quinta-feira, agosto 09, 2007

Carta Aberta ao Ministro Jobim

Vossa Excelência Ministro Nelson Jobim,

Mais uma vez estou vendo o Governo Federal metendo o dedo onde não deve e ignorando o que todos sabem que tem que ser feito. Refiro-me às últimas declarações de V. Exa. sobre a atual (perpétua?) crise aérea que está debilitando a economia, paciência e imagem de nosso Brasil.

Beiro os dois metros de altura e confesso que não é muito confortável viajar nos vôos comerciais. No entanto, nunca reclamei do número de assentos no avião, pois sei que são por causa dessa quantidade que o preço do bilhete aéreo despencou nos últimos anos. Nesse sentido, sendo me dado a escolha pagar pouco versos viajar com mais espaço, opto sempre pelo primeiro.

O custo de um vôo de um ponto A para um ponto B é fixo. Não importa quantas pessoas estejam a bordo, a empresa aérea paga o mesmo (talvez com um pouco mais ou menos devido ao peso da aeronave). Assim sendo, qualquer menino escolado sabe que quantas mais pessoas estiverem lá dentro, menos cada um tem que pagar, presumindo-se que haverá um lucro máximo, ditado pelo mercado, e que esse será rateado entre os usuários.

Entre as dores de meus joelhos batendo no assento da frente e as dores na minha carteira, fico com as hematomas no joelho. Claro, eu sou um cidadão que paga as próprias passagens com dinheiro suado do meu trabalho. Não tenho um governo que banca minhas viagens, ternos, gravatas, assessores, carros, apartamento e outras mordomias. Se tivesse, também estaria passando leis para fazer as empresas deixarem os aviões com jacuzzis, aeromoças gostosas e camas.

Agora, será que alguém já pensou em regulamentar a aviação civil e deixar o mercado resolver essas questões como assentos e cor dos aviões? Tipo, umas regras bem claras que envolveriam segurança aérea, pontualidade, rotas, malha, etc. Daí, se uma empresa quer se destacar por ser mais confortável, que a faça. Deixe o público decidir se quer pagar mais por isso ou não. Outra idéia é baixar os impostos, deixando que a gente tenha mais dinheiro no bolso para comprar passagens e que essas fiquem mais baratas. Mas tendo em vista as vergonhosas atitudes do governo para garantir a prorrogação da mais que vergonhosa CPMF, acho que não vão querer trabalhar nesse sentido.

Alguém já pensou em descobrir como que milhões foram gastos em Congonhas sem que o equipamento básico para pousos e decolagens fossem trocados? Por que querem proteger o sigilo bancário e telefônico dos altos funcionários da Infraero? Será que vai aparecer alguma coisa suspeita?

No mais, acho que está fazendo um bom início como Ministro da Defesa. Desejo-lhe sorte e que não se infecte pelo vírus do populismo do atual governo.

Abraço!

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse ponto de diminuir os impostos (que muito provável não vão querer fazer) me lembrou uma coisa. Um professor de geografia me disse que é a favor da greve na UnB porque eles ganham muito pouco. Já eu acho muito ruim pois além de prejudicar os alunos prejudica aos próprios grevistas porque quanto mais receberem aumento mais pagarão em impostos. Eu acho uma palhaçada 200 dos 2mil e tantos funcionários da faculdade votarem a favor da greve e dizerem que a votação foi a favor po unanimidade. E você André, é a favor da greve que acontece geralmente de dois em dois anos, fora a tortura que é cumprir a incompreensível tarefa de ter 3 semestres em um ano após as greves?

André Mueller disse...

Paulo Henrique, quando estava na UnB morria de raiva disso. A gente via que a maioria era contra a greve e, por meio de manobras sinistras, o sindicato sempre dava um jeito de votar a favor da greve. Eu sou a favor de pagar professores muito bem, mas com um viés de produtividade e teircerizar todo apoio administrativo, tirando esse pessoal da folha de pagamento do serviço público, economizando dinheiro público para ser usado mais concientemente (estou sonhando?).

danielrock80 disse...

André,

vc enviou esta carta para no excelentíssimo ministro??

Abraços

Daniel Farinha - Plebe na pele

Anônimo disse...

Participe do abaixo-assinado que reivindica o fim da CPMF. Essa mobilização

é fundamental para que a contribuição não seja prorrogada mais uma vez. Leia

também o estudo da Fiesp que mostra porque a CPMF é um mal para o país.

http://www.contraacpmf.com.br/Cpmf.asp