sexta-feira, maio 16, 2008

GANGRENA GASOSA EU NÃO ENTENDI MATRIX

GANGRENA GASOSA O RETORNO

Gangrena Gasosa: o Retorno!


Sexta-feira, dia de despacho nas encruzilhadas deste Brasil. Menos em Brasília, onde não temos esquinas, há há há. Momento muito oportuno para anunciar a volta daquela que foi a banda muito à frente de seu tempo, Gangrena Gasosa, a que inventou e, até agora é a única banda do movimento Sarava Metal, que mistura com muito humor, barulho e criatividade o metal com a macumba.

Eu estive pouquíssimas vezes em estúdio sem ser com a Plebe. Numa dessas ocasiões foi para produzir o disco Sarava Metal, que lançamos na Rock It! Um dia ainda conto as histórias de assombração e sobrenatural que ocorreram durante as semanas que ficamos trancados no estúdio. Tenho muito orgulho desse CD.

Mesmo se o som for um pouco, digamos, barulhento para vocês, não deixem de ir ver um show do Gangrena. Tem despacho, tem farofa, tem exú, tem pomba-gira, tem gargalhadas infernais. Diversão pura!

Bem vindos do além, rapazes! Que Deus ilumine as suas almas, vocês vão precisar!

O show oficializando o retorno será em Barra Mansa, RJ, no dia 31 de maio. Quem for vai presenciar história sendo feita!

quinta-feira, maio 15, 2008

Coerência e o Woody Allen


Woody Allen é um dos meus diretores favoritos. Saboreio com real satisfação todos seus filmes, em todas as suas fases. Sempre cobramos que um artista seja coerente, um adjetivo já usado muito pela imprensa quando quer falar bem da Plebe. Mas o que é ser coerente, ficar batendo sempre no mesmo prego? Dizem que a loucura é ficar repetindo alguma coisa que você já sabe qual será o resultado, desejando que dê algo diferente.

Por isso comecei a pensar se realmente é tão bom assim ser coerente, ou se a incoerência é um traço positivo também. Woody Allen é um ser altamente incoerente, mas talvez aí more a sua genialidade.

Por exemplo, nunca freqüentava a festa do Oscar, apesar de concorrer várias vezes e ser sempre convidado. Quando houve o ataque de 11 de setembro, ele fez questão de ir e implorar para que continuem a filmar em Nova York. No entanto, desde então, nunca mais filmou na cidade! Seus últimos filmes são ambientados em Londres e, o mais recente, em Barcelona.

Ah, você diz, mas ele é coerente com sua linha de filmagem, sua independência em termos de direção e roteiro. Certo, talvez aí a ligação com a Plebe. Acho que a gente poderia dar uma de incoerente no som, talvez ousar mais, experimentar. Mas sem deixar de ser a Plebe, assim como o W.A. sempre será o W.A.

Outra informação: os filmes dele geralmente saem no prejuízo. Na Europa, recupera um pouco, mas nos EUA são low budget/low return. No entanto, não tenta se adaptar para o mercado. Coerência! Ou será que o Philippe deve colocar um piercing no umbigo e se tatuar? Cara!....... Incoerência!

Mudando para o mundo da fantasia, e fantasiar é preciso! A vantagem de ser um cineasta é que você pode filmar as suas. Woody Allen coloca uma pegação entre Scarlett Johansson e Penélope Cruz (vide foto acima) no seu novo filme Vicky Cristina Barcelona. Talvez seja seu piercing no umbigo, se é que vocês me entendem......

Joaquim e o Trem Fantasma

Joaquim sempre se destacou pela sua inteligência. Se bem que seus pais adorariam que ele fosse, digamos, normal. Provas e testes escolares não eram um problema. Todos seus professores reconheciam a potencialidade do garoto. O problema, de acordo com eles, era que as matérias pouco interessavam ao Joaquim, que passava em tudo com notas brilhantes, porém demonstrando um distanciamento enorme. Escola, estudos e bom comportamento eram um tédio para ele, como se fosse uma dorzinha que se aprende a conviver.

O uso de seu brilhantismo intelectual era usado com entusiasmo para outro fim. Não que fosse para o mal, não havia traço de maldade em sua personalidade. O negócio era testar os limites, desafiar a sociedade, ganhar do status quo. Assim como fazer experimentos em colegas envolvendo choques disparados por um “magiclik” roubado da cozinha de casa. Pimenta no focinho de cachorros. Ir para uma loja de departamentos e acertar todos os despertadores em exposição para dispararem na mesma hora. Reprogramar elevadores. Não havia limites para suas estripulias.

Sua escola planejou uma ida ao Parque Nicolândia. Joaquim e seus outros colegas da quinta série entraram no ônibus escolar discutindo animadamente qual o brinquedo favorito de cada um. Ele reparou que todos ainda tinham um certo receio do trem assombrado. Obviamente Joaquim sabia que aquilo eram apenas bonecos mecânicos cobertos com plástico e papel. Anunciou a todos que iria entrar lá sozinho e fazer o feitiço virar contra o feiticeiro. Iria fazer o brinquedo assustar o próprio dono, seja lá que fosse o dono do Nicolândia.

Chegando ao parque, aqueles que ouviram sua bravata, conhecendo sua potencialidade, seguiram-no até a entrada do trem fantasma. O sujeito que vendia entradas estranhou que dos quinze moleques que apareceram, somente um comprou ingresso. Nem notou que esse, quando subiu no vagão, carregava um rolo de papel higiênico e uma garrafa de água. Todos observaram em silêncio o vagão desaparecer pela porta pintada com motivos de caveiras com o Joaquim sentado imóvel em sua cadeira.

Uma vez dentro do brinquedo, Joaquim não perdeu tempo. Começou a fazer bolas de papel higiênico, molhando-as com bastante água. Na primeira curva, uma bruxa. Joaquim arremessa e acerta em cheio o torpedo molhado pela boca escancarada, que cai nos fios expostos do controle e provoca um pequeno curto. A bruxo balança como se estivesse em convulsão e apaga. Joaquim sorri marotamente.

O trem vai seguindo lentamente seu percurso e Joaquim bombardeando todos os habitantes da casa. Alguns ele erra. Alguns, acerta em cheio. O Frankenstein leva uma bolada no olho que causa algumas fagulhas maiores. Essas caem na lona sintética que é usada para cobrir o teto, um material altamente inflamável. Em menos de um minuto, a construção que abriga o trem fantasma está em chamas. A eletricidade cai, todos os mecanismos do brinquedo param. Só não fica breu porque as labaredas iluminam de forma lúgubre o interior da casa assombrada.

Joaquim leva um susto inicial, mas logo se recupera. Entende o que aconteceu, sua culpa claro. O jeito é seguir os trilhos até a saída, antes que fique impossível se movimentar no interior do incêndio. O calor aumenta, fica empapado de suor enquanto prossegue. Usa o restante da água para molhar seus cabelos, evitando que queimem. Quando vira a curva e entra num corredor escuro, seu coração dá uma parada e em seguida dispara. Sabe que é um boneco, mas no contexto está muito realista. Um diabo, todo vermelho, chifrudo, com uma expressão maléfica, segurando um tridente vermelho, cercado de chamas, olha para o garoto fixamente. Seu dedo parece que está mexendo, chamando o menino para perto de si. Deve ser um jogo de sombras, justifica Joaquim, tentando se acalmar.

A figura satânica parece que ganha vida com a parede que desaba, revelando mais chamas e fumaça. Joaquim começa a se sentir tonto. Vê o diabo vindo em sua direção. Devo estar alucinando com a falta de ar, diz para si mesmo. Quando sua cabeça começa a rodar, uma tontura enjoativa tomando conta, aparece um bombeiro e puxa o menino pela gola, arrastando-o para fora.

Os colegas de Joaquim juntam em volta do bombeiro que realiza respiração boca-a-boca para reviver o garoto. Com sucesso, depois de vomitar todo o chão, está respirando normalmente. O dono do parque vem ao seu encontro, ver se está bem.

“Muito realista aquele boneco do diabo!”, comenta o Joaquim.

O dono sorri para o gerente, feliz que ninguém se machucou e que o brinquedo está no seguro. Quando se afastam, o gerente afirma, coçando a cabeça confuso: “Mas nós não temos nenhum boneco de diabo no trem fantasma!”

quarta-feira, maio 14, 2008

Padded Cell

Faz tempo que não tenho tanto prazer, tesão e ansiedade em recomendar uma banda. Acho que a útlima foi quando morava na Inglaterra, em 1978, e vi uma banda chamada Joy Division abrir um show dos Buzzcocks. Na mesma noite, escrevi ao Fê, no Brasil, para manter seu radar-musical programado para eles.

O que queria mostrar também rompe um pouco o ortodoxo, assim como o Joy rompeu com o que era feito à época. Trata-se do Padded Cell, duo inglês, inspiradíssimo na cena punk-funk de NY no início da década de 80s. Tem baixo, tem guitarras, tem sopros, tem programações. E tem classe.

Dêem uma conferida no myspace deles.

Dito e feito!

terça-feira, maio 13, 2008

Discoteca Básica: Segunda Temporada

Foi confirmado, a MTV transmitirá a Discoteca Básica do Concreto Já Rachou no dia 3 de julho. Não temos idéia de como ficou, pois só acompanhamos as entrevistas realizadas comigo e o Philippe aqui em Brasília. Nos divertimos muito falando sobre o disco que mudou nossas vidas. Várias histórias foram relembradas, mas somente algumas vão ao ar, pois o programa dura somente 30 minutos. A seguir, o release da MTV sobre o programa.


DISCOTECA MTV – Segunda Temporada

O programa Discoteca MTV conta como foram feitos os álbuns clássicos do rock brasileiro. Além de trazer depoimentos das bandas sobre a composição das faixas e o processo de gravação, o programa traça um panorama da cena musical e comportamental da época. Depois do sucesso da primeira temporada no ano passado, o Discoteca volta com uma segunda temporada com oito programas, mostrando mais discos inesquecíveis do pop brasileiro. Skank, Pato Fu, Engenheiros do Hawaii, Raimundos, Capital Inicial , Barão Vermelho, Camisa de Vênus e Plebe Rude foram as bandas escolhidas.

Foram mais de 50 entrevistas. Humberto Gessinger , Canisso, Digão, Jorge du Peixe, Andreas e Paulo (Sepultura), Nando Reis, Jimmy (Matanza), Gabriel (Autoramas), Philippe Seabra e André X (Plebe Rude), Herbert Vianna, Fernanda e John (Pato Fu), Dudu Marote, Dé, Mauricio, Frejat, Guto (Barão Vermelho), Beto Bruno (Cachorro Grande) e Miranda foram apenas alguns dos músicos e produtores que foram entrevistados no Discoteca.

Para contar sobre um pouco sobre as histórias dos anos 80 e 90, foram entrevistados vários jornalistas. José Flávio Jr.(Bravo), Pedro Alexandre Sanches (Carta Capital), Thiago Ney, (Folha de São Paulo), André Forastieri, Paulo Marchetti (autor de “O diário da turma), Maria Juçá (Circo Voador), Tom Leão (Globo), Pablo Miyazawa (Rolling Stone) foram alguns deles.

A estréia é dia 22 de maio, às 00h15, com Skank, contando as histórias por trás de Samba Poconé, disco de 1996. Os músicos contaram, entre outras coisas, que na época ficaram fartos do sucesso de Garota Nacional.

No programa dos Raimundos, eles revelam que não queriam gravar a música “Selim”. Mas por insistência do Miranda, produtor do disco, a música entrou e deu a eles o disco de ouro.

No episódio do Barão Vermelho, Maria Juçá, produtora do Circo Voador, conta que em um dos shows da banda, Cazuza chegou a parar o evento por uma hora, pois tinha perdido um vidro de remédio. Público e banda tiveram que procurar até achar o misterioso vidrinho.

Ordem de exibição:

22/05 - Skank - Samba poconé - 1996
29/05 - Pato fu - Isopor - 1999
05/06 - Raimundos - Raimundos - 1994
12/06 - Barão Vermelho - Maior abandonado - 1984
19/06 – Não tem
26/06 - Engenheiros do Hawaii - A revolta dos dândis - 1987
03/07 - Plebe rude - O concreto já rachou - 1986
10/07 - Capital inicial - Capital inicial - 1986
17/07 - Camisa de Vênus - Viva - 1986

DISCOTECA MTV - Toda quinta –feira, às 00h15.
Reprises: segunda-feira às 12h e terça-feira às 19h