quinta-feira, junho 23, 2005

Mais Punk

Esse debate todo sobre o punk trouxe uma onda de saudosísmo. Como era bom descobrir as bandas novas no fim dos anos 70s! Cada uma levando o rock noutra direção, temperando a revolta com outros sons e sabores. A transição dos Pistols, Clash e Damned para Joy Division, Cabaret Voltaire e Cure, para Sisters of Mercy, Jesus & Marychain foi bem lógica para mim. Por isso nunca aceitei o hardcore, que não permitia variações, experimentações. Criou suas regras e todos eram obrigados a seguí-las. Essa mesma euforia eu senti em meados dos 90s quando descobri a cena eletrônica. Aliáis, me identifiquei muito com a galera eletrôncia de Brasília, correndo atrás de sua própria diversão e sons. Me lembrou muito dos primeiros punks candangos. Pena que o Luciano Hulk, o Acioli e um monte de outros playboys adotaram o eletrônico com trilha sonora de suas vidas. Pena que a MTV transformou a revolta em dólares. Porque alguém ouve Green Day ao invés de Stiff Little Fingers está além de minha compreensão.

7 comentários:

Anônimo disse...

é só pro ter perdido toda essa epoca que eu me sinto algumas vezes triste por ter só 22 anos hoje! Queria muito ter sido adolescente nos anos 80!
Beijos

Anônimo disse...

André, mata uma curiosidade: Vc jah foi em algum show do Clash?

André Mueller disse...

Sim, Mateus. Fui ver o lançamento do Give'em Enough Rope, em Sheffield, Inglaterra, no Top Rank Club, 1978. O gozado é que antes do fim do show, o Joe Strummer e o Mick Jones brigam, e, no bis, volatam só um trio, sem o Mick Jones. Nesse show, tocaram uma inédita: Bankrobber, que veio a ser um lado b. Memorável.

Anônimo disse...

Putz! Então vc pode se considerar um sujeito privilegiado. Pegar um show do Clash no auge da banda. Viva Strummer e a maior banda do mundo!

Anônimo disse...

Naquele disco oficial ao vivo do Clash tem relatos de fãs sobre os shows. Um do mais engraçados é de um cara que abandonou o exército pra ir ver um show do Clash. Outro era sobre um show em um lugar em que todos deveriam ficar sentados no teatro. Então Joe Strummer pede pra apagar as luzes e diz à platéia que quer saber o quanto eles são espertos. Depois disso, na primeira música as cadeiras do teatro estão voando pelos ares. O Philippe fez uma resenha bem legal sobre esse disco para o Correio Braziliense.

Anônimo disse...

Saiu hoje, domingo, 26.06, na Folha de Sao Paulo, caderno Mais:
"MOSTRA PUNK - 30 ANOS
Tomando por base o show do grupo Sex Pistols em frente a loja Sex, em Londres, em 1975, como o marco inicial do momvimento punk, a exposicao montada no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, que comeca depois de amanha, faz uma retrospectiva do estilo no mundo e influencia sua no Brasil. Debates, shows, documentarios, filmes de ficcao e gravacoes raras retratam a rebeliao punk desde os classicos Pistols e Ramones ate grupos como o brasiliense Plebe Rude. A mostra passa em julho por Sao Paulo e Brasilia."

Eduardo Raggi disse...

Voltando à pergunta final do texto do André, são várias as razões pela qual se ouve Green Day em vez de Stiff Little Finger. A principal delas creio ser a desinformação. A MTV se transformou, para muitos, a última palavra. Lembro de ter visto clips (fora da MTV), durante os anos 80, de bandas como The Damned, The Stranglers, The Jam e o próprio Stiff, mas nunca na MTV. Além disso tem o fator Boutique que torna os punks pós-milênio um tanto mais atrativos e apropriados para a telinha. Sem falar no avanço das tecnolgias de gravação indisponíveis aos punks da periferia dos anos 70 do século passado. As guitarras atuais soam melhor, assim como os bumbos e caixas e tudo o mais.

Eu tô com o André. Pra ouvir a versão mais bonitinha e melhor gravada da mesma coisa, prefiro reviver os surtos de adrenalina ouvindo as novidades eletrônicas, principalmente as que flertam com o alcoolizado e pançudo punk rock.