O meu muito perspicaz amigo, Chico Bóia, o homem que deveria estar no lugar do Serverino, me encaminhou um artigo muito interessante do Guardian (http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,12271,1416073,00.html) cujo título é Ecstasy Trials for Combat Stress (algo como: Experimentos com Ecstasy para Stress de Combate). Resumindo, o exército americano está testando MDMA, o princípio ativo do ecstasy, em soldados americanos lotados no Iraque que sofrem de trauma de combate. O tratamento vem completo com relaxamento e música. Não detalham qual música, mas tendo em vista a droga, deve ser um house de primeira.
Já estou visualizando um batalhão de clubbers se alistando nos Marines para combater no Oriente Médio, declarar estar estressado e receber a medicação. E porquê não? Deve ser coisa de primeira, ou vocês acham que o Pentágono compraria docinho malhado? As raves no deserto serão de primeira. Fatboy Slim atacando nas pick-ups e um monte de doidão em uniforme dançando, se abraçando e gritando “uhú!” sendo observados por um incrédulos árabes. Maomé que os perdoe. Alá é a balada!
Estou dividido. Minhas conclusões são duas, uma paranóica, outra otimista.
A paranóica, que tem todo tom de uma teoria da conspiração, é que se trata de um golpe das forças aramadas ianque para não deixar o ecstasy se tornar para a Guerra do Iraque o quê a maconha foi para a Guerra do Vietnã. Os hippies conseguiram, nos anos 1970, tornar a marijuana num símbolo da paz. Não querendo um ícone-droga para essa geração século XXI, o Pentágono dá o MDMA para seus soldados que, após o tratamento, saem em campo para matar e invadir. Ou seja, em breve, a sensação da droga será associada ao combate. Estará ligada, incoscientemente, à guerra.
A otimista é que o artigo relata também que a iniciativa faz parte de outras experiências com drogas que mexem com o cérebro visando acabar com doenças como obsessão compulsiva, paranóia e hostilidade gratuita. Estão testando, além da já mencionada MDMA, o LSD e o psilocybin (o químico ativo do cogumelo). Isso pode ser um passo grande para desmistificar as drogas e legalizá-las. No mínimo, vai servir para que a sociedade discuta esse assunto sem as idéias pré-concebidas que a mídia, igreja e políticos conservadores vomitam por aí.
O Roberto Carlos sofre de obsessão compulsiva. Já imaginaram o Rei viajandão de LSD e cogumelos? É uma brasa, mora? Ou será um elefante azul?
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
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