Enquanto as teias de aranha vão se acumulando no disco pronto, mixado, masterizado e com capa feita, a Plebe Rude estará fazendo alguns programas de televisão em São Paulo e Rio de Janeiro. Vou fazer a divulgação, no intuito dos verdadeiros plebeus comparecerem.
Domingo, dia 4 de dezembro, às 11 horas, no Sesc Itaquera(SP), gravação do programa Berço do Rock (TVE).
Terça-feira, dia 13 de dezembro, às 23 horas, na Fundição Progresso (RJ), gravação de um programa em homenagem à Legião (Multishow), onde tocaremos uma versão de Química, temperada com traços à lá Plebe Rude.
Shows? Até agora, nossa tática tem sido esperar o lançamento do Cd, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
sexta-feira, dezembro 02, 2005
quinta-feira, dezembro 01, 2005
Pé no Jabaculê
Você tem controle do que você ouve na rádio? Acha que tem acesso a tudo? Acorde!, você só ouve o que eles querem que você ouça. Você só vê os vídeos que eles querem que você veja! Quem são eles? De um lado as gravadoras, do outro, as emissoras de rádio e TV. Quanto vale colocar um Felipe Dylon, um KLB ou, até, um Capital Incial no playlist? Vale doar passagens para resorts aos programadores, dar carros, iPods para críticos, e, até, dinheiro vivo.
Aqui no Brasil, como relata a revista Veja, de 30 de novembro de 2005, à página 163, é visto como “uma estratégia normal de promoção.” Nos EUA, é crime e a justiça está caindo em cima. Na semana passada a Warner foi condenada a pagar 5 milhões de dólares ao governo americano por empregar “meios ilegítimos para que seus artistas tivessem boa execução nas rádios.” A Sony/BMG pagou 10 milhões de dólares pelo mesmo motivo. Um dos agraciados pela “promoção ilegítima” foi o conjunto Green Day (algo me dizia que o sucesso deles, de uma hora para a outra, era meio estranha).
Imaginem se a moda pega aqui! O governo brasileiro vai ficar rico, de tantas condenações que vão surgir. Mas isso é um sonho. O Lobão pagou caro por denunciar o esquema, está banido de todas as rádios e gravadoras. Lança seus discos via bancas de jornais. Então sintonize na sua rádio favorita e ouça o que eles tanto investiram para você ouvir.
Aqui no Brasil, como relata a revista Veja, de 30 de novembro de 2005, à página 163, é visto como “uma estratégia normal de promoção.” Nos EUA, é crime e a justiça está caindo em cima. Na semana passada a Warner foi condenada a pagar 5 milhões de dólares ao governo americano por empregar “meios ilegítimos para que seus artistas tivessem boa execução nas rádios.” A Sony/BMG pagou 10 milhões de dólares pelo mesmo motivo. Um dos agraciados pela “promoção ilegítima” foi o conjunto Green Day (algo me dizia que o sucesso deles, de uma hora para a outra, era meio estranha).
Imaginem se a moda pega aqui! O governo brasileiro vai ficar rico, de tantas condenações que vão surgir. Mas isso é um sonho. O Lobão pagou caro por denunciar o esquema, está banido de todas as rádios e gravadoras. Lança seus discos via bancas de jornais. Então sintonize na sua rádio favorita e ouça o que eles tanto investiram para você ouvir.
quarta-feira, novembro 30, 2005
Punk Nova York ou Inglês? Éis a questão.
Aproveito a discussão sobre a rivalidade Rio – SP, da postagem anterior, para tecer alguns comentários sobre outra rivalidade: punk USA vs. punk inglês. Quem veio primeiro? Qual é o mais importante? Isso importa?
De um lado, o livro Kill Me Please, do Legs McNeil, que conta por meio de declarações dos principais envolvidos, a história do punk nova-iorquino. Leitura muito boa, traça um caminho desde o MC-5, Stooges e Velvet Underground, até os Ramones, Blondie, Television e outros. No outro lado do ring, o desafiante, o livro England’s Dreaming, do Jon Savage, que relata o surgimento dos Pistols, que deflagrou todo o movimento inglês.
Em termos de informação, o inglês ganha, pois tem um trabalho histórico que volta aos jovens rebeldes da década de 1940, passando pelos Teddy Boys dos 1950s, chegando no punk. Tem, também, uma abordagem sociológica, mostrando como, em 1976, a sociedade inglesa estava estagnada, uma recessão violenta tomava conta e a juventude não tinha esperança nenhuma de futuro. Nesse cenário, os Sex Pistols expõe as feridas e se rebela, sendo aceita imediatamente por essa geração.
Já os americanos estavam mais interessados nos seu sexo, drogas e rock n roll, agindo, como agem os americanos, como jovens mimados que acham que têm todos os direitos e regalias e nenhum dever perante a sociedade. Tirando o MC-5, nenhum músico tinha interesse coletivo, pensando egoisticamente em seu próprio umbigo.
Musicalmente gosto dos dois, mas o lado político, consciente do punk inglês me atrai muito mais. Não é a toa que o Johnny Ramone era fã do Ronald Regan e o Joe Strummer votava com os trabalhistas. O punk americano primava pelo excesso. A Cristine Hyne, dos Pretenders, que morava na Inglaterra em 1977, comentou que a chegada dos punks nova-iorquinos à Londres, com sua heroína, foi o que matou o punk inglês. O movimento inglês ainda deu fruto à organizações como o Rock Against Racism e o Anti Fascist League. O punk NY não deu movimento à nenhuma ação social.
Para quem está interessado, o livro do NY foi lançado em português e se chama Mate-me Por Favor. O outro só pela Amazon (comprei usado por 7 dólares, 20 reais!). O que diz a comunidade do blog?
De um lado, o livro Kill Me Please, do Legs McNeil, que conta por meio de declarações dos principais envolvidos, a história do punk nova-iorquino. Leitura muito boa, traça um caminho desde o MC-5, Stooges e Velvet Underground, até os Ramones, Blondie, Television e outros. No outro lado do ring, o desafiante, o livro England’s Dreaming, do Jon Savage, que relata o surgimento dos Pistols, que deflagrou todo o movimento inglês.
Em termos de informação, o inglês ganha, pois tem um trabalho histórico que volta aos jovens rebeldes da década de 1940, passando pelos Teddy Boys dos 1950s, chegando no punk. Tem, também, uma abordagem sociológica, mostrando como, em 1976, a sociedade inglesa estava estagnada, uma recessão violenta tomava conta e a juventude não tinha esperança nenhuma de futuro. Nesse cenário, os Sex Pistols expõe as feridas e se rebela, sendo aceita imediatamente por essa geração.
Já os americanos estavam mais interessados nos seu sexo, drogas e rock n roll, agindo, como agem os americanos, como jovens mimados que acham que têm todos os direitos e regalias e nenhum dever perante a sociedade. Tirando o MC-5, nenhum músico tinha interesse coletivo, pensando egoisticamente em seu próprio umbigo.
Musicalmente gosto dos dois, mas o lado político, consciente do punk inglês me atrai muito mais. Não é a toa que o Johnny Ramone era fã do Ronald Regan e o Joe Strummer votava com os trabalhistas. O punk americano primava pelo excesso. A Cristine Hyne, dos Pretenders, que morava na Inglaterra em 1977, comentou que a chegada dos punks nova-iorquinos à Londres, com sua heroína, foi o que matou o punk inglês. O movimento inglês ainda deu fruto à organizações como o Rock Against Racism e o Anti Fascist League. O punk NY não deu movimento à nenhuma ação social.
Para quem está interessado, o livro do NY foi lançado em português e se chama Mate-me Por Favor. O outro só pela Amazon (comprei usado por 7 dólares, 20 reais!). O que diz a comunidade do blog?
segunda-feira, novembro 28, 2005
Claro Que É Desorganizado!
Ontem, fui ao festival Claro Que É Rock, no Rio de Janeiro. Lá onde foi realizado o Rock In Rio III, chamada também de Cidade do Rock. Bom, até que faz jus ao nome, lembra bem uma cidade típica brasileira: falta infraestrutura, faltam investimentos e tem aquela cara de que um dia já foi bonita e importante, mas hoje está abandonada. Chegamos cedo, eu, minha filha Alice e uma dezena de amigos. Apesar de estarem somente no início da adolescência, estavam lá para ver Iggy & the Stooges. Deram até entrevista para O Dia, pois responderam para o repórter que não estavam lá por causa do Good Charlote (quem quiser ler, tem foto minha com a galera na edição desta segunda-feira).
Primeiro obstáculo: a entrada. Como a garotada tem menos de 16 anos, tive que preencher mais de uma dezena de formulários afirmando que eu era o responsável por cada um. Meia hora de burocracia. Entramos e fomos para frente do palco (eram dois) que estava com o equipamento montado. Pensei: se isso realmente funcionar, se forem pontuais, vai ser um evento e tanto - um monte de banda boa se revezando uma após a outra em dois palcos. Ha ha ha, desmontaram todo o equipamento e ficaram os dois palcos nus. E a gente na espera. O sol se põem, e nada.
Meu celular toca, é um dos garotos avisando que os fiscais do Juizado de Menores quer falar comigo. Vou até eles. Duas fiscais me avisam: a lei é clara, menores de 16, só com os pais. Vai expulsar todo mundo?, pergunto. Não, vamos só multar a organização. E lá vai o André preencher mais uma dezena de formulários, uma para cada menor. E nada do show começar.
O sol se põe, o tempo passa e não temos onde descançar, pois a grama (mato) está alta e emana do chão uma água (o lugar é um banhado). Não tiveram nem o trabalho de passar um trator ou preparar o solo para receber milhares de pessoas. Os preços são um absurdo! Três reais por um copinho de água! Lá pelas tantas, já escuro, no palco que não era para ser o primeiro, entra um bando de funcionários públicos, vestindo uns ternos baratinhos. Na segunda olhada, acho que são uns caras fantasiados de Oliver Twist. Ah, é o Cachorro Grande, um rock nostálgico sem nada de novo, mas o povo gosta.
Agora sim, vai começar o festival né? Que nada, apesar dos dois palcos, não fazem rodízio. Uma banda toca, desmontam o palco, e vem outra no mesmo palco! Isso atrasa mais ainda. É um domingo, a maioria trabalha no dia seguinte e todos reclamam das quatro horas de atraso. Coisa do Rio de Janeiro. Já vi muito show nessa cidade e todos são marcados pela desorganização e desrespeito ao público. Todos. Acho que querem seguir o exemplo do governo estadual...
Melhor show: sem dúvida, Flaming Lips! Sensacional é um elogio modesto. Iggy & Stooges, confesso que estava ancioso, mas não empolgou tanto. Vai ver porque já vi o Iggy antes e ele fez exatamente aquilo que sempre faz, com ou sem Stooges. Me pareceu meio mecânico a coisa. E ainda cortaram a Nação Zumbi!
Tiro o chapéu para o pessoal do Porão do Rock. E do pessoal de Natal, do MAPA. Deveriam vender consultoria para os cariocas.
Primeiro obstáculo: a entrada. Como a garotada tem menos de 16 anos, tive que preencher mais de uma dezena de formulários afirmando que eu era o responsável por cada um. Meia hora de burocracia. Entramos e fomos para frente do palco (eram dois) que estava com o equipamento montado. Pensei: se isso realmente funcionar, se forem pontuais, vai ser um evento e tanto - um monte de banda boa se revezando uma após a outra em dois palcos. Ha ha ha, desmontaram todo o equipamento e ficaram os dois palcos nus. E a gente na espera. O sol se põem, e nada.
Meu celular toca, é um dos garotos avisando que os fiscais do Juizado de Menores quer falar comigo. Vou até eles. Duas fiscais me avisam: a lei é clara, menores de 16, só com os pais. Vai expulsar todo mundo?, pergunto. Não, vamos só multar a organização. E lá vai o André preencher mais uma dezena de formulários, uma para cada menor. E nada do show começar.
O sol se põe, o tempo passa e não temos onde descançar, pois a grama (mato) está alta e emana do chão uma água (o lugar é um banhado). Não tiveram nem o trabalho de passar um trator ou preparar o solo para receber milhares de pessoas. Os preços são um absurdo! Três reais por um copinho de água! Lá pelas tantas, já escuro, no palco que não era para ser o primeiro, entra um bando de funcionários públicos, vestindo uns ternos baratinhos. Na segunda olhada, acho que são uns caras fantasiados de Oliver Twist. Ah, é o Cachorro Grande, um rock nostálgico sem nada de novo, mas o povo gosta.
Agora sim, vai começar o festival né? Que nada, apesar dos dois palcos, não fazem rodízio. Uma banda toca, desmontam o palco, e vem outra no mesmo palco! Isso atrasa mais ainda. É um domingo, a maioria trabalha no dia seguinte e todos reclamam das quatro horas de atraso. Coisa do Rio de Janeiro. Já vi muito show nessa cidade e todos são marcados pela desorganização e desrespeito ao público. Todos. Acho que querem seguir o exemplo do governo estadual...
Melhor show: sem dúvida, Flaming Lips! Sensacional é um elogio modesto. Iggy & Stooges, confesso que estava ancioso, mas não empolgou tanto. Vai ver porque já vi o Iggy antes e ele fez exatamente aquilo que sempre faz, com ou sem Stooges. Me pareceu meio mecânico a coisa. E ainda cortaram a Nação Zumbi!
Tiro o chapéu para o pessoal do Porão do Rock. E do pessoal de Natal, do MAPA. Deveriam vender consultoria para os cariocas.
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