O Brasil comemora, este ano, 200 anos de abertura de seus portos. Dois séculos atrás, Dom João VI permitiu que a colônia Brasil interagisse economicamente com o restante do mundo. Já era tarde, tínhamos perdido toda e evolução da prática de comércio exterior e me pergunto se hoje somos um participante ativo ou rastejamos atrás do prejuízo.
Estar a duzentos anos no jogo do comércio mundial é muito pouco. Nações muito mais retrógadas que a gente já estão nessa a mais de mil. Eu considero a interação entre povos, raça e culturas como um dos fatores de maior benéfico para a humanidade. Quando um vende, outro compra, outro se especializa, outro atualiza, outro aperfeiçoa – o dinheiro roda, pessoas interagem, se conhecem e todos saem ganhando.
Tudo bem, alguém vai me falar de barreiras de entrada, de proteção governamental, de subsídios. Repudio tudo isso. Quero permitir, não proibir. Chega de regras e impedimentos, que todos troquem com todos. Que as raças se misturem numa grande orgia, que as culturas colidam, gerando mais “sambas”, “bossanovas” e rock n roll.
Quando era adolescente, em Brasília, graças a uma política restritiva do governo ditatorial, não tínhamos acesso a nada do exterior. Muitos empresários, basicamente aqueles ligados ao regime de exceção, faturaram muito. Calça Levis, Lee ou brim de boa qualidade era um absurdo de caro. Camisa Hang Ten era vendida no mercado negro. Discos importados eram guardados como tesouros. Fora livros, filmes e músicas que nos eram proibidos. Ficamos décadas isolados culturalmente do restante do mundo, tendo que agüentar Rita Lee e Raul Seixas.
Quem se lembra da lei que proibia a importação do computador. Justificada com uma força à indústria nacional, nos deixou para trás na revolução tecnológica, e só beneficiou uns empresários que se vinham diante de um mercado dominado só por eles, sem incentivo nenhum de fazer melhor, pois não havia competição.
Ou aquela lei que exigia que na programação das rádios houvesse 50% de músicas nacionais. Era um merda! O gozado é que hoje, sem uma lei dessas, o percentual é bem maior. Na minha opinião, se um mercado precisa ser protegido, não deveria existir.
Alguém certamente vai te parar na rua e falar: fazem 200 anos que abriram os portos. Responda: isso é motivo de comemorar? Tudo bem, antes tarde do que nunca. E abrir a cabeça? Derrubar as barreiras e mitos que nos impedem de voar em novas idéias e pensamentos? Preconceitos que são tidos como verdades e o povo baixa a cabeça e diz béééééééééééé!
Temos que colorir fora da linha, seguir caminhos diferentes. Valeu Dom João!!! Open Up!!! Open Up!!!
quinta-feira, janeiro 17, 2008
200 Anos de Portos Abertos
quarta-feira, janeiro 16, 2008
Plebe: Metas para 2008
Bom, vamos ao assunto: o que a Plebe Rude quer de 2008? Como todos sabem, está em nossos planos o lançamento de um DVD. Não rolou em 2007 por várias razões, sendo a mais impactante as propostas ambíguas em termos de divulgação e distribuição. Então isso ficou para 2008. Show são sempre o objetivo principal, tocar mais e em mais lugares. Não tão fácil como parece, não basta pegar um ônibus e ir ao Maranhão, terra de Dunha, por exemplo, e tocar. Tem toda um infra local necessária da qual não temos controle. Compor novas músicas!!! Isso sim mantém uma banda viva. Não entendo como 2007 inteiro passou e nenhum riff se quer foi inventado pelos Plebeus (minto, um riff foi aperfeiçoado pelo Philippe para uma música antiga.....). Temos que trabalhar mais em 2008, se até o Ednaldo consegue (vejam os "melhores momentos" da turnê), a Plebe vai arregaçar as mangas.
Ednaldo Pereira - What is the brother
Quer saber, cansei de Ivete, Asa e Chiclete (epa, até rimou!). A realidade da música popular brasileira é bem outra. Veja o Ednaldo Pereira, vai dizer que esse aí não merece um lugar ao sol?
Estou de volta à mesa de trabalho, postando regularmente.
Que venha o Carnaval! (arhg!)