Essa é a última estória de micos. Não quero parecer nenhuma banda que promove o uso do álcool, como existem várias por aí. A Plebe sempre teve a postura de rejeitar essas fugas fáceis. Como disse, Keith Richards só existe um – graças a Deus! – e não precisamos de seus clones em nossos palcos tupiniquins.
Mas a carne é fraca e o álcool forte. Essa vez foi em Rezende, interior do Rio de Janeiro. Estávamos lá tocando no que seria uma comemoração da inauguração de uma fábrica, talvez da Coca-Cola, talvez da Heineken, não me recordo. Por alguma razão, a prefeitura estava envolvida, tipo mais arrecadação de impostos, então vamos comemorar.
Só sei que o mé corria solto e, não tendo mais nada para fazer, comecei a secar os copos. Multidão lá fora e a bebida descendo goela abaixo. O prefeito – ou dono da fábrica, não me recordo – estava me acompanhando passo-a-passo, ou melhor, gole-a-gole. A conversa foi ficando animada, a vontade de tocar aumentando e de repente viro para o colega e falo: “vamos começar essa merda!”.
Os dois, bêbados como gambás, subimos no palco, ele pega o microfone, faz um discurso e anuncia a Plebe. O público todo lá, na expectativa, só que não era hora do show, cabos ainda estavam sendo conectados, luzes sendo afinadas, em fim, a gente estava programado para subir uma hora mais tarde. Claro que o empresário, Pedro Ribeiro, irmão do Bi, saiu feito um louco a cata do restante da Plebe, que estavam curtindo o evento, tranqüilos, sabendo que o show seria bem mais tarde. E o bebum aqui no palco com o baixo esperando meus companheiros de banda.
De repente vejo o Pedro voar no palco, me agarrar, puxar para o camarim e pagar um sapo pelo acontecimento. Durante o show, não melhorou muito. Teve uma hora que queria aumentar o som do baixo. Tinha uma coluna que eu crente que era a caixa de som. Colo meu ouvido na coluna e começo a subir o volume – sem notar diferença nenhuma. Claro que o som grave aumentou à quinta potência, atrapalhando todos os outros. Só eu que não notava!
Dito tudo isso, hoje só toco sóbrio. A adrenalina e endorfina gerada naturalmente pelo corpo é suficiente para me deixar em estado de euforia durante um show. Tem também o lado de respeito pelo público, que não está lá, pagando seu dinheiro suado, para ver músicos bêbados e/ou drogados fazer palhaçadas. Eu respeito os plebeus que vêm aos shows e quero que tudo seja perfeito para eles.
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
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13 comentários:
É bom saber que X é profissional, não se comporta feito Tim Maia. Como parte do publico que tambem sou, posso ir tranquilo no show da Plebe, pois sei que os plebeus não são bebuns e vão aparecer na hora marcada.
Então, Kilotn, estou te esperando no próximo show da Plebe em Brasília, não tem desculpa!!!
qnd sera este show?
Caraca !!!! colar ouvido na pilastra tentando equalizar o som é foda, tu tava muito louco X.
André X, a entidade !!!!!
Abcs
Nas duas últimas terças feiras (é assim que escreve?) rolou na TV CULTURA (ÀS 22:30) um programa sobre o rock brasuca produzido pelo genial Clemente Tadeu.
As imagens são bem velhinhas, mas super interessantes.
Tem uma hora que o Bonfá diz que a melhor banda do Brasil sempre foi a Plebe Rude.
X, vcs tem contato com o Bonfáse?
É verdade que vc e o Dado não se falam por causa da ex-sociedade?
Dos zilhões de shows da Plebe que assisti, lembro-me de um ótimo e divertido, mas não sou eu que devo descorrer sobre ele. Só para lembrar X, foi um que rolou no coreto do Gilberto, entre o público tensão por causa dos playboys (mas nada aconteceu... ufa!). Marcou pela calça de Philippe que rasgou inteira...
Se não for para entrar no cascudo e/ou ser linchado pelas merdas que escrevo aqui, vou numa boa.
O problema é que eu sou geraldino arquibaldo, costumo ficar nas gerais e populares. Não gosto muito de privilégios vip. Não sou muito chegado em parada de fazer peruagem de camarim.
Talvez vc nem me verá lá, pois fico de longe olhando, torcendo. Faço parte do publico pagante. Não gosto de entrar de graça, muito menos tirar onda vip em camarim dos outros. Amigos amigos, negócios a parte.
Entrar antes do show, haha, essa foi boa, é legal ver algumas historias assim da plebe, a plebe, talvez seja uma das bandas nacionais mais caretas, careta demais também fica um pouco chato...
Dito tudo isso, hoje só toco sóbrio. A adrenalina e endorfina gerada naturalmente pelo corpo é suficiente para me deixar em estado de euforia durante um show.
X,
Como já dizia o guru yogi de Woodstock, o proprio cerebro é capaz de produzir a droga que quiser. Isso é uma ciencia, é a psicologia comportamentalista de Skinner, Pavlov e outros.
Fizeram experiencias crueis com animais, inclusive patrocinadas pela CIA e Pentagono, para se chegar a essa ciencia do condicionamento.
Sim, todos nós somos organismos condicionados. Ou seja, o corpo é uma entidade independente que, de acordo com estimulos, aprende, age e reage sem o nosso controle consciente. Se souber o mecanismo disso, talvez possa haver algum controle.
Sabendo de antemão que o couro vai comer, o organismo vivo, sem que a nosssa consciencia perceba, esse já trata de produzir a defesa. Produz adrenalina primeiro e endorfina depois.
No caso dos animais, nós tambem, na hora da porrada alguns se cagam, outros se arrepiam, muitos apresentam taquicardia, suor frio... Fobos se manifesta. Então, o animal parte para a porrada ou simplesmente sai correndo.
Com a produção de adrenalina, o corpo se coloca no modo "porrada" ou no modo "salve-se quem puder". Depois vem a endorfina para anestesiar a dor.
Caso queira estudar mais o assunto, tem esse link aqui: - Watson, Skinner, Thorndike e Pavlov
Mr x sem querer chover no molhado...
QUANDO SAI O DVD?
Por favr alguma noticia mesmo que negativa
CARLOS RATO
sou plebeu e sou bebum, com orgulho
A Brief Survey of Operant Behavior
by B.F. Skinner
André,
Achei o que procurava sobre a sua entrevista com o Johnny Ramone! está postado em 9 de Fevereiro de 2006!!!!
só que, não o li no seu blog, foi em algum outro lugar dessa infinita internet, que não sei onde e tem bem mais que 2 anos...
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