sexta-feira, novembro 11, 2005

Plebe na Mídia.

Nas últimas semanas, a Plebe Rude tem aparecido na mídia brasileira em diversos formatos. A intenção aqui é alertá-los, para caso queiram ler, e comentar o reverso da moeda.

1. Revista MTV. Aquela com o Renato Russo na capa, com entrevista do Aborto Inicial, ops, digo do Capital Elétrico, em fim, do Dinho. Tem um artigo escrito por mim, a pedido do meu amigo Paulo Marchetti. É sempre assim, a gente escreve, eles editam ao bel-prazer do editor. Queria ter o texto original para postar no blog, mas foi deletado. Não modificaram muito, mas tiraram a menção da baquetada que o Fê deu no Renato, que foi a gota d'água para o fim do Aborto. Acho que tiraram também o fato dos irmão Lemos terem recusado Química, mais tarde gravada pelos Paralamas.

2. Revista Flashback, aquela com o Ultraman na capa. Tem um artigo sobre Até Quando Esperar, com comentários do Philippe. O primeiro erro que li foi que taxam a gente como proveniente de famílias bem de vida, soando como se fóssemos filhos de pais ricos. Não acho que foi o que o Philippe disse. Tudo bem, éramos classe média, mas méida mesmo. Meus pais e do Gutje são professores universitários. O pai do Jander é funcionário do Banco do Brasil e a mãe professora de música. O pai do Philippe era tradutor aposentado. Achei pena não ter sido mencionado que a música foi montada e ensaiada debaixo da piscina do Defer (centro esportivo do GDF), onde ensaiávamos. Foi também a última música composta antes da gravação do Concreto. Quando o Philippe menciona que a versão incial tinha mais de seis minutos, faltou dizer que quem primeiro falou para a gente que estava muito grande foi o Satanésio, cantor do Black Future, após um show no Morro da Urca (ou terá sido Mamão com Açucar?).

3. Na MTV, no programa especial Aborto Elétrico. Esse eu não vi, mas parece que tem entrevistas comigo e o Philippe. O Fê fez uma batatada aqui em Brasília, nos moldes que fazia na época do Aborto, e convidou um monte de pessoas da época para virem falar à equipe da MTV que estaria presente. A maioria não veio. Na verdade, só compareceram o Philippe, a Chris Brenner e eu. O Loro e o seu irmão, Geraldo, se recusaram a vir, e fizeram falta, pois conviveram muito mais com o AE do que nós. Não vi a entrevista no ar, então não sei o que mostraram.

4. Philippe no Claro Que É Rock, ao lado do J Quest, sendo entrevistado pelo Frejá. Tocou Guilherme Arrantes, the Who e Plebe. Acho que isso já foi muito comentado aqui. Quero deixar registrado que essas aparições são ótimas, temos que tomar conta da mídia mesmo, sem essa de ficar resignado ao anonimato. Vamos mostrar a cara da Plebe!

17 comentários:

CA®I0CA disse...

TOCOU O QUÊ E POR QUÊ GUILHERME ARANTES ???
OBRIGADO PELOS ESCLARECIMENTOS ANDRÉ, MAIS PARTICULARMENTE O QUE ME INTERESSA É SÓ A PARTE RELACIONADA A MINHA BANDA DE CORAÇÃO,PLEBE RUDE.POR ISSO QUE AS VEZES BATO NA MESMA TECLA SEM QUERE SER CHATO
EU DEVERIA TER VISTO ESSE PROGRAMA DA MULTISHOW POIS NÃO CONSIGO COMPREENDER ESSA APRESENTAÇÃO DO PHILIPPE.

André Mueller disse...

A pauta do programa exige que o convidado escolha uma música nacional e uma gringa. Coração Paulista, um rock dos anos 70s, foi o primeiro rock nacional que o Philippe ouviu e decidiu levar uma versão dela no programa. Ficou bem legal.

Eduardo Raggi disse...

André, agora adultos ralados, calejados e cientes dos erros do passado, podemos seguir pelo caminho do rock com mais objetividade. Os fãs tem que entender que não há mais um "movimento" a ser traido ou atitudes a serem violadas.

A competição acirrada nos obriga a querer sobressair. A botar a nossa cara a tapa. A paixão pela música está nos genes, mas a ingenuidade, enfim, se foi. Temos que usar os meios disponíveis para divulgar, mas com cuidado para não dar um tiro no pé.

Eu me incluo nessa porque estou reingressando no processo de construção de uma banda de rock. Mas desta vez há um plano, uma visão comercial do projeto. Porque além de uma banda temos uma futura empresa na mão. Duela a quen duela!

Anônimo disse...

Coração paulista com o Philippe ficou muito bom... Futuramente vou disponibilizar no videolog.

Anônimo disse...

Coração paulista com o Philippe ficou muito bom... Futuramente vou disponibilizar no videolog.

Anônimo disse...

Vi a revista Flashback e o pateta do jornalista deixou parecer que vocês eram de família milionárias. Ridículo. Peguei o final de uma reprise do programa do Philippe tocando Who, parecia legal. O programa de MTV peguei uma reprise no final e fiquei esperando pra ver o André. Acho que já tinha passado essa parte, e só vi o Capital Inicial me deixar constrangido novamente. As versões feitas do AE parecem trilhas de comercial do cigarro Hollywood, quem viveu os anos 80 sabe o que é isso. Além de oportunistas, foram incompetentes.

André Mueller disse...

Dar entrevista, fazer declarções para jornalistas é um perigo, pois você nunca sabe como que ele irá interpretar ou censurar. Até na TV, eles conseguem editar e levar a sua resposta para outro lado. Com certeza, o jornalista do Flashback foi maldoso ao publicar aquilo. E o pior é que nossos colegas de São Paulo, que já nos enchiam o saco nos chamando de "filhos de ministro", agora vão ter munição dobrada.

Anônimo disse...

He he!!!!

Tem lugares menos glamouroso para se publicar, no entanto, mais digno!!! onde o editor posta o original com prazer...

Anônimo disse...

Faço eu mesmo questão de postar o texto completo de André para Revista da MTV. Antes de tudo quero, claro, pedir desculpas pela edição do texto, obviamente coisa da revista - fui avisado sem tempo de fazer nada.
Mais uma vez pisaram na bola. Tinha feito uma matéria com a participação de todos do Capital, misturando o passado, o presente, o projeto... Depois de minha entrevista com Dinho, pediram para eu transformá-la em texto que o próprio autorizou. OBVIAMENTE ODIEI A IDÉIA, mas o foco da Revista é outro e para ela é melhor capa com Renato Russo e matéria com Dinho. Normal, mas uma pena.
Tenho dois blogs: um das efemérides do rock brasileiro e outro de matérias antigas que reproduzo. Nesse das matérias estão as entrevistas que fiz com o Capital sobre o projeto do Aborto e elas estão na íntegra.
paulomarchetti.blog.uol.com.br
paulomarchetti70.blog.uol.com.br

Foi a 2ª vez que isso aconteceu com uma matéria que fiz para a Revista da MTV - a outra vez foi bem pior - e, mais uma vez André, peço desculpas.
Segue o texto completo e sem revisão (hehe):

Durante meu exílio fora de Brasília, um ano na Inglaterra, acompanhando o doutorado de minha mãe, e seis meses em Curitiba, estudando para o vestibular, meus únicos contatos no Planalto Central eram meus melhores amigos Felipe Lêmos e André Pretórious. Naquela época, nos comunicávamos por meio do correio, por cartas, escritas à mão (Internet? Computadores? DDI/DDD barato?
Que é isso?). Recebi duas na mesma semana me contando do grupo que haviam formado, o Aborto Elétrico, e o incrível letrista/baixista que completava a formação, Rentao Manfredini (depois, Russo). Fiquei sabendo os detalhes do famoso show no Gilberto Salomão, que marcou o início do punk-Brasília. As cartas fluíam no ritmo de conversas adolescente – várias por semana. Que bom ter amigos que sabiam escrever e descrever esses primeiros meses do que viria a ser minha vida: o rock-bsb.
Enquanto em Curitiba, encontro com Dinho Ouro Preto e seu irmão, Iko. Pergunto sobre o Aborto Elétrico e, pela resposta, já sinto que há mais por trás do que outra bandinha de garagem da capital. O entusiasmo de ambos me contagia, volto à Brasília no dia 7 de setembro de 1980 e vejo um ensaio. Fiquei bobo. A comparação com um Pistols brasileiro, um Clash candango, um Public Image do cerrado, um Joy Division do Plano Piloto foi imediata. E olha que essas bandas ainda existiam! E o Aborto estava lá, pau a pau, na energia e no som. E era coisa nossa!
Todos podem negar, mas o desejo secreto do Blitx 64, da Plebe Rude e das outras bandas que começaram a se aglomerar em torno do que viria a ser a “tchurma” era ser igual ao Aborto Elétrico. Quando cheguei, André Pretórious já havia retornado à África do Sul, o Renato assumido o posto de guitarrista/vocalista e o Flávio, irmão do Fê, ocupado o posto de baixista. Isso acabou gerando atritos dentro do grupo. A reclamação de Renato era que suas idéias eram barradas pelos irmãos. Me confessou uma vez que tinham rejeitado a música “Química”, mais tarde gravada pelos Paralamas. Os ensaios e shows ficaram tensos, egos colidiam e os amigos sabiam que a satisfação dos músicos com a banda não era plena. Teve até uma baquetada do Fê na cara do Renato durante um show, que, se me lembro bem, foi o estopim para o fim.
Não que isso importasse, pois as músicas eram ótimas, a energia incomparável às outras apresentações em Brasília. Hoje, todos conhecemos o legado, repartido entre a Legião e o Capital. Mas nenhuma dessas bandas, por melhor que ficou o resultado em vinil, conseguiram reproduzir o que veio a ser a trilha sonora do final minha adolescência / início da vida adulta. E nenhuma gravou “Helicópteros no Céu!” Como!?! Era a minha música favorita, era tocada como os B-52’s interpretando pelo Bauhaus, se é que dá para imaginar.
Décadas depois, o Capital Inicial vai aplicar o efeito Fênix no Aborto Elétrico. Bom momento, a distância histórica é correta e, afinal de contas, 2/3 da banda está lá! Isso coincide com o lançamento do primeiro disco de estúdio da Plebe Rude em mais de 12 anos. Ou seja, entre as duas bandas, estamos resgatando aquele momento mágico de nossas vidas e que espero que possamos compartilhar em igual intensidade com a nova geração (e a velha também!).

Anônimo disse...

mas nao acho q seja vergonhoso ser da classe media ou ate da alta,vergonhoso é se o dinheiro for sujo, aqui no brasil, tb tem esse preconceito, q é do pobre com o q tem melhor situaçao financeira, varias vezes fui chamado de playboy por isso, e olha q nem uso roupa de marca

Anônimo disse...

Assisti o pgm da MTV e o Claro q é Rock. O Claro é aquilo e não tem o que falar. É ok. O pgm da MTV é um resumo do DVD que o Capital lançou e com certeza tem mais material do Mr. X
Triste saber que Loro e seu irmão não foram à gravação. Um documentário como esse é como vinho: quanto mais velho melhor.
É história, é eterno.

André Mueller disse...

Fala, Paulo!
Recomendo aqui os seus dois blogs, além de, é claro, o livro O Diário da Turma. Valeu pela postagem. Até que os cortes do editor não foram muito significativos, mas, como vc mesmo disse, é ruim ver uma obra nossa ser "adaptada". E vc não tem que pedir desculpas nenhuma! Abraços.

Também não acho vergonhoso ser de classe média, que é a que faz esse país ir para frente. Mas fiquei puto com o tom jocoso que a revista Flashback se referiu às nossas famílias.

Anônimo disse...

Valeu Mueller. Em torno desse lance da Flashback, esse é o tópico que sempre estará presente quando as pessoas falam das bandas de bsb, principalmente Plebe, que estava mais próxima ao punk rock do que as outras.
E se fossem todos bilionários? E daí? "O importante é a... música"
Até onde sei Joe Strummer era filho de diplomata e ninguém nunca questionou isso...

Anônimo disse...

parece que o John Lydon dava umas estocadas no Joe Strummer dizendo que ele era filho de diplomata. Beastie Boys eram brancos com ascendencia de gente rica e faziam rap, mas nunca foram questionados por conta disso.

Anônimo disse...

Eu penso da seguinte forma: tudo que é bom de verdade acaba incomodando o que é "bom de mentira" (ou seja ruim), então tem sempre alguém tentando alfinetar e arrumando desculpas para defamar as pessoas, no nosso caso a Plebe!
A Plebe era e é boa ainda e tenho certeza que encomodou, encomoda e ainda vai encomodar muita gente!
Abraço!

Anônimo disse...

se alfinetam ate a legiao...

Chris Brenner disse...

Andre,

Achei esse blog por acaso e ha muito tempo queria te pedir um favor...o tempo das fitas cassetes acabou e minhas fitas se perderam nele.
Nao tenho tempo nem pra...um monte de frases absurdas cabem aqui.
Sera que vc nao poderia fazer uma listinha das musicas super legais daquela epoca, ou me mandar um site, com instrucoes, de como acha-las?
Gratissima,
Chris Brenner