Hoje foi publicado no Jornal de Brasília texto de meu amigo, Freddy Charlson, que reproduzo abaixo para atiçar o debate da galera. Muito bom mesmo! O cara, além de tenista virtual de primeira, escreve muito bem. Faltam 7 dias para o CB!!!
Mulheres servidas à mesa
Freddy Charlson
Não é de hoje, creiam, que surgiu essa história de fazer a ligação entre mulheres e frutas. Que me perdoem os cristãos mais ortodoxos, mas já nos idos tempos de Eva (a primeira mulher, segundo a Bíblia) a fruta – no caso o fruto proibido, a maçã – já exercia uma forte atração sobre o sexo feminino. A questão é que, pimba!, com o passar dos tempos, essa ligação foi vulgarizada. É uma tal de Mulher Samambaia para cá, Mulher Melancia para lá, Mulher Jaca aqui, Mulher Moranguinho acolá e até de Mulher Filé em todo lugar.
Por "todo lugar" entenda-se televisão, rádio, internet, revistas masculinas, outdoors, festas privé ou apresentações em boates de caráter duvidoso. Ou seja, em qualquer canto que se olhe estará uma moça seminua ou nua (nada contra a nudez, muito pelo contrário) associando sua imagem de fêmea a algum produto hortifrutigranjeiro, ou vegetal, que seja. E colocando-se, enfim, à disposição dos voyeurs
A Mulher Samambaia, condinome de Daniele Souza, por exemplo, já há alguns anos aparece vestida (?!) apenas com um pequeno biquíni no programa Pânico na TV. Sua singela tarefa é rebolar e sorrir para as câmeras. E só. Feito uma samambaia ela só decora o ambiente. O suficiente para despertar a sede das revistas masculinas. Samambaia vem de uma escola antiga, porém menos vulgar, que surgiu com as chacretes, passou pelas paquitas, cruzou o caminho das boletes (assistentes de palco do finado apresentador Bolinha) e chegou ao ápice com titia Gretchen e suas "descendentes", as meninas do É o Tchan!, ao lado das menos famosas Malandrinhas, além de Tiazinha e Feiticeira.
Ou seja, estão ali para atiçar a libido masculina, provocar os adolescentes e fazer dinheiro, ao mesmo tempo em que causam asco nas feministas, sempre tão preocupadas com "o verdadeiro papel da mulher na sociedade". Algo que viria a ser, claro, menos vulgar. Ora, mulher tem mais é que se dar ao respeito!, pensam, quase que em vão.
Parece que tal corrente, a da pureza, não vem fazendo mesmo muito sucesso. Vide o escândalo que a tal Mulher Melancia, ex-dançarina do Créu, batizada como Andressa Soares, 19 aninhos, tem provocado em bancas de revista e vídeos internet afora. Ela, que rebola os quadris numa vertiginosa "velocidade 5", já posou para uma edição especial da Playboy e planeja carreira internacional. É, a moça que tem declarados 121 cm de quadris vai lançar o hit Velocidade 6, na Espanha e Portugal. Sorte (?) dos patrícios. Melancia, digo, Andressa, ainda estampa as manchetes por ter magoado, ao mesmo tempo, o MC Créu – que a lançou, e a acusa de fazer carreira em cima do sucesso dele – e o badalado fotógrafo JR Duran, que a repreendeu pelo fato de ela ter se atrasado no ensaio para a mesma Playboy que chega às bancas no dia 10.
Está pensando que acabou? Necas de pitibiriba. Tem, ainda, a Mulher Moranguinho. Essa é a alcunha de Ellen Cardoso, 27 anos, também dançarina do Créu, substituta da Melancia. Moranguinho vai brilhar numa edição especial da revista Sexy e é capaz de dizer, candidamente, que se identifica com a fruta, oh!, porque é apaixonada, romântica e sedutora. Moranguinhos são apaixonados, românticos e sedutores? Vá saber...
E o que dizer, então, da Mulher Jaca? Trata-se de Daiane Cristina, prima de Andressa Soares e protagonista de uma bizarra árvore genealógica (há parentesco entre jacas e melancias?). Daiane, a quem interessar possa, colocou uma prótese de silicone de 235ml, aproveitou para fazer lipo nas costas e barriga, clareou os cabelos e ostenta 110 cm de quadril, uma fartura.
Um pouco menos farta, aliás, é a tal da Mulher Filé, dançarina do Mister Catra. Yani de Simone tem 19 anos, "apenas" 100 cm de quadril e espírito mais polêmico. Um exemplo? Ela vive a dizer que chega de fruta! "Homem gosta é de comer carne", garante a moça que já faz sucesso com uma certa "Dança do Pisca". Melhor não explicar o que significa, acreditem, leitores. Enfim, pelo jeito, o atual quadro da cultura pop brasileira é um prato cheio, com perdão pelo trocadilho.
sexta-feira, junho 06, 2008
quarta-feira, junho 04, 2008
DesmataMinco
Bom dia, povo! Outra manhã, outra pizza. CPI concluída e ninguém indiciado pelo mau uso dos cartões corporativos. Conclusão dos congressistas: o uso de dinheiro público para compras de duty free, tapioca, roupa pessoal, bebida e restaurante foi distração dos usuários. Porra, para mim usuário é quem usa maconha, e para esses, os falsos moralistas não perdoam.
Acrescentando lenha na fogueira, a pizza vai ser assada com madeira proveniente do desmatamento da Amazônia. De todos os ministros desse governo, o que mais tinha simpatia era a Marina, do Meio Ambiente. Justamente por ser séria, geria sua pasta com competência, defendendo sempre o desenvolvimento sustentável. Isso interessava ao governo? Pense bem, controlar o avanço do agro-business, brecar a geração de emprego, postergar construções como barragens e estradas, na visão governamentista significa somente uma coisa: menos arrecadação. Menos arrecadação = menos grana para torrar em publicidade, salários, propinas e, também, cartões corporativos. Eis que cai a Marina e entra o Minc.
E o que faz o Minc? Libera todas as licenças ambientais que estavam paralisando obras duvidosas. Doa milhões de reais para aqueles que desmataram, para que plantem de novo. Epa, agora entendi. Se eu quero grana do governo, primeiro eu desmato, depois ele me paga para replantar tudo! E claro, eu planto toda a grana em contas abertas nos paraísos fiscais! Valeu Minc!
Para apaziguar a população, foram buscar uma solução lá da época do Sarney, creditada ao Funaro: confiscar boi no pasto. Garanto que nenhum pecuarista que desmatou para criar pasto perdeu um segundo de sono por causa dessa ameaça, pois sabem que quem criou essa regra só conhece a vaca de sua mãe, não aquelas que fazem múúú. Logisticamente é muito difícil tirar a vaca do pasto. O governo não tem gente, nem para fiscalizar, muito menos para uma operação dessas. E menos vacas = menos arrecadação e entramos no ciclo vicioso que vocês já conhecem.
Em fim, vamos ter que voltar a tocar A Serra.
terça-feira, junho 03, 2008
Sexo, Drogas e Metáforas
Turbinas esquentando para os shows em Sampa! Hey Ho, Let’s Go!
Enquanto isso, uma nova listinha. Dessa vez das músicas que falam sobre drogas e sexo, mas de uma forma escondida, disfarçada. Gosto de referências não diretas, onde o autor usa suas habilidades poéticas para fingir que está falando de alguma coisa, quando na verdade está falando de outra. Nesse sentido, não entraria as músicas explicitas do D2 sobre maconha, nem as da Tati Quebra Barraco sobre sexo. Vejamos:
1. Beatles - Lucy in the Sky with Diamonds. Nunca confirmado pelo Lennon se realmente era ou não sobre LSD. Mas se você ainda tem dúvidas, pergunte para o Albert Hoffmann, há há há. É legal ver músicas que chocariam o establishment chegarem ao topo das paradas sem que os conservadores entendam o que está acontecendo. Quando percebem, já é tarde demais.
2. Stranglers – Golden Brown. Essa foi realmente um cavalo de Tróia musical. Chegou ao primeiro lugar das paradas britânicas, foi escolhido como tema de seriado infantil, sucesso total. Daí foram entrevistar o Hugh Cornwell, o autor, que confessou ser sobre heroína, e não necessariamente falando mal!
3. Sisters of Mercy – Vision Thing. Bem, começa com uma cheiradona, então é fácil adivinhar sobre o que se trata. O verso: “What do wee need to make our world come alive? What does it take to make us sing? While were waiting for the next one to arrive?
One million points of light One billion dollar vision thing” dá de bandeja para os entendidos.
4. Velvet Underground – Waiting for My Man. Poderia ser até sobre um encontro homosexual, mas na verdade trata de um viciado esperando desesperadamente o seu traficante chegar com a mercadoria. Vício deixa o homem fraco e desesperado, nunca caiam nessa.
5. Breeders - Divine Hammer. Única música que conheço de mulheres cantando sobre orgasmo. Ela descreve sua cruzada por uma martelada divina e se vai ou não encontrá-la. Sensacional.
Enquanto isso, uma nova listinha. Dessa vez das músicas que falam sobre drogas e sexo, mas de uma forma escondida, disfarçada. Gosto de referências não diretas, onde o autor usa suas habilidades poéticas para fingir que está falando de alguma coisa, quando na verdade está falando de outra. Nesse sentido, não entraria as músicas explicitas do D2 sobre maconha, nem as da Tati Quebra Barraco sobre sexo. Vejamos:
1. Beatles - Lucy in the Sky with Diamonds. Nunca confirmado pelo Lennon se realmente era ou não sobre LSD. Mas se você ainda tem dúvidas, pergunte para o Albert Hoffmann, há há há. É legal ver músicas que chocariam o establishment chegarem ao topo das paradas sem que os conservadores entendam o que está acontecendo. Quando percebem, já é tarde demais.
2. Stranglers – Golden Brown. Essa foi realmente um cavalo de Tróia musical. Chegou ao primeiro lugar das paradas britânicas, foi escolhido como tema de seriado infantil, sucesso total. Daí foram entrevistar o Hugh Cornwell, o autor, que confessou ser sobre heroína, e não necessariamente falando mal!
3. Sisters of Mercy – Vision Thing. Bem, começa com uma cheiradona, então é fácil adivinhar sobre o que se trata. O verso: “What do wee need to make our world come alive? What does it take to make us sing? While were waiting for the next one to arrive?
One million points of light One billion dollar vision thing” dá de bandeja para os entendidos.
4. Velvet Underground – Waiting for My Man. Poderia ser até sobre um encontro homosexual, mas na verdade trata de um viciado esperando desesperadamente o seu traficante chegar com a mercadoria. Vício deixa o homem fraco e desesperado, nunca caiam nessa.
5. Breeders - Divine Hammer. Única música que conheço de mulheres cantando sobre orgasmo. Ela descreve sua cruzada por uma martelada divina e se vai ou não encontrá-la. Sensacional.
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