sexta-feira, dezembro 23, 2005
Anarconatal para Todos - Oh oh oh oh!
Ho ho ho ho ho! Feliz natal para todos! Boas festas!
Veja só que espírito de natal legal. Tem uns malucos na Califórnia que se reunem nessa época do ano, bebem todas, se fantasiam de papai noel e saem pelas ruas desejando feliz natal para todos, além de fazendo bagunça. Se autodenominam os Santanarchy - algo como Noelnarquia. Muito bem bolado, veja a foto. Reparem que tem um com uma másacara do Jason.
Em fim, imaginação é tudo, façam diferente em 2006! Errem ao contrário!
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Site Derrubado!
Derrubar governos é duro, mas derrubar sites é fácil para caramba. W Bush está com inveja de vocês, quer saber como, em menos de 48, conseguiram tirar do ar o site da Plebe Rude. Brincadeiras a parte, o site caiu por causa do volume de tentativas de acesso. Mas fiquem tranquilos, o Philippe já está com um batalhão de hackers e cyber-nerds trabalhando nisso.
Outra: o site só tende a melhorar. Estamos planejando muitos upgrades, como chats, mais downloads, etc.
Agora, tratem de derrubar o site do PT, do Palácio do Planalto, do Exército, ....
terça-feira, dezembro 20, 2005
Mil Gatos No Telhado
Philippe Seabra conseguiu capturar o retrato atual da nação na forma de uma música pop. Os sinais estão aparentes, avisando que o futuro não será brilhante: um presidente que não gosta de decidir, a educação - força motriz que garante o futuro - relegada, gastos públicos direcionados somente para propaganda governamental, corrupção clara e aparente. O gato já subiu no telhado a muito tempo, mas os cordeiros se recusão a ver os sinais.
É, mil gatos no telhado
Para o desavisado deveria bastar
Quem é que duvidaria
Da bandeira la de cima
Mas pra você não há nada de errado, acorrentado sem saber
Enquanto isso, na máquina administrativa, tudo é como sempre foi. O Deputado Queiroz, réu confesso de ter sido agraciado pelo Valérioduto, foi inocentado por seus pares. Isso, contrariando a recomendação da Comissão de Ética, ou seja, no Congresso, não há ética. As pestes continuam consumindo o dinheiro público como se fosse deles. Como sempre foi. Até quando? Ao invéz de reclamar, lutar, os cordeiros vão para suas seitas caça-níqueis rezar.
É, mil ratos no sobrado
Roendo aqui do lado, não ouve, não vê?
Ja vi essa história antes
Muda a data e os nomes e só resta você
Sempre de braços cruzados, anestesiado pela fé
E porque esse medo de mudar, de arriscar, típica do brasileiro? Talvez porque a gente se tornou país, mas nunca nação. Somos a única colônia que não se rebelou contra a metrópole - quem fez nossa independência foi um português!!! E se declarou imperador!!! E a gente aceitou!!!
Veja você, o medo que ninguém precisa ter
Se há o que temer, que venha
Que alguém foi antes de você
A miséria, insegurança e falta de diretrizes públicas viram rotina, a gente se acostuma, cruza os braços e se preocupa com nossos umbigos. Não aprendemos ainda que a união é que faz a força. Desconfiamos dos próximos, queremos garantir o nosso.
Condicionado pela vida
Enfrentando todo dia mesmo sem poder
Acostumado a rotina
De ser julgado a revelia por quem não te vê
Enquanto isso, os sinais estão claros: as coisas não vão melhorar se a gente não agir. Levantamos a bunda da cadeira, ou os bundas sentam em cima de nós!
Sempre estacionário
E o resultado sabe de cor
Mil gatos no telhado perante você
Mil ratos no sobrado perante você
Site no Ar
Sim, a bola começou a rolar, o site da Plebe Rude voltou ao ar, graças ao esforços do Philippe Seabra. Podem conferir: www.pleberude.com.br. E tem mais - disponibilizamos para download Mil Gatos no Telhado em MP3! Agora é com vocês!
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Sarney para se coçar.
Você tem uma idéia legal para um filme ou para fazer um disco? Talvez para escrever um livro? Precisa de dinheiro para financiar o seu projeto? Tem um programa da Petrobrás justamente para isso. Seus problemas acabaram? Bem, se seu nome não for José Sarney, não. Sempre pensei que o programa de nossa Petrosauro era voltado às pessoas com poucos recursos mas com boas idéias. Pelo menos isso é o que se pretende com ações sociais de cultura, que é o que a Petrosauro se propõe a fazer. Mas como, no Brasil, nada é o que parece, leiam a reportagem, abaixo.
“Petrobrás anunciou a liberação de R$ 1,348 milhão para a recuperação do acervo e modernização da Fundação José Sarney, em São Luis do Maranhão. Os recursos serão aplicados na digitalização do catálogo da fundação, que tem hoje cerca de 500 mil documentos relativos à presidência da República, além de livros e obras de arte.”
Nosso querido ex-presidente, sim aquele que acha que é escritor, cuja família está levando o Maranhão ao fundo do poço, que pediu uma moratória desnecessária quando comandava o país, agradeceu assim: “agradeço a contribuição da Petrobrás à pesquisa histórica do Brasil.” Marimbondos de Fogos me mordam! Desde quando o Ribamar bigodudo faz pesquisa histórica?
E enquanto isso, nossos representantes no Congresso receberão três salários com a convocação extraordinária. Não é legal trabalhar num lugar onde você não faz nada o ano todo e, para compensar, ainda trabalha nas férias ganhando o triplo?
Quando vamos parar de bancar os cordeiros e nos tornarmos país?
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Evento Homenagem ao Russo.
Estou no meio do livro do Jon Savage, England’s Dreaming, que conta a história em detalhes do punk inglês. Tem uma frase que o John Lydon falou para o autor que resume o que é tocar numa banda de rock: “you can’t imagine the utter boredome it is.” (Tradução: você não imagina o imenso tédio que é.). Essa frase ficou rolando na minha cabeça o tempo todo no evento Multishow/EMI para homenagear o Renato Russo. Não por culpa dos produtores, a organização estava profissional, a maior atenção para os músicos. Mas o que mas fazemos é esperar, esperar e esperar. Esperar para passar som, para voltar ao hotel, para ir ao evento, para entrar no palco, para sair do evento.
Mas tudo compensa quando estamos no palco e todos gritando “olê-olê-olá plebe-plebe”. Vocês não imaginam como isso causa arrepios. Até a nossa entrada, o público estava vibrando como em qualquer gravação de DVD, muitos querendo aparecer no filme. Mas quando entramos, o canto veio da alma – foi lindo, valeu a pena todo o sacrifício de tocar desfalcado do Txotxa. E ainda por cima, começaram a cantar Até Quando Esperar! Lindo!
E a gente mandou bem: uma versão punk-adrenalinizada de Química. O DVD e o CD saem em março, depois do carnaval, quando o Brasil volta a ficar operacional de novo. Tomara que até lá o R ao Contrário também esteja nas prateleiras das lojas. Fora o Capital, éramos os únicos lá a ter tido mais intimidade com o Manfredini. Demos alguns depoimentos para o making-of que também sairá no DVD.
Último aviso: o Philippe e o Clemente ficaram no Rio para fazer aparições num evento da Rádio Cidade no Claro Hall. Quem perdeu ontem, vá hoje.
Mas tudo compensa quando estamos no palco e todos gritando “olê-olê-olá plebe-plebe”. Vocês não imaginam como isso causa arrepios. Até a nossa entrada, o público estava vibrando como em qualquer gravação de DVD, muitos querendo aparecer no filme. Mas quando entramos, o canto veio da alma – foi lindo, valeu a pena todo o sacrifício de tocar desfalcado do Txotxa. E ainda por cima, começaram a cantar Até Quando Esperar! Lindo!
E a gente mandou bem: uma versão punk-adrenalinizada de Química. O DVD e o CD saem em março, depois do carnaval, quando o Brasil volta a ficar operacional de novo. Tomara que até lá o R ao Contrário também esteja nas prateleiras das lojas. Fora o Capital, éramos os únicos lá a ter tido mais intimidade com o Manfredini. Demos alguns depoimentos para o making-of que também sairá no DVD.
Último aviso: o Philippe e o Clemente ficaram no Rio para fazer aparições num evento da Rádio Cidade no Claro Hall. Quem perdeu ontem, vá hoje.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Alternativa Nativa
Janeiro de 1988, patrocinado por uma empresa voltada aos jovens, vários festivais nomeados de Alternativa Nativa são programados para acontecer nas principais cidades do Brasil. A Plebe Rude foi escalada para tocar no Maracanzinho, abrindo para a Legião Urbana. À época, eram as duas mais relevantes bandas de Brasília, sendo o perfeito line-up para a ocasião. Posters na rua, ingressos vendidos, o Naldo, nosso empresário na época recebe um telefonema da organização. “É o seguinte”, dizem, “a Legião Urbana bate o pé para tocar sozinha, não quer que ninguém abra o show, se não, não tocam.” Negociação vai, negociação vem, e o Naldo fechou um negócio que para ele foi muito bom, para a Plebe, tenho minhas dúvidas. Combinou o seguinte: a Plebe receberia para não tocar! E assim foi.
Quem tem um ingresso desse show pode verificar, o nome da Plebe Rude foi furado com pequenas perfurações, sendo impossível de ler. A Legião, por egoísmo, tocou sozinha. Esse show foi o primeiro grande depois do lamentável episódio de Brasília, onde, provocado pelo Renato, o público se revoltou e aconteceu a maior pancadaria. Talvez estivessem inseguros tocando com outra banda. O fato foi que, apesar do Renato sempre declarar que sua banda favorita era a Plebe, fomos limados. O Philippe acha que esse evento foi o começo do fim da banda. Lembro-me de assistir o show do backstage e confraternizar com os legionários depois. Não ficou mágoa, mas que foi esquisito, foi.
Amanhã, vamos fazer uma homenagem ao Renato Russo tocando Química na Fundição Progresso no Rio. A gravação vai virar DVD e especial Multishow. Por incrível que pareça, quase fomos limados novamente. Foi assim: a organização do evento não queria pagar passagens e diárias para o Clemente e o Txotxa, queriam que o Philippe e eu tocássemos com uma banda de apoio. Batemos o pé, conseguimos a presença do Clemente, sacrificando o Txotxa pelo bem do Renato e do evento. Mesmo assim, é estranho. A Plebe, além de conhecer e conviver com o Renato, tinha a sua admiração. No seu quarto, pendurado na parede, a capa do vinil promocional de Este Ano. E é justamente a Plebe que eles querem sacrificar. Detonautas, Pato Fu, Autoramas e outros que nem tiveram nada a ver com o Renato vão estar completos. A gente não.
Mas mesmo com essas adversidades, vamos fazer bonito.T
Quem tem um ingresso desse show pode verificar, o nome da Plebe Rude foi furado com pequenas perfurações, sendo impossível de ler. A Legião, por egoísmo, tocou sozinha. Esse show foi o primeiro grande depois do lamentável episódio de Brasília, onde, provocado pelo Renato, o público se revoltou e aconteceu a maior pancadaria. Talvez estivessem inseguros tocando com outra banda. O fato foi que, apesar do Renato sempre declarar que sua banda favorita era a Plebe, fomos limados. O Philippe acha que esse evento foi o começo do fim da banda. Lembro-me de assistir o show do backstage e confraternizar com os legionários depois. Não ficou mágoa, mas que foi esquisito, foi.
Amanhã, vamos fazer uma homenagem ao Renato Russo tocando Química na Fundição Progresso no Rio. A gravação vai virar DVD e especial Multishow. Por incrível que pareça, quase fomos limados novamente. Foi assim: a organização do evento não queria pagar passagens e diárias para o Clemente e o Txotxa, queriam que o Philippe e eu tocássemos com uma banda de apoio. Batemos o pé, conseguimos a presença do Clemente, sacrificando o Txotxa pelo bem do Renato e do evento. Mesmo assim, é estranho. A Plebe, além de conhecer e conviver com o Renato, tinha a sua admiração. No seu quarto, pendurado na parede, a capa do vinil promocional de Este Ano. E é justamente a Plebe que eles querem sacrificar. Detonautas, Pato Fu, Autoramas e outros que nem tiveram nada a ver com o Renato vão estar completos. A gente não.
Mas mesmo com essas adversidades, vamos fazer bonito.T
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Paraíso frustrante.
Tédio está no ar, não há para onde ir. Achamos conforto nas nossas rotinas e nos sentimos seguros com a repetição dos programas. Mesmas caras, mesmas músicas, mesmo bar, mesmo cenário, mesma cena, mesmas piadas. O cobertor da mesmice nos mantém aquecidos, mas também preguiçosos, lentos e gordos. Pior, a vida está estruturada de tal forma que as apostas em qualquer mudança estão além de nossa capacidade de bancar o cacife. Mas o cérebro sabe, mesmo com o corpo e alma sentindo-se seguros, que o tédio envenena, torna o humor amargo, a vida cinza. John Lydon declarou mil vezes que o tédio que o levou a fazer os Pistols. Também falou que foi o tédio que o fez sair da banda. Monotonia, calmaria, mesmice, chatice – são o vírus que estão nos contaminando. Cadê a centelha mágica que irá colocar tudo em combustão, nos forçar a pular, agir, criar? A vida é isso – esperar e esperar e esperar. Frustração disfarçada de sucesso. Burocracia do espírito. Devemos agradecer pelo o que temos, mas porque não exigir mais? Temos fome, não queremos bolo, queremos coissants! Guilhotina neles todos!
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Não pergunte, então, se os sinos dobrarão.
Commodities são, por definição, produtos padronizados e não diferenciados, nos quais o produtor não tem poder de fixação de preços e cujo mercado é caracterizado pela arbitragem nos mercados. Ou seja, bens comuns, negociados no mercado, cujo valor de troca não está sob o controle de quem os fez/fabricou/criou, mas sim quanto as pessoas estão dispostas a pagar por eles. Dizem que o grande commodity do final do século XX foi a cultura. Música, pintura, literatura alcançaram preços incríveis, muito superiores às matérias primas usadas para as criar. No meado do século, informação era um commodity. Quem tinha informação guardava para si, era ferramenta de poder. Um dos grandes motivadores das movimentações parisienses de 1968 foi a angústia que os jovens sentiam em não ter informação.
No início deste século, os dois deixam de ser commodities. Com a popularização da internet, cultura e informações estão á disposição de todos. Quer uma pintura do Picasso? Certamente, algum lugar lá no cyber-espaço tem uma escaneada para você download e imprimir. Quer ouvir Plebe Rude antes do CD estar oficialmente nas lojas, algum lugar, entre os 0’s e 1’s que formam o mar digital, você encontra. Cultura e informação são bens livres, como o ar e a água (por enquanto).
Informação e cultura também são os alicerces que movem o teenager. Digito a palavra em inglês, pois ser teenager é mais do que ser um adolescente, é um estado de espírito, uma fase da nossa vida onde estamos ávidos por saber o porquê e, interferindo, mudando o status quo. Quando as armas são os livros, a música e a literatura. Um alimentando a outra, a cultura produzindo informação que é utilizada para formar mais cultura.
Não sou muito de teorias de conspiração, mas ouçam essa. Cansados de ter que guardar as informações importantes e se sentindo incapaz de conter os teenagers, conforme contextualizado, acima, decidem abrir as comportas. “Vamos inundá-los com informações, tornar todas disponíveis de uma vez só. Eles vão se enjoar e retrair, se tornando doces cordeirinhos.” E foi o que aconteceu. Internet, TV a cabo, revistas especializadas, celular, cadernos dirigidos em jornais. As comportas foram abertas! E o que fazem os teens? Ficam nos chats, ignorando os milhares de milhares de sites que podem induzir veias criativas ou, até, revolucionárias. Ficam no Orkut, deixando mofar todos os livros contendo munição suficiente para derrubar governos e organizações. Teclam no celular ao invés de imprimir as suas idéias, entrar em debates e torcer as mentes dos burgueses. Foi um golpe de mestre, acabaram com o teenager. O transformaram num bicho consumista e imediatista.
Deram aos jovens todas as opções possíveis. Nesse cenário, é muito difícil, dá muito trabalho, decidir o que fazer num mundo de infinitas possibilidades. A opção mais escolhida é não fazer nada. É fazer igual aos outros. É fazer o que exige menos esforço.
O futuro não existe, o passado também não. Podemos ler sobre isso, mas daí vamos perder o último comentário sem sentido no MSN. Vamos fazer música? Sim, mas seguindo o padrão ditado pela MTV. Existem outros, mas dá muito trabalho descobrir e assimilar. Queremos tudo agora, hoje não, já! É assim que pensa a nova geração. Escrever? Ler? Qual o benefício imediato? Não estou interessado, vou alugar outro DVD de alguma adaptação de quadrinhos ou remake de filme antigo.
Dizem que quando os teens descobriram a sua força – fim dos 60s – o establishment se arrependeu de ter criado o termo. Eram coesos na luta pela transformação. O último grande movimento teen foi o punk, qualquer outro que vier agora vai ser empacotado, carimbado, despachado e vendido antes que possa causar qualquer impacto. Bem vindo ao bravo mundo novo. Os sinos não dobram por você.
No início deste século, os dois deixam de ser commodities. Com a popularização da internet, cultura e informações estão á disposição de todos. Quer uma pintura do Picasso? Certamente, algum lugar lá no cyber-espaço tem uma escaneada para você download e imprimir. Quer ouvir Plebe Rude antes do CD estar oficialmente nas lojas, algum lugar, entre os 0’s e 1’s que formam o mar digital, você encontra. Cultura e informação são bens livres, como o ar e a água (por enquanto).
Informação e cultura também são os alicerces que movem o teenager. Digito a palavra em inglês, pois ser teenager é mais do que ser um adolescente, é um estado de espírito, uma fase da nossa vida onde estamos ávidos por saber o porquê e, interferindo, mudando o status quo. Quando as armas são os livros, a música e a literatura. Um alimentando a outra, a cultura produzindo informação que é utilizada para formar mais cultura.
Não sou muito de teorias de conspiração, mas ouçam essa. Cansados de ter que guardar as informações importantes e se sentindo incapaz de conter os teenagers, conforme contextualizado, acima, decidem abrir as comportas. “Vamos inundá-los com informações, tornar todas disponíveis de uma vez só. Eles vão se enjoar e retrair, se tornando doces cordeirinhos.” E foi o que aconteceu. Internet, TV a cabo, revistas especializadas, celular, cadernos dirigidos em jornais. As comportas foram abertas! E o que fazem os teens? Ficam nos chats, ignorando os milhares de milhares de sites que podem induzir veias criativas ou, até, revolucionárias. Ficam no Orkut, deixando mofar todos os livros contendo munição suficiente para derrubar governos e organizações. Teclam no celular ao invés de imprimir as suas idéias, entrar em debates e torcer as mentes dos burgueses. Foi um golpe de mestre, acabaram com o teenager. O transformaram num bicho consumista e imediatista.
Deram aos jovens todas as opções possíveis. Nesse cenário, é muito difícil, dá muito trabalho, decidir o que fazer num mundo de infinitas possibilidades. A opção mais escolhida é não fazer nada. É fazer igual aos outros. É fazer o que exige menos esforço.
O futuro não existe, o passado também não. Podemos ler sobre isso, mas daí vamos perder o último comentário sem sentido no MSN. Vamos fazer música? Sim, mas seguindo o padrão ditado pela MTV. Existem outros, mas dá muito trabalho descobrir e assimilar. Queremos tudo agora, hoje não, já! É assim que pensa a nova geração. Escrever? Ler? Qual o benefício imediato? Não estou interessado, vou alugar outro DVD de alguma adaptação de quadrinhos ou remake de filme antigo.
Dizem que quando os teens descobriram a sua força – fim dos 60s – o establishment se arrependeu de ter criado o termo. Eram coesos na luta pela transformação. O último grande movimento teen foi o punk, qualquer outro que vier agora vai ser empacotado, carimbado, despachado e vendido antes que possa causar qualquer impacto. Bem vindo ao bravo mundo novo. Os sinos não dobram por você.
Malhação
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Fim de Semana em Itaquera
Gravamos, ontem, um show para a TV Senac, no Sesc Itaquera, chamado Berço do Rock. Mais uma vez ficamos admirados com a organização e seriedade do Sesc, tanto no seu programa, quanto no seu clube. Gravaram também para o mesmo programa o Tijuana, Pepeu Gomes, Coyote, Tutti Frutti. Momento mágico: Philippe encontra o Luiz Carlini, do Tutti Frutti, de quem ele tirou, nos anos de pré-adolescente, o seu primeiro solo de guitarra (da música Ovelha Negra). Tocamos 5 músicas (Proteção, O Que Se Faz, Censura, Este Ano e Até Quando, essa última com a participação do Fernando Magalhães, do Barão Vermelho e fã incondicional do Damned e Eddie & Hot Rods. O programa vai ao ar dia 1º de janeiro.
As fotos do evento serão bloggadas em breve.
As fotos do evento serão bloggadas em breve.
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Agenda Plebe dezembro.
Enquanto as teias de aranha vão se acumulando no disco pronto, mixado, masterizado e com capa feita, a Plebe Rude estará fazendo alguns programas de televisão em São Paulo e Rio de Janeiro. Vou fazer a divulgação, no intuito dos verdadeiros plebeus comparecerem.
Domingo, dia 4 de dezembro, às 11 horas, no Sesc Itaquera(SP), gravação do programa Berço do Rock (TVE).
Terça-feira, dia 13 de dezembro, às 23 horas, na Fundição Progresso (RJ), gravação de um programa em homenagem à Legião (Multishow), onde tocaremos uma versão de Química, temperada com traços à lá Plebe Rude.
Shows? Até agora, nossa tática tem sido esperar o lançamento do Cd, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Domingo, dia 4 de dezembro, às 11 horas, no Sesc Itaquera(SP), gravação do programa Berço do Rock (TVE).
Terça-feira, dia 13 de dezembro, às 23 horas, na Fundição Progresso (RJ), gravação de um programa em homenagem à Legião (Multishow), onde tocaremos uma versão de Química, temperada com traços à lá Plebe Rude.
Shows? Até agora, nossa tática tem sido esperar o lançamento do Cd, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
quinta-feira, dezembro 01, 2005
Pé no Jabaculê
Você tem controle do que você ouve na rádio? Acha que tem acesso a tudo? Acorde!, você só ouve o que eles querem que você ouça. Você só vê os vídeos que eles querem que você veja! Quem são eles? De um lado as gravadoras, do outro, as emissoras de rádio e TV. Quanto vale colocar um Felipe Dylon, um KLB ou, até, um Capital Incial no playlist? Vale doar passagens para resorts aos programadores, dar carros, iPods para críticos, e, até, dinheiro vivo.
Aqui no Brasil, como relata a revista Veja, de 30 de novembro de 2005, à página 163, é visto como “uma estratégia normal de promoção.” Nos EUA, é crime e a justiça está caindo em cima. Na semana passada a Warner foi condenada a pagar 5 milhões de dólares ao governo americano por empregar “meios ilegítimos para que seus artistas tivessem boa execução nas rádios.” A Sony/BMG pagou 10 milhões de dólares pelo mesmo motivo. Um dos agraciados pela “promoção ilegítima” foi o conjunto Green Day (algo me dizia que o sucesso deles, de uma hora para a outra, era meio estranha).
Imaginem se a moda pega aqui! O governo brasileiro vai ficar rico, de tantas condenações que vão surgir. Mas isso é um sonho. O Lobão pagou caro por denunciar o esquema, está banido de todas as rádios e gravadoras. Lança seus discos via bancas de jornais. Então sintonize na sua rádio favorita e ouça o que eles tanto investiram para você ouvir.
Aqui no Brasil, como relata a revista Veja, de 30 de novembro de 2005, à página 163, é visto como “uma estratégia normal de promoção.” Nos EUA, é crime e a justiça está caindo em cima. Na semana passada a Warner foi condenada a pagar 5 milhões de dólares ao governo americano por empregar “meios ilegítimos para que seus artistas tivessem boa execução nas rádios.” A Sony/BMG pagou 10 milhões de dólares pelo mesmo motivo. Um dos agraciados pela “promoção ilegítima” foi o conjunto Green Day (algo me dizia que o sucesso deles, de uma hora para a outra, era meio estranha).
Imaginem se a moda pega aqui! O governo brasileiro vai ficar rico, de tantas condenações que vão surgir. Mas isso é um sonho. O Lobão pagou caro por denunciar o esquema, está banido de todas as rádios e gravadoras. Lança seus discos via bancas de jornais. Então sintonize na sua rádio favorita e ouça o que eles tanto investiram para você ouvir.
quarta-feira, novembro 30, 2005
Punk Nova York ou Inglês? Éis a questão.
Aproveito a discussão sobre a rivalidade Rio – SP, da postagem anterior, para tecer alguns comentários sobre outra rivalidade: punk USA vs. punk inglês. Quem veio primeiro? Qual é o mais importante? Isso importa?
De um lado, o livro Kill Me Please, do Legs McNeil, que conta por meio de declarações dos principais envolvidos, a história do punk nova-iorquino. Leitura muito boa, traça um caminho desde o MC-5, Stooges e Velvet Underground, até os Ramones, Blondie, Television e outros. No outro lado do ring, o desafiante, o livro England’s Dreaming, do Jon Savage, que relata o surgimento dos Pistols, que deflagrou todo o movimento inglês.
Em termos de informação, o inglês ganha, pois tem um trabalho histórico que volta aos jovens rebeldes da década de 1940, passando pelos Teddy Boys dos 1950s, chegando no punk. Tem, também, uma abordagem sociológica, mostrando como, em 1976, a sociedade inglesa estava estagnada, uma recessão violenta tomava conta e a juventude não tinha esperança nenhuma de futuro. Nesse cenário, os Sex Pistols expõe as feridas e se rebela, sendo aceita imediatamente por essa geração.
Já os americanos estavam mais interessados nos seu sexo, drogas e rock n roll, agindo, como agem os americanos, como jovens mimados que acham que têm todos os direitos e regalias e nenhum dever perante a sociedade. Tirando o MC-5, nenhum músico tinha interesse coletivo, pensando egoisticamente em seu próprio umbigo.
Musicalmente gosto dos dois, mas o lado político, consciente do punk inglês me atrai muito mais. Não é a toa que o Johnny Ramone era fã do Ronald Regan e o Joe Strummer votava com os trabalhistas. O punk americano primava pelo excesso. A Cristine Hyne, dos Pretenders, que morava na Inglaterra em 1977, comentou que a chegada dos punks nova-iorquinos à Londres, com sua heroína, foi o que matou o punk inglês. O movimento inglês ainda deu fruto à organizações como o Rock Against Racism e o Anti Fascist League. O punk NY não deu movimento à nenhuma ação social.
Para quem está interessado, o livro do NY foi lançado em português e se chama Mate-me Por Favor. O outro só pela Amazon (comprei usado por 7 dólares, 20 reais!). O que diz a comunidade do blog?
De um lado, o livro Kill Me Please, do Legs McNeil, que conta por meio de declarações dos principais envolvidos, a história do punk nova-iorquino. Leitura muito boa, traça um caminho desde o MC-5, Stooges e Velvet Underground, até os Ramones, Blondie, Television e outros. No outro lado do ring, o desafiante, o livro England’s Dreaming, do Jon Savage, que relata o surgimento dos Pistols, que deflagrou todo o movimento inglês.
Em termos de informação, o inglês ganha, pois tem um trabalho histórico que volta aos jovens rebeldes da década de 1940, passando pelos Teddy Boys dos 1950s, chegando no punk. Tem, também, uma abordagem sociológica, mostrando como, em 1976, a sociedade inglesa estava estagnada, uma recessão violenta tomava conta e a juventude não tinha esperança nenhuma de futuro. Nesse cenário, os Sex Pistols expõe as feridas e se rebela, sendo aceita imediatamente por essa geração.
Já os americanos estavam mais interessados nos seu sexo, drogas e rock n roll, agindo, como agem os americanos, como jovens mimados que acham que têm todos os direitos e regalias e nenhum dever perante a sociedade. Tirando o MC-5, nenhum músico tinha interesse coletivo, pensando egoisticamente em seu próprio umbigo.
Musicalmente gosto dos dois, mas o lado político, consciente do punk inglês me atrai muito mais. Não é a toa que o Johnny Ramone era fã do Ronald Regan e o Joe Strummer votava com os trabalhistas. O punk americano primava pelo excesso. A Cristine Hyne, dos Pretenders, que morava na Inglaterra em 1977, comentou que a chegada dos punks nova-iorquinos à Londres, com sua heroína, foi o que matou o punk inglês. O movimento inglês ainda deu fruto à organizações como o Rock Against Racism e o Anti Fascist League. O punk NY não deu movimento à nenhuma ação social.
Para quem está interessado, o livro do NY foi lançado em português e se chama Mate-me Por Favor. O outro só pela Amazon (comprei usado por 7 dólares, 20 reais!). O que diz a comunidade do blog?
segunda-feira, novembro 28, 2005
Claro Que É Desorganizado!
Ontem, fui ao festival Claro Que É Rock, no Rio de Janeiro. Lá onde foi realizado o Rock In Rio III, chamada também de Cidade do Rock. Bom, até que faz jus ao nome, lembra bem uma cidade típica brasileira: falta infraestrutura, faltam investimentos e tem aquela cara de que um dia já foi bonita e importante, mas hoje está abandonada. Chegamos cedo, eu, minha filha Alice e uma dezena de amigos. Apesar de estarem somente no início da adolescência, estavam lá para ver Iggy & the Stooges. Deram até entrevista para O Dia, pois responderam para o repórter que não estavam lá por causa do Good Charlote (quem quiser ler, tem foto minha com a galera na edição desta segunda-feira).
Primeiro obstáculo: a entrada. Como a garotada tem menos de 16 anos, tive que preencher mais de uma dezena de formulários afirmando que eu era o responsável por cada um. Meia hora de burocracia. Entramos e fomos para frente do palco (eram dois) que estava com o equipamento montado. Pensei: se isso realmente funcionar, se forem pontuais, vai ser um evento e tanto - um monte de banda boa se revezando uma após a outra em dois palcos. Ha ha ha, desmontaram todo o equipamento e ficaram os dois palcos nus. E a gente na espera. O sol se põem, e nada.
Meu celular toca, é um dos garotos avisando que os fiscais do Juizado de Menores quer falar comigo. Vou até eles. Duas fiscais me avisam: a lei é clara, menores de 16, só com os pais. Vai expulsar todo mundo?, pergunto. Não, vamos só multar a organização. E lá vai o André preencher mais uma dezena de formulários, uma para cada menor. E nada do show começar.
O sol se põe, o tempo passa e não temos onde descançar, pois a grama (mato) está alta e emana do chão uma água (o lugar é um banhado). Não tiveram nem o trabalho de passar um trator ou preparar o solo para receber milhares de pessoas. Os preços são um absurdo! Três reais por um copinho de água! Lá pelas tantas, já escuro, no palco que não era para ser o primeiro, entra um bando de funcionários públicos, vestindo uns ternos baratinhos. Na segunda olhada, acho que são uns caras fantasiados de Oliver Twist. Ah, é o Cachorro Grande, um rock nostálgico sem nada de novo, mas o povo gosta.
Agora sim, vai começar o festival né? Que nada, apesar dos dois palcos, não fazem rodízio. Uma banda toca, desmontam o palco, e vem outra no mesmo palco! Isso atrasa mais ainda. É um domingo, a maioria trabalha no dia seguinte e todos reclamam das quatro horas de atraso. Coisa do Rio de Janeiro. Já vi muito show nessa cidade e todos são marcados pela desorganização e desrespeito ao público. Todos. Acho que querem seguir o exemplo do governo estadual...
Melhor show: sem dúvida, Flaming Lips! Sensacional é um elogio modesto. Iggy & Stooges, confesso que estava ancioso, mas não empolgou tanto. Vai ver porque já vi o Iggy antes e ele fez exatamente aquilo que sempre faz, com ou sem Stooges. Me pareceu meio mecânico a coisa. E ainda cortaram a Nação Zumbi!
Tiro o chapéu para o pessoal do Porão do Rock. E do pessoal de Natal, do MAPA. Deveriam vender consultoria para os cariocas.
Primeiro obstáculo: a entrada. Como a garotada tem menos de 16 anos, tive que preencher mais de uma dezena de formulários afirmando que eu era o responsável por cada um. Meia hora de burocracia. Entramos e fomos para frente do palco (eram dois) que estava com o equipamento montado. Pensei: se isso realmente funcionar, se forem pontuais, vai ser um evento e tanto - um monte de banda boa se revezando uma após a outra em dois palcos. Ha ha ha, desmontaram todo o equipamento e ficaram os dois palcos nus. E a gente na espera. O sol se põem, e nada.
Meu celular toca, é um dos garotos avisando que os fiscais do Juizado de Menores quer falar comigo. Vou até eles. Duas fiscais me avisam: a lei é clara, menores de 16, só com os pais. Vai expulsar todo mundo?, pergunto. Não, vamos só multar a organização. E lá vai o André preencher mais uma dezena de formulários, uma para cada menor. E nada do show começar.
O sol se põe, o tempo passa e não temos onde descançar, pois a grama (mato) está alta e emana do chão uma água (o lugar é um banhado). Não tiveram nem o trabalho de passar um trator ou preparar o solo para receber milhares de pessoas. Os preços são um absurdo! Três reais por um copinho de água! Lá pelas tantas, já escuro, no palco que não era para ser o primeiro, entra um bando de funcionários públicos, vestindo uns ternos baratinhos. Na segunda olhada, acho que são uns caras fantasiados de Oliver Twist. Ah, é o Cachorro Grande, um rock nostálgico sem nada de novo, mas o povo gosta.
Agora sim, vai começar o festival né? Que nada, apesar dos dois palcos, não fazem rodízio. Uma banda toca, desmontam o palco, e vem outra no mesmo palco! Isso atrasa mais ainda. É um domingo, a maioria trabalha no dia seguinte e todos reclamam das quatro horas de atraso. Coisa do Rio de Janeiro. Já vi muito show nessa cidade e todos são marcados pela desorganização e desrespeito ao público. Todos. Acho que querem seguir o exemplo do governo estadual...
Melhor show: sem dúvida, Flaming Lips! Sensacional é um elogio modesto. Iggy & Stooges, confesso que estava ancioso, mas não empolgou tanto. Vai ver porque já vi o Iggy antes e ele fez exatamente aquilo que sempre faz, com ou sem Stooges. Me pareceu meio mecânico a coisa. E ainda cortaram a Nação Zumbi!
Tiro o chapéu para o pessoal do Porão do Rock. E do pessoal de Natal, do MAPA. Deveriam vender consultoria para os cariocas.
quinta-feira, novembro 24, 2005
Dead Ducks!
quarta-feira, novembro 23, 2005
Cap In!
Sem capital na há empreendimento que se sustente. Sem capital humano, financeiro, intelectual, empreendedor, não há país que vá para frente. Sem O Capital, não haveria o marxismo. E sem o Capital Inicial, não haveria o rock de Brasília.
Escrevo isso para cruzar os T’s e botar os pingos nos I’s. O Capital Inicial é banda brother, tem todo o respeito da Plebe Rude pelo que passaram, pelo que fizeram, pela raça com a qual batalharam em campos hostis nos anos 90s, conseguindo superar as diferenças, as dificuldades e ser O (isso mesmo, com letra maiúscula) representante do rock brasiliense. Fico meio chateado quando metem o pau na banda, chamando-os de vendidos só porque triunfaram na conquista do gosto público. Gente, Capital sempre foi isso aí, não adianta afirmar que era bom antes do acústico e que agora não é mais a mesma coisa. É sim!
E 2/3 do Aborto Elétrico estão lá, o que dá mais do que legitimidade ao projeto do disco novo. Gosto musical é gosto musical, portanto argumentar que gostei ou não gostei é uma afirmação do fórum particular de cada um. Malhar é outra coisa, que, como parte da Plebe Rude, não posso deixar usarem meu blog para atingir uma banda irmã.
Paz, saúde e respeito.
Escrevo isso para cruzar os T’s e botar os pingos nos I’s. O Capital Inicial é banda brother, tem todo o respeito da Plebe Rude pelo que passaram, pelo que fizeram, pela raça com a qual batalharam em campos hostis nos anos 90s, conseguindo superar as diferenças, as dificuldades e ser O (isso mesmo, com letra maiúscula) representante do rock brasiliense. Fico meio chateado quando metem o pau na banda, chamando-os de vendidos só porque triunfaram na conquista do gosto público. Gente, Capital sempre foi isso aí, não adianta afirmar que era bom antes do acústico e que agora não é mais a mesma coisa. É sim!
E 2/3 do Aborto Elétrico estão lá, o que dá mais do que legitimidade ao projeto do disco novo. Gosto musical é gosto musical, portanto argumentar que gostei ou não gostei é uma afirmação do fórum particular de cada um. Malhar é outra coisa, que, como parte da Plebe Rude, não posso deixar usarem meu blog para atingir uma banda irmã.
Paz, saúde e respeito.
sexta-feira, novembro 18, 2005
Absolut Versão Paris 2005
A paródia do anúncio da vodca Absolut, acima, me lembra do discurso de um velho acadêmico maluco no documentário SUCATA, que passou ontem no GNT. Ele defende o crescimento da violência nas passeatas anti-globalização, pois diz que carregar faixas de protesto pacificamente já não atrai a atenção de ninguém. Dá no que pensar, apesar de eu ser pacifista e anti-violência. Quem não viu, vale a pena, o documentário aborda o desperdício de recursos feito pelo homem. Muito bem editado, como se fosse um clipe/remix, as frases indo e vindo num ritmo alucinante.
Pio, mais uma vez, valeu pela imagem!
quinta-feira, novembro 17, 2005
Plebe no Rock in Rio 3 (Eu Fui!)
O primeiro Rock in Rio eu assisti de casa. Meus pais me deram o presente a-família-abriu-o-gás e o Bernardo e eu fizemos um churrasco para os amigos assistirem os shows. Me lembro que um dos churrasqueiros mais assíduos foi o Jander.
O segundo Rock in Rio eu fui ver na área VIP. Na verdade, entrei com o convite do Dado Villa-lobos, que estava com medo de freqüentar o Maracanã na noite heavy metal. Vi Judas Priest, ri com a bateria da Mangueira levar lata dos metaleiros e das vaias ao Lobão (coitado!).
Já o terceiro, fui com a Plebe. Essa história merece ser revelada para vocês verem as roubadas empresariais nas quais entramos. Quando a Plebe Rude voltou, em 2000, para tocar no Porão do Rock, tínhamos a idéia de trabalhar com o Aroldo, empresário do Capital. Só que o cara foi extremamente grosso, mandão e blasé com a gente, sendo logo descartado. Entra no seu lugar o Rafael, amigos das antigas, que empresariava a Legião Urbana. Já ouviram falar de não misturar amizade e negócios? Pois bem, acreditem, não funciona.
O Rafael estava acostumado com grandes bandas e artistas já consolidados, tipo Legião e Maria Betânia. Tinha perdido o tino do rala-rala, de banda começando de baixo. Ainda por cima, a menina-dos-olhos dele era o Sheik Tosado, que fazia questão de colocar para abrir todos os shows da Plebe. Pois bem, ofereceram ao Rafael dois lugares para as suas bandas no Rock in Rio 3: no palco principal, e outro no palco Brasil, que ficava na lateral. O que fez o visionário empresário? Enfio o Sheik Tosado no palco principal, abrindo para o Iron Maiden e a Plebe Rude no secundário!
Claro que não funcionou, no final a gente se dando melhor. Quando entramos no palco, parecia que era o principal. Tiveram até que ligar o som do palco principal para todos poderem ouvir. Não era para fazer bis. Fizemos, graças aos plebeus presentes que contagiaram todos. Foi um dos memoráveis shows da Plebe, energia e raiva canalizada para a música. Depois, foi uma bateria de entrevistas inimaginável para as outras bandas do palco Brasil. Lavamos a alma.
Já o Sheik Tosado foi hostilizado pelos fãs do Maiden, como era de se imaginar. Depois dessa mancada, que coroou uma série de outras, nos vimos com o Mr. Ivan, um cara sensato que não meteu a gente em nenhuma roubada (até hoje!).
O CD acima é um pirata do show, fácil de encontrar ou baixar por aí. A foto, no entanto, não é do Rock in Rio, mas sim do Porão 2000.
quarta-feira, novembro 16, 2005
Dicas do mês.
Faz tempo que não pego um disco que me faz querer ouví-lo de novo e de novo. No carro, no banho, no campo, na cidade. Trata-se do excelente Gypsy Punks, dos novaiorquinos Gogol Bordello. Sim, é isso mesmo, um bando de ciganos que misturam a sua música típica com o punk! Muito divertido e energético.
Quem já leu um pouco da história das bandas de Brasília, sabe que fazia parte da turma três punks da Iugoslávia, os irmãos Sava e Jovan, e o Roberto Icococovitch. Junto com o Bernardo, meu irmão, eles formaram os Vigaristas de Istambul, com o Jovan na bateria, o Sava no baixo e mais o Jeová na guitarra. A banda era tão ruim (no bom sentido) que quando o Jovan acertou pela primeira vez num show o prato, após uma virada, toda a banda parou para aplaudí-lo! Pois esses caras nos apresentaram umas bandas iugoslávas que misturavam, já na época, punk com música cigana. A música cigana é legal, pois é animadíssima e parece um ska rápido. Não me lembro dos nomes das bandas, pois eram cheios de consoantes e acentos estranhos. No entanto, fizeram parte da trilha sonora das festas da turma, todos cantando naquela língua estranha.
A outra dica é o CD solo do Fê Lemos, baterista do Capital Inicial. Inicitiva corajosa, não lembra em nada a sua banda prinicipal. Vale a pena conferir. Existe vida além do pop.
segunda-feira, novembro 14, 2005
Documentário Punk na GNT
Espero que todos tenham visto. Ontem passou na GNT um documentário sobre o Punk Rock bem acima da média. O mais legal é que foi feito recentemente e entrevista todos os nomes importantes. É gozado ver o Captain Sensible, Jello Biafra, Mick Jones, Paul Simenon, entre outros, hoje em dia. São senhores, mas, por incrível que pareça, ainda tem um "quê" de punk, de rebeldia. Gostei muito, pois vivi muito daquilo quando morei em Sheffield, Inglaterra, em 1978 - 79. Teço os seguintes comentários:
1. Henry Rollins pousando de intelectual é o máximo, quase me convenceu. O cara, ex-Black Flag, tem a aparência de um pit-boy, todo músculos. Porém o nanderthal guardava o segredo que era um rato-de-biblioteca. Fala muito bem. Gostei quando ele falou na limitação dos punks. Tipo, quando ele deixou o cabelo crescer as pessoas chegavam e falavam: virou hippy? ou quando incluiu um solo de guitarra e o criticavam. Falou bonito sobre a necessidade de ir adiante, não parar no tempo. Criticou também as bandas hardcore americanas que, de acordo com o Rollins, são simplesmente valentões que batem em pessoas, só que com guitarras nas mãos. Mas que é de rolar de rir vendo o cara pousar de acadêmico, é.
2. Os caras que providenciaram as legendas, de novo, fizeram uma gagada mor. Traduziram No Wave, o movimento pós-punk de Nova York, como New Wave. Daí, quem estava lendo acha que Contortions, Teenage Jesus e Sonic Youth são New Wave, ha ha ha. Que mancada!
3. Ver Buzzcocks, Magazine, X-ray Specs, Slits, entre outras bandas, tocando, filmado na época, é muito legal.
4. O Paul Simenon, baixista do Clash, falou algo bem legal também. Ele disse que olhava para o público e via aquelas pessoas com suásticas, bochechas furadas com alfinetes, sacos de lixo na cabeça e pensava: porra, de onde veio isso? Ninguém em nenhuma das bandas se veste assim! Realmente!
5. Acho que outro movimento igual nunca mais vai existir, pois hoje o mercado já está pronto para rotula, empacotar e vender qualquer manifestação espontânea dos jovens. E o que mais me entristece é que os jovens querem ser rotulados, empacotados e vendidos!
Se alguém descobrir se haverá uma reprise, favor me avisar.
1. Henry Rollins pousando de intelectual é o máximo, quase me convenceu. O cara, ex-Black Flag, tem a aparência de um pit-boy, todo músculos. Porém o nanderthal guardava o segredo que era um rato-de-biblioteca. Fala muito bem. Gostei quando ele falou na limitação dos punks. Tipo, quando ele deixou o cabelo crescer as pessoas chegavam e falavam: virou hippy? ou quando incluiu um solo de guitarra e o criticavam. Falou bonito sobre a necessidade de ir adiante, não parar no tempo. Criticou também as bandas hardcore americanas que, de acordo com o Rollins, são simplesmente valentões que batem em pessoas, só que com guitarras nas mãos. Mas que é de rolar de rir vendo o cara pousar de acadêmico, é.
2. Os caras que providenciaram as legendas, de novo, fizeram uma gagada mor. Traduziram No Wave, o movimento pós-punk de Nova York, como New Wave. Daí, quem estava lendo acha que Contortions, Teenage Jesus e Sonic Youth são New Wave, ha ha ha. Que mancada!
3. Ver Buzzcocks, Magazine, X-ray Specs, Slits, entre outras bandas, tocando, filmado na época, é muito legal.
4. O Paul Simenon, baixista do Clash, falou algo bem legal também. Ele disse que olhava para o público e via aquelas pessoas com suásticas, bochechas furadas com alfinetes, sacos de lixo na cabeça e pensava: porra, de onde veio isso? Ninguém em nenhuma das bandas se veste assim! Realmente!
5. Acho que outro movimento igual nunca mais vai existir, pois hoje o mercado já está pronto para rotula, empacotar e vender qualquer manifestação espontânea dos jovens. E o que mais me entristece é que os jovens querem ser rotulados, empacotados e vendidos!
Se alguém descobrir se haverá uma reprise, favor me avisar.
sexta-feira, novembro 11, 2005
Plebe na Mídia.
Nas últimas semanas, a Plebe Rude tem aparecido na mídia brasileira em diversos formatos. A intenção aqui é alertá-los, para caso queiram ler, e comentar o reverso da moeda.
1. Revista MTV. Aquela com o Renato Russo na capa, com entrevista do Aborto Inicial, ops, digo do Capital Elétrico, em fim, do Dinho. Tem um artigo escrito por mim, a pedido do meu amigo Paulo Marchetti. É sempre assim, a gente escreve, eles editam ao bel-prazer do editor. Queria ter o texto original para postar no blog, mas foi deletado. Não modificaram muito, mas tiraram a menção da baquetada que o Fê deu no Renato, que foi a gota d'água para o fim do Aborto. Acho que tiraram também o fato dos irmão Lemos terem recusado Química, mais tarde gravada pelos Paralamas.
2. Revista Flashback, aquela com o Ultraman na capa. Tem um artigo sobre Até Quando Esperar, com comentários do Philippe. O primeiro erro que li foi que taxam a gente como proveniente de famílias bem de vida, soando como se fóssemos filhos de pais ricos. Não acho que foi o que o Philippe disse. Tudo bem, éramos classe média, mas méida mesmo. Meus pais e do Gutje são professores universitários. O pai do Jander é funcionário do Banco do Brasil e a mãe professora de música. O pai do Philippe era tradutor aposentado. Achei pena não ter sido mencionado que a música foi montada e ensaiada debaixo da piscina do Defer (centro esportivo do GDF), onde ensaiávamos. Foi também a última música composta antes da gravação do Concreto. Quando o Philippe menciona que a versão incial tinha mais de seis minutos, faltou dizer que quem primeiro falou para a gente que estava muito grande foi o Satanésio, cantor do Black Future, após um show no Morro da Urca (ou terá sido Mamão com Açucar?).
3. Na MTV, no programa especial Aborto Elétrico. Esse eu não vi, mas parece que tem entrevistas comigo e o Philippe. O Fê fez uma batatada aqui em Brasília, nos moldes que fazia na época do Aborto, e convidou um monte de pessoas da época para virem falar à equipe da MTV que estaria presente. A maioria não veio. Na verdade, só compareceram o Philippe, a Chris Brenner e eu. O Loro e o seu irmão, Geraldo, se recusaram a vir, e fizeram falta, pois conviveram muito mais com o AE do que nós. Não vi a entrevista no ar, então não sei o que mostraram.
4. Philippe no Claro Que É Rock, ao lado do J Quest, sendo entrevistado pelo Frejá. Tocou Guilherme Arrantes, the Who e Plebe. Acho que isso já foi muito comentado aqui. Quero deixar registrado que essas aparições são ótimas, temos que tomar conta da mídia mesmo, sem essa de ficar resignado ao anonimato. Vamos mostrar a cara da Plebe!
1. Revista MTV. Aquela com o Renato Russo na capa, com entrevista do Aborto Inicial, ops, digo do Capital Elétrico, em fim, do Dinho. Tem um artigo escrito por mim, a pedido do meu amigo Paulo Marchetti. É sempre assim, a gente escreve, eles editam ao bel-prazer do editor. Queria ter o texto original para postar no blog, mas foi deletado. Não modificaram muito, mas tiraram a menção da baquetada que o Fê deu no Renato, que foi a gota d'água para o fim do Aborto. Acho que tiraram também o fato dos irmão Lemos terem recusado Química, mais tarde gravada pelos Paralamas.
2. Revista Flashback, aquela com o Ultraman na capa. Tem um artigo sobre Até Quando Esperar, com comentários do Philippe. O primeiro erro que li foi que taxam a gente como proveniente de famílias bem de vida, soando como se fóssemos filhos de pais ricos. Não acho que foi o que o Philippe disse. Tudo bem, éramos classe média, mas méida mesmo. Meus pais e do Gutje são professores universitários. O pai do Jander é funcionário do Banco do Brasil e a mãe professora de música. O pai do Philippe era tradutor aposentado. Achei pena não ter sido mencionado que a música foi montada e ensaiada debaixo da piscina do Defer (centro esportivo do GDF), onde ensaiávamos. Foi também a última música composta antes da gravação do Concreto. Quando o Philippe menciona que a versão incial tinha mais de seis minutos, faltou dizer que quem primeiro falou para a gente que estava muito grande foi o Satanésio, cantor do Black Future, após um show no Morro da Urca (ou terá sido Mamão com Açucar?).
3. Na MTV, no programa especial Aborto Elétrico. Esse eu não vi, mas parece que tem entrevistas comigo e o Philippe. O Fê fez uma batatada aqui em Brasília, nos moldes que fazia na época do Aborto, e convidou um monte de pessoas da época para virem falar à equipe da MTV que estaria presente. A maioria não veio. Na verdade, só compareceram o Philippe, a Chris Brenner e eu. O Loro e o seu irmão, Geraldo, se recusaram a vir, e fizeram falta, pois conviveram muito mais com o AE do que nós. Não vi a entrevista no ar, então não sei o que mostraram.
4. Philippe no Claro Que É Rock, ao lado do J Quest, sendo entrevistado pelo Frejá. Tocou Guilherme Arrantes, the Who e Plebe. Acho que isso já foi muito comentado aqui. Quero deixar registrado que essas aparições são ótimas, temos que tomar conta da mídia mesmo, sem essa de ficar resignado ao anonimato. Vamos mostrar a cara da Plebe!
quinta-feira, novembro 10, 2005
Plebe and the Banshees
O ano era 1987 ou 1988? O passado está encoberto pela neblina do esquecimento, mas a precisão não importa. O que vale é que a Plebe Rude foi convidado para abrir os shows em São Paulo da Siouxsie & the Banshees. Hoje em dia isso pode parecer corriqueiro, uma banda nacional abrir para uma gringa, mas na época era coisa raríssima tanto uma banda estrangeira tocar no Brasil, como, ainda, ter abertura de uma nacional. NINGUÉM tocava no Brasil! Ainda mais uma banda tão popular lá fora como a Siouxsie que poderia ter ficado nos EUA ou Europa. Mas vieram. E nós fomos.
Foi muito estranho. Nos dois shows no teatro do Ibirapuera, recebemos a ordem de que teríamos que ficar confinados ao nosso camarim. Não era para sair nos corredores, nem passear pelo teatro. Isso tudo para evitar atrapalhar a morcegona e seus lacaios. Tudo bem, ficamos trancados ouvindo eles irem e virem. Durante a montagem do palco, quando os músicos não estavam presentes, pudemos admirar o profissionalismo dos roadies da Siouxsie. Eles botavam uma fita K7, sempre a mesma, que servia de marcador de tempo. Até a música do Iggy Pop a bateria tinha que estar montada e assim por diante. Tinha um loiro que a gente apelidou de Querele que era um babaca. No último dia, nosso roadie Freddy quase saiu na porrada com ele.
Os dois shows de São Paulo foram legais. Demos o melhor que tínhamos e o público reagiu bem, mas estavam lá para ver mesmo os Banhsees. Mas em Santos a história foi outra. Santos é a cidade onde, na época, tínhamos os fãs mais leais. Sempre falávamos que os melhores shows eram em Santos e que se um dia fossemos gravar um ao vivo, seria lá. Não deu outra, os santistas foram em massa para ver a Plebe. Nosso show foi excelente. Quando a Siouxsie entrou, não paravam de gritar PLEBE! o tempo todo. Isso impressionou a darkosa, que nos convidou – finalmente! – para conhecê-los após o show. A foto acima foi tirada no camarim deles, onde nos encontramos de igual para igual, afinal, em Santos, ganhamos de goleada!
Reparem no lado direito da foto, tão vendo aquela garrafa de conhaque de champanhe? Eu e o Severin, baixista Banshee, esvaziamos ele todinha. Resultado, fiquei muito louco. Saí tocando o terror no lobby do hotel, azucrinando os turistas que se dirigiam aos seus quartos. Quis até contratar o Querele como roadie nosso! Foi um porre histórico do qual prefiro não falar mais, mas pelo menos posso me gabar que bebi todas com o Severino, he he he.
Outra, aquela camisa Doritos era um xodó! Consegui-a em Belo Horizonte, pois no hotel que a gente dormiu estava sendo sediado o lançamento nacional do salgadinho. Eu adoro Doritos e foi uma batalha conseguir essa camisa. Que sumiu! Se alguém a achar, recompensas serão distribuídas.
quarta-feira, novembro 09, 2005
Paris, Cidade Luz
segunda-feira, novembro 07, 2005
Maradona ou Belladona?
Vendo os noticiários desse fim-de-semana, pairou uma dúvida: quem é o pior, Bush, Chaves ou Maradona. Pergunta difícil, meditei todo o domingo à noite sobre a questão. Hoje de manhã decidi. Por unanimidade dos meus neurônios, Maradona foi o eleito. Tomei minha decisão baseada nos seguintes parâmetros:
1. Seu repentino engajamento político por ocasião da Cúpula das Américas com a presença do Bush em solo Argentino. Logo Maradona, o craque mais globalizado do mundo, agora vem levantar sua bandeirinha de isolamento econômico. Alguém deveria lembrá-lo que suas contas na Itália são consideradas divisas externas.
2. Sua entrevista com o Fidel. Caramba, dois dinossauros voltam da extinção e trocam perguntas e respostas pré-ensaiadas! Deixou de ser gozado, passou para o ridículo. Cuba é o único lugar onde o Dieguito pode cheirar em paz. Na ilha, onde o povo vive com três dólares por mês, o argentino deita e rola. Come do bom e do melhor, se hospeda bem e torra escandalosamente o seu dinheiro – dólares, claro, pois não aceitam pesos argentinos.
3. Ouvindo a CBN, ainda tenho que agüentar um comentarista esportivo anunciar que admira o viciadinho-futeboleiro pois, ao contrário dos jogadores brasileiros, ele é engajado. Porra, ainda bem! Alguém se lembra do Pelé quando dava na telha de falar de política. Saia umas pérolas, como “o povo não sabe votar”. O nível de nossos jogadores é tão baixo, que ainda agradecem a Deus cada vez que marcam um gol. Como se o Senhor torcesse por algum time (e todos sabem que ele é Furacão, he he he...). Sério, imagine um Kaká engajado na política, só ia dar Garotinho, Rosinha e Bispo Macedo. Jogador tem que é ficar calado e fazer gol.
4. O programa do Maradona é trash dos trash. Se algum dia eu tivesse dúvida se cocaína faz mal, hoje não tenho mais. Ridículo é elogio.
5. Ainda não engulo aquele gol de mão. Que coisa feia!
Assim sendo, hoje, o mané dos manés, para mim, é o Diego Maradona. Mas esperar o quê de um argentino? Um país tão desprovido de heróis, com uma história tão feia em termos humanitários, com governos tão incompetentes, só poderia ter, como celebridade-mor, um panaca desses.
sexta-feira, novembro 04, 2005
O Início do Rachamento do Concreto
Gravamos O Concreto Já Rachou no final de 1985. Fazíamos parte de um projeto novo da EMI que queria lançar um novo produto no mercado: um disco com menos músicas, que chegaria ao público mais barato. Só que esqueceram que aqui é o Brasil, onde impera a Lei de Gérson, ou seja, saiu um LP com menos músicas, que o lojista vendia a preço de LP normal. Em fim, entramos nessa junto com Zero, Lado B e Musik (acho). Só uma notinha, conseguimos graças ao apoio e força de duas pessoas fundamentais: primeiro, o Hermano Vianna, que divulgou a Plebe no Rio por meio de reportagens e, segundo, seu irmão, o Hebert.
Eu ainda estava na faculdade. Consegui um atestado que estava com uma terrível doença junto a um fãzão da Plebe que a gente conheceu no Rio, o Fábio Killing Joke. O Philippe recém saído do segundo grau, assim como o Gutje. O Jander já havia abandonado o colégio. Gravamos tudo em um mês, sempre à noite. Dormíamos de dia, no estúdio à noite. Todos engordaram horrores, pois a gravadora não dava diária, mas sim liberava o consumo de comida no hotel. Lembro-me do Jander e do Negrete, na época baixista da Legião, pedirem cinco milkshakes cada – de uma só vez! Inocentes, não sabíamos que a conta seria debitada de nossos royalties.
O disco saiu no começo de 1986. Os primeiros shows resultantes do lançamento foram uma comédia. Saímos todos animados para Salvador, seria o primeiro show fora do eixo Rio-SP-BSB, o primeiro por causa do disco, num tal de Teatro Villa Velha (ou será Vila Lobos?). Claro que deu tudo errado. O nosso roadie, o Freddy, estava fazendo a sua primeira viagem de avião, onde serviram feijoada (sim, nos anos 80s, serviço de bordo era legal). Encheu a cara de uísque e a barriga de feijoada. Acabou vomitando tudo nele e nos dois passageiros ao seu lado! O público compareceu em massa, mas os baianos, sempre eficazes, ainda estavam montando o palco, ligando os cabos, sem pressa nenhuma na hora marcada de abrir as portas. Resultado: furiosos, os roqueiros baianos (são os mais revoltados – imagine morar na Bahia, gostar de rock e ser obrigado a agüentar axé!) derrubaram as imensas portas, passaram literalmente por cima dos seguranças e lotaram o teatro. Fizemos o show sem passagem de som e sem estar tudo pronto. Mas valeu, até hoje encontro gente que esteve lá e descreve a noite como “memorável”.
Depois fomos tocar em Marataízes, Espírito Santo. Esse estado dá um azar danado para a Plebe. Toda vez que tocamos lá algo dá errado, muito errado. Fomos quase lixados uma vez lá, mas isso é outra história. O show era um festival de rock. Quando chegamos, não havia mais hotéis, botaram a gente no Motel Surf, onde a cama era cimentada no chão! Pedi uma batata frita em saco e o cara respondeu que lá só havia saco de outro tipo. Philippe e eu num quarto de motel de segunda, foi uma noite terrível. Antes da gente, uma banda metal que fazia homenagem à intragável Janis Joplin. Fomos subir no palco, que tinha uns dez metros de altura!, bem de madrugada, e ainda perdemos o avião para o Rio, nos obrigando a ficar um dia inteiro no aeroporto de Vitória.
Na época pensei para mim mesmo: se isso é o que é ser roqueiro, vou voltar à faculdade. Mas as coisas melhoraram. Partimos para uma maratona de shows por todo o país. O Concreto estourou e o resto é história.
quinta-feira, novembro 03, 2005
A turnê de Nunca Fomos Tão Brasileiros
Dizem que o segundo disco de uma banda é um marco especial, é o teste, o divisor de águas que a indústria usa para ver se vale a pena investir mais, ou abandonar como peso morto. A Plebe vinha de uma temporada vitoriosa: dos mini-LPs lançados pela EMI, foi o que mais vendeu, indo a disco de ouro. Duas músicas estouradas nacionalmente: Até Quando Esperar e Proteção, além de uma turnê non-stop por todo território nacional. O ano era 1988 e acabávamos de lançar Nunca Fomos Tão Brasileiros.
Esse era um disco muito especial para nós, pois seria o primeiro álbum mesmo, ao contrário do primeiro, que era um mini-LP, e apresentaríamos as primeiras músicas compostas na estrada, fora de Brasília (A Ida, Nada e Mentiras Pro Enquanto). O Naldo, nosso empresário veio com uma notícia ótima: tem um empresário de São Paulo que quer fazer uma turnê do interior de São Paulo, trinta dias na estrada, um monte de shows. Ficamos eufóricos! Viajar num ônibus próprio – coisa rara nos 80s – tocando em várias cidades, uma turnê organizada. Vamos nessa!
A turnê começou em Brasília, depois descemos até Uberlândia, onde começou a sair dos trilhos. Por alguma razão, ficamos cinco dias parados nessa cidade mineira, no hotel, sem porra nenhuma para fazer a não ser jogar bola e dormir. Ninguém dava nenhuma informação do que estava acontecendo, de quando seria o próximo show. Finalmente, prosseguimos. Entramos em São Paulo e saímos tocando. Só que a gente chegava nas cidades e não tinha divulgação. Conseqüentemente, os shows estavam vazios. Tinha lugar que nem cartaz na rua tinha! A gente começou a achar muito estranho.
A equipe do contratante era muito esquisita. Tinha um tal de Hércules, cujo nome a gente usou para apelidar a turma de Herculóides. Quando entravam no ônibus a gente gritava “Os Herculóides”, igual no desenho animado. E cada um tinha seu apelido, que também era gritado quando apareciam: Zandor, Tundra, Blip, Blop, etc. Eles não tinham a mínima idéia do que a gente estava falando, preferiam ficar quietos e nos taxar de excêntricos.
Depois de vinte e oito dias, retornamos frustrados ao Rio. Resultado: ninguém ganhou nenhum dinheiro, pois o cara alegou falência! Aliais, o único que recebeu alguma coisa foi o Gutje, que conseguiu um adiantamento logo no começo para pagar uma geladeira. O Naldo ainda tentou processar o cara, mas vocês conhecem a justiça brasileira, não? Ele passou todos os bens para o nome da mulher e não deu em nada. Eu acho que ele nos usou para lavar dinheiro, ou então embolsar alguma grana de patrocínio.
O primeiro mês de um disco é fundamental, pois a divulgação feita nesse período empurra as vendas e nas rádios. E onde estava a Plebe? No interior de São Paulo, tocando a troca de nada, sumido da imprensa, das TVs. Nem os shows serviram para divulgar alguma coisa, pois tocávamos sem ninguém saber que estávamos na cidade. Foi um desperdício. E imaginem os ânimos da banda, as diferenças ficaram mais fortes, a tensão aumentando a cada show frustrado, a cada cachê zerado. Mais um capítulo de “o que não fazer no rock em roll”.
Esse era um disco muito especial para nós, pois seria o primeiro álbum mesmo, ao contrário do primeiro, que era um mini-LP, e apresentaríamos as primeiras músicas compostas na estrada, fora de Brasília (A Ida, Nada e Mentiras Pro Enquanto). O Naldo, nosso empresário veio com uma notícia ótima: tem um empresário de São Paulo que quer fazer uma turnê do interior de São Paulo, trinta dias na estrada, um monte de shows. Ficamos eufóricos! Viajar num ônibus próprio – coisa rara nos 80s – tocando em várias cidades, uma turnê organizada. Vamos nessa!
A turnê começou em Brasília, depois descemos até Uberlândia, onde começou a sair dos trilhos. Por alguma razão, ficamos cinco dias parados nessa cidade mineira, no hotel, sem porra nenhuma para fazer a não ser jogar bola e dormir. Ninguém dava nenhuma informação do que estava acontecendo, de quando seria o próximo show. Finalmente, prosseguimos. Entramos em São Paulo e saímos tocando. Só que a gente chegava nas cidades e não tinha divulgação. Conseqüentemente, os shows estavam vazios. Tinha lugar que nem cartaz na rua tinha! A gente começou a achar muito estranho.
A equipe do contratante era muito esquisita. Tinha um tal de Hércules, cujo nome a gente usou para apelidar a turma de Herculóides. Quando entravam no ônibus a gente gritava “Os Herculóides”, igual no desenho animado. E cada um tinha seu apelido, que também era gritado quando apareciam: Zandor, Tundra, Blip, Blop, etc. Eles não tinham a mínima idéia do que a gente estava falando, preferiam ficar quietos e nos taxar de excêntricos.
Depois de vinte e oito dias, retornamos frustrados ao Rio. Resultado: ninguém ganhou nenhum dinheiro, pois o cara alegou falência! Aliais, o único que recebeu alguma coisa foi o Gutje, que conseguiu um adiantamento logo no começo para pagar uma geladeira. O Naldo ainda tentou processar o cara, mas vocês conhecem a justiça brasileira, não? Ele passou todos os bens para o nome da mulher e não deu em nada. Eu acho que ele nos usou para lavar dinheiro, ou então embolsar alguma grana de patrocínio.
O primeiro mês de um disco é fundamental, pois a divulgação feita nesse período empurra as vendas e nas rádios. E onde estava a Plebe? No interior de São Paulo, tocando a troca de nada, sumido da imprensa, das TVs. Nem os shows serviram para divulgar alguma coisa, pois tocávamos sem ninguém saber que estávamos na cidade. Foi um desperdício. E imaginem os ânimos da banda, as diferenças ficaram mais fortes, a tensão aumentando a cada show frustrado, a cada cachê zerado. Mais um capítulo de “o que não fazer no rock em roll”.
segunda-feira, outubro 31, 2005
Erros do Passado.
Uma pergunta que fizeram no blog me fez pensar um poucado sobre a atuação da Plebe no passado. Essa deve ser a banda que mais cometeu erros do rock nacional! O Philippe até brinca, porém sério, em lançar um livro chamado: “O que uma banda de rock não deve fazer” e contar tudo que a Plebe fez. Foram muitas trapalhadas e pisadas na bola que nos colocaram na lista negra das gravadoras, rádios e muitos ouvintes. Só para citar alguns, listei as cinco piores erradas da gente nessas mais de duas décadas de carreira.
1. Dar trela ao Gutje e à mulher do Gutje. Quando a EMI nos chamou para gravar o mini-lp, o Gutje estava casado com a Helena. Ele fazia de tudo para enfiar ela na equipe da Plebe. Queria até que constasse do contrato que ela fazia parte da banda. Queria que a gravadora pagasse a estadia dela no Rio enquanto a gente gravava O Concreto Já Rachou! E conseguiu! Isso saiu de nossos royalties! Ela se nomeou para ser a produtora gráfica do disco. Até hoje morro de vergonha quando leio os créditos de Sexo e Karatê, indicando nos vocais a “Fernandinha da Blitz” e não Fernanda Abreu!
2. Ter feito a reunião para tirar o Jander. Essa também tem a ver com a primeira. Quando cheguei na reunião, convocada pelo Gutje, estavam lá o Philippe e, pasmem, a Helena! Que votou como membro da banda!!!!! Aquilo foi muito mal conduzido. Nunca chamamos o cara para conversar, para ouvir o lado dele. Foi uma decisão radical num momento de desespero.
3. Quando a gente gravou o primeiro disco, a nossa empresária, que batalhou muito pelo disco, era a Camila. Assim que o disco sai, recebemos um convite para dar um ponta-pé nela e ser empresariado pela Fernanda, mulher do Dado, Savala, técnico dos Paralamas, e Naldo, amigo da Legião. O Philippe e eu queríamos ficar com a Camila. O Jander e o Gutje ansiosos por ficar com esse trio. Foi um racha logo numa época na qual a banda tinha que ficar muito unida, álbum recém lançado, mudança para o Rio, etc. Fomos convencidos pelos dois, mais para não acabar com a Plebe num momento tão delicado. Resultado? A Fernanda cai fora, o Savala também e ficamos com o Naldo. Talvez com a Camila, que já conhecia a nossa história e conseguia não se dobrar pelas exigências do Gutje, tivéssemos mais união e trabalho de equipe.
4. Recusar ir para a Warner. Depois do estouro do Concreto Já Rachou, nosso contrato com a EMI nos permitia escolher ficar por mais dois discos ou rescindir sem nenhuma penalidade. À época, a Warner nos fez uma excelente proposta, inclusive financeiramente falando para a gente assinar com eles. Pecamos por sermos fiéis à EMI, recusamos o convite e deu no que deu. A EMI perdeu o interesse na Plebe depois do Concreto. A Warner, pelo menos, teria se esforçado um pouco mais para recuperar o investimento.
5. Ter gravado o disco ao vivo sem fazer uma lavagem de roupa suja antes. A gente voltou e em um mês gravamos o disco. Não planejamos nada, não botamos os pingos nos i’s, não resolvemos as diferenças do passado. Resultado: cada um foi ficando mais amargurado com o outro. Não sabíamos o que queríamos, tanto é que a gente permitiu que o disco fosse gravado num estúdio, não num lugar de show. Nem tocamos antes para testar o repertório. Poderia ter sido um estrondo bem maior. Acabou sendo um tiro no oceano.
Mas, como diz uma música do CD novo: “se eu soubesse antes, faria tudo de novo”. Será?
1. Dar trela ao Gutje e à mulher do Gutje. Quando a EMI nos chamou para gravar o mini-lp, o Gutje estava casado com a Helena. Ele fazia de tudo para enfiar ela na equipe da Plebe. Queria até que constasse do contrato que ela fazia parte da banda. Queria que a gravadora pagasse a estadia dela no Rio enquanto a gente gravava O Concreto Já Rachou! E conseguiu! Isso saiu de nossos royalties! Ela se nomeou para ser a produtora gráfica do disco. Até hoje morro de vergonha quando leio os créditos de Sexo e Karatê, indicando nos vocais a “Fernandinha da Blitz” e não Fernanda Abreu!
2. Ter feito a reunião para tirar o Jander. Essa também tem a ver com a primeira. Quando cheguei na reunião, convocada pelo Gutje, estavam lá o Philippe e, pasmem, a Helena! Que votou como membro da banda!!!!! Aquilo foi muito mal conduzido. Nunca chamamos o cara para conversar, para ouvir o lado dele. Foi uma decisão radical num momento de desespero.
3. Quando a gente gravou o primeiro disco, a nossa empresária, que batalhou muito pelo disco, era a Camila. Assim que o disco sai, recebemos um convite para dar um ponta-pé nela e ser empresariado pela Fernanda, mulher do Dado, Savala, técnico dos Paralamas, e Naldo, amigo da Legião. O Philippe e eu queríamos ficar com a Camila. O Jander e o Gutje ansiosos por ficar com esse trio. Foi um racha logo numa época na qual a banda tinha que ficar muito unida, álbum recém lançado, mudança para o Rio, etc. Fomos convencidos pelos dois, mais para não acabar com a Plebe num momento tão delicado. Resultado? A Fernanda cai fora, o Savala também e ficamos com o Naldo. Talvez com a Camila, que já conhecia a nossa história e conseguia não se dobrar pelas exigências do Gutje, tivéssemos mais união e trabalho de equipe.
4. Recusar ir para a Warner. Depois do estouro do Concreto Já Rachou, nosso contrato com a EMI nos permitia escolher ficar por mais dois discos ou rescindir sem nenhuma penalidade. À época, a Warner nos fez uma excelente proposta, inclusive financeiramente falando para a gente assinar com eles. Pecamos por sermos fiéis à EMI, recusamos o convite e deu no que deu. A EMI perdeu o interesse na Plebe depois do Concreto. A Warner, pelo menos, teria se esforçado um pouco mais para recuperar o investimento.
5. Ter gravado o disco ao vivo sem fazer uma lavagem de roupa suja antes. A gente voltou e em um mês gravamos o disco. Não planejamos nada, não botamos os pingos nos i’s, não resolvemos as diferenças do passado. Resultado: cada um foi ficando mais amargurado com o outro. Não sabíamos o que queríamos, tanto é que a gente permitiu que o disco fosse gravado num estúdio, não num lugar de show. Nem tocamos antes para testar o repertório. Poderia ter sido um estrondo bem maior. Acabou sendo um tiro no oceano.
Mas, como diz uma música do CD novo: “se eu soubesse antes, faria tudo de novo”. Será?
quinta-feira, outubro 27, 2005
Aviso do Ministério da Saúde
COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE:
Cidadãos brasileiros,
As notícias que tenho a divulgar, infelizmente, não são boas. A Organização Mundial da Saúde confirmou, hoje, uma epidemia em nível global da febre aviária, transmitida pelo vírus H5N1, que é mortal para o ser humano. Como é do conhecimento de todos, devido aos hábitos migratórios das aves, a doença se espalhou rapidamente pelo mundo. As previsões não são boas, milhões serão infectados, muitos morrerão.
No entanto, o Governo Brasileiro já tomou todas as medidas preventivas para que nossa Nação possa atravessar esse momento de crise com o mínimo de sofrimento para a nossa população. Graças ao desempenho do Instituto Butantã, temos um estoque considerável da vacina que previne a infecção do vírus. No entanto, sinto dizer, não há doses suficientes para toda a população. Nesse sentido, após debater muito com os Ministros de Estado e técnicos de saúde, foi montado um esquema de racionamento que irei explicar a seguir.
Os primeiros vacinados serão o Presidente, o Vice-Presidente, os Ministros, o Presidente do Congresso, do Senado e dos Tribunais Superiores, assim como as suas famílias. Em seguida, serão vacinados os nossos congressistas, juízes e suas famílias. A vacina será aplicada, então, aos servidores públicos da administração direta federal. Primeiro do legislativo, depois do judiciário e, finalmente, do executivo. Enfatizo, não se trata de privilégio, mas sim de manter a governabilidade do país num momento tão crítico.
As vacinas serão, em seguida, encaminhadas para os Estados para que possam, também, garantir a governabilidade nas unidades da Federação. Depois, serão vacinados os membros das polícias federais e estaduais, visando unicamente a manutenção da ordem pública. Um aviso, durante esse estado de exceção e ameaça pública, eles estarão autorizados a atirar para matar caso haja algum protesto ou ânimos violentos por causas das medidas de contenção da gripe aviária em nosso território.
Sobrando doses para o restante da população, essas serão rateadas pelos Estados, conforme determinação de cada governador, que já prometeram usar métodos justos e transparentes, beneficiando todos.
Se você não for vacinado, no entanto, não há motivos para o pânico. Como sabem, nosso excelente sistema de saúde está preparado para atuar em casos de contaminação – desde que também não estejam contaminados os médicos e enfermeiros, claro. Em caso de morte na sua família, é extremamente importante, visando a saúde de todos que continuam vivos, a colocação dos cadáveres nas ruas. Esses serão recolhidos e cremados por profissionais competentes, já selecionados por este Ministério.
Não há motivo para o pânico. Estatisticamente, você não será um dos contaminados. Se for, a morte não é certa. As chances de sobrevivência, de acordo com a OMC, é de 33%.
Me alegra informar que o nosso Presidente já se encontra em abrigo hermeticamente fechado, não havendo necessidade de se preocuparem com a vida dele ou da família presidencial.
Deus esteja com vocês.
terça-feira, outubro 25, 2005
Jimmy Page na Chapada Diamantina
Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin, passa grandes temporadas em Lençóis, na Bahia, ao lado de sua namorada Argentina. Isso é um fato, comprovada pela foto, acima, que compara como era, à esquerda, e como está, à direita, ao lado de uma casa típica da região. Como podem ver, está praticamente irreconhecível, inchado e com os cabelos aparados. Turistas e locais passam por ele todos os dias sem saber que estão ao lado do lendário guitarrista. A história, abaixo, comprova isso.
A Chapada da Diamantina, onde está localizada Lençóis, atrai centenas de eco-turistas, que são ligados à natureza, cachoeiras e gritar “u-hú” para demonstrar que estão contentes. Após um dia inteiro fazendo caminhadas, trilhas, nadando em rios, torrando o cérebro no sol, fumando maconha e relaxando em cachoeiras da região, gostam de sentar em torno de uma fogueira para confraternizar. Nesse momento, fumam mais maconha, planejam a trilha do dia seguinte e tocam violão. Jimmy Page costumava freqüentar essa rodinha.
No começo, todos achavam bacana o inglês e seu violão. Apesar de não entender uma palavra de português, o guitarrista conseguia se comunicar por meio da música. Todos admiravam sua técnica de levar um blues no violão. Lá pelas altas horas da madrugada, um hippy novo demanda:
- Toca Raul!
Todos os outros gritam “u-hú”, apoiando a idéia. Jimmy Page não tem a mínima idéia do que estão pedindo e emenda um Stairway to Heaven. O povo protesta:
- Porra, inglês, toca um Raul!
Mais “u-hús”, dessa vez mais enérgicos, soam pela noite. Page, entendendo que não queriam uma balada, começa com Whole Lotta Love. Vaias e mais pedidos de “toca Raul” ecoam. Suando frio, não acostumado a ser vaiado, Jimmy começa a tocar Black Dog. Os eco-maconheiros ficam putos. Interrompem o ex-Zeppelin, e insistem:
- Toca Raul!
Como o inglês nada fez, tentam tirar o violão de seus braços para dar para outro tocar. Jimmy Page reage, começa uma confusão que termina com o violão no fogo e o guitarrista correndo assustado para casa. Um cabeludo ainda comenta com o outro:
- Que mane! Não conhecia Raul e nem Led Zeppelin tocava direito.
Depois dessa noite, Jimmy Page não freqüenta mais as rodinhas noturnas de Lençóis.
segunda-feira, outubro 24, 2005
Bangue Bangue!
Hoje vão dar tiros de comemoração. Balas perdidas voarão pelos ares. Se alguém morrer por acidente, não tem importância, pois o povo referendou que acidentes por armas não devem ser contidos. Haverá filas de deputados e outros políticos nos escritórios dos lobistas que representam as fábricas de armas querendo receber o deles. Claro, haverá festa com direito a tiro livre e “Lumas de Oliveiras” para todos. A Taurus já cancelou as férias coletivas de fim de ano. Com a propaganda que receberam durante a campanha do referendo, todos agora querem arma.
Contaram-me que quando proibiram a palmatória nos colégios, um dos argumentos de quem estava contra foi a de que seria impossível educar sem usar o castigo corporal. Meio parecido com o argumento que a proibição de armas torna impossível a autodefesa. Sim, hoje é um dia triste.
Comentando um lado trágico/cômico, ontem, não sabia onde votar. Entrei no site do TSE-DF e, claro, tinha o link para saber onde votar. Cliquei e apareceu o recado: serviço indisponível, voltará ao ar na segunda-feira, dia 24 de outubro de 2005. Ou seja, vai voltar ao ar depois do referendo, quando a informação não é mais necessária! Porra, além de receber um salário vergonhoso de tão alto, ainda não trabalham. Esse é o pessoal do judiciário! A justiça tarda e falha. Viva o Brasil!
Contaram-me que quando proibiram a palmatória nos colégios, um dos argumentos de quem estava contra foi a de que seria impossível educar sem usar o castigo corporal. Meio parecido com o argumento que a proibição de armas torna impossível a autodefesa. Sim, hoje é um dia triste.
Comentando um lado trágico/cômico, ontem, não sabia onde votar. Entrei no site do TSE-DF e, claro, tinha o link para saber onde votar. Cliquei e apareceu o recado: serviço indisponível, voltará ao ar na segunda-feira, dia 24 de outubro de 2005. Ou seja, vai voltar ao ar depois do referendo, quando a informação não é mais necessária! Porra, além de receber um salário vergonhoso de tão alto, ainda não trabalham. Esse é o pessoal do judiciário! A justiça tarda e falha. Viva o Brasil!
quinta-feira, outubro 20, 2005
Leitura vicreral
Apesar das cenas descritas nesse blog (quebra do Metal Box, jogar um baixo pela janela, atirar o baixo no chão), eu sou uma pessoa muito calma, avessa à violência. Mas na ficção, tenho que admitir, funciona. Quem quiser ler um livro violento, porém escrito por outra perspectiva, leia o Miso Soup, capa acima. É de um autor japonês, que tem outra abordagem no conto de um serial-killer. O personagem principal ganha a vida como guia de turismo-sexual para gringos em Tóquio. O cliente dele, na época de ano novo, é muito esquisito. Muuuuuuuuuuuuuito estranho mesmo. Se passam em três noites. Li em uma sentada, recomendo.
quarta-feira, outubro 19, 2005
E esse é o CD.
Acima, o Cd do Metal Box, também limitado, porém mais fácil de encontrar. Vi uma cópia outro dia na Livraria Cultura. Foi o disco que mudou minha vida. O John Lydon ao sair dos Pistols, rejeita o apelido Rotten e canta, logo no primeiro single: a imagem é minha, me pertence e faço com ela o que quiser. Ou seja, saiu da monocultura que o punk tinha se tornado. Foi para o lado da experimentação. Quando cheguei de volta em Brasília, depois de ter passado um ano na Inglaterra, trouxe o Metal Box debaixo do braço. O Renato Russo logo viu a importância do disco. O gozado que ele é mais revolucionário musicalmente do que nas letras. A maioria das músicas é sobre o Malcom McLaren, empresário dos Pistols, inimigo número um do Lydon.
Quanto a acusação de ser destruitivo, o Franz Ferdinand canta no seu último disco: what´s wrong with a little destruction? (o que há de errado com um pouco de destruição?) Ou como o Renato escreveu num panfleto do Aborto Elétrico: caos construtivo (e esse foi o nome da primeira banda do Philippe).
terça-feira, outubro 18, 2005
A pedidos..
Conforme solicitado pelo Cícero, publico, acima, foto do Metal Box, do PiL. Existem somente 25 mil, se não me engano. São três discos que tocam a 45 rpm. Na verdade, esse é o meu segundo. Lá pelo meio da década de 80, numa festinha em Brasília, antes da Plebe ou Legião terem gravado, começo uma discussão com o Renato Russo. Estava com o Metal Box na mão e joguei no chão. Ele olhou para aquilo e falou: isso não me impressiona. Comecei a pula em cima, esmagando o metal. O Renato gritava: para, para, isso me impressiona!
Depois, achei um filho de diplomata, que a gente apelidou de Zé Francês, que tinha outro. Acabei convencendo ele a me vender - o cara gostava de Duran Duran e Van Halen, não sabia o que tinha nas mãos.
segunda-feira, outubro 17, 2005
O Bispo come ou é comido!
Nada contra as igrejas que insistem em fazer politicagem. Não satisfeitas em iludir o povo, tomar parte de seu salário suado em forma de dízimos, agora inundam nosso congresso, câmeras legislativas e outras esferas do governo. Tudo com um único propósito: arrecadar mais para os seus respectivos cultos. Acho que não leram direito na constituição que estado e igreja são entes separados, um não deve se meter na área de atuação do outro. Caso contrário, basta olhar para o Oriente Médio e ver no que dá meter padres, pastores ou outra forma de religioso no poder.
Falo isso por causa da greve de fome do dom Luiz Flávio Cappio, como forma de protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Para que dar tanta publicidade a um religioso maluco desses? Devia deixar passar fome mesmo, afinal de contas, todo bispo que morre no Brasil em condições espetaculares vira herói. Todo mundo sabe que dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi devorado pelos índios caetés na costa de Alagoas, ainda no século XVI. Mas quem é o bispo de sua cidade? Errr, hum,,, sei lá! Sei do bispo Rodrigues, mas esse já é outra aberração. Deviam ter deixado o dom Luiz Cappio lá, sem dar publicidade. Com o tempo, ele ia se enjoar, pegar um Big Mac e sair com o rabo entre as pernas. Ainda por cima que suicídio para a Igreja Católica é o pior de todos os pecados. O bispo estava blefando!
A transposição do Rio São Francisco é uma idéia antiga, da época do dom Pedro Segundo. A redução do volume de água vai ser de, no máximo, 5%, conforme os planos. O impacto social vai ser imenso, possibilitando condições melhor de vida aos atingidos pela secular seca. Quem perde? Os caciques nordestinos que usam a seca para controlar o seu eleitorado. Ah, sim, e o Bispo Cappio, que vai perder uma boquinha, pois povo feliz, bem alimentado e saudável costuma rezar menos.
Falo isso por causa da greve de fome do dom Luiz Flávio Cappio, como forma de protesto contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Para que dar tanta publicidade a um religioso maluco desses? Devia deixar passar fome mesmo, afinal de contas, todo bispo que morre no Brasil em condições espetaculares vira herói. Todo mundo sabe que dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi devorado pelos índios caetés na costa de Alagoas, ainda no século XVI. Mas quem é o bispo de sua cidade? Errr, hum,,, sei lá! Sei do bispo Rodrigues, mas esse já é outra aberração. Deviam ter deixado o dom Luiz Cappio lá, sem dar publicidade. Com o tempo, ele ia se enjoar, pegar um Big Mac e sair com o rabo entre as pernas. Ainda por cima que suicídio para a Igreja Católica é o pior de todos os pecados. O bispo estava blefando!
A transposição do Rio São Francisco é uma idéia antiga, da época do dom Pedro Segundo. A redução do volume de água vai ser de, no máximo, 5%, conforme os planos. O impacto social vai ser imenso, possibilitando condições melhor de vida aos atingidos pela secular seca. Quem perde? Os caciques nordestinos que usam a seca para controlar o seu eleitorado. Ah, sim, e o Bispo Cappio, que vai perder uma boquinha, pois povo feliz, bem alimentado e saudável costuma rezar menos.
sexta-feira, outubro 14, 2005
É Brincadeira!
Quem estamos querendo enganar, se não a nós mesmos? Esse referendo que estão nos submetendo não significa nada, nada mesmo. Não é importante. Se fosse, você acha que o Congresso iria submeter à decisão à população? Eles têm todas as condições de decidir por eles mesmos, sem nos expor a caríssimas campanhas na mídia, que consomem nosso tempo e torram nossos sacos. Porque não pedem para a gente decidir sobre os cassáveis? Isso sim, seria um referendo interessante! Imaginem: o povo vai decidir se o Dirceu deve ser cassado ou não. Ele faria sua exposição na TV, jornal e rádio, alguém faria a contra-argumentação, o povo teria toda a informação necessária para dar o veredicto popular. Ou então, porque não nos perguntar sobre o salário dos servidores do legislativo? Iria um barnabé, representando a classe, para a mídia e falaria: “olha, eu ganho quase quinze vezes mais que o equivalente meu no setor privado, mas ainda não dá para manter meu estilo de vida, por isso peço a vocês para votarem sim, para eu ter o aumento.” Daí, outra pessoa, um médico que ganha perto de um salário mínimo iria responder: “não que seja contra você manter o seu estilo de vida, mas eu faço duas jornadas em dois hospitais públicos por dia. Faltam medicamentos e as condições de trabalho são precárias. Que tal votar não e destinar essa verba para a saúde?”
No referendo do desarmamento, eu voto SIM. Mas sei que nada vai mudar. Talvez uns percam o trabalho na fábrica de armas, talvez uns executivos tenham que mudar de empresa, talvez uns congressistas não consigam mais grana para o caixa-dois dos lobistas do armamento. Mas a violência vai continuar. O referendo mais importante que poderiam nos submeter seria da destinação de verbas para a educação. Já que nossos representantes acham mais importante destinar o orçamento para obras eleitoreiras, um referendo poderia forçar eles a aprovar um orçamento que destinasse muito dinheiro, por várias décadas, para a educação e realmente transformar esse país. Queria ver alguém ir para a TV argumentar contra a destinação de grana para a educação!
terça-feira, outubro 11, 2005
Wireless para Todos!
Outro dia estava contando para um colega que instalei um sistema de internet sem fio aqui em casa e que não havia conseguido colocar uma senha para entrar na rede. Ele perguntou: porque vc quer uma senha? Respondi: para ninguem usar a internet no meu sistema. Ele argumentou: isso é coisa de egoísta capitalista. A idéia, que eu comprei, é todo mundo ter um sistema sem fio e deixar aberto. Tipo uma comunidade, onde todos contribuem o que podem e todos usufruem de tudo na medida que a comunidade possa oferecer. Isso apelou muito para as minha convicções anarquistas. Já convenci o vizinho de baixo, que tmb tem uma rede, para deixar a dele sem senha. Isso potencializou nosso campo de alcance, ambos agora podem usar no apartamento inteiro. Imaginem num prédio onde todos deixam a rede disponível para todos. Numa vila, numa cidade, no mundo! Temos que deixar de lado essas noções de que eu paguei, então ninguém mais usa. Tipo na Holanda, onde tinham umas bicicletas que eram de todos. Você saia do trabalho pegava uma, pedalava até o bar e deixava na calçada. Um outro sujeito saia, pegava a mesma e pedalava até o supermerdado, deixando-a na calçada, novamente. E assim por diante. Ou seja, todas bicicletas eram de todos. Sabem como acabou isso? Os turistas começaram a roubar as bicicletas como lembranças. O que leva a outra lição anarquista: quem está fora da comunidade, ou segue as regras dela, ou não participa dos benefícios. Get pissed, destoy!
sexta-feira, outubro 07, 2005
Enquanto o DVD não vem....
Aproveitem para ver as filmagens do Paulo Abdel no http://www.videolog.tv/maispleberude. Ele é um plebeu roxo que a gente tem tido o prazer de sempre permitir filmar os nossos shows em Brasília. O resultado tem sido ótimo, parabéns Paulo. É uma vontade nossa sempre interagir com os fãs que fazem foto, pintura, vídeo e outras formas de arte que envolvam, diretamente ou não, a Plebe. Como podem reparar, fotos são postadas aqui, temos o livro do Richard e os clipes do Paulo. Ah sim, respondendo uma das questões mais perguntadas: o site oficial está sendo preparado. Esse blog é plebe, mas sob a visão distorcida do André X. O site oficial, em breve, estará na rede.
terça-feira, outubro 04, 2005
Bush Sabe Contar?
O general responsável pela América Latina junto à Casa Branca estava reportando ao Presidente Bush.
- Senhor Presidente, sinto informar que four brazillians morreram ontem.
- Nossa isso é horrível, responde o Bush.
Sem enteder o porquê do pessar e depressão do presidente sobre a notícia, o general espera o Bush enxugar as lágrimas.
- Me diz uma coisa, general.
- Sim senhor.
- How much is a brazillion? (tradução: quanto que é um brazillion?)
- Senhor Presidente, sinto informar que four brazillians morreram ontem.
- Nossa isso é horrível, responde o Bush.
Sem enteder o porquê do pessar e depressão do presidente sobre a notícia, o general espera o Bush enxugar as lágrimas.
- Me diz uma coisa, general.
- Sim senhor.
- How much is a brazillion? (tradução: quanto que é um brazillion?)
Político Honesto Não Dá Ibope.
Todo político é corrupto, ladrão e safado? Todo congressista, vereador, deputado, senador usou caixa dois para se eleger e só vota nas emendas de acordo com barganhas feitas junto à presidência? É claro que não. Mas então como é que a gente nunca ouve falar desses nossos representantes sérios, que fazem aquilo para que foram eleitos? Pela simples razão de que político honesto não dá Ibope. A mídia não tem interesse nenhum em destacar essas pessoas. Prefere imprimir nas suas manchetes todo lixo parlamentar, pois isso vende jornais, aumenta a audiência nas TVs. E que perde somos nós. O povão, obrigado pela lei a votar, escolhe justamente aqueles que mais ouve falar, aqueles que foram destacados dia após dia nos jornais. Vê aquele rosto familiar e vota no pilantra, que volta ao posto mandato após mandato. E assim caminha a humanidade.
segunda-feira, outubro 03, 2005
VMBs 2005
Bom, todos viram, todos ficaram se perguntando: que diabos Wanesa Camargo e Felipe Dylon estavam fazendo cantando rock? Aliais, aquilo era rock? Fico bobo com a MTV tentando ser moderninha e dando um deslize desses. Claro que tem jabá por trás, gravadora grande querendo que seus produtos sejam aceitos pelos roqueiros. Afinal de contas, o mercado, igual o mar, não está para peixe. Mas porra!, se música fosse peixe, aquilo seria um baiacu! Ou um uma cabeça de bagre, no mínimo!
O VMB é bacana porque mostra que no fundo todos querem é vender seus discos, ser queridinhos da mídia e rolar na fama. Não digo que dessa água a Plebe nunca beberá, pois seria bacana tocar lá. Mas irei me sentindo desconfortável.
O VMB é bacana porque mostra que no fundo todos querem é vender seus discos, ser queridinhos da mídia e rolar na fama. Não digo que dessa água a Plebe nunca beberá, pois seria bacana tocar lá. Mas irei me sentindo desconfortável.
segunda-feira, setembro 26, 2005
Sniff sniff, tchau Don Admas!
Essa é uma homenagem ao melhor e mais bacana agente secreto da Guerra Fria: o Agente 86. Don Adams, esse aí da foto, falheceu hoje. 007 está de luto. Essa página também! Muito obrigado pelas reprises intermináveis nas férias, pelas tardes solitárias pós-escola, pelas exibições de madrugada, me salvando do tédio. A agente 99, a viúva, está livre e desimpidida, Sean Connery se habilita?
A vida é dura para quem é mole!
quarta-feira, setembro 21, 2005
1983 - Plebe no Napalm.
Naquele dia, matei as aulas de arquitetura na UnB, pois a ansiedade não me deixava concentrar em mais nada. Sei lá se o Philippe e o Gutje foram para suas respectivas escolas. Tenho certeza que o Jander não foi, pois ele já tinha abandonado definitivamente os estudos. O ano era 1983 e, naquela noite, a Plebe ia enfrentar uma viajem de 12 horas de ônibus até São Paulo para tocar uma noite no Napalm e outra no Rose Bom Bom.
Quem tinha armado o show foi a Fernanda, que havia começado um namorico com o Dado, da Legião. Estão casados até hoje. Ela tinha acertado tudo com a Astride, que era auxiliar de nossa empresária, a Camila. Até hoje não sei porque a necessidade de ter uma assistente, já que o trabalho era pouco, mas tudo bem. Não que a Astride fizesse grandes coisas. Logo se enroscou com o Nasi e desapareceu, nos deixando para resolver as coisas sozinhos.
O show no Napalm foi histórico. Era a última noite da boate, que ia fechar. Estava lotado. Conhecemos o Clemente, o João Gordo, entre outras figuras. O Philippe estava inspiradíssimo, com seu topete até o queixo. Até que o garoto tocava bem quando bebia! Deixou que o público tocasse sua guitarra enquanto ele segurava os acordes no braço. O Jander, na época careca e forte, chamava muita atenção. No meio do show, deixo a palheta cair perto dos meus pés. Vejo uma mão se estender para pegá-la. Quando toca na palheta, dou um pisão, esmagando os dedos do ladrão. Era o Branco, dos Titãs! He he he, lembro a cara de dor do maluco até hoje!
Depois foi uma socialização nota dez com a nata do punk e new wave de São Paulo. Nem precisávamos de bebida, pois a excitação de encontrar outros como nós era suficiente para nos deixar altos. Até perdi minha correia de baixo, que tinha feito na aula de artes no último ano do colégio. Era de couro e tinha umas caveiras pintadas. Anos depois, vejo ela nos ombros de alguém do Ultraje.
A noite terminou em tom trágico, com os metaleiros invadindo o Napalm para dar porrada nos punks. Nos refugiamos no camarim, que tinha as paredes de madeira e tremiam com a porrada que rolava no lado de fora. Quem se esconde lá com a gente? O João Gordo. Chegamos para ele e perguntamos: você gosta de ska? Ele nos prensa contra a parede e responde: gosto, mas se espalhar, dou porrada. Vi uma cadeira ser quebrada em cima de um cara. Não era igual nos Trapalhões, onde a cadeira quebra e o cara fica legal. A cadeira ficou inteira, o cara desmaiado no chão. Foi barra, mas, na retrospectiva, foi excitante, legal, quebrou a monotonia do planalto central.
Ficamos na casa de um oriental, amigo do indiano Hefter, que veio de Brasília com a gente. Apelidamos ele de Vietcong. Ele ficava fora o dia todo, e a gente dormindo nos sofás, no banheiro, no colchão. Quando ele chegava, a gente ia para a rua. Para o Carbono 14, assistir vídeos do Pil, dos Cramps. Chegávamos em casa quando o Vietcong estava saindo para o trabalho. Depois do show do Rose Bom Bom, tomei um porre de Gim com limonada. Quase morri. Tomando banho na casa do Vietcong, fiz uma lambança, xampu para tudo quanto é lado. A Astride aparece para pegar o ônibus de volta, dá-lhe Nasi!
Isso foi pré-MTV, quando o DDD era caríssimo! Era destino a gente encontrar esse pessoal de São Paulo. Depois tiveram outros shows, outras aventuras. Mas essa foi a melhor.
segunda-feira, setembro 19, 2005
Plebe e Ira!
Quando a gente começou a sair de Brasília para tocar em São Paulo, uma das bandas que mais nos deram apoio foi o Ira!, lá pelos meados dos 1980s. Descíamos de ônibus, 12 horas, sem ter muito bem onde ficar, sabendo somente onde tocaríamos e torcíamos para que a bilheteria pagasse as passagens e a alimentação. O Edgar e o Nasi sempre nos acolhiam muito bem. Uma vez, fomos ensaiar na casa do Nasi, que é onde o Ira! tinha base. Longe pra caralho! Última estação do metrô, meia hora caminhando e a gente sempre se perdia, pois éramos candangos numa metrópole. Achamos estranha que eles ensaiavam sem microfone, o vocalista tinha que gritar, segurar o ensaio na garganta. Abrimos alguns shows deles, se não me engano, um deles foi o lançamento do compacto Pobre Paulista. É uma banda que tem as mesmas raízes que as nossas. Podemos falar Stiff Little Fingers e Jam que eles sabem exatamente sobre o que nos referimos.
Acompanho as duas comunidades no Orkut. A da Plebe tem sempre 9% de membros do que a do Ira! Claro, com um acústico te promovendo, era para ser goleada de dez para um mesmo. Esse é o índice que quero usar quando o disco sair. Se conseguirmos igualar os membros da comunidade Plebe à do Ira!, ficarei satisfeito.
Acompanho as duas comunidades no Orkut. A da Plebe tem sempre 9% de membros do que a do Ira! Claro, com um acústico te promovendo, era para ser goleada de dez para um mesmo. Esse é o índice que quero usar quando o disco sair. Se conseguirmos igualar os membros da comunidade Plebe à do Ira!, ficarei satisfeito.
quinta-feira, setembro 15, 2005
Teatro Odisséia: 9 de setembro, sexta.
terça-feira, setembro 13, 2005
Túnel do Tempo!
Leitor do blog e frequentador de nossos shows, o Marcelo me enviou documentos do século passado. Reparem só: Canecão, 1988, lançamento do Nunca Fomos tão Brasileiros. O preço: Cz$ 200,00. Alguém se lembra do cruzado? Coisa do Sarney, o maior golpe político já aplicado no povo brasileiro. Todos crente que era para arrumar a economia, mas o que o velho safado bigodudo queria era eleger o máximo de cargos para o PMDB. Bacana os autógrafos no verso. O Jander ainda assinava Bilaphra, codinome para quem laphra (gíria brasiliense da tchurma - significa algo como malandrear) duas vezes e trás uma conotação de Biafra, homenagem ao Jello, dos Dead Kennedys. Ele abandonou isso quando ficou um músico sério. Uma relíquia.
segunda-feira, setembro 12, 2005
Serra Attack!
BMF 2005
Foi bom o show do BMF - mas nada comparado aos do Teatro Odisséia, cercado de plebeus gritando, cantando e confraternizando com a banda. Esse negócio de festival é meio frio, me sinto um burocrático no palco. Mas saldo positivo. Estou esperando as fotos do Rio para postar aqui, assim com outras do BMF. Obrigado a todos pelas palavras de elogios e incentivo. Esse blog é de vocês!
segunda-feira, setembro 05, 2005
Semana Cheia.
Que rapaziada simpática, acima, não? Essa foto foi feita antes do primeiro show com a nova formação. O Txotxa não aparece que estava tentando achar a entrada para o Circo Voador, foi parar num pagode suspeito na Lapa e voltou meio estranho. Mas isso não importa! O que importa é que esta semana trás três shows! Dois no Rio, no Teatro Odisséia, na quinta e na sexta, e outro no BMF, em Brasília, no sábado! Tomara que essa maratona continue Brasil a fora! Quero tocar! Quero o disco na praça!
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