terça-feira, maio 12, 2009

Sniff Sniff para Fábio L.


Há notícias que abrem as comportas de nossos cérebros para inundar nossa alma com sentimentos mistos de nostalgia, tristeza, amizade, perda, rock e roll. Foi o que senti quando soube do falecimento do Fábio Leopoldino, mente, braços e força por trás da banda carioca Second Come.
Tive a honra de ser um dos “descobridores” da banda, lá nos inícios dos anos 90s, identificando o rock atual, original e energético que faziam como a banda perfeita para ser o primeiro lançamento do selo Rock It!, que fundei com Dado Villa Lobos. Além de excelente músico, o Fábio tinham uma visão baste próxima à minha do que o rock deveria significar. Também era desenhista, seus desenhos sendo uma extensão de suas composições.
Aos 46 anos, o Fábio nos deixou. É impressão minha ou o rock-Br só valoriza aqueles que enchem estádios e fazem o circuito das feiras agropecuárias? Se morasse acima do equador, certamente ele seria um ícone pop.
Leia aqui o depoimento do baixista Francisco Kraus quanto à triste notícia. Lembro que o selo Midsummer Madness ainda vende os discos do Second Come. Toque qualquer um deles e o restante de sua coleção de discos irá se arrastar para debaixo do sofá e se esconder de vergonha. Esse era o caminho que o rock nacional deveria ter seguido.
Fábio, para você, nosso sniff sniff.

19 comentários:

Anônimo disse...

Nenhum comentário sobre a noite de DJ em BH?

André Mueller disse...

Calma. Primeiro as más notícias.

Ralah Ricota Cover disse...

Ah, o cara morreu isolado. A grande maioria falava mal do cara pelas costas e até pela frente. Agora o cara virou Tiradentes. Falta só a barba e o cabelo Jeová...

Mas a banda era legal.
Legal, entendeu?

Menos X, menos X...
abs

João disse...

Porra, eu tive o vinil do primeiro disco do Second Come. Era bem legal, nada novo ou impactante, mas era legal, até o Dave Grohl escutou, gostou e comprou esse mesmo vinil quando veio ao Brasil com o Nirvana.

Comprei esse disco motivado tanto pelo grande buzz que rolava na epoca sobre a banda, como tambem porque ele era editado pelo selo que o André X tinha recem-fundado. E me lembro que o disco tem co-produção do André.

E mais: eles fizeram show aqui em Brasilia, acreditem. Foi lá naquela escola parque da 508 sul. Pouca gente no show, quando chego pra comprar o bilhete, quem estava logo à frente na fila: Philippe Seabra. Lá dentro vi o Digão, aquele do pavoroso Raimundos, ainda antes do sucesso, e o Fejão, ex-Escola de Escandalos, que tava tocando numa banda de metal repetidora de cliches. Depois li materia do Carlos Marcelo no Correio falando que o Philippe assistiu o show no backstage e trocou as cordas da guitarra pro outro guitarrista quando elas quebraram no meio do show.

O show foi animado, foi legal, teve varias bandas de abertura, mas o legal foi o Second Come. O Fabio L. morreu de infarto, mas ele tava novo ainda.

Anônimo disse...

Ricota,

O mundo tupiniquim é assim mesmo. Rola muita inveja, competição e maledicencia.

As amizades são bem mais fortes na hora do sucesso, no momento da mamata ou durante a festinha boca livre. Quando tem estádio cheio e festa agropecuária, os "amigos" aparecem.

No resto, principalmente na fase de vacas magras, depois que a pessoa fica "isolada" e ão tem mais nada para oferecer, só se ouve criticas e fofocas.

E esse negocio é igual vampirismo. Uma vez mordida, a vitima fica contaminada e passa a replicar tambem a maldade.

dg disse...

achei o som da banda meio parecido com sonic youth, jesus and mary chain, nine ich nails, sobras dark da década de 80;
o legal do independente é que não é para o gosto de todos e só quem conhece e ouve, são pessoas mais interessadas em outros ritmos e experimentos.

dunha disse...

conheçi second come lendo a Bizz(sniff, sniff, pra ela tambem), nao sei se esse era o caminho a ser trilhado pelo rock no Brasil, acho q o caminho trilhado pelo CS&NZ, raimundos, planet hemp e outras me agrada bem mais q o soim do Second Come!

João disse...

os shows do second come eram melhores que os discos.

Aquele selo de xerox do indie, madness midsummer (acho que é isso) disponibilizou gratuitamente todas as músicas do Second Come em homenagem à ida do Fábio L. Baixei ontem à noite o 2º disco que não tinha comprado e ouvi na corrida matinal. Tem menos personalidade que o 1º, mas tem momentos legais.

o caminho trilhado pelos Raimundos deu em NX Zero. Ou seja, esse caminho com certeza não foi o melhor para o rock no Brasil.

André Mueller disse...

Sábias palavras, João! No início dos anos 90s, parecia que o rock nacional ia tomar outro rumo, um mais difícil de trilhar, mas muito mais emocionante. Tínhamos desde a Bahia, com o Brincando de Deus, passando pelos cariocas Second Come, Pelvs, Beach Lizards, Dash, os brasilienses Oz e Low Dream, e por aí vai. Em todo território nacional pipocavam bandas que não tinham pretensão de chegar ao esquema festival agropecuário, estavam satisfeitos em tocar para seus nichos. Bela análise sua, mesmo sendo concisa, falou tudo. A mídia e o mercado jabazeiro ganharam. Por falar nisso, foi ver o Capital na Granja do Torto? [;)

Anônimo disse...

Porque todos insistem no erro de escrever Escola de EscandaloS. Não é plural é sim singular ESCOLA DE ESCÂNDALO.
Quanto ao Second Come... Second o quê???
Quanto ao Fábio, que fique bem.

João disse...

acho mais bonito escola de escandalos e é assim que eu uso, apesar de saber que o certo é no singular, que parece que deriva de uma tal Scandal School.

Second Come ou Second Coming?

No fim, o grande vencedor foi o Capital Inicial e o Dinho!

cibério silva disse...

Segunda chegada (de Cristo) ou segunda gozada?

cibério silva disse...

PS: banda que toca em exposição agropecuária acaba queimada no fogo do inferno.

Anônimo disse...

para mim a única banda que representa bem os anos 90 chama se Virna Lise.

Anônimo disse...

O Virna Lise viveu o que a Plebe viveu nos anos 80.

- era para ser, mas não foi...
- tinha, mas acabou...

Anônimo disse...

Lembro bem da história do Virna. Foi a grande EMI que fudeu a banda, só fizeram cagadas e, como os caras não eram nada fáceis, complicaram ainda mais.

André Mueller disse...

EMI, dos Sex Pistols:

There's an ulimited supply
And there is no reason why
I tell you it was all a frame
They only did it cos the fame !
Who ?

E.m.i

Too many people had the suss
Too many people support us
An unlimited amount
Too many out lets in and out
Who ?

E.m.i

And sir and friends are crucified
A day they wish that we had died
We are an addition
We are ruled by none

Never ever neverrrrrraaa

And you thought that we were faking
That we were all just money making
You do not believe we're for real
Or you would lose your cheap appeal ?

Don't judge a book by the cover
Unless you cover just another
And blind acceptance is a sign
Of stupid fools who stand in line
Like

E.m.i

Unlimited edition with an unlimited supply
That was the only reason we all had to say goodbye !

Unlimited supply
There is no reason why
I tell you it was all a frame
They only did it cos the fame !
I do not need the pressure
I can't stand the useless fools !
Unlimited supply
Hallo e.m.i
Goodbye a & m

dunha disse...

o caminho trilhado pelos Raimundos deu em NX Zero. Ou seja, esse caminho com certeza não foi o melhor para o rock no Brasil.



concordo plenamente!

nao tenho nam o q falar!

tu falou tudo!

Rodrigo Saunier disse...

Eu tinha os discos do Second Come no meu notebook q foi roubado. Ambos são maravilhosos! Até a versão de uma música da Madonna ficou duka!