terça-feira, fevereiro 07, 2006

o dia que dei carona para Jello Biafra

Estava no meu Monza 86 dirigindo pela Avenida Brasil; transito maluco, um calor insuportável e dentro do meu carro dois caronas ilustres. Olho para o lado para ter certeza que não estou sonhando. É ele mesmo, ao meu lado, Jello Biafra! Verifico pelo espelho e comprovo que no banco de trás está sentado o Paul Barker, baixista do Ministry. Tinha ido pegar os dois que chegaram ao Brasil para promover o livro Barulho do André Barsinski, lançado naquele ano de 1991. Seriam dois eventos, uma tarde de autógrafos na loja de CDs que tinha com o Dado, a Rock It!, e um show no Circo Voador com o Andréas do Sepultura na Guitarra.

Tentando matar o tempo e fazer conversa, aponto para um outdoor do Rambo III e pergunto ao Jello: você vai ver? Pra que!?! Recebi um sermão que durou a ida inteira até o hotel, em Botafogo, sobre o imperialismo americano, Hollywood como ferramenta de lavagem cerebral das grandes corporações e Ronald Regan. Tudo que queria era jogar conversa fora. Esperto foi o Barker que ficou calado o trajeto todo. Vai ver que no avião tinha cometido o erro de ativar a matraca política do Jello e agora agia como gato escaldado.

A tarde de autógrafos na loja foi um sucesso. O Jello já estava mais simpático e, no fundo, saquei que gostava da fama, embora não podia admitir. Conversando, descobri que era vegetariano, fazia ioga, só ouvia vinil e como tinha uma imagem a guardar não fumava, se drogava, bebia ou ficava com mulher em público (até agora não entendi essa parte). O que mais me surpreendeu foi o conhecimento do Biafra quanto às bandas de rock brasileiras. Conhecia até Escola de Escândalos. Confessou-me que era uma espécie de Imelda Marcos com LPs, tinha uma quantidade absurda. Tentou encontrar em todos os sebos o disco Módulo 1000, banda psicodélica dos anos 60s/70s de Zé Ramalho, acho. Gozado que baixando música no Soul Seek, hoje eu tenho esse disco, que é muito bom.

O show no Circo foi marcante. O ponto alto foi um mosh do Jello Biafra que caiu no público e foi jogado no palco quase pelado. O Freddy, nosso roadie, até hoje tem um pedaço de sua calça.

15 comentários:

Anônimo disse...

Vc gosta de Ministry? Tenho o Psalm 69 e The Mind is a terrible thing to taste (acho que é isso), acho espetacular todo aquele peso eletrônico. Mas hoje nem sei mais se estão na ativa.
Quanto ao Jello Biafra, acho gozado, se o cara não faz tudo aquilo só para preservar a imagem, então ele está mais preocupado com as aparências do que ser ele mesmo. É por que ele vive somente de sua imagem passada, será? E será que no escondido ele fica com mulher?

Anônimo disse...

Pô André, do jeito que está indo, o próximo blog poderia ser "O dia que comi Britney Spears". Que tal?

Anônimo disse...

André, é verdade que o Jello Biafra ficou hospedado na casa do Renato Russo? Esse nome do baixista do Ministry não está errado, não é Paul Baker? Clive Baker não é o nome de um cartunista? Aliás, porque você não usa o efeito que o Ministry usa no baixo?, aquilo fica monstruoso, faz mais barulho que a guitarra. Você mostrou esse disco da banda psicodélica do Zé Ramalho pro Jander? Acho que ele iria adorar.

F3rnando disse...

Pô, Mr.X tirou onda valendo agora, pegou mais pesado que a do Bob Smith...Conta a a Siouxie agora.

André, vc chegou a ouvir algum material solo do Jander? Vi uma vez ele falando que queria msiturar Elomar com batidas eletrônicas...

André Mueller disse...

Tem toda razão! Clive é o outro Barker que admiro muito. O certo é Paul!
No próximo Cd da Plebe, sim haverá próximo, vou usar esse efeito.
Já ouvi uma música solo do Jander, chamada Bolo, e caí para trás. Muito revolucionária, visionária, porém nada pop.

André Mueller disse...

E é verdade que o Jello ficou hospedado na casa do Renato Russo, que ficou orgulhoso do Biafra tê-lo incluído na agenda de bolso, ao lado dos caras do Husker Du.
Porém, achou estranho o cara ficar meditando e fazendo ioga o tempo todo.

Anônimo disse...

André,

Como poderíamos ter acesso a essa música do Jander?

Um abraço,
Claudio Lopes

Anônimo disse...

Essa apresentação no Circo foi com o Ratos de Porão e com o Andreas, não foi? Eu estava lá! O mosh do Jello, realmente, foi o ponto alto do show!

Pamela disse...

Contraditório,no mínimo...

O cara ter todo esse discurso político e ser tao preocupado com o q vao pensar dele !!!

Fala sério...

Anônimo disse...

essa foi demais!!!!!! Jello !!!! "sabemos agora, nem tudo que é bom vem de fora"
pô o cara é esperto, antes do brasileiro descobrir o próprio som o Jello já sabia o que era! sem a internet de hj na época é mesmo de se espantar com tanto conhecimento do Rock BR, mas se fosse hj em dia, nada mais normal, a gente os conhece e eles nos conhecem. Talvez ele recebesse o material por carta.

acho estranho que ele fosse tão discreto, já que o público dele nada ia estranhar se ele fizesse tudo aquilo, afinal era DK e não RBD!

ok abraço!

Anônimo disse...

Acho que esse negócio de meditar e fazer ioga o tempo todo é pra sublimar o sexo. Agora, o melhor de tudo mesmo foi o André dar uma de inocente e perguntar pro Biafra se ele ia ver Rambo III. Muito piada!!

Anônimo disse...

eu tinha feito um comentario por aqui, nesse post.

acho que tem um assunto que nao pode falar aqui, acho que pra nao atrapalhar

como é que pode

Anônimo disse...

pô cara na boa sou fã do jello e do DK pra caralho mas acho que o jello é gay mesmo, porq será tão dificil pra ele assumir isso? afinal o rabo é dele e ninguém tem nada com isso, vai tomar banho de jacuzi com o renato russo e fica dizendo que não pode aparecer com mulher, pô quer lance mais gay do que esse.

Anônimo disse...

pó cara muito legal, se der adiciona ai eislerbastardu@hotmail.com

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

história encantadoramente punk coração sincero