada meia hora em todas as praias, tipo lavagem celebral mesmo. Nada me tira da cabeça que não se trata de um esquemão promovido pela gravadora para empurrar esse troço para cima da gente.

Ivete Sangalo é anti-música. Não só porque é ruim, muitas músicas ruins são, isso mesmo, músicas. Mas o jeito que é tratado, massificado, empurrado guela abaixo dos despercebidos, me soa mais como operação de traficantes do que arte. E é isso mesmo, pois é uma droga. Sem perceber, você está fisgado, cantarolando aquele refrão que não diz nada e, como todo ano, usa as palavras “fevereiro”, “galera”, “carnaval” e “diversão”.

Até aí, tudo bem. Mas esse processo todo, essa logística de dominar a cabeça dos veranistas, está nos tornando um país culturalmente míope. Um povo que, de norte a sul, canta as mesmas músicas, facilmente manipulado por um esquema criminoso (na minha opinião) que pretende afastar novos talentos e arrebanhar milhares de pessoas desavisadas, que se divertiriam muito mais havendo um leque de opções para ouvirem e dançarem em suas férias.

Pois, estou de volta e não consigo tirar essa porcaria da minha cabeça!!!

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Engarrafados pela Expansão Econômica!

A notícia não poderia ser pior: as festas natalinas de 2007 foram registrados o maior número de mortes nas estradas nos últimos dez anos. Aqui em Brasília, alguns acidentes também marcaram o fim do ano, com mortes cinematográficas de inocentes. Aliais, são sempre os inocentes que morrem, nunca o motorista que vinha chutado, desrespeitando tudo e todos. Não conheço um motorista preso por dirigir embriagado, mas, sim, várias pessoas enterradas, vítimas de tal ato.

Com a tal “expansão da Classe C” propagada pelo governo, pela primeira vez um monte de pessoas tiveram acesso ao carro próprio. Todos comemoram, principalmente o governo, que arrecada um quinhão de impostos a cada veículo vendido. Eu acho triste. Mais carros nas ruas, dirigidos por pessoas não acostumadas a dirigir, somando a todos os egoístas das classes A e B, ilhados dentro de suas máquinas, isolados um dos outros, queimando combustível fóssil – some tudo isso e veja que não vai dar certo.

Porque não antecipar a tal da ampliação do poder de compra e prover as cidades de transporte público de qualidade? Já que podem comprar um carro, podem pagar um pouco mais nas passagens. Assim, para incentivar o uso do transporte público, poderiam instalar vias exclusivas, implantar novos metrôs, colocar para circular ônibus confortáveis, fazer de tudo para que a pessoa pense: “para que pegar um carro se posso chegar lá com mais conforto, menos stress?”

Mas o pensamento é sempre o contrário: vamos incentivar a compra de carros, a ampliação de nossa malha rodoviária, causando mais engarrafamentos, mais mortes, mais frustrações.

Um estatístico especializado em trânsito deu uma entrevista outro dia dizendo que, pelos seus cálculos, no feriado de 15 de novembro de 2014, São Paulo viverá um engarrafamento tão grande que durará dias. Pessoas irão abandonar os carros. Veículos terão que ser guinchados por helicópteros. Ainda há tempo, ainda há tempo.....

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Nick Cave and the Bad Seeds DIG, LAZARUS, DIG!!!

Vejam só que legal. Nick Cave vai lançar novo disco no ano que vem, chamado Dig, Lazarus, Dig. Fez um comercialzinho, lançou no You Tube. Genial, nada que qualquer bandinha de garagem não possa fazer. Sempre advogei que a internet nos dá acesso a tudo. Não esperem que gravadora entrem e façam de você uma celebridade, começe em casa!

E nada melhor que terminar o ano com a expectativa de um novo N.C. no próximo ano.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Festas para Todos!


Boas festas, alegria e muito rock n roll! Bom natal, galera!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

2007 quase já era! Que venha 2008!

Fiz os cálculos ontem à noite: estou “no rock” a 33 anos! O início foi em 1974, quando um tio me presenteou o Viagem ao Centro da Terra, do Rick Wakeman. Depois, ouvia o 10 Years After do triplo LP do Woodstock. Led Zeppelin me fez esquecer tudo isso e 1977, com o advento do punk, me orientou para o underground. O pós-punk me converteu e, em 1995, eu vi a luz. E ela era estroboscópica. Alguns anos curtindo o house me fizeram chegar a outros sons, como bossa-nova, jazz e muito experimentalismo. Tudo isso para ser sugado de volta ao rock em 2000, com a volta da Plebe por ocasião do Porão do Rock.

2007 cristalizou bem a força do rock, pois esse voltou todo temperado de influência provindas da pista de dança. Não sou um purista, muito pelo contrário, admiro a música mestiça. Que o caldeirão seja entornado e a mistura despejada em nossos ouvidos!

Todo esse blá-blá-blá só para justificar a cada fim de ano postar aqui o que, na minha opinião, são os melhores sons dos últimos doze meses. Acho que daqui para o final do ano não serão lançados mais discos, então é seguro finalizar a minha avaliação. Além dos mencionados nos posts abaixo, quero colocar o holofote em cima do Prinzhorn Dance School, com sua simplicidade, sua música bastante básica e a baixista mais bonita de todos os tempos. Também, uma rodada de aplausos para os crossovers Digitalism e Simian Mobile Disco, diversão pura para mentes não contaminadas.

Melhor show da Plebe em 2007: difícil escolher, provavelmente esse último em SP, no Belfiori.

Melhor pizza: a Arabesque, do Dona Lenha, com queijo árabe ao invés da tradicional mozarela, que me dá dor de barriga.

Melhor programa de TV: Sopranos.

Melhor livro: Londres, de Edward Rutherfurd.

Melhor compra: uma caneca com a estampa de um Moog.

Feliz Festas para Todos!!!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Melhores de 2007 - Panda Bear

O Animal Collective lançou o excelente Stawberry Jam em 2007, mas quem chega a nossa lista é o trabalho solo do seu baterista na forma de Panda Bear. Disco mais bonito de 2007. Uma pérola.

Melhores de 2007 - Grinderman

Depois de uma pequena pausa, continuamos com os melhores do ano. Nick Cave, ao contrário de nós, fica melhor a cada ano que passa. O envelhecer faz bem para o velho morcego. Grinderman, seu novo projeto, trás um pouco de indisciplina ao rock. Coisa para ser ouvida numa tempestade de areia.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Melhores de 2007:!!! (Chk Chk Chk)

E tem essa banda que se chama !!! e o pessoal pronuncia chk chk chk, com o excelente Myth Takes. Essa música é ideal para a pista de dança lá pelas 2 da madruga.

Melhores de 2007: Of Montreal

Of Montreal lançou Hissing Fauna, Are You the Destoyer? em 2007, mas não tem nenhum clipe de músicas do disco (pelo menos, eu não achei). Então vai aí um cover de Bat Macumba dos Mutantes (que não está no disco, he he he). Outra bandinha que o prazer de ouvir compensa o esforço.

Melhores de 2007: Justice

Justice! Justice! Justice! Teve um mês este ano que eu pirei nesse disco, que não tem nome, mas sim um símbolo, uma cruz. Se esse é o futuro, não sei, mas é divertido pra caralho!

Melhores de 2007: PJ Harvey

PJ Harvey confundiu todo mundo com o lançamento de White Chalk. Os fãs acham que vinha porrada, veio sutileza. O mercado queria hits palpáveis, veio vocal com pianinho. É o tipo do disco que eu gosto: difícil de gostar, o ouvinte tem que querer apreciar. Mas o esforço vale a pena.

Melhores de 2007: LCD Soundsystem

Sound of Silver não foi tão bom quanto eu achei que seria (ou deveria), mas mesmo assim é o bom o suficiente para entrar na lista do X. James Murphy é um ídolo recente, pela produção, pelo conhecimento musical, pela atitude.

Melhores de 2007: Force of Nature

Banda Japa muito legal. Vídeo meio idiota, mas a música é muito emplogante. Guitarra + Tecnologia = André Feliz.

Melhores de 2007: Greenskeepers

Tudo bem, não julgue o disco pelo vídeo. Na verdade, a música é tão boa que um biruta postou no You Tube só a imagem da capa do disco com ela rolando ao fundo. Greenskeepers lançou o Polo Club e ele não sai do meu iPod.

Melhores de 2007: The Horrors

Começa aqui a lista dos melhores de 2007. Como ponta-pé inicial, os Horrors, que lançaram o fantástico disco Strange House. Finalmente, alguém consegue reviver o clima "dark" (nada a ver com o deturpado gótico).

terça-feira, dezembro 11, 2007

Aguaceira no Dia do Judiciário!







O evento era bacana, patrocinado pelo Poder Judiciário com o objetivo de trazer a justiça mais próxima do povo. Várias atividades programadas: distribuição de Constituições, barracas do SESI com atendimento à população, maracatu, reagge e com o fechamento da Plebe Rude. Só o fato deles chamarem a gente já demonstra que estão querendo sair de cima do monte sagrado do judiciário e se integrar com o resto do Brasil (será?).

Na van, a caminho do local, uma parede negra moldava o horizonte. Quando chegamos no local, parecia o céu de Twister, aquele filmeco meia-boca, assustador. Fomos empurrados ao palco, com a esperança que daria para fazer o show antes do mundo desabar. Que nada, ninguém derrota a natureza, a chuva caiu com tudo. Muito vento, tão forte que fez os estandes de microfone caírem. Conseguimos tocar 2 músicas e meia! Depois, o aguaréu tomou conta.

Fomo para o camarim, onde, lá dentro, guarda-chuvas eram abertos para proteger as luzes das goteiras. Agradeço muito aos que tiveram coragem de aparecer e, ainda, ficar na chuva para ver essa apresentação relâmpago. E relâmpago foi o que viram mesmo! Com raios e trovoadas.

Na saída, a van atolou! Como podem ver na foto, músicos e equipe juntam forças para empurrar o veículo.