quinta-feira, junho 02, 2005

ANTITABAGISMO - PARTE 1

Introdução ao Tema

Sou uma pessoa relativamente bem tolerante, se comparado com o homem comum. Não tenho objeções quanto ao estilo de vida que outros escolheram, nem hábitos que não combinem com os meus. No entanto, tem uma coisa que realmente piso firme e finco minha bandeira: sou um anti-tabagista confesso. Na verdade, anti-cigarrista, contra o cigarro. Aprecio um bom charuto, mas a diferença entre os dois é imensa e não vou me alongar aqui sobre esse tema.

Gostaria somente de esclarecer que o motivo pelo qual bracejo contra o cigarro não tem nada a ver com saúde. Porra, quem quiser fumar até morrer – que é o fim de todos os fumantes – que fique à vontade. Pessoas fazem outras coisas bem piores com a saúde delas e dos outros que não me oponho. Minhas razões são bem mais profundas, sérias e realistas. Durante os próximos textos deste blog, gostaria de expô-las e, possivelmente, abrir para o debate.

Razão Nº 1: O Imperialismo Americano e a Indústria de Tabaco.

Quando chegaram nas Américas, em 1492, os espanhóis ficaram admirados em descobrir que os nativos fumavam. Eles nunca tinham visto nada desse tipo antes. Curiosos, chegaram até o tabaco. Acontece que a planta era considerada sagrada pelos índios, que não tinham o hábito de fumar diariamente por prazer, mas, sim, somente durante rituais. Outra diferença, o tabaco era uma espécie mais crua, mais áspera. Nas cerimônias religiosas, eles não inalavam a fumaça, somente tragavam e deixavam-na sair pela boca e nariz. Acreditavam que, assim, a fumaça levaria suas rezas e preces aos deuses.

Os primeiros colonos dos Estados Unidos viram o grande potencial do tabaco. Conseguiram desenvolver uma espécie mais maleável, mais potente, e facilmente transformada em cigarros. Foi a primeira industria americana que deu lucro aos norte-americanos, origem do que se tornou uma indústria megabilionária, que move desde de barões da agricultura, empresários de Wall Street e os políticos de Washington. A fumaça do novo tabaco era facilmente inalado,atingindo rapidamente o cérebro, criando dependência automática à nicotina.

Cigarros são o perfeito artigo capitalista. Vicia rapidamente, é socialmente aceito, facilmente distribuído e custa relativamente pouco, se considerado isoladamente um a um. O capitalismo americano cresceu com a indústria de cigarros, se expandiu pelo mundo e, junto com a indústria petrolífera, é defendida com unhas e dentes (e bombas, tiros, corrupção, assassinatos, etc.) pelo governo ianque. Por isso fico admirado quando vejo esses anti-americanos gritando palavras de ordem em fóruns sociais segurando um cigarro na mão. São fantoches e nem sabem, já estão capturados.

Durante a colonização da China, a Inglaterra distribuiu e viciou grande parte da população em ópio. Com isso, conseguiram durante anos dominar aquele país, coisa fácil com uma população viciada. Hoje em dia, isso também está acontecendo na Ásia, mas com o cigarro. As importações da Phillip Morris para a Ásia cresceram 86% ano passado. A maioria dos novos fumantes são crianças, mulheres e adolescentes. Como o tabaco está sendo combatido no mundo ocidental, eles viciam, igual os Ingleses no século 19, os asiáticos, viciando-os, tornando-os consumidores cativos durante as próximas décadas. O lucro está garantido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Anti-americano é sempre inigualável: fuma cigarro, toma Coca-Cola, faz cursinho de inglês, usa internet, faz download de música, toma remédio feito pela indústria americana e por aí vai.

André Mueller disse...

usa camiseta, ouve rock, come hamburger, ouve rap.....