Solos são parte essenciais da música pop. Particularmente, considero o ápice de uma canção, onde a banda toda atua para dar destaque a um ou mais músicos. Mesmo com o holofote no solista, é quando um grupo mostra sua coesão.
Deixando o lenga-lenga técnico de lado, vamos considerar o aspecto emocional, pois afinal, música = emoção. Para mim, o solo, quando bem feito e executado é o pré-orgasmo da música, cujo fim magicamente nos empurra à direção do gozo aural. No entanto, sou muito particular dos solos que gosto, que são poucos. Não sou fã dos Satrianis ou Rushes da vida, considero aquilo verborragia musical, o equivalente a servidor de cartório, simplesmente mostrando serviço, sem emoção. Gosto dos solos que vêm do coração, não do cérebro.
Assim, listo os meus seis solos favoritos, aqueles que, até hoje, mexem comigo a cada ouvida. São eles.
1. Deep Purple – Smoke on the Water
Gosto mesmo da execução que faz parte da versão de estúdio, executada com maestria. Uma das coisas que me fazia tender ao Ritchie Blackmore em detrimento aos outros guitarristas da mesma época era sua base clássica, ao contrário da maioria que fincava os pés nos blues. Ao vivo ele acerta poucas vezes, foi difícil achar um clipe no qual fosse possível demonstrar a beleza desse solo, recomendo procurarem a versão original.
2. Buzzcocks – Boredom
Se tem um solo que mudou uma época, que vale mais do que mil tratados sobre música é esse. E tem só duas notas! Por isso mesmo, demonstrou ao mundo, em 1977, que virtuose não era sinal de boa música. A música faz parte do primeiro compacto independente punk lançado na Inglaterra. Tem produção do Martin Hannet, então chamado Martin Zero, e conta com o Howard Devoto nos vocais. A guitarra? Do sensível Pete Shelly. Muito com pouco, eis a descrição perfeita.
3. Air – Sexy Boy
Quem disse que solo tem que ser de guitarra? Esse, da melhor música do disco de estréia do Air, Safari Moon, exemplifica de forma perfeita o que espero de um solo, conforme descrito lá em cima. E, como todo bom solo, fica na cabeça por hora a fio. Foi executado em um Rhodes, se não me engano. Perfeito!
4. Television – See No Evil
Quem conhece alguma coisa sobre o punk, sabe que sem o Television, nada teria acontecido. O Malcom McLaren até queria que o primeiro baixista, Richard Hell, fosse o vocalista da banda que estava montando em Londres, vaga que acabou sendo do Johnny Rotten. Não sei quem sola nessa música, se é o Verlaine ou o Loyd, mas é fantástico, abrindo portas para realidades alternativas. LSD em forma de ondas sonoras. Um detalhe, a canção foi gravada num único take, sem dubs, sem correções.
5. Led Zeppelin – Tangerine
Já fui o maior Ledhead do Brasil! Sabia de cor até as fichas técnicas dos LPs! Nunca entendi como Stairway to Heaven era mais referenciada que Tangerine. O solo aqui é simples, porém muito emotivo. Nunca mais repetido pelo Jimmy Page no decorrer de sua carreira. A letra também é dele, muito superior a qualquer coisa que o Plant tenha escrito.
6.Rita Lee – Ovelha Negra
X citando Rita Lee? Chamem uma ambulância! Na verdade, o solo que é fantástico, um grude, leva a música medíocre às alturas. Longa vida ao Carlini!
E, au concour, menção honrosa, o melhor solo nacional de todos os tempos: o de Até Quando Esperar!!!
Adoro listas. Mande a sua dos melhores solos que mexem com vocês.
quinta-feira, maio 08, 2008
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14 comentários:
Uma vez escutei o Iggor e Max Cavalera dizendo que solo é coisa de viado...
Fiquei pensando, pois, o Andreas, vez ou outra sapecava sua guitarra.
Acho que eles disseram pelo fato das caretas que os solistas fazem, nunca vi nada igual.
Tem uma foto do Hendrix mordendo a ponta da lingua, coisa de biba pobre...
Particularmente, eu gosto, dá uma balançada no esqueleto... os cabelos arrepiam...
André, imagino vcs no palco no maior conjunto, e o Gutje da uma de "João Estrela" e dispara sua bateria...
divi, em geral, minha predileção é por antisolos...
abs
Metrô de Brasília aumentando de preço? Ônibus TAMBÉM?! Três propagandas de carro/moto a cada intervalo comercial?! Metrô aumentando de 49 mil para 100 mil passageiros e parando or excesso de passageiros?! Presidente do metrô DF José Gaspar falando que ainda cabe mais gente?!
PQ ARRUDA Ñ COMPRA DE VOLTA OS ÔNIBUS E MELHORA ESSA MERDA DE TRASPORTE SEM AUMENTAR AS PASSAGENS, PORRA?! Eu já desisti desse país há tempos...
Eu odeio quando é solo de metal erudito, tipo rococó, daqueles que usam calças de lycra ou bunda de fora mesmo, tipo Motley Crue. Não gosto de Iron Maiden por causa disso, mas respeito o Eddie Van Halen.
Porém, em certos casos, um solinho é bom. É a hora do guitarrista se expressar, de falar com a guitarra. Tem os solos quadradinhos manjados, mas tambem tem os solos bacanas, tipo viagem astral ou possessão de encosto no Hendrix.
Tem um disco triplo do Zappa, com o Steve Vai e outros, o "Shut Up and Play Yer Guitar", que é só de solo, o tempo todo.
o melhor solo do rock nacional : eu q não amo vc, do engenheiros do hawaii!
Tempo Perdido, Legiao!
Sobre alguns comentários acima, o problema é quando as pessoas que entendem de uma vertente da música pensam que isso basta e menosprezam os que poderiam ensiná-los muito em outras vertentes, se pelo menos tivessem mais um pouco de humildade...
Cara, humildade não faz mal a ninguém. Se acha que o povo não entende nada de nada, constrói-se muito mais educando do que ficar jogando pedra e humilhando.
Meu solo preferido, nessa de emoção sem lenga-lenga técnica, é o que tem no meio de The Wagon, do Dinosaur Jr. Eu não entendo porra nenhuma do aspecto técnico de música,só sei que esse solo me arrepia cada vez que eu ouço ela :)
http://youtube.com/watch?v=xbNmTyDhIas
Adoro os solos de cravo da Tori Amos!
Gosto da simplicidade mas eficiência dos solos de Bernard
Sumner na época do Joy Division, principalmente em "Shadowplay".
Também gosto do estilo contrabaixo soturno e grave de Peter Hook, principlamente em "Digital".
O começinho e a levada de guitarra em "Brand New Cadillac" do Clash também é demais.
Também gosto das guitarras do Daniel Ash do Bauhaus, mas uma
coisa que mexe comigo é a levada tribal do baterista em "Hair of the Dog", do álbum Mask.
É claro que não poderia faltar a Plebe, o Philliphe é simplesmente fantástico em "Seu Jogo" e "Brasília".
É verdade, não é solo, mas uma das coisa que levantam meus pelinhos do braço é a levada de cozinha em "Mil Gatos". Aquele contrabaixo seco casa-se muito bem com a batida da bateria.
Putz, faz tempo que não passo por aqui!
Aí André, já que vc gosta de listas, alguns solos que adoro:
Jeff Beck em 'People Get Ready'
Eddie Van Halen em 'Eruption'
Johnny Ramone em 'Pet Sematary'
Eric Clapton em 'Layla'
Edgard Scandurra em 'Mesmo Distante'
Jimmy Page em 'In My Time Of Dying'
Foram os que me vieram à cabeça agora.
Qualquer coisa feita pelo Frank Zappa sempre me agradou também.
E não é solo, mas os riffs criados pelo Tony Iommi são simplesmente foda.
Grande abraço,
Cachorrão
Não uma lista, mas algo de que me lembro neste momento. Sultans of swing não desgruda há décadas. No Sepultura acho interessante a guitarra inicial de Mass hipnosis - se é q. pode ser chamada de solo - assim como Manifest, guitarra e batera pugentes. No Slayer Hallowed point e Ghosts Of War chamam a atenção, incluída a bateria, naturalmente. Falando em bateria aquela que apresenta Nunca fomos caiu bem. Bons momentos no último disco, como Traçado, Suficiente e remota possib. Não podemos esquecer a flautinha de Me dê motivo.
solos me remetem as guitarras de Joe Satriani, Jeff Back, Carlos Santana (psicodélicos anos 60/70);
as bateras do zeppelin, as vezes, tb me cansam, apesar de ter muito respeito por eles;
Rick Wakeman e a sua viagem ao centro da terra, as seis esposas de Henrique VII, as lendas e mitos da corte do rei Arthur...
Dream Theater, e claro, Pink Floyd;
será que falei de solos?? rsrsrs...
DESCULPA!! é Henrique VIII!!!
hum...acho que acabei falando dos solos de cartório?? tabelião guitarrista??
ROBERTO DISSE:
A banda ENGENHEIROS DO HAWAII é sem duvida a melhor banda do brasil
o Humberto Gessinger é o CARA
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