quinta-feira, janeiro 26, 2006
Marco Zero na Praia
Milho, ao contrário do que os urbanóides acham, não nasce dentro de uma lata, mas sim cresce no campo (pedaço de terra, cercado por plantas, sem edifícios ou asfalto, onde são cultivadas nossas comidas). Como todos que conhecem o milho no pé, sabem que ele tem uma barba. Faz parte da religião da espécie – todo milho é mulçumano. Já reparou a quantidade de milho que se estoura por aí? Basta dar uma olhada no seu pipoqueiro local e verás um monte de milho cometendo suicídio dentro da panela. Eles acham que o sacrifício em nome do Grande-Alá-Milho garantirá uma passagem só de ida, primeira classe, para o grande campo no céu, onde receberão de presente umas milhas virgens.
Pois bem, alguns desses milhos mais radicais, do grupo Mártires da Espiga Sagrada, passaram anos convivendo com outros vegetais nas feiras e ceasas de São Paulo, fingindo ser uma planta normal. Na verdade, estavam infiltrados para uma operação maior, precisavam aprender tudo sobre a venda de milho no litoral paulista. Foram meses de observação e planejamento. Finalmente estavam prontos.
Tomar conta do carrinho de milho foi fácil. Os outros milhos na panela pensavam que eram um seqüestro normal, que iriam pousar num posto qualquer e os seqüestradores iriam pedir a liberdade dos colegas presos em latas pelo país. Pouco sabiam que a ambição dos insurgentes era muito maior: iriam jogar o carrinho contra o fazendeiro José Melbourne, o Rei do Milho, que estava passando as férias na praia com a família. Morte aos infiéis, gritaram, enquanto o carrinho ia em direção às duas torres gêmeas que faziam parte do castelo de areia que a filha de Melbourne tinha erguido na praia, sua família tomando sol ao seu lado, desconhecendo o perigo que se aproximava.
O erro dos terrormilhos foi esquecer que a teoria é bem diferente do que a prática. Na teoria, o carrinho do milheiro tem rodas alinhadas, na prática, são tortas. O veículo desviou do rumo, captou e pegou fogo. Todos morreram, muitos tostados na manteiga derretida.
A foto acima, tirada por um fotógrafo amador e postada no Estadão (que não contou a história toda) comprova o fato. Reparem que o salva-vidas, à esquerda, está comendo uma das vítimas. Não foi um dia bom no Milhoquistão.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Verticalização ou não?
Hoje ouvi um debate muito interessante na CBN (ou vocês acham que o rádio do meu carro fica sintonizado em rádio de jabá?) sobre o fim da verticalização dos conchavos entre os partidos durantes as eleições. Basicamente, como funciona atualmente, é o seguinte: se dois partidos se unirem para apoiar um único candidato a nível nacional, essa união tem que se refletir em todos os outros níveis, estaduais e municipais. Isso para evitar, por exemplo, o PT e o PDT serem aliados para eleger presidente e estarem em lados opostos para eleger um governador.
Ouvindo o debate, reparei que todos os partidos fisiologistas, aqueles considerados partidos de aluguel, que negociam seus apoios, trocando ajuda na aprovação de leis por cargos, dinheiro e orçamento, são contra a verticalização. Só por aí, dá para perceber que ela é importante, pois implica que um partido tem que ter uma ideologia e que essa ideologia não deva estar condicionada a nomes ou localização geográfica. Na verdade, um partido político, em última instância, deve procurar o interesse coletivo, e não o particular. Acabando com a verticalização, estarão abrindo as comportas para os corruptos e interesseiros negociarem apoios e conchavos como bem quiserem.
Nossa política já é uma piada. Será que vão fazer a gente de palhaço outra vez?
terça-feira, janeiro 24, 2006
São Caetano do Sul - Fotos
Assinar:
Postagens (Atom)