quinta-feira, junho 30, 2005

Plebe Rude no Porão do Rock

Totalmente 100% confirmadíssimo! Plebe Rude tomará conta do palco principal do Porão do Rock no sábado, dia 9 de junho, lá pelas 22 horas. Esse é um festival tradicional de Brasília, feita por um pessoal que tem a música como principal fonte de inspiração. Conheço o trabalho que eles têm, como é duro fazer um evento desse porte e o cuidado que entra na concepção e organização. Eles estão de parabéns e fico feliz em participar.

O Porão é especial para a Plebe pois foi graças à insistência dos organizadores que a gente se regrupou em 2000, gerando a possibilidade do disco ao vivo. Pena que, por motivos de personalidade, interesses e incompatibilidade, não fomos muito adiante. Agora será a chance de testar a nova formação diante de um público querido, mas exigente. Vamos à luta!

E para quem quiser mais, o André X estará discotecando clássicos do punk e obscuridades do rock na sexta feira, dia 8, junto com o Balé, baterista do Escola de Escândalo e companheiro inseparável nessas aventuras sonoras.

Para quem quiser conhecer mais: www.poraodorock.com.br.

terça-feira, junho 28, 2005

DESARMAMENTO JÁ!

Em que tipo de país você quer morar? Todos temos uma resposta, que, na maioria vezes, quando respondidas por pessoas esclarecidas, incluem as palavras justo, paz, oportunidade igual, livre de violência e paz. Pois bem, como vocês devem saber, está sendo discutido no Congresso Nacional a emissão de um plebiscito no qual a população brasileira vai responder se armas de fogo devem ou não ser comercializadas no Brasil.

Como vocês devem imaginar, o lobby da indústria bélica está em peso tentando convencer os nossos “nobres” deputados e senadores a não aprovarem o texto do plebiscito, a deixar o assunto morrer, empurrando com a barriga até que caia no esquecimento.

Eu confesso que me sentiria bem mais seguro morando num país onde armas fossem ilegais e, claro, houvesse uma repressão imensa em cima dos portadores de armas, paralelo a campanhas maciças de desarmamento da população. Alguns dados para vocês considerarem:
· Pesquisa da UNESCO – “Cotidiano das Escolas: Entre Violências” –, realizada em escolas públicas de cinco capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Belém), além do Distrito Federal, revela que 35% dos alunos (585 mil estudantes) e 29% dos professores entrevistados disseram que viram armas.
· No Brasil, os civis possuem cerca de 10 vezes mais armas do que os órgãos de governo.
· Ao mesmo tempo, o país é líder mundial em número anual de mortes por arma de fogo.
· Estudo determinou que mais de 38.000 pessoas morreram em 2002 de ferimentos causados por armas. O número inclui as vítimas de homicídios, suicídios e acidentes, e coloca o Brasil em primeiro lugar, com o mais alto número de mortes dessa natureza no mundo. Houve 30.242 mortes relacionadas a armas nos Estados Unidos em 2002.
· Mais de 550 mil pessoas morreram vítimas de disparos de armas de fogo no Brasil entre 1979 e 2003, num ritmo crescente e constante.
· Segundo o estudo, nesses 24 anos, as vítimas de armas de fogo cresceram 461,8 por cento, enquanto a população do país cresceu apenas 51,8 por cento.

Sei que não é uma solução, mas sim um primeiro passo para civilizar a nossa sociedade. Claro que um aporte fenomenal na educação seria muito mais proveitosa, mas acredito que um dia chegaremos lá (quando o Sarneys, Calheiros, Dirceus, ACMs, Barbalhos da vida sumirem).

O que você pode fazer? Mande um e-mail para o seu deputado, dizendo que está de olho na atuação dele nessa questão. Vamos pressionar, nos fazer ouvir.

Punk no CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil montou uma mostra sobre os 30 anos do punk. A primeira vista, pode parecer uma captura do movimento pelo sistema. Um banco oficial bancando uma mostra sobre o punk? Será que é o que o Clash cantava em White Man in Hammersmith Palais: "you think it's funny, turning rebelion into money"? Mas é muito válido, pois que movimento é esse que tem 30 anos e ainda interessa a todos. Depois de três décadas, não é mais movimento, é espressão cultural. Nada mais apropriado filtrar e distribuir as informações a respeito por meio de um centro cultural.

Se vocês só puderem assistir a um filme, assistam Rude Boy, do Clash. Não é um documentário, não é um musical (graças a Deus!). Trata-se da história de um menino que mora num bairro operário pobre na Inglaterra. Assistindo a esse filme que o Philippe e eu escrevemos as letras de Mentiras Por Enquanto. Muito bom, e, de quebra, tem cenas com o Clash - que escreveram a história.

Muito recomendado também assistir aos Dead Kennedys, Siouxsie & the Banhsees e the Jam, para reconhecer que o punk, no seu início, tinha várias caras, vários tons. Depois é que virou uma sonoridade só, infelizmente.

Não poderia deixar de mencionar o filme O Começo do Fim do Mundo, sobre o punk paulista. Sensacional terem incluído esse filme na mostra! Parabéns pela equipe que conseguiu recuperar essa gema. Esse festival, mesmo a distância, influenciou muito a galera de Brasília.

Já o Sid & Nancy mostra uma visão errada do que foi esse panaca, garoto mimado metido a punk. Não expõe, por exemplo, que ele não tocava nada, que o resto da banda preferia estar longe dele e que ele tentava a todo custo imitar o Dee Dee Ramone. Retrata o Johnny Lydon de forma imbecil, nada tendo a ver com o genial Rotten. O Lixo e a Fúria já é bem melhor.

Deleitem-se.