sexta-feira, maio 09, 2008

Solos: os piores.

Fechando a semana com outra lista: os piores solos de todos os tempos. Esses, para agüentar, só com um saquinho da VASP à tira colo (Vomite Aqui Seu Porco). The winners are:

1. Hotel Califórnia, the Eagles. Essa é de encher o Vasp e pedir outro imediatamente. Como diria o Dinho: cara, todo mundo sola nessa música, cara! E duas ou mais vezes, cara! Uma vez, de férias em Itaparica, me deparei com uma versão axé de Hotel Califórnia. Estragou o verão.
2. Pet Semetary, Ramones. O solo não é ruim, o problema é que toda a parte musical não foi gravada pelos Ramones, mas sim por músicos de estúdio. Fato esse registrado na autobiografia do Dee Dee e confirmado pelos outros brodders. Propaganda falsa!
3. Kaledoscópio, Paralamas. A música é fantástica. Me lembro quando o Hebert mostrou para a gente pela primeira vez, durante as gravações do Nunca Fomos. Inspiradíssima nos blues do Led Zep. No entanto, na hora do solo, um basicão sem inspiração, que não faz jus à canção.
4. Moby Dick, Led Zeppelin. Solo de bateria? Tô fora! Esse então, nem no meu auge de Ledhead. Ouvi até gastar os sulcos meu LP do Song Remains the Same, exceto essa masturbação egocêntrica. Como gritavam o Damned cada vez que o Rat Scabies ousava solar: sac the drummer, sac the drummer (algo como: se livra do baterista!).
5. Qualquer solo do Robert Fripp junto com o David Sylvian (ex-Japan). Como que o Fripp, que eu admiro muito, foi cair nessa roubada? Que coisa mais pretensiosa!
6. Ação, Solidão, Adeus, Plebe Rude. O solo de baixo é uma vergonha, há há há! Achei que estava sendo possuído pelo Jack Bruce, mas eram só gases.

quinta-feira, maio 08, 2008

Solos.

Solos são parte essenciais da música pop. Particularmente, considero o ápice de uma canção, onde a banda toda atua para dar destaque a um ou mais músicos. Mesmo com o holofote no solista, é quando um grupo mostra sua coesão.

Deixando o lenga-lenga técnico de lado, vamos considerar o aspecto emocional, pois afinal, música = emoção. Para mim, o solo, quando bem feito e executado é o pré-orgasmo da música, cujo fim magicamente nos empurra à direção do gozo aural. No entanto, sou muito particular dos solos que gosto, que são poucos. Não sou fã dos Satrianis ou Rushes da vida, considero aquilo verborragia musical, o equivalente a servidor de cartório, simplesmente mostrando serviço, sem emoção. Gosto dos solos que vêm do coração, não do cérebro.

Assim, listo os meus seis solos favoritos, aqueles que, até hoje, mexem comigo a cada ouvida. São eles.

1. Deep Purple – Smoke on the Water

Gosto mesmo da execução que faz parte da versão de estúdio, executada com maestria. Uma das coisas que me fazia tender ao Ritchie Blackmore em detrimento aos outros guitarristas da mesma época era sua base clássica, ao contrário da maioria que fincava os pés nos blues. Ao vivo ele acerta poucas vezes, foi difícil achar um clipe no qual fosse possível demonstrar a beleza desse solo, recomendo procurarem a versão original.

2. Buzzcocks – Boredom

Se tem um solo que mudou uma época, que vale mais do que mil tratados sobre música é esse. E tem só duas notas! Por isso mesmo, demonstrou ao mundo, em 1977, que virtuose não era sinal de boa música. A música faz parte do primeiro compacto independente punk lançado na Inglaterra. Tem produção do Martin Hannet, então chamado Martin Zero, e conta com o Howard Devoto nos vocais. A guitarra? Do sensível Pete Shelly. Muito com pouco, eis a descrição perfeita.

3. Air – Sexy Boy

Quem disse que solo tem que ser de guitarra? Esse, da melhor música do disco de estréia do Air, Safari Moon, exemplifica de forma perfeita o que espero de um solo, conforme descrito lá em cima. E, como todo bom solo, fica na cabeça por hora a fio. Foi executado em um Rhodes, se não me engano. Perfeito!

4. Television – See No Evil

Quem conhece alguma coisa sobre o punk, sabe que sem o Television, nada teria acontecido. O Malcom McLaren até queria que o primeiro baixista, Richard Hell, fosse o vocalista da banda que estava montando em Londres, vaga que acabou sendo do Johnny Rotten. Não sei quem sola nessa música, se é o Verlaine ou o Loyd, mas é fantástico, abrindo portas para realidades alternativas. LSD em forma de ondas sonoras. Um detalhe, a canção foi gravada num único take, sem dubs, sem correções.

5. Led Zeppelin – Tangerine

Já fui o maior Ledhead do Brasil! Sabia de cor até as fichas técnicas dos LPs! Nunca entendi como Stairway to Heaven era mais referenciada que Tangerine. O solo aqui é simples, porém muito emotivo. Nunca mais repetido pelo Jimmy Page no decorrer de sua carreira. A letra também é dele, muito superior a qualquer coisa que o Plant tenha escrito.

6.Rita Lee – Ovelha Negra

X citando Rita Lee? Chamem uma ambulância! Na verdade, o solo que é fantástico, um grude, leva a música medíocre às alturas. Longa vida ao Carlini!

E, au concour, menção honrosa, o melhor solo nacional de todos os tempos: o de Até Quando Esperar!!!

Adoro listas. Mande a sua dos melhores solos que mexem com vocês.

quarta-feira, maio 07, 2008

Dan le Sac: Os Novos Mandamentos!!!


A música é de 2007 (que, nesses tempos de velocidade da informação, a faz ser muuuuuito velha!), mas a letra é sensacional. É uma crítica ao mundo pop, no sentido amplo, mas centrado na música. Vou deixar em inglês, estou com preguiça de traduzir tudo, mas quer pinçar umas pérolas:

1. Thou shalt not worship pop idols or follow lost prophets. Não deverás idolatrar celebridades pop nem seguir falsos profetas. Muito legal isso, especialmente no Brasil, onde Raul Seixas, Renatos Russos e Cazuzas da vida são tratados como salvadores e messias.
2. Thou shalt not stop liking a band just because they’ve become popular. Não deverás parar de gostar de uma banda só porque se tornaram popular. Essa é para mim, há há há há .....
3. Thou shalt not fall in love so easily. Não deverás se apaixonar tão facilmente. O grande mal de nosso século, valorizar demais esse sentimento chamado amor. Ele realmente existe ou foi inventado para vender música axé e sertaneja?
4. Thou shalt not use poetry, art or music to get into girls´ pants. Use it to get into their heads. Não deverás usar poesia, arte ou música para entrar nas calças das meninas. Use-os para entrar em suas cabeças! Isso mesmo, deixe de lado esse consumismo do corpo e valorize mais o intelecto! Daí sim, posso acreditar em paixão....
5. Just a band. Só outra banda. Isso mesmo, tirem do pedestal esses heróis falsos, ídolos com pés de barros. Do It Yourself!
6. E a gozação com gírias criadas pela MTV? Muito boas, lá no fim da letra.
7. Thou shalt think for yourselves. Deverás pensar por si próprio! A Plebe já dizia isso desde 1980!

Espero que gostem. Leiam atentamente e sigam os mandamentos!


Dan Le Sac ft. Scrooius P / Thou Shalt Always Kill

Thou shalt not steal if there is direct victim.
Thou shalt not worship pop idols or follow lost prophets.
Thou shalt not take the names of Johnny Cash, Joe Strummer, Johnny Hartman, Desmond Decker, Jim Morrison, Jimi Hendrix or Syd Barret in vain.
Thou shalt not think that any male over the age of 30 that plays with a child that is not their own is a peadophile - Some people are just nice.
Thou shalt not read NME.
Thou shalt not stop liking a band just because they?ve become popular.
Thou shalt not question Stephen Fry.
Thou shalt not judge a book by it's cover.
Thou shalt not judge Lethal Weapon by Danny Glover.
Thou shalt not buy Coca-Cola products.
Thou shalt not buy Nestle products.
Thou shalt not go into the woods with your boyfriend's best friend, take drugs and cheat on him.
Thou shalt not fall in love so easily.
Thou shalt not use poetry, art or music to get into girls'pants.
Use it to get into their heads.
Thou shalt not watch Hollyokes.
Thou shalt not attend an open mic and leave before it's done just because you've finished your shitty little poem or song you self-righteous prick.
Thou shalt not return to the same club or bar week in, week out just ?cause you once saw a girl there that you fancied but you're never gonna fucking talk to.
Thou shalt not put musicians and recording artists on ridiculous pedestals no matter how great they are or were.
The Beatles? Were just a band.
Led Zepplin? Just a band.
The Beach Boys? Just a band.
The Sex Pistols? Just a band.
The Clash? Just a band.
Crass? Just a band.
Minor Threat? Just a band.
The Cure? Just a band.
The Smiths? Just a band.
Nirvana? Just a band.
The Pixies? Just a band.
Oasis? Just a band.
Radiohead? Just a band.
Bloc Party? Just a band.
The Arctic Monkeys? Just a band.
The Next Big Thing.. JUST A BAND.

Thou shalt give equal worth to tragedies that occur in non-english speaking countries as to those that occur in english speaking countries.
Thou shalt remember that guns, bitches and bling were never part of the four elements and never will be.
Thou shalt not make repetitive generic music,
thou shalt not make repetitive generic music,
thou shalt not make repetitive generic music,
thou shalt not make repetitive generic music.

Thou shalt not pimp my ride.
Thou shalt not scream if you wanna go faster.
Thou shalt not move to the sound of the wickedness.
Thou shalt not make some noise for Detroit.
When I say "Hey" thou shalt not say "Ho".
When I say "Hip" thou shalt not say "Hop".
When I say, he say, she say, we say, make some noise - kill me.
Thou shalt not quote me happy.
Thou shalt not shake it like a polaroid picture.
Thou shalt not wish you girlfriend was a freak like me.
Thou shalt spell the word "Pheonix" P-H-E-O-N-I-X not P-H-O-E-N-I-X, regardless of what the Oxford English Dictionary tells you.
Thou shalt not express your shock at the fact that Sharon got off with Bradley at the club last night by saying "Is it".

Thou shalt think for yourselves.

And thou shalt always: Thou shalt always kill!

segunda-feira, maio 05, 2008

Vida e Morte de Heróis.

Não posso deixar passar em branco a morte do Doutor Albert Hofmann, que ocorreu no último dia 29 de abril. Aos 102 anos, o descobridor do LSD ainda era uma pessoa ativa que estudava os efeitos e aplicações do ácido lisérgico. A razão que estudava o ácido era que ele era usado para conter o sangramento durante o parto. Sem querer ingeriu um pouco e “viajou”. Isso foi em 1943.

O LSD, ao contrário das outras drogas, não mexe com a dopamina do cérebro, o que significa que, teoricamente, não vicia. Funciona assim, ao tomar o ácido, acontece um curto-circuito nos sentidos. O cérebro tenta cheirar pelos ouvidos, ouvir pelos olhos, ver pelo nariz .... deu para entender, né? Isso gera outra perspectiva da realidade, fato que interessou muitos psicólogos e a contracultura em geral. Ver coisas sob outro ponto de vista serve para quebrar barreiras, preconceitos e tornar o mundo melhor.

O problema todo é que, tem vezes, que o cérebro se acostumava à nova programação e não voltava. Outro efeito colateral é que, operando em normalidade, havia a possibilidade de voltar ao curto-circuito, gerando o famoso flashback.

Vejam alguns usos positivos do LSD, de acordo com a Wikipédia:
• como recurso psicoterapêutico e para tratamento de alcoolismo e disfunções sexuais;
• por psiquiatras para obterem um entendimento subjetivo melhor de como era a experiência de um esquizofrênico; e
• usos clínicos foram conduzidos com o LSD para psicoterapia psicodélica, geralmente com resultados muito positivos.

Essa ilustração demonstra muito bem a diferença ente o LSD, banido pela lei, e o álcool, legalizado, tributado, com lobby fortíssimo e gerando mais mortes que todas as outras drogas combinadas. (Valeu, Pio!).




No outro lado do leque de heróis, temos o Ronaldinho. Nada a criticar sobre suas preferências sexuais e de diversão. Acho que tabus sociais não devem nortear nossas vidas. No entanto, ele tem que se posicionar como ídolo e exemplo de várias pessoas que se inspiram nele para, por exemplo, sair da miséria.

O que quero focar aqui é como tem um monte de interesses por trás da “limpeza” de seu nome perante a sociedade. Quem está por trás disso? Eu chutaria a Nike e outros patrocinadores. Mas, tendo uma visão paranóica saudável, acho que o status quo brasileiro gostaria que ele pousasse de bom moço. Gobbles já sabia quanto à importância de um herói para um governo populista. Vi na entrevista ontem, no Fantástico, um instrumento sutil de camuflar a verdade e influenciar a opinião pública. Para qual fim, não sei.

O fato é, Albert Hofmann, mexendo com algo que os governos nem querem que exista, tem uma fundação totalmente voltada para o bem. Vejam a missão da Albert Hofmann Foundation: Throughout history people have used mind-expanding substances to explore consciousness and enhance their lives. Our purpose at the Albert Hofmann Foundation is to gather the records of these endeavors and to further the understanding and responsible application of psychedelic substances in the investigation of both individual and collective consciousness. (Através da história, pessoas vem usando substâncias que expandem a mente para explorar a consciência e melhorar suas vidas. (Nosso propósito é reunir todas essas experiências e relados para melhor entender a aplicação responsável de substâncias psicodélicas na investigação da consciência coletiva e individual). Procurei na Google, não achei nada de Fundação Ronaldo Fenômeno....