segunda-feira, novembro 24, 2008
Ceilândia: 22/11/2008
Sábado tocamos um dos shows mais memoráveis do ano. Foi na Ceilândia, que é uma das cidades satélites mais tradicionais do Distrito Federal. Os organizadores deram sangue para conseguir montar o festival, que começou ao meio-dia, teve várias bandas, entre as quais o 10zero4, com o qual nos identificamos muito. Ceilândia vem de Centro de Erradicação de Invasões, com lândia.
O local do festival foi num ginásio no qual três administrações da Ceilândia já “investiram” R$ 13 milhões, e que só tem quatro paredes erguidas. Um marco da roubalheira que é esse DF, especialmente o entorno, onde há menos fiscalização, policiamento, cidadania. A obra, abandonada, é ocupada por famílias sem-teto (que esperaram no lado de fora durante o festival) e drogados. A entrada para o camarim era um buraco na parede.
Era uma noite que faria qualquer londrino sentir saudades de casa: neblina, chuva, frio e um vento persistente, que teimava em derrubar as laterais do palco, feitas de vinil amarelo. O público, um dos mais fiéis e animados que já vi, agüentou a noite toda, com um entusiasmo sem igual. Foi literalmente uma festa, onde a garra dos organizadores e do público nos levaram a tocar com adrenalina a mil.
A volta para casa foi uma viagem de trem fantasma. Uma Kombi do GDF, com uma motorista pé-de-chumbo. A estrada molhada, derrapando em cada curva, era um perigo mesmo a baixa velocidade. Não era o caso, a dona estava com pressa e pisava mesmo, levando o motor a gritos de agonia. Pensei que seria o fim da Plebe. Cada vez que pedíamos para ir mais devagar, ela respondia: “ vocês não estão com pressa, mas eu estou!”. No próximo jogo do Bezerrão, o Arruda devia tirar o troféu do Massa e passar para ela.
As fotos do Flickr estão aqui.
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11 comentários:
Cada vez que pedíamos para ir mais devagar, ela respondia: “ vocês não estão com pressa, mas eu estou!”.
X, nesse caso tem mandar parar e descer. Use o celular para chamar um taxi, ou até mesmo a policia.
O que não pode é se arriscar de morrer ou ficar aleijado, por causa de ignorancia de motorista peão escroto.
Txotxa se arriscou a virar baterista do Def Leppard. A banda inteira poderia virar cadeirante ou coisa pior.
Enfim, se eu fosse vc, exigiria mais rigidez nas exigencias de contrato. Só tocaria se houvesse transporte decente.
o flyer dizia que o show era no dia 29/11
André, memorável pra mim foi quinta feira rsrsrs, excelente show no Bocanegra - valeu muito a pena ter ido de SP até Brasília...Segue o meu email para eu te passar algumas fotos: marebol2007@gmail.com ....vou postando aos poucos no youtube alguma músicas que gravei do show
http://www.youtube.com/watch?v=UsZ9FgqobFQ
abs
http://www.youtube.com/watch?v=UsZ9FgqobFQ
Estive no show!!! Parabéns Plebe!!! força sempre!!
Ricardo, para viabilizar o show, tendo em vista tratar-se de comunidade carente, sem muitos recursos, não exigimos nada. O negócio era viabiliar o show.
Tá certo X,
Admiro o seu espirito nobre e caridoso. Mas nada disso vale a pena se o negocio acaba em desastre de kombi.
Sorte que nada aconteceu. Contudo, como fã e amigo dos plebeus, peço que, de forma nenhuma, esse tipo de coisa se repita.
PS: quer dizer que o motorista escroto era mulher? Putz, esse deve ter sido um trem fantasma sinistro mesmo.
ja que vcs tocam em ceilândia o que acham de tocar em planaltina?
André X destilando veneno!
Mas na verdade Ceilândia vem de Campanha de Erradicação de Invasões, criado por Abadia, que não erradicou porra nenhuma e só houve mais invasão ainda. No dia que inauguraram a estaçã ode metrÕ de Ceilândia um dos trens parou de tanta gente que tinha. Mesmo assim Ceilândia não supera Itapuã: atualmente a maior favela do DF, que cresceu de "zero" a 7 mil habitantes em menos de meio ano.
meu deus
tão pouquinha gente e a galera fiel, animando mesmo
putz
meu sonho é um show da Plebe aqui no interior do RN
e quando lembro do de Natal em 2005...
pego meu cdzin "Enquanto a Trégua não vem"
:(
Paulo Henrique,
Hoje a Ceilandia é uma beleza. Assim como aconteceu com Guara e Taguatinga, Ceilandia já está se tornando um bairro de classe média.
Atualmente o bolsão de miseria migrou para o entorno. Como vc bem disse, graças a Roriz, Itapuã se tornou o novo cancro habitacional da cidade: foco de crime e etc.
Tenho um amigo que mora no Paranoá e viu a criação do Itapuã. Ele diz que os primeiros invasores não eram pessoas pobres. Eram cabos eleitorais de Roriz. Inclusive, um rico dono de supermercado do Paranoá foi um dos primeiros a invadir. Depois venderam os lotes para os imigrantes e miseráveis, todos eleitores de Roriz.
13 milhões, acho que até o AXL aproveitou melhor essa dinheirama toda no Chinese Democracy.
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