terça-feira, julho 01, 2008

Eu bebo sim, mas não dirijo, tem gente que dirige e está morrendo.

Eu ia postar outro álbum da Plebe, mas isso pode esperar. Estou adorando a discussão em torno da lei que tenta coibir a direção alcoolizada. Apesar da derrapagem final, de alto nível e boa argumentação. Gostaria de colocar outras considerações, totalmente enviesadas com minhas opiniões pessoais.

1. Porque proibir a direção sob efeito da bebida? Por que causa mortes, geralmente dos que não estão embriagados, de inocentes. Mortes desestruturam famílias. Também causam danos ao erário público, que tem que pagar por conseqüentes danos ao bem público, desviando recursos que seriam melhore utilizados em outro programas.
2. Se dirigir, não beba. Se beber não dirija. O resto todo deveria estar liberado. Se há o mínimo risco de alguém beber (entenda também fumar, cheirar, tomar bala, ácido, zé gotinha, LSD ou qualquer outro entorpecente) e causar danos a outros, que não o faça. Já que não temos o bom senso de fazer isso por nós próprios, que venha uma lei e o faça.
3. Diversão boa mesmo é aquela que fazemos sem risco aos outros. Riscos a nossa própria pessoa, tudo bem. Queimem seus neurônios, criem fungos nos pulmões, torrem seus cérebros – afinal, o corpo é seu e nenhum governo, religião ou pessoa deveria te proibir. Agora, respeito o próximo.
4. Gostei da argumentação da educação. Sempre a exigimos, mas quando é dada, reclamamos.
5. Não tem essa de aumentar a tolerância. Isso é argumento típico herdado culturalmente de nossos colonizadores. Já quando do primeiro plantador de cana em solo brasileiro, foi aberta uma exceção para que a coroa portuguesa arcasse com os prejuízos. Sempre queremos ser enquadrados na exceção, desde que os outros sigam a regra. O Brasil é considerado como um país com leis excelentes que não são respeitadas, nem enforcadas. Um político já disse que as leis brasileiras são que nem teias de aranha, só pegam os insetos pequenos, os grandes a furam.
6. Gosto de beber. Sigo a máxima do Ian McCulloch que uma bebedeira por mês exorciza os diabos internos. Também os japoneses acham que os bêbados estão sendo visitados por deuses. No entanto, esses deuses não tem carteira de motorista.

25 comentários:

Anônimo disse...

Pois é X,

Os argumentos a favor da lei, os argumentos que vc colocou, esse são muito consistentes e dificeis de derrubar.

Porém, agora eu vou fazer o papel de advogado do diabo.

A unica coisa que eu poderia colocar, a favor das pessoas que querem beber e dirigir, é o seguinte:

Em certas cidades brasileiras, é muito dificil sair para a bebedeira usando taxi ou onibus. Em Brasilia, por exemplo, depois da meia noite não tem onibus. Os taxis são caros escassos. Os bares são distantes.

Para essa lei pegar mesmo, seria preciso haver uma infraestrutura decente de transporte publico. Caso contrario, o bebum não vai poder sair para a balada. Vai ser dificil de se adaptar a isso. O bebum ter que ir a pé até um bar que seja proximo de casa, terá que pegar carona com quem não bebe e coisas desse tipo.

De qualquer modo, voltando a minha opinião pessoal: fodam-se! Aquele costume de quase todo mundo dirigir bebado nas noitadas de fim de semana, fazendo merda e causando desastres, isso tinha mesmo que acabar.

André Mueller disse...

Mas para que existe o amigo sóbreo? Para dar carona aos outros. Eu mesmo me ponho nesse papel várias vezes e me divirto muito. Mesmo com a tentação de estar no Beirute cercado de Antárticas Originais e Red Labels!

Anônimo disse...

Sim, recorrer ao amigo sobreo é uma boa saida para se adaptar a lei.

Falando mais sobre os argumentos, não gostei muito do que vc colocou sobre a tolerancia. Claro que todos querem ser insetos maiores e furar a rede. Mas eu prefiro colocar o seguinte:

Tem gente que fica tonta com 1 ou 2 copos de cerveja. Por exemplo, uma senhora idosa pode ficar tonta com um simples copo de vinho.

Então, fica dificil estipular uma quantidade minima segura para todos. Nem todo mundo é bebum calejado.

Anônimo disse...

Esse papo de tolerancia, isso é o mesmo que fazer o teste da farinha, ser reprovado e dizer: "poxa, mas eu só dei a bunda 2 vezes"

hehehe

Anônimo disse...

Ontem, no programa do Lobão na MTV, rolou maior barraco a respeito do assunto.

Teve um carinha lá, que trabalha na AMBEV, que falou que houve uma redução de 30% sobre as vendas do último final de semana.

Quero ver onde essa lei vai chegar.

Acredito que não dura até o próximo feriado (prolongado), se bem que o próximo só em novembro.

André Mueller disse...

Para a Ambev, pouco importa quem bebe, mata e morra. Eles querem é vender álcool, quanto mais, melhor. Não choro uma lágrima pelo prejuízo deles.

Boa essa da prova da farinha! Tô rindo até agora.

Eu não deixaria uma velhinha dirigir meu carro, nem sóbrea! ha ha ha ha ha

Anônimo disse...

Daqui a pouco vai ter gente que da industria funerária falando assim: "poxa, mas essa lei é muito arbitrária, isso está causando o desemprego para os coveiros e a venda de caixões já caiu em 30%"

Elizabete disse...

Eu também concordo que não deve ter torelância.Os 2decigramas é só porque o próprio corpo produz alcool.
Sem duvida a idéia do amigo sóbrio é boa se não tiver nenhum que não beba faça um revesanento...rsrsrs

Unknown disse...

Eu não bebo (tb não dirijo, mas isso é detalhe...)

Ok, era só pra descontrair um pouco, não precisam me bater.

Anônimo disse...

x, vc acha que a lei deveria ser aplicada no universo do rock? ou rock bebum é bacana, desde que nao haja automotores no lance? abs

Anônimo disse...

Reclamem menos e lutem mais.

http://www.propagandasembebida.org.br/

Engraçado é que a bebida já tá incorporada na cultura de muita gente. Tem gente que tenta me provar que o sexo da pessoa está intrinsecamente ligado ao consumo de bebidas, sou seja, "se não bebe não é homem". Vê se pode uma mentalidade dessas...

PS: Sou um eterno amigo da vez (não bebo). Bebida=desperdício de dinheiro.

Anônimo disse...

Paulo Henrique,

Quando estive no Nordeste, as pessoas lá estranharam muito, chegaram a achar que eu era boióla, pois eu não bebia.

Não é que eu não goste, já bebi muito. É que eu tive um problema no figado e na época não podia beber.

Sobre essa cultura etilica, no tempo que eu era criança, nos anos 60 e 70, todo mundo bebia e fumava em qualquer lugar. A geração dos anos 50 era super alcoolatra e tabagista.

Serviam drinks e fumavam até na sala de espera do dentista. Até mesmo na escola, os professores fumavam durante a aula. Alguns tomavam drinks no intervalo. No segundo grau, até os alunos fumavam durante a aula.

Inclusive, haviam medicos alcooltras que, para não tremer durante a cirurgia, antes bebiam umas doses de red label.

Vi muito disso, ainda nos anos 70. Observavamos que, no poker dos "coroas", cada um bebia um litro de uisque escoces. Depois ainda dirigiam o opalão de volta para casa, levando os filhos e a mulher.

Já cansei de pegar carona, de volta do clube e etc, com pai de amigo meu totalmente alcoolizado, com um litro de uisque na cabeça. Isso era muito normal, pois esses eram medicos, professores, juizes, economistas, deputados...

Anônimo disse...

Outro detalhe, que eu esqueci:

Nos anos 70, em Brasilia, 120 km/h era velocidade de cruzeiro. Era muito comum andar a 160 km/h. Costumavam fazer isso com um litro de uisque na cabeça.

Anônimo disse...

"x, vc acha que a lei deveria ser aplicada no universo do rock? ou rock bebum é bacana, desde que nao haja automotores no lance? abs"


Anonimo,
Não sou o X, a pergunta não foi para mim, mas gostaria de dizer uma coisa: rock não tem lei. Ninguem pode colocar limites no rock.

Tambem gosto de rock de maconheiro. Já ouviu o BONGZILLA?

André Mueller disse...

Roqueiro bebum é um saco! Odeio essas bandas que fazem ode ao álcool, usando camisas Jack Daniels e cantando com bafo de usineiro nordestino.

Anônimo disse...

anoni2, o que o x fala é lei para mim, meu exemplo maior de honra e virtude. abs

Anônimo disse...

Muito bem Anonimo,

X é realmente uma cara legal, é autoridade no assunto.

Não sou fã de blues, tambem destesto bafo de usineiro nordestino, mas acho que não dá para proibir o rock de pinguço. Acho que deve existir rock de tudo, até mesmo o rock de baitôla.

Prefiro proibir o axé, o pagode e o sertanejo. Aí sim. Hehehe

André Mueller disse...

Porra, não quero proibir nada. Só acho blues etílico e roqueiros pinguços chatos. Mas há lugar para todos sob o sol, até para os chatos. Por isso que vivo à noite, ha ha ha.

Anônimo disse...

X,

Não precisamos discutir sobre algo que concordamos plenamente.

Tambem não gosto de blues e/ou rock de pinguço. Acho que vc está coberto de razão. O que eu quis dizer foi isso que vc colocou: "há lugar para todos sob o sol, até para os chatos"

Não sei escrever legal igual a vc. Realmente escrevi merda. Acredite, não quis dizer que vc estaria querendo "proibir" isso. Me expressei mal. Peço desculpas e retiro o que eu disse.

Só mantenho o meu sincero elogio: X é realmente um cara legal, é autoridade no assunto.

Enfim, hoje saiu uma matéria interessante sobre esse debate da "lei seca". Trata-se de uma ação na justiça, feita pelo sindicato dos bares e restaurantes, tentando derrubar a lei. Nessa mesma matéria mostra que os taxistas pensam o contrario, estão felizes. Até criaram o telebebum.

leia aqui

Anônimo disse...

Máximas ditas por mim mesmo:

"Uma bebedeira por mês vira o meu figado pelo avesso".

"Outros bêbados estão sendo visitados por demônios".

Anônimo disse...

Sabe essa velhinha citada como exemplo por comer dois bombons e ficar doidona...pois é ela tbem fica malzona por causa da diabete dela qdo come doce. E sofre de um puta colesterol alto, portanto, não pode comer feijada nem leitão a pururuca. A diabete e as doenças causadas pelos altos indices de colesterol causam danos gigantescos ao custo da saude nacional, sendo as maiores causadoras de morte neste país.

Aplicando a lógica desta tolerancia zero, por causa dessa velhinha que sabe que não pode comer doce, nem comidas gordurosas, nem comer 2 bombons de licor que fica bebada, acho que o melhor pra toda a sociedade é usa-la como referencia e criar uma lei que proiba o consumo de doces, de comidas gordurosas!!

Deve -se cria o gordurometro e o açucometro e aplicar a lei da seguinte forma.

Quem comer um bife de picanha com capinha de gordura paga multa de R$ 1500,00 e tem seu vale refeição suspenso por 1 ano.

Quem for pego após ter se acabado eum uma poderosa feijoada completa... esse deve ser detido sumariamente, pagar multa de R$10.000,00 , ter sua poupança e posses aprendidos e ser levado a cadeira eletrica ou injeção letal.

No caso de consumo de doces:

Para aquele que comer um suspiro, maria mole ou pé de moleque: Multa de R$500,00 e perda de 10 pontos na carteira de bom cidadão.

Para aquele que for pego após consumir uma caixa de bombom:

Cadeia nele : pena de 20 anos sem direito a condicional, mais multa de r$ 2000,00.

Acredito que assim, nivelando nossa sociedade ao padrão de referencia de uma "velhinha", teremos uma sociedade perfeita.

Afinal:

" Se eu largar a sua mão você vai se perder....eu ja to até aqui de corrigir você..."

"Eu decido o seu futuro, eu e os meus fusis....minhas normas determinam seus direitos civis"..
(Plebe Rude)

Pois é....que meda!!!

Viva George Orwell e seu Profetico "1984".

No proximo capitulo vamos legislar o controle sexual:

Baseado na mesma Velhinha dos bombons de licor, vamos estipular a quantidade de vezes que a sociedade poderá trepar, digo, manter uma relãção sexual por ano no Brasil!!

Anônimo disse...

Ricardo,

Vc não pode justificar um mal usando outro. O colesterol e a diabetes causam mal apenas para a pessoa que tem esse problema, não cria riscos para os outros. E a questão aqui não é a saude de quem bebe. Não é proibido beber. Não pode é dirigir bebado, pois isso coloca a vida dos outros em risco tambem.

E o problema não é só a velhinha que come bombom de licor. Nem todo mundo é cachaceiro. Quem não costuma beber, esse fica tonto com dois copos de cerveja. E lugar de gente tonta é longe da direção.

Realmente, uma pessoa com diabetes, quando está passando mal, essa não deveria dirigir. Isso vale para qualquer doença. Ainda assim, o diabetico que estiver passando mal, esse exala cheiro de acetona e é pego pelo bafometro sim, como se tivesse bebado. No caso do colesterol, a pessoa que está passando mal, preste a enfartar, essa tambem não deveria dirigir.

Porém, esses casos são raros. É insignificante e até inexistente casos de diabeticos e cardiopatas alucinados que saem matando os outros pela rua. Já no caso do alcool isso acontece aos milhares, diariamente. É preciso parar com isso.

Portanto, vc não pode usar o exemplo de doenças para liberar os bebados para matar os outros no transito. Só fala assim, como vc falou, aqueles que querem beber e fazer merda com o carro. As pessoas decentes não falam esse tipo de merda.

Anônimo disse...

Ricardo,

Outra coisa: esse seu discurso vale como justificativa para a liberação das drogas. Se feijoada, picanha e alcool fazem mal, por que a maconha e cocaina são proibidas? É porque faz mal tambem? Ora, se isso tudo faz mal apenas para quem consome, tudo bem. Problema de quem consome.

Entretanto, isso não justifica uma pessoa de beber ou usar drogas ao volante, pois isso prejudica os outros. Vc gosta de ver um motorista bebado matando a sua mãe?

E sobre essa tolerancia, outro dia um caminhoneiro matou uma familia inteira. Havia bebido somente dois copinhos de cana.

Anônimo disse...

1984, do Orwell, isso fala do controle e restrição da libertade de pessoas decentes e honestas, não fala do controle e restrição da liberdade de crimnosos e motoristas bebados. Esse argumento não cola.

Anônimo disse...

Para ser considerado infração administrativa ou crime de trânsito, não é necessário apenas beber. Você pode beber o que quizer, quantas quizer e ainda assim não configurará infração administrativa ou crime. Para ser considerado um ou outro, é necessário que o sujeito dirija de forma ANORMAL (ziguezageando, "cortando" o trãnsito, avançando o sinal vermelho, dirigir colado ao veículo da frente). os tipos requerem o elemento subjetivo "dirigir sob inluência do álcool ou substâncias análogas= ANORMAL. Se vc toma todas mas dirige "normalmente" não será nem crime e nem infração administrativa.