quinta-feira, dezembro 07, 2006

Traficante de Álcool em Congonhas.

Depois do show em Vitória da Conquista, no Festival de Inverno da Bahia, que aconteceu nesse ano, a gente nem voltou para o hotel. A ordem era de ir com as malas prontas, pois, do palco, seria subir no ônibus para ir direto para o aeroporto de Ilhéus. E foi assim que aconteceu. Fizemos o show, após uma apresentação recheada de hits do Nando Reis, descemos do palco, esperamos a equipe desmontar e guardar os equipamentos, subimos no ônibus e seguimos de madrugada, pela neblina e estrada esburacada até Ilhéus. De Ilhéus, a equipe voltaria direto ao Rio e, não sei por qual esperteza logística, os músicos iram até Congonhas, onde ficaria o Clemente, e, o restante, de lá à Brasília. Resumindo, uma maratona.

Claro que isso significa ficar sem dormir, virar a noite. É impossível dormir bem num ônibus viajando à noite de Vitória da Conquista até Ilhéus. Primeiro, pela preocupação do motorista apagar de sono, bater o veículo, sair da estrada. Segundo, pelos buracos que fazem a velocidade se modificar constantemente, sacolejando todos no interior do ônibus. No avião, até que dá para tirar uma soneca, mas tem sempre uma aeromoça, passageiro ou voz do comandante para atrapalhar.

Resumindo, chegamos exaustos em Congonhas e eu tive uma idéia: “a gente merece um refresco, um prêmio pela maratona, vamos entrar no salão de embarque que sei que tem um lugar que vende Guiness lá dentro.” Philippe e Txotxa concordam. A gente passa pelo raio-x, pega nossas tralhas e saímos à procura do carrinho com a marca preta e branca da Guiness. Nada, nem sinal da cerveja irlandesa.

Vendo nossas caras de perdidos, uma moça, atrás de um balcão de vidro lotado de uísques e vodcas, chama a gente. “Estão procurando a Guiness?” Confirmamos. “Ela fechou, mas tenho uma outra sugestão para não deixar vocês na mão. Olha, tem essa garrafinha de Johnny Walker Red que tá baratinha. Vocês fazem uma vaquinha e podem ir tomá-la lá naquele canto, que tal?” O canto, apontado por ela, ficava atrás de uma coluna, tipo lugarzinho escondido para bebum encher a cara.

Ficamos uns segundos sem responder. Será que a gente ouviu direito? Ela está sugerindo que a gente compre e vire assim, no seco, sem gelo, uma garrafa inteira de uísque? E ela já estava com a garrafa na mão, fora da caixa, estourando o lacre. O Txotxa foi o primeiro a reagir: to fora! E a gente segue ele, fugindo dos gritos da louca: “se quiserem tem vodca também!”

2 comentários:

Anônimo disse...

hehehehehehehehehehe

Pô André, acho que pela cara de cansados, a moça achou que os velhos rockeiros eram simples cachaceiros!

Abs.

Anônimo disse...

Deram mole, dava pros 3 terem matado de boa, no cawboy mesmo !!!