Finalmente aparece no You Tube o vídeo do O Que Se Faz, dirigido pelo brilhante (e lunático) José Eduardo Belmonte. Adorei a abordagem que ele dá á letra, despolitizando-a e dando um cunho mais emocional.
sexta-feira, julho 04, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
11 comentários:
Quando vi quando lançaram o clip o que mais gostei foi daquelas flashes de uma pessoa andando na praia. Agora o que mais gostei foram das frases. E o contexto utilizado pelo diretor do clip bate totalmente com a interpretaçao que faço da letra, ou seja, sem qualquer tom politico.
Muito bom! Saudades de iluminar vcs!!!
X,
Acho que continua havendo uma conotação politica.
Se Brasilia fosse bom, Niemeyer e Lucio Costa teriam morado lá, não teriam ficado no Rio. Só gostava de Brasilia aqueles que vieram de uma roça pior.
Brasilia era mesmo feia, depressiva, monotona e toda encardida de barro. A prova disso foi a torre TV, que virou trampolin de suicidas. Teve a maior taxa de suicidio do Brasil.
Foi e ainda é. Mas agora o point dos suicidas é o Pátio Brasil.
Tem gente que até brinca: "Pátio Brasil; venha dar um pulinho com a gente!". E não é só emo que pula de lá.
Paulo Henrique,
Brasilia hoje é mil vezes melhor, ou menos pior, do que era antigamente. Existem problemas novos (pós Roriz), mas hoje é tudo mais verde, as arvores cresceram e se ve gente na rua.
Antigamente não tinha arvore, era um sol e uma poeira infernal. De noite e nos fins de semana quase não tinha carro na rua. O pessoal da 315N, no domingo jogava bola na W3. A monotonia era de enlouquecer.
Acontece que, antigamente, o Rio e São Paulo eram cidades muito boas. Nos anos 50, até os anos 60, o Rio era que nem Europa. Aqueles que eram transferido de lá, esses chegavam em Brasilia e ficavam malucos. Pulavam da torre.
Contudo, depois, apartir dos anos 80, aconteceu uma tremenda decadencia no Rio e São Paulo, enquanto Brasilia melhorou bastante. Brasilia hoje está classificada entre as cidades com melhor qualidade de vida do Brasil.
"se ve gente na rua"
Discordo em parte. As pessoas estão saindo menos de casa pois a internet fez elas ficarem enfurnadas em casa substituindo a vida social por outras coisas. Digo isso pois moro a mais de 10 anos e é a coisa que mais ando vendo acontecer.
Culturalmetne falando, Brasília já foi incomparavelmente melhor, principalmente graças a "Tchurma" e os independentes. Mas nos outros aspectos você está certo.
Paulo Henrique,
Não sei se as pessoas gostam de ver a gente monopolizando os comentários, principalmente quando escrevemos longos textops. Mas eu sei que o X gosta. Então, vamos lá:
Bem, não deixo de concordar contigo. Mesmo hoje, o modelo arquitetonico de Brasilia propicia ao tédio. Aqueles blocos todos iguais, a falta de esquinas, os grandes espaços vazios... Tudo isso inibe a vida social. Falta uma interação das pessoas na rua.
Antes a gente não tinha internet, TV a cabo nem porra nenhuma. Só dava para ler e escutar disco. Os jovens precisavam criar grupinhos e "descer", para brincar debaixo do bloco. Daí a gente ia conquistando mais espaço, explorando o cerrado, cruzando os desertos de barros pela noite de Brasilia. Assim nasceu a "tchurma".
Isso era meio deprimente, mas ao mesmo tempo era legal. A cidade era nossa. Faziamos merda, vandalizavamos as construções, destruimos as coisas... Era até divertido.
Depois que o pessoal foi ficando mais velho, começaram a usar carros, drogas e guitarras. Vagavamos pela noite a procura de amigos, festinhas, bares movimentados. Foi assim que a coisa começou.
Já no modelo arquitetonico antigo, que vemos em cidades menores, isso atrai as pessoas para as praças, esquinas e calçadões. Esse tipo de cidade é mais compacta e concentrada. Se ve muita mais gente na rua. Rola uma interação diferente, é mais social e humana.
Isso cria uma cultura diferente, os jovens fazem menos merda, usam menos droga. Isso acontece na Inglaterra. Lá tambem existem cidades modernistas e antigas.
Enfim, apesar de Brasilia ter melhorado muito, por causa da arborização e crescimento populacional, ainda é uma cidade modernista meio fria e entediante. Não tem uma praça onde as pessoas possam se reunir, se relacionar e se divertir de forma gratuita.
Em Brasilia ainda é preciso ter carro para ir no bar, para frequentar os clubes e boites. Tudo isso torra uma grana e a pessoa acaba insatisfeita. Isso sem falar da violencia, dos roubos de carro, das duras da policia e coisas que as vezes acontecem quando as pessoas saem de noite.
Então, hoje em dia, com a internet, muitas pessoas preferem ficar em casa, para não se expor e economizar uma grana. É aquilo que vc falou. Antes não tinha internet nem TV a cabo. A pressão para sair e vagar a esmo era muito maior. Hoje é diferente, mas continua meio deprimente.
Continuando:
Outra coisa, que eu vejo hoje, além das pessoas enfurnadas na internet, é que as crianças e jovens não "descem" mais. De noite, ou mesmo de dia, não vejo mais a garotada brincando e/ou fazendo merda pelas quadras. Não vejo mais aquelas turminhas reunidas. Parece que rola um certo medo, sei lá.
Antigamente a gente conhecia todo mundo. Saiamos andando pelas quadras e conheciamos a turma da "duque onze" (111/211), da "quatro" (304/104), da "quatorze" (314/114), da "norte e etc. Até no lago norte e lago sul, que eram ainda mais dispersos, haviam as turmas locais.
Então, nas festas e bares encontravamos todo mundo. A cidade era pequena. Voce olhava e sabia que fulano era da turma tal, que beltrano era amigo de cicrano... Era mais facil de se enturmar.
Hoje nada disso existe mais. Ninguem conhece ninguem. Não existem mais as turmas. As quadras a noite são vazias. As festas são todas pagas, cheias de gente estranha.
As pessoas que eu conheço hoje ainda são as mesmas das turmas antigas, sendo que a maioria casou, mudou, morreu... É mais dificil conhecer gente nova. Nem saio mais, pois quase sempre não encontro ninguem, fico perdido.
É preciso estar bem informado para saber onde encontrar os amigos. Até o beirute, o ultimo reduto onde eu encontrava pessoas conhecidas, isso foi dominado por uma gayzada estranha e gente esquisita.
Então, voce topa com um playboy bebado agressivo, volta e encontra o seu carro arrombado, sem o som. No caminho de casa a policia te para numa blitz, te enche o saco porque uma lanterna está queimada... É foda mesmo
Ñ é atoa que tanta gente se mata nesse lugar... Essa cidade é um manicômio ao contrário: entra gente normal e sai gente louca.
Jah q vc mora em Brasília e tem o mesmo problema q eu e muitos outros pq a gente ñ sai dessa merda d vida virtual e bota os grupos pra se conhecerem?
Vô apelar logo e botar meu msn de uma vez: paulo_ing@pop.com.br Mas ñ é pra ficar d papo. É pra sair de casa! hehehehehehee
Paulo Henrique,
Na época, e mesmo hoje, os que enlouqueciam e cometiam o suicidio eram as pessoas mais velhas, os funcionarios publicos e madames transferidos que não se adaptavam a essa merda. Os jovens e crianças até que se divertiam em Brasilia.
E eu não vivo nessa vida virtual. Perdi essa ilusão há muito tempo. Nem tenho MSN. Há anos cometi o Orkutcidio. Uso a internet mais para ler as noticias e ficar informado, não compro mais jornal nenhum. Só me comunico via email (esporadicamente) e gosto de escrever merda em foruns e blogs.
Só teve uma vez que eu me dei bem me relacionando na internet. Isso foi bem no começo, ainda em 95, quando a internet era selecionada. Depois disso, já em 97, me meti em roubadas e desisti. Até nos sites de putas, a gente pensa uma coisa e, quando chega lá, na hora da realidade, a coisa é outra.
Assim como toda tecnologia, a internet não substitui a realidade, ela apenas complementa. Quem substitui a vida real pela virtual, esse está fodido mesmo.
Hoje na musica se chegou tambem a essa conclusão: a tecnologia digital, os computadores, samplers e sintetizadores, nada disso substitui as pessoas ou mesmo as guitarras. É apenas um complemento.
divi e fifi, assisti hj ao discoteca mtv. emocionei-me! voltei a ter 15 anos. abs
Postar um comentário