Novo podcast no ar! Dessa vez uma homenagem ao Gang of Four que, esta semana, estará no Brasil fazendo shows em Floripa, SP e BH. Uma das bandas mais influentes do post-punk, provaram que é possível fazer pop com viéz político. Grande diversão, grande pregadores. Segue a lista:
1. Essence Rare - do Gang of Four, de uma gravação para a BBC2, lá pelos começo da década de 1980. Versão mais crua da que nos discos, pois nos estúdios da BBC se tem menos recursos. Isso só fortaleceu a banda, que se sai bem em situações menos favorecidas.
2. Dan Dare - dos Mekons, a banda irmã do Gang of Four. Eles dividiam o mesmo estúdio de ensaios, tipo Legião e Plebe. Interessante notar uma das primeiras críticas que recebemos na Bizz, o Alex Antunes escreveu: "a Plebe está mais para Mekons do que Gang of Four". Se quis falar mal, não sei, mas para mim foi um elogio.
3. Out of the Tracks - do Rapture, banda que todos falam mal por imitar o Gang. Eu acho-os ótimos.
4. Buy and Sell - do Radio 4, outra banda atual que tem o GO4 como fonte inspiradora.
5. Entrevista de 1980 com o Andy Gill e o Jon King para a BBC.
Divirtam-se!
sábado, setembro 02, 2006
quinta-feira, agosto 31, 2006
The Rakes - Retreat
Essa é a banda The Rakes, para quem os Young Knives estão abrindo os shows. São considerados o grupo mais irônico que saiu da inglaterra. A estrutura da música me lembra muito Plebe, mas não sei explicar como. O Gang of Four pediu que eles regravassem uma música deles para o disco Return the Gift, está no CD2. E eu quero um baixo desses!!!
Essa é a banda The Rakes, para quem os Young Knives estão abrindo os shows. São considerados o grupo mais irônico que saiu da inglaterra. A estrutura da música me lembra muito Plebe, mas não sei explicar como. O Gang of Four pediu que eles regravassem uma música deles para o disco Return the Gift, está no CD2. E eu quero um baixo desses!!!
Chamado Urgente aos Plebeus de Planaltina!!!
Atenção, antenção, fã clube de Planaltina!!! Lembram da conversa que tivemos no show dos Resistores? Bem, precisamos de vocês para fazer figuração no clipe de Voto em Branco. Por favor, entrem em contato o quanto antes!! Se não tiverem o meu telefone, mandem o de vocês para o meu e-mail!!! Convite extensivo a qualquer plebeu que gostaria de participar. Urgente, urgente!!
quarta-feira, agosto 30, 2006
Joelho de Porco - Rio de Janeiro City
O ano era 1976. O resto da escola curtia Aerosmith e Lynard Skynard. Eu ouvia Joelho de Porco. Era minha fuga da mesmice do resto da turma. Numa aula de matemática, o André Pretorious e eu chegamos a resultados diferentes numa questão. Apostamos meu disco do Joelho de Porco. Ele ganhou. Fiquei sem uma cópia até que, 25 anos depois, o Felipão me descolou a dele (valeu!). Por favor, ao assistirem o vídeo, lembrem o ano, ponham em perspectiva. Alguém falando mal do Rio era uma heresia. O visual, também na época, era bem anti-mpb, que tinha um look mais hippy. Hoje em dia, comicamente cafona, mas mora no meu coração.
O ano era 1976. O resto da escola curtia Aerosmith e Lynard Skynard. Eu ouvia Joelho de Porco. Era minha fuga da mesmice do resto da turma. Numa aula de matemática, o André Pretorious e eu chegamos a resultados diferentes numa questão. Apostamos meu disco do Joelho de Porco. Ele ganhou. Fiquei sem uma cópia até que, 25 anos depois, o Felipão me descolou a dele (valeu!). Por favor, ao assistirem o vídeo, lembrem o ano, ponham em perspectiva. Alguém falando mal do Rio era uma heresia. O visual, também na época, era bem anti-mpb, que tinha um look mais hippy. Hoje em dia, comicamente cafona, mas mora no meu coração.
terça-feira, agosto 29, 2006
Pátria Amada, é para Você essa Canção.
Não sou um patriota. Pronto, falei, tirei isso do meu sistema! Aliais, morro de medo de pessoas patriotas, nacionalistas. Afinal das contas, o que eles estão defendendo? O Estado!, respondem. A Ordem! O País! Tudo bem, mas o que é o Estado? Procurando na internet, achei algumas possibilidades:
É o conjunto dos diplomas que constituem o ordenamento jurídico em vigor? É o conjunto das instituições e organizações que estruturam o regime? É o conjunto dos funcionários e burocratas que asseguram a administração pública? É o conjunto dos políticos e dos partidos que influenciam o funcionamento das instituições? São todos os referidos anteriormente? E se é tudo isso mesmo, por que exaltar os ânimos defendendo algo tão banal?
Quando vejo nacionalistas discursando, estão sempre criticando alguém. Seja outra classe social, imigrantes, outra raça, outro país, estão sempre metendo pau em grupos que, de acordo com sua visão, não pertencem à sua definição de patriota. Logo me vem à cabeça as perseguições promovidas por Hitler, Stalin, Mao, Fidel, Pinochet e outros que, por incrível que pareça, se declaravam patriotas. Tudo pelo bem da nação. Mas o que é Nação? Epa, estamos dando voltas filosóficas, melhor parar por aqui.
Quando tive que jurar a bandeira, após ser dispensado do quartel do BGP (Batalhão da Guarda Presidencial), onde servi durante dois meses, fiquei numa dúvida cruel. Para quem estava jurando? O regime de exceção que governava o país naquele momento? Médici? A seleção canarinho? Na hora, murmurei umas palavras sem nexo, não conseguindo nem mentir que estava jurando.
Nesses tempos de congressistas canalhas e política venal, quero prestar homenagem a um que pensava como eu, o deputado Rafael de Carvalho, que em 1836 apresentou o seguinte projeto de lei à Câmara: “Serão condenados à pena de 4 a 12 anos de prisão todos os indivíduos que se intitularem patriotas, entrando nessa classe os pais da pátria, os mártires da liberdade, os profissionais defensores das liberdades públicas, etc.” Claro que a lei não passou, mas valeu o esforço!
Esse texto foi inspirado pela coluna do Millôr Fernandes, na qual compilou uma série de frases sobre o patriotismo, das quais destaco as abaixo:
“O patriotismo é tão nocivo como sentimento humano quanto é estúpido como doutrina.” – Tolstoi.
“Ainda não chegara à patriota, mas já era bem idiota.” – Dryden.
“O patriotismo é o último refúgio do canalha.” – Dr. Samuel Johnson.
“A pátria é o primeiro refúgio do canalha.” – Millôr Fernandes.
É o conjunto dos diplomas que constituem o ordenamento jurídico em vigor? É o conjunto das instituições e organizações que estruturam o regime? É o conjunto dos funcionários e burocratas que asseguram a administração pública? É o conjunto dos políticos e dos partidos que influenciam o funcionamento das instituições? São todos os referidos anteriormente? E se é tudo isso mesmo, por que exaltar os ânimos defendendo algo tão banal?
Quando vejo nacionalistas discursando, estão sempre criticando alguém. Seja outra classe social, imigrantes, outra raça, outro país, estão sempre metendo pau em grupos que, de acordo com sua visão, não pertencem à sua definição de patriota. Logo me vem à cabeça as perseguições promovidas por Hitler, Stalin, Mao, Fidel, Pinochet e outros que, por incrível que pareça, se declaravam patriotas. Tudo pelo bem da nação. Mas o que é Nação? Epa, estamos dando voltas filosóficas, melhor parar por aqui.
Quando tive que jurar a bandeira, após ser dispensado do quartel do BGP (Batalhão da Guarda Presidencial), onde servi durante dois meses, fiquei numa dúvida cruel. Para quem estava jurando? O regime de exceção que governava o país naquele momento? Médici? A seleção canarinho? Na hora, murmurei umas palavras sem nexo, não conseguindo nem mentir que estava jurando.
Nesses tempos de congressistas canalhas e política venal, quero prestar homenagem a um que pensava como eu, o deputado Rafael de Carvalho, que em 1836 apresentou o seguinte projeto de lei à Câmara: “Serão condenados à pena de 4 a 12 anos de prisão todos os indivíduos que se intitularem patriotas, entrando nessa classe os pais da pátria, os mártires da liberdade, os profissionais defensores das liberdades públicas, etc.” Claro que a lei não passou, mas valeu o esforço!
Esse texto foi inspirado pela coluna do Millôr Fernandes, na qual compilou uma série de frases sobre o patriotismo, das quais destaco as abaixo:
“O patriotismo é tão nocivo como sentimento humano quanto é estúpido como doutrina.” – Tolstoi.
“Ainda não chegara à patriota, mas já era bem idiota.” – Dryden.
“O patriotismo é o último refúgio do canalha.” – Dr. Samuel Johnson.
“A pátria é o primeiro refúgio do canalha.” – Millôr Fernandes.
segunda-feira, agosto 28, 2006
SHRIEKBACK - Lined Up
Na mesma época que surgiu o Lords of the New Church, o Shriekback aparece. Como comprei os dois LPs numa só tacada, sempre associo as bandas. Ainda por cima, que o Shriekback, assim como o Lords, é composto de músicos expulsos de outras bandas. No caso, o Dave Allen, do Gang of 4, o Barry Andrews, do XTC, e o Carl Marsh do Out on Blue Six. Coisa de primeira!
Na mesma época que surgiu o Lords of the New Church, o Shriekback aparece. Como comprei os dois LPs numa só tacada, sempre associo as bandas. Ainda por cima, que o Shriekback, assim como o Lords, é composto de músicos expulsos de outras bandas. No caso, o Dave Allen, do Gang of 4, o Barry Andrews, do XTC, e o Carl Marsh do Out on Blue Six. Coisa de primeira!
The Lords of the New Church - Open your eyes
Do fundo do baú. O primeiro "supergrupo" que surgiu do punk, o Lord of the New Church era composto por Stiv Bators, do Dead Boys, e Brian James, primeiro guitarrista do Damned. Rolava muito nas festas aqui em BSB. Essa música é um clássico. Tentem entender a letra. Open you eyes, see the lies out in front of you!
Do fundo do baú. O primeiro "supergrupo" que surgiu do punk, o Lord of the New Church era composto por Stiv Bators, do Dead Boys, e Brian James, primeiro guitarrista do Damned. Rolava muito nas festas aqui em BSB. Essa música é um clássico. Tentem entender a letra. Open you eyes, see the lies out in front of you!
The Entertainer
To punk ou not to punk? Essa é a questão apresentada por muitos ouvintes da Plebe. Nos encostam na parede e disparam: aí, vocês são punks ou não? Tem também aqueles jornalistas ou locutores de rádio que insistem em apresentar a Plebe como banda punk. Com vocês os punks da Plebe! Me arrepia toda vez que ouço isso. A necessidade de rotular gerou até debates dentro da banda, afinal, o quê somos?
Assim como o movimento hippy, o punk existiu numa determinada época e, na minha visão, está restrita aquele momento histórico. Nos meados dos anos 70s, em plena ditadura, foi muito importante para os jovens André, Philippe, Renato, Fê, Dinho, entre outros, verem que, no outro hemisfério, adolescentes estavam ocupando seu espaço com uma nova música, um novo jeito de vestir, ficando a sua bandeira e proclamando o seu espaço. Foi muito inspirador ouvir Ramones, Pistols, Clash e Dead Kennedys e ver que não precisava entrar num conservatório musical para fazer rock n roll. Inspirado neles, tomamos rumo de nossas vidas, quebramos paradigmas e criamos nossa cena. Por falta de adjetivo, éramos punks.
Não posso falar pelos punks de Sampa, mas não vejo outra forma de ser. Foi um movimento atrelado à uma época específica, inspirada no punk inglês e europeu. Foi uma forma de unir jovens que viam a sociedade de um jeito diferente, que não se sentiam confortáveis com o futuro traçado para eles.
Isso faz algum sentido em 2006, no século XXI? Se não puder responder “depende”, fico com o não. A Plebe foi inspirada pelo movimento punk? Certamente. Somos punks? Acho que não. O que somos então?
Primeiro, acho que a função de um grupo de rock é entreter por meio de sua música. Para entreter, não precisa ser acessível, de apelo juvenil ou comercial, mas, sim, conseguir se comunicar ao seu público. Quando alguém compra nossos CDs, vai aos nossos shows, ouve nossas músicas na rádio ou vê nossos clipes na TV, quero que saiam satisfeitos, que balancem a cabeça e que isso possa tornar o dia, quiçá a vida, dessa pessoa melhor. Atingindo esse objetivo, já valeu a pena.
Isso não significa que usaremos o espaço que nos é dado de forma irresponsável. Já que estamos entretendo, que uma mensagem positiva, aglutinadora seja transmitida. Mas também não fica estabelecido que somos obrigados a pregar contra instituições e governos. Para ser sincero, nossas letras favoritas são aquelas cujo sentidos não são tão diretos assim, como Bravo Mundo Novo, Sexo e Caratê, Códigos, Mentiras por Enquanto, Johnny. Gosto do sentido dúbio das letras, que podem servir a vários temas ao mesmo tempo, dependendo de quem ouça.
Um artista deve refletir a sua época, não se excluir de sua responsabilidade social. Mas para isso não precisa de rótulos, que servem tão bem à imprensa e outros com interesses de cobrar atitudes. Prefiro ser uma metamorfose ambulante, mas quem falou isso foi outro baiano. Jimmy Page, talvez?
Assim como o movimento hippy, o punk existiu numa determinada época e, na minha visão, está restrita aquele momento histórico. Nos meados dos anos 70s, em plena ditadura, foi muito importante para os jovens André, Philippe, Renato, Fê, Dinho, entre outros, verem que, no outro hemisfério, adolescentes estavam ocupando seu espaço com uma nova música, um novo jeito de vestir, ficando a sua bandeira e proclamando o seu espaço. Foi muito inspirador ouvir Ramones, Pistols, Clash e Dead Kennedys e ver que não precisava entrar num conservatório musical para fazer rock n roll. Inspirado neles, tomamos rumo de nossas vidas, quebramos paradigmas e criamos nossa cena. Por falta de adjetivo, éramos punks.
Não posso falar pelos punks de Sampa, mas não vejo outra forma de ser. Foi um movimento atrelado à uma época específica, inspirada no punk inglês e europeu. Foi uma forma de unir jovens que viam a sociedade de um jeito diferente, que não se sentiam confortáveis com o futuro traçado para eles.
Isso faz algum sentido em 2006, no século XXI? Se não puder responder “depende”, fico com o não. A Plebe foi inspirada pelo movimento punk? Certamente. Somos punks? Acho que não. O que somos então?
Primeiro, acho que a função de um grupo de rock é entreter por meio de sua música. Para entreter, não precisa ser acessível, de apelo juvenil ou comercial, mas, sim, conseguir se comunicar ao seu público. Quando alguém compra nossos CDs, vai aos nossos shows, ouve nossas músicas na rádio ou vê nossos clipes na TV, quero que saiam satisfeitos, que balancem a cabeça e que isso possa tornar o dia, quiçá a vida, dessa pessoa melhor. Atingindo esse objetivo, já valeu a pena.
Isso não significa que usaremos o espaço que nos é dado de forma irresponsável. Já que estamos entretendo, que uma mensagem positiva, aglutinadora seja transmitida. Mas também não fica estabelecido que somos obrigados a pregar contra instituições e governos. Para ser sincero, nossas letras favoritas são aquelas cujo sentidos não são tão diretos assim, como Bravo Mundo Novo, Sexo e Caratê, Códigos, Mentiras por Enquanto, Johnny. Gosto do sentido dúbio das letras, que podem servir a vários temas ao mesmo tempo, dependendo de quem ouça.
Um artista deve refletir a sua época, não se excluir de sua responsabilidade social. Mas para isso não precisa de rótulos, que servem tão bem à imprensa e outros com interesses de cobrar atitudes. Prefiro ser uma metamorfose ambulante, mas quem falou isso foi outro baiano. Jimmy Page, talvez?
Exposição Punk SP
Para quem estará em SP entre os dias 8 e 10 de outubro, a dica é ir ao Berliner ver a exposição de fotos sobre o punk do Rui Mendes. Erroneamente intitulada PUNK BR, na verdade são imagens captadas no início do punk paulista, como a acima, do jovem Clemente.
O punk SP atraiu muito mais a atenção da mídia, acadêmicos, sociólogos, antropólogos e músicos por ser um movimento legítimo originário da perefiria, ou seja, uma revolta da classe baixa, oprimida, ignorada. Ainda mais sendo na maior metrópole do país. O movimento de Brasília, de classe média, teve outra origem, mas, se analisarmos os objetivos, a mesma inspiração. Só que atraímos menos fotógrafos, he he he...
domingo, agosto 27, 2006
Rádio X e a Microfonia
Fiquei empolgado com esse negócio de podcast. A Rádio X volta com um novo programa, em www.canal.podcast1.com.br/x-radio. Na sua terceira edição, estou fazendo um homenagem à microfonia, aquele barulho de retroalimentção do som da guitarra ao amplificador. Jimmy Hendrix foi quem trouxe esse recurso ao rock n roll, mas ninguém melhor que Andy Gill, do Gang of Four, e o Sonic Youth para ircorporá-la às músicas como elemento principal. Tentei escolher a dedo quatro músicas que refletissem minha fascinação pela microfonia. Dessa forma, começo com 23 Beats Off, do Fugazi, que termina num mar de ruídos capaz de fazer o Titanic flutuar. Seguimos com Curtain Call, do Damned, onde o guitarrista Captain Sensible, um dos favoritos do Philippe, ataca com todo seu poder num mar de cacofonia. Depois, Anthrax, do Gang of Four. Existem três versões gravadas dessa música, optei pela mais nova, da coletânea de regravações Return the Gift. Um lembrete, o Gang of Four estará no Brasil em setembro, não deixem de ver! Finalmente, a mais difícil de escolher, uma do Sonic Youth. Todas as boas músicas do grupo têm doses excelentes de microfonia. Optei pela Master Dik, do disco Sister, que foi o primeiro deles que comprei, à época do Nunca Fomos. Ouçam no volume máximo, se o vizinho reclamar, pode se dar por vitorioso!
Assinar:
Postagens (Atom)