Hoje acordei com sintoma de “Alta Fidelidade”, mais especificamente a vontade de escrever listas. Então bolei uma listinha contendo os melhores discos já lançados que tenham capas pretas e brancas. Sem nenhuma cor! Aliais, são as melhores capas, ainda mais quando eram em vinil (que saudades do vinil!). Vejam, abaixo, o que consegui juntar. Será que deixei algum essencial de fora? Quais vocês substituiriam?
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1º - Dirk Wears White Sox – do Adam & the Ants.
Esse grupo estourou com Kings of the Wild Frontier, que se tornou um marco do movimento New Romantics. No entanto, o melhor disco deles, da época que eram independente, foi esse, que nada tem a ver com o que veio a ser os Ants. Na verdade, a banda de apoio do Adam Ant eram os excelentes músicos que depois formariam o Bow Wow Wow. Esse disco foi um marco na minha vida, pois mostrou que o velho formato punk de três acordes havia se saturado e que outras coisas mais interessantes estavam surgindo no underground.
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2º - Second Edition – Public Image Ltd.
O que posso falar? A edição com capa de papel do Metal Box. O disco que quebrou os tabus criado pelo punk, misturou dub, com rock, com disco, com experimentalismo. O filho dos olhos do John Lydon. Meu disco favorito de todos os tempos. Aqui o John se livra do pseudônimo Rotten e mostra pra que veio ao mundo. Tudo bem que nunca conseguiu superar esse esforço, um marco.
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3º - In the Flat Field – Bauhaus
Ouvia esse LP todo domingo de manhã no volume máximo. Não curava a ressaca, pelo contrário, amplificava-a ao ponto da agonia máxima. Coisa de dark, he he he. De novo, um divisor de águas. Daniel Ash foi meu guitar hero durante mais de uma década. Sombrio e lindo.
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4º - 2x45 – Cabaret Voltaire
Será que tem alguma relação entre a capa ser em preto e branco e o disco ser um ponto de virada no mundo do rock? Essa capa era linda, um envelope preto, que, ao abrir, virava um pôster esquisito, meio prata e branco. Dentro, dois discos que tocavam em 45 rpm, eis o nome. Aqui, o CabVolt dá uma guinada no som, o tornando um pouco mais acessível ao grande público, mas sem perder o vanguardismo. Chamou a atenção de pessoas como África Baambaatta, entre outros.
5º - Fresh Fruits From Rotting Vegetebles – Dead Kennedys
O disco de estréia dos DKs, um clássico. Gosto deles assim, mais para o punk do que para o hardcore. Letras geniais e um encarte maravilhoso, que rendeu várias camisetas para o pessoal da tchurma.
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6º - Unknown Pleasures – Joy Division
Cai o Heroes, do Bowie, entra o primeiro do Joy Division. Incrível, outro disco com capa preta e branca que foi um divisor de barreiras! O que dizer? Já viram o filme 24 Party People? Vejam!
7º - The Idiot – Iggy Pop
Sim, há vida após os Stooges! Produzido pelo Bowie, ainda na fase européia. Também gravado em Berlim dividida. É refrescante ver o Iggy longe das drogas e do esporro dos Stooges. Sua voz brilha e o som, na época, era de vanguarda total. Até hoje, meu Iggy Pop favorito.
8º - We Are All Prostitutes – Pop Group
Não deixem o nome espantar vocês. Esse é o grupo mais politicamente radical que vocês podem ouvir no rock. Tudo bem que o som era uma tentativa de misturar em uma só música o funk do James Brown, o reggae do Marley, o punk dos Pistols, a teoria do Mao, a força do Clash – alguma vezes com sucesso, outras sem. Um disco forte para pessoas fortes.
9º - Killing Joke.
Sai para lá, Led! Como poderia me esquecer da banda que mais influenciou a Plebe Rude? Jaz Coleman e Cia, o Killing Joke, em atividade até hoje! Essencial para entender a Plebe.
10º - O Concreto Já Rachou – Plebe Rude
Dizer o quê, sou parcial. Mas que o disco é bom pra caralho, é!