O interior da China era muito parecido com o Nordeste brasileiro em 2001. Muita gente pobre, sem qualificação profissional, vivendo de favores de governos e oligarquias locais. Hoje em dia, é a maior concentração de fábricas estrangeiras, que fazem de tudo, desde peças para automóveis até a programação básica da Microsoft. Foram-se as oligarquias, entraram os investidores estrangeiros, proporcionando um salto de qualidade de vida jamais vista em toda história daquele grande país.
Os líderes chineses sacaram que não compensava ficar isolado do mundo, pelo contrário, queria não só fazer parte dele, mas entrar competindo, fazendo sentir a sua presença. Em 1977 (grande ano!) o líder chinês Deng Xiaoping declarou que “enriquecer é glorioso”, colocando a China no mapa da economia global. O plano não era simplesmente servir como repositório de mão-de-obra barata para o ocidente, mas sim aprender e vence-los no próprio jogo. Mas mesmo no começo, sendo repositório de mão-de-obra barata, já ajudou muito o povo antes pobre, agora com emprego, dinheiro e dignidade.
Tinham um plano por trás da abertura econômica. Para tanto, estão munindo seus jovens com as competências necessárias para competir de igual para igual com o resto do mundo, construindo infra-estrutura, desburocratizando, principalmente leis trabalhistas, e, mais importante, criando incentivos para investidores estrangeiros. O objetivo é que na próxima geração, os produtos não sejam somente “made in China”, mas sim “created in China”. E eles vão chegar lá. A consolidação do plano foi a entrada do país no OMC, em 2001.
Aqui, o máximo que conseguem é dar bolsa-família e um programa falido chamado Fome Zero. Iniciativas que nunca vão colocar o Brasil no mapa econômico, deixando os coitados nordestinos à mercê das oligarquias e Estado paternalista. Ou seja, gerações e gerações de pobres pela frente. E mandatos mais mandatos de presidentes, governadores e prefeitos populistas. Com nossas leis trabalhistas, judiciário ineficiente e falta de investimentos em educação e infra-estrutura, os únicos que vão querer investir aqui é a Venezuela de Chaves, plantando banana, e o Paraguai, vendendo produtos falsificados. Nada que agregue valor ao brasileiro.
Hoje, o interior da China tem cidades imensas, com mais de um milhão de habitantes, todos empregados e satisfeitos. Seus filhos vão à escola e têm um futuro promissor pela frente. Lula tem muito que aprender com a China. Mas será que ele quer? Ou prefere ficar puxando saco de países africanos subdesenvolvidos e ficar abraçando o Kadafi?
sábado, dezembro 02, 2006
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Espermograma.
Espermograma é o nome do teste clínico que fazem para determinar se o homem é fértil ou não. Consiste em pegar uma amostra do sêmen e, antes que os espermatozóides morram, passar por uma máquina que conta quantos têm. Assim se determina como está a saúde reprodutiva do paciente.
Isso é a tese, na prática a teoria é outra. Tive que fazer um espermograma a pedido do meu médico, que, num pedaço de papel escreveu: “Exame de sêmen, infertilidade?”. Só isso, bem no meio do papel, com bastante destaque às palavras, que ele fez questão de sublinhar. Fui à clínica e, morrendo de vergonha, entreguei o pedido à atendente que faz a triagem.
“A gente não faz isso aqui não, só na outra clínica, lá no Brasília Shopping, primeiro andar”.
Perguntei se não poderia pelo menos me dar o coletor, pois daí tiraria a amostra em casa e levaria para a clínica. “A amostra tem que ser coletada no local”, me responde. Aliais, que eufemismo esse, heim? Coletar a amostra, quando nós dois sabemos que se trata de masturbação simples e comum. Mas vamos ficar com a metáfora.
Então lá vou eu, para outra triagem constrangedora. A mulher – sempre é uma mulher! – lê o pedido, me olha com os óculos pendurados na ponta do nariz, e me dá uma senha. Número 77, pelo menos é punk!, e me indica para o final do corredor, onde tem uma fila de cadeiras encostadas numa parede. Me dá um frasco, que é para encher com a “amostra” e lá vou eu, me juntar a outros dois senhores, também segurando aquele frasco patético na mão. Todos que passam nos olham sabendo que vamos “colher amostras”.
A espera é longa. Tem uma cabine, com o dizer na porta: “colheta masculina”. Tem um monte de mulher solteira que pode achar que é uma plantação de machos e estariam loucas para colher seus maridos ali. Deveriam colocar entre parêntesis: “Punhetódramo”, para não haver dúvidas. Como são metafóricos esses médicos! Em cima da porta tem uma luz vermelha acessa, que me fez lembrar de um corredor de puteiro.
Aparece uma enfermeira que nos pede desculpas pela demora: o paciente está tendo dificuldades para colher sua amostra. Eu tento segurar o riso. Coitado, imagino ele lá dentro, no cinco-contra-um, sabendo que está atrasando a vida de outros que estão na fila. Daí é que não consegue mesmo. E não consegue porque o lugar é totalmente séptico, sem sensualidade nenhuma. Pelo contrário, é um corta-tesão de primeira, parecendo mais uma açougue de luxo.
Número 77! É a minha vez. Quando me levanto, os que estão atrás de mim me olham com aquela cara de “não vá demorar também, heim?”. E lá vou eu seguindo a enfermeira que abre a porta, ascende a luz vermelha e diz: vou te dar as instruções. Quase congelei! Para que instruções, faço isso desde adolescente! Não era nada disso. Era para me dizer como proceder: entrar na sala, trancar a porta, colher a amostra, colocar o frasco numa bandejinha, apertar um botão verde, abrir a porta e sair da clínica por uma outra porta no final do corredor. A clínica tem uma saída própria para os colhedores de amostra, há há há, que imagino saírem morrendo de presa, temendo uma enfermeira sair gritando atrás: “Só isso?!?! Não dá nem para o começo!”
Dentro da sala tem um balcão com pia, uma cadeira e uma privada super-moderna, que gira o assento ao usuário se levantar! Para “auxiliar” os colhedores, uma pilha de revistas de sacanagem. Olho em volta, temendo ter “amostras” no chão, parede ou cadeira. Não, tudo limpo. Pego a primeira revista, impressa em papel jornal, contendo somente fotos de amadores, geralmente mulheres fotografadas pelos respectivos maridos. Um bando de gordas em posições que deveriam ser eróticas, mas parecem mais aberrações de circo – freakshow!. Não é a toa que o cara antes demorou tanto! Recuso essa e vejo o que mais tem. Acho uma Sexy – a do mês! – e mãos à obra!
Quando estava quase conseguindo “colher a amostra”, viro a página e aparece uma foto de página inteira do rosto do Ivan Lins! Tão querendo sacanear comigo! Quase me sabota, esse Ivan Lins. Viro logo as páginas, encho o frasco, aperto o botão verde e saio correndo! Que mundo estranho esse nosso.
Isso é a tese, na prática a teoria é outra. Tive que fazer um espermograma a pedido do meu médico, que, num pedaço de papel escreveu: “Exame de sêmen, infertilidade?”. Só isso, bem no meio do papel, com bastante destaque às palavras, que ele fez questão de sublinhar. Fui à clínica e, morrendo de vergonha, entreguei o pedido à atendente que faz a triagem.
“A gente não faz isso aqui não, só na outra clínica, lá no Brasília Shopping, primeiro andar”.
Perguntei se não poderia pelo menos me dar o coletor, pois daí tiraria a amostra em casa e levaria para a clínica. “A amostra tem que ser coletada no local”, me responde. Aliais, que eufemismo esse, heim? Coletar a amostra, quando nós dois sabemos que se trata de masturbação simples e comum. Mas vamos ficar com a metáfora.
Então lá vou eu, para outra triagem constrangedora. A mulher – sempre é uma mulher! – lê o pedido, me olha com os óculos pendurados na ponta do nariz, e me dá uma senha. Número 77, pelo menos é punk!, e me indica para o final do corredor, onde tem uma fila de cadeiras encostadas numa parede. Me dá um frasco, que é para encher com a “amostra” e lá vou eu, me juntar a outros dois senhores, também segurando aquele frasco patético na mão. Todos que passam nos olham sabendo que vamos “colher amostras”.
A espera é longa. Tem uma cabine, com o dizer na porta: “colheta masculina”. Tem um monte de mulher solteira que pode achar que é uma plantação de machos e estariam loucas para colher seus maridos ali. Deveriam colocar entre parêntesis: “Punhetódramo”, para não haver dúvidas. Como são metafóricos esses médicos! Em cima da porta tem uma luz vermelha acessa, que me fez lembrar de um corredor de puteiro.
Aparece uma enfermeira que nos pede desculpas pela demora: o paciente está tendo dificuldades para colher sua amostra. Eu tento segurar o riso. Coitado, imagino ele lá dentro, no cinco-contra-um, sabendo que está atrasando a vida de outros que estão na fila. Daí é que não consegue mesmo. E não consegue porque o lugar é totalmente séptico, sem sensualidade nenhuma. Pelo contrário, é um corta-tesão de primeira, parecendo mais uma açougue de luxo.
Número 77! É a minha vez. Quando me levanto, os que estão atrás de mim me olham com aquela cara de “não vá demorar também, heim?”. E lá vou eu seguindo a enfermeira que abre a porta, ascende a luz vermelha e diz: vou te dar as instruções. Quase congelei! Para que instruções, faço isso desde adolescente! Não era nada disso. Era para me dizer como proceder: entrar na sala, trancar a porta, colher a amostra, colocar o frasco numa bandejinha, apertar um botão verde, abrir a porta e sair da clínica por uma outra porta no final do corredor. A clínica tem uma saída própria para os colhedores de amostra, há há há, que imagino saírem morrendo de presa, temendo uma enfermeira sair gritando atrás: “Só isso?!?! Não dá nem para o começo!”
Dentro da sala tem um balcão com pia, uma cadeira e uma privada super-moderna, que gira o assento ao usuário se levantar! Para “auxiliar” os colhedores, uma pilha de revistas de sacanagem. Olho em volta, temendo ter “amostras” no chão, parede ou cadeira. Não, tudo limpo. Pego a primeira revista, impressa em papel jornal, contendo somente fotos de amadores, geralmente mulheres fotografadas pelos respectivos maridos. Um bando de gordas em posições que deveriam ser eróticas, mas parecem mais aberrações de circo – freakshow!. Não é a toa que o cara antes demorou tanto! Recuso essa e vejo o que mais tem. Acho uma Sexy – a do mês! – e mãos à obra!
Quando estava quase conseguindo “colher a amostra”, viro a página e aparece uma foto de página inteira do rosto do Ivan Lins! Tão querendo sacanear comigo! Quase me sabota, esse Ivan Lins. Viro logo as páginas, encho o frasco, aperto o botão verde e saio correndo! Que mundo estranho esse nosso.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Plebe na CBN
Na Plebe, quem tem carro é o Txotxa e eu. O Clemente tinha um Parati 87, mas foi roubado ano passado, junto com um para de botas Doc Martins, que estavam no porta-malas (qual a maior perda?). Se você entrar em qualquer um de nossos carros e ligar o rádio, certamente estará sintonizado na CBN. Nossos locutores favoritos são o Heródoto Barbeiro, Sardenberg, Piotto e, claro o João Carlos Santana. Por isso a satisfação de fazer a entrevista para seu programa Sala de Música, que vai ao ar todos os sábados. Eu recomendo, é um sopro de ar fresco no marasmo das ondas musicais. Um locutor falando sobre música que realmente gosta e entende de música. A nossa vai ao ar no último sábado de dezembro. Ouçam.
Além desse programa, a emissora também tem outros ótimos. Eu recomendo o Sessão de Cinema, Ética nos Negócios, Mundo Sustentável e Responsabilidade Social. Rádio não é só música. A CBN é uma ótima alternativa para fugir dos playlists de hits insuportáveis que rola nas ondas das rádios.
O Txotxa e eu queríamos um autógrafo do Heródoto, mas ficamos com vergonha de pedir. Eu li sua introdução ao livro sobre o relatório do CIA sobre os próximos vinte anos. Vale a leitura.
E olha a gente, acima, com o João Carlos.
Plebe na Fnac/Brasília
Não sei quem mandou melhor, a Plebe ou os Plebeus. Na verdade, foi uma sinergia dos dois, que tomaram conta de todo o espaço do Franz Café, dentro da Fnac, e fizeram um show único, memorável. Philippe e Clemente com violões, o Txotxa tendo que tocar baixinho, mas sem perder a velocidade, e somente eu no terreno conhecido, com meu baixo e um amp. Nossa, cantaram tudo com a gente, letras novas e velhas. Foi tão bom, que, mesmo com a Fnac desmontando o palco, voltamos para um bis de R ao Contrário e Luzes.
Infelizmente minha máquina quebrou. A Rosa conseguiu tirar somente as fotos acima. Mas como tinha muita gente tirando fotos por lá, tenho certeza que outras irão aparecer. E tem mais, o Rafael filmou tudo com minha filmadora. Vou editar e colocar o show interio na internet. Aguardem.
quarta-feira, novembro 29, 2006
Hoje Tem Pocket Show Fnac
É em Brasília, no Park Shopping. Sim, a Plebe vai invadir o templo do consumo, a meca do capitalismo, a catedral financeira, para divulgar o R ao Contrário! Somos o vírus na máquina, o lixo debaixo do tapete, a meleca grudada sob a mesa! Não levem isso tão à sério, estou me abrindo em lágrimas enquanto escrevo. Será uma ótima oportunidade da gente mostrar outras versões de nossas músicas, pois lá não dá para colocar o equipamento todo. Acho que Philippe e/ou Clemente usarão violões em alguma parte. E vão se supreender como dominam bem o acúsitico! Sabiam que o primeiro instrumento do Clemente foi um cavaquinho? Pronto, dedurei! Melhor ainda, será uma ótima chance da gente conversar com os plebeus. Estejam lá! 19h30min!
Ha, sim, demos um banho ontem na UOL. Mais de 13 mil visitas no clipe da Plebe. Estamos disputando o mais do mês! Obrigado.
E vamos votar na Bizz!
Ha, sim, demos um banho ontem na UOL. Mais de 13 mil visitas no clipe da Plebe. Estamos disputando o mais do mês! Obrigado.
E vamos votar na Bizz!
terça-feira, novembro 28, 2006
Plebe Passa Sandy & Júnior!
Está acontecendo no site da UOL. Filmaram parte do show de sexta-feira, no Sesc Pompéia, e disponibilizaram na UOL, no Showbiz (?). As informações que recebemos é que está tendo audiência récorde. Entrem lá e ajudem a gente a passar todos!
segunda-feira, novembro 27, 2006
Morte e Impostos
Benjamim Franklin um vez falou: não há nada certo na Terra, tirando impostos e a morte. Se ele vivesse no Brasil, nos dias de hoje, certamente preferiria a morte. Em 1970, um brasileiro tinha que trabalhar 2 meses e vinte dias para pagar toda sua contribuição para o governo. Esse ano, saiu um cálculo que para honrar todas suas dívidas com o fisco, o brasileiro médio trabalha 4 meses e 17 dias. A estimativa para 2007 é uma jornada de 4 meses e vinte dias, ou seja, quase 5 meses! O que você arrecadar o resto do ano é seu.
O revoltante de tudo isso é que não recebemos nada de volta. O norueguês, que também paga um imposto violento, tem escolas de qualidade, creches que funcionam, um sistema de saúde impecável, infra-estrutura física e regulamentar que ajudam o empreendedor e, ainda, um policiamento preventivo que dá conta da segurança das cidades. Acho que ele não acha ruim gastar quase meio ano trabalhando para o governo. Já o brasileiro, rala para pagar salários de servidores públicos, obras faraônicas e programas sociais eleitoreiros. E não é só desse governo, é de todos os anteriores também.
Crescemos num ritmo africano, 2% ao ano, enquanto os gastos governamentais tem uma inflação de 6% ao ano. Não é necessário ser um gênio para perceber que se essa situação continuar, vamos, de fato, virar uma economia africana. Enquanto Índia, Rússia e, principalmente, a China atraem os investidores externos, a gente vai atrair somente o Chaves, o Morales e outros populistas que procuram seu espaço nos holofotes internacionais. Como o Lula já avisou que não tem onde cortar os gastos, se preparem para trabalhar mais e mais para bancar a conta. Bom trabalho!
domingo, novembro 26, 2006
Fim-de-semana sensacional.
O segundo show no Sesc Poméia, na noite de sábado, 25 de novembro, foi histórico. Imaginem no palco, de uma só vez: Clemente e Ronaldo dos Inocentes, Redson, Philippe, Txotxa e eu. Tocando I Fought the Law, do Clash. Isso porque, antes, já havia rolado Pânico em SP, com o Ronaldo nas guitarras, e Medo, com o Redson. Aqueles que conseguiram vencer a chuva torrencial que castigou SP a noite toda, foram premiados com uma performance incrível.
Do Sesc, saímos voando para o Kazebre, para o segundo turno da noite. Mais precisamente, da madrugada, pois entramos lá pelas duas e meia do domingo. Esse show foi bem energético, contou de novo com uma participação do Ronaldo, mas para mim foi sofredor faze-lo. Minutos antes de entrar no palco, me abaixei para pegar uma água na geladeira do camarim e dei um mal jeito nas costas. Não conseguia me mexer, a base da coluna doía feito louco! Doeu ficar paradão no palco, numa posição que a dor fosse suportável. Quem chegou ao Kazebre é um herói. Quem esperou até a nossa entrada e ainda demonstrou tamanha energia, merece um parabéns em dobro da Plebe.
Foi um fim-de-semana sensacional.
Do Sesc, saímos voando para o Kazebre, para o segundo turno da noite. Mais precisamente, da madrugada, pois entramos lá pelas duas e meia do domingo. Esse show foi bem energético, contou de novo com uma participação do Ronaldo, mas para mim foi sofredor faze-lo. Minutos antes de entrar no palco, me abaixei para pegar uma água na geladeira do camarim e dei um mal jeito nas costas. Não conseguia me mexer, a base da coluna doía feito louco! Doeu ficar paradão no palco, numa posição que a dor fosse suportável. Quem chegou ao Kazebre é um herói. Quem esperou até a nossa entrada e ainda demonstrou tamanha energia, merece um parabéns em dobro da Plebe.
Foi um fim-de-semana sensacional.
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