Siliconadas, turbinadas, malhadas, bronzeadas, chapinadas, esticadas e lobotizadas. Esse é o padrão de beleza brasileiro. Nosso país é singular, só cabe um em cada categoria. Só temos um arquiteto (Niemeyer), um pianista (Arthur Moreira Lima), um paisagista (Burle Marx), um médico (Drauzio Varella) e um padrão de beleza, que é esse representado pelas BBBs (boas, bonitas e burras) da vida.
Fazendo um comparativo com a música, o modelo beleza BBB é aquela que faz bater o pé (além de bater outras coisas), mas que você nunca vai querer botar no som de sua casa. Se fosse comida, seria um Big Mac genérico. Se fosse cerveja, seria uma Polar. Nunca um Whopper, nunca uma Baden Baden.
É assim também fora das revistas masculinas. As patricinhas parecem um exército de clones. Todas vestidas iguais, tendo como referência novelas e Caras! Preferem cultuar celebridades a celebrar a cultura. Quando vou à night, fico impressionado com a falta de originalidade, com a necessidade de ser mais uma gota no oceano, dessas mulheres.
Por isso apoio totalmente a Fernanda Young na polêmica com as ex-BBBs. O fato de alguém intelectual, tatuada, com piercings e 40 anos ter chegado à capa da Playboy, ter invadido esse ícone do padrão de beleza nacional, é um ato político. Foi a única PB que comprei esse ano. Prefiro as modificações corporais da FY do que as turbinações padronizadas das BBBs. As fotos da Young pelada são dez, as da BBB são cinco-contra-um, se é que me entendem!
Tem um BBB (sei lá quem, pra mim são todos uns anônimos) que saiu em defesa da sua companheira afirmando que não conhecia Fernanda Young. Claro que não, para tanto, como diz a Rosinha, teria que ler! Para conhecer uma BBB, basta ligar a TV (Idiot Box, como diria o Damned).
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Acceptance of prevailing standards often means we have no standards of our own.” - Jean Toomer. (Quem aceita os padrões vigentes, não tem padrões próprios).
E vem aí uma nova leva de BBBs para entreter o povão, povoar as revistas e apavorar os neurônios.