Vou estar escrevendo este texto para vocês terem uma idéia do que o GDF vai estar fazendo para tornar o português mais bonito. O Governador Arruda vai estar assinando um decreto que vai estar demitindo o gerúndio de estar sendo usado pelo funcionalismo distrital. Ou seja, por meio de uma lei, o gerúndio vai estar proibido de estar sendo falado nas repartições do GDF.
Estou de acordo, o gerúndio, difundido pelo telemarketing é uma forma muito feia de utilizar o nosso idioma. Mas não está gramaticalmente errado. E será que a melhor forma de acabar com a forma de falar é por meio de lei? Alguém tem dúvida se esta lei vai estar pegando ou não? E qual a penalidade se algum servidor distrital usar o gerúndio? Vai ter que ficar ouvindo uma hora dos piores discursos do Roriz?
Tem outro método que ajudaria, que é por meio da educação, planejada, orientada a objetivos e executada com orçamento disponibilizado a longo prazo. Funciona muito bem, talvez melhor até do que uma lei banindo a mania.
Agora, dizem, que o Arruda quer banir a lei da gravidade, para ver se as pessoas passem a flutuar.
Estou gozando o Governador, mas suas intenções foram as melhores possíveis. Veja a explicação do Arruda:
“O gerúndio é uma arma da burocracia para adiar e não tomar providências imediatamente. A ironia é para chamar a atenção contra a ineficiência da máquina pública. A demissão do gerúndio é uma idéia para gerar polêmica e fazer as pessoas se mexerem.”
No entanto, já tem um movimento dos sem-gerúndio que vão estar protestando logo perto de uma biblioteca ou escola. Eles vão estar reivindicando que a forma de falar possa ser usada livremente. Vamos estar acompanhando para ver o que vai estar acontecendo.
terça-feira, outubro 02, 2007
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9 comentários:
Em Portugal se fala pouco o gerúndio. No lugar de falar "estou fazendo", se diz "estou a fazer".
Ainda assim duvido que a burocracia vai acabar por causa disso. Demitir o gerúndio é inútil. Inclusive o gerúndio não é ninguem e não trabalha do GDF. Tem que demitir é o funcionario, equipe ou assessor incompetente.
E alguém trabalha no GDF? ha ha ha ha ha hahahah aha
André por favor sem rodeios(pode responder em off) quando sai o tão esperado DVD do PLEBE RUDE?
CARLOS RATO
henrique8324@oi.com.br
Veja algumas leis da CA, para o Arrudas usar como inspiração:
-Um regulamento em San Francisco torna ilegal usar cuecas ou calcinhas usadas para secar carros num lava jato.
-San Francisco baniu qualquer "aparelho eletronico que reproduza linguagem obscena."
-Nenhum veiculo sem motorista pode exceder a velocidade 60 milhas por hora
-Lideres de um conselho comunitario tornaram ilegal, para qualquer um, tentar impedir ou parar uma criança de se divertir pulando sobre poças d'gua.
-Detonar um artefato nuclear dentro dos limites da cidade resulta em multa de US$500.
-Molestar borboletas pode resultar em multa de US$ 500
-Nenhum cão deve estar em local publico sem o seu master na coleira.
-Em Ventura County, cães e gatos não podem fazer sexo sem licensa.
-É ilegal armar uma ratoeira sem permissão de caça.
-É proibido tocar mais de dois mil carneiros, de uma só vez, na Hollywood Boulevard.
Eh X,
Que sorte sua ser funcionário publico federal ao invés de distrital.
Viu só a lei que o Arrudão está implantando, onde os funcionários públicos não poderão usar o gerúndio para se comunicar, uma verdadeira comédia. Fico a imaginar eu num balcão aguardando uma informação e o atendente me falando estou verificando ao invés de estarei verificando. Bizarro!!!!
Aqui em BH, passa um rio no meio da capital chamado Ribeirão Arrudas, que deságua no Rio das Velhas e posteriormente no Velho Chico. O Arrudas é de dar dó, muito poluído, esgotos das fábricas, dos hospitais, das casas e etc, muito sujo, acho que o nome é bem familiar com o Arruda aí de BSB.
DEVIAM É PROIBIR DE FALAR "PROMETO"
Essa lei vai ter que ser mudada porque o que o Arruda quer é acabar com o gerundismo (vou estar fazendo), porque esse tipo de frase dá a sensação de que a pessoa muito provavelmente não vai fazer o que disse.
Mas pra saber se um político tá mentindo o Arruda vai precisar proibir quase toda a gramática...
Entrevista com o Jander ...Muito legal !!
Com pouco mais de 17 mil habitantes e aproximadamente 77,5 km² de área total, Mendes é um lugar onde, em pleno sábado a tarde, é possível encontrarmos um senhor de cabelos brancos e óculos fundo-de-garrafa, trajando uma camisa vermelha abotoada até o alto do pescoço, cantando bolero para uma praça vazia. Dona do 4º melhor clima do mundo – como gostam de repetir, com orgulho, os moradores –, é uma daquelas cidades do interior do Rio de Janeiro que não pareceriam deslocadas se fossem cidades do interior de Minas.
Roadie do Nando Reis, violeiro, fotógrafo amador, ex-engenheiro de som, ex-produtor e, é claro, ex-guitarrista da Plebe Rude, Jander Ribeiro, um sujeito grande e forte, de fala pausada e barba desgrenhada capaz de fazer inveja em muitos Hermanos, morou aqui por 16 anos. Não mora mais. Depois do término de seu casamento com a “menina mais bonita” citada na letra de “2ª feriado” (do terceiro disco da banda), mudou-se para São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, mantendo assim a preferência por locais afastados dos grandes centros urbanos. Suas visitas à Mendes, hoje em dia, restringem-se a ocasiões esporádicas, como quando vem visitar as filhas Carina e Bianca, de 17 e 13 anos.
“Não fui eu quem escolhi morar em Brasília. Não foi vontade minha”. Mineiro de nascimento, Jander, que já havia morado na capital por volta de 1974, mesmo sem querer, voltou à Brasília em 1980, período de efervescência de um cenário punk no país. Tornou-se amigo da “Turma da Colina”, da qual faziam parte, entre outros, futuros membros de bandas como Capital Inicial, Legião Urbana e Escola de Escândalo, além de André Mueller (“a discoteca da turma, o cara que adorava gravar compilações em k7 com umas duas músicas de cada banda e distribuir para os amigos”) Philippe Seabra e Gutje, a já formada Plebe Rude a qual “Ameba” (“isso é apelido de moleque mesmo, sem maiores razões”) veio se juntar, ainda que não soubesse muito bem tocar guitarra. “Muita gente olha pra mim e pensa ‘esse cara é o maior roqueiro’, e eu nunca fui roqueiro! Eu nunca tive um disco rock, e muita coisa eu vim a conhecer bem mais tarde, com meu irmão Julian, que é uns 10 anos mais novo que eu. Eu nunca soube tocar guitarra e acabei tocando numa banda punk, já que pra ser punk não precisava saber tocar. Eu era punk não pela música, mas por questões ideológicas”, garante.
Músicas como “Até Quando Esperar?”, “Proteção”, do mini-disco O Concreto Já Rachou (1985) e “Censura”, de Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987) tornaram a banda conhecida em todo país. Não repetindo o sucesso dos primeiros discos com Plebe Rude III (1989), repleto de experimentações como a mistura de ritmos regionais em faixas como “Valor” e “Repente”, por exemplo, a relação entre os membros da banda se tornou tensa e Jander, já morando em Mendes e tendo sido pai há pouco tempo, acabou “convidado a sair”. Pouco depois montou o Tira Saibro, grupo com o qual se apresentou durante 6 anos em bares, comícios e em “onde mais tivesse espaço”, tocando o que pedissem. “No nosso primeiro show, em Valença, o cara que contratou teimou que queria ouvir só bossa nova, e foi lá a gente tocar bossa nova a noite inteira”.
Fez direção de palco para Lulu Santos, trabalhou como roadie para Fernanda Abreu, Engenheiros do Hawaii, Pato Fu e Gabriel, o Pensador. É melhor estar à frente de um palco ou nos bastidores? Jander garante que não gostaria de estar nem em um lugar nem em outro. “Parei de estudar no 1º ano. Não me especializei em nada. Isso é o que eu sempre fiz, é só o que eu sei fazer. O showbussines é ingrato. Ninguém faz o mesmo sucesso por anos. Eu trabalhei com o Gabriel quando vendeu 1 milhão de cópias e… cadê ele?! Nem faz tanto tempo assim!(…) Se pudesse, estava fora! Quando puder… estarei. Já foi meu tempo!”
Em 1999 a Plebe Rude ensaiou um breve retorno com a formação original, que rendeu o disco ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem, em 2000, e alguns poucos shows (“uma lona cultural sei lá onde hoje, uma outra daqui a 15 dias… uns poucos shows bons em Brasília onde deu pra tirar um dinheirinho…”), mas a participação de Jander ficou só por aí. “Enquanto Philippe recebe a pensão por conta dos trabalhos do pai dele e o André tem um emprego no banco, com mobilidade pra sair uma sexta-feira mais cedo e viajar pra tocar, eu sou duro. Eu era duro. No começo era só um projeto: a gente toca, grava um ao vivo, faz uns shows. E mesmo com as poucas apresentações dessa época, os caras teimaram que dava pra fazer coisa nova. Isso eu não quis. Saí fora.”.
Há quem considere esse retorno da Plebe em 1999 como um dos primeiros sinais de um movimento de revival dos anos 80 no Brasil. “Eu acho muito estranho esses caras com seus 40 anos fazendo a mesma coisa que faziam aos 18, tendo a mesma atitude que tinham há 25 anos atrás. Pegam o que era pra ser anti-comercial na década de 80 e como não sabem fazer mais nada, tentam ganhar um dinheiro com isso agora.”. Perguntado se aplica a mesma opinião à Plebe, pensa um pouco, olha para os pés, coça a barba e diz que sim, “com a diferença de que pelo menos eles tentam fazer alguma coisa nova”.
Enquanto seus ex-companheiros batalham a divulgação de R ao Contrário (novo disco da Plebe que trouxe Clemente, dos Inocentes, no lugar de Ameba), Jander, que tem aprendido desenho e que, tendo a fotografia como hobby, recentemente vendeu alguns cartões-postais de Nova Friburgo (“Tem que ser hobby mesmo! Minha máquina está ruim e uma boa nova custa uns R$3000! Teria que vender uns mil cartões pra comprar uma máquina boa e poder levar a sério!”), diz que tem como plano montar um bistrô (“para vender artesanato e comidas típicas”) ao lado da namorada, artista plástica, com quem passou as férias vendendo tapioca numa barraca montada nas ruas de São Pedro da Serra. “Sempre estive mais para ‘Jander do interior’ do que para ‘Jander da cidade’”.
Se o fato de não ter ouvido R ao Contrário pronto (e nem demonstrar qualquer pressa em fazê-lo) não chega a surpreender, os fãs mais radicais, aqueles mesmos que, ainda hoje, criticam Plebe Rude III, devem torcer o nariz ao descobrir as preferências musicais atuais de Jander: “O que eu tenho ouvido? Tonico & Tinoco! Conheço pouco mas acho maravilhoso! Os caras por aí endeusam… Chico Buarque, mas o cara hoje em dia está cheio de coisas que não dá pra ouvir! Tonico & Tinoco foram os maiores artistas brasileiros, com mais de… sei lá… 800 músicas gravadas!”
Ele tem fama de mal humorado, mas… desfrutando de um momento de sossego após três dias de estrada, talvez esteja cansado demais para demonstrar seu tão falado mau humor. Trabalhando muito desde agosto, quando começou a turnê de Sim e Não (disco mais recente de Nando Reis), “Jander do Interior” fez o trajeto Rio de Janeiro/São Paulo/Ribeirão Preto (onde Nando se apresentou na quinta-feira, 26 de outubro), foi para Recife (onde Nando tocou no dia seguinte, 27 de outubro) e então voltou ao Rio, para poder, finalmente, aproveitando a pausa para as eleições, visitar suas filhas em Mendes.
Alheio ao posicionamento político que consagrou a banda da qual fez parte durante a década de 80, Jander de hoje, na véspera das eleições de segundo turno, não sabe em quem vai votar. “Devo votar no Lula mesmo. Não sei ainda.”, diz, deixando sua voz transmitir uma certa insegurança, comum a muitos outros eleitores.
Jander Ribeiro nunca foi tão brasileiro.
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Achei contraditório o jornalista dizer que o Jander é "ex-engenheiro de som", sendo que, mais adiante, ele diz: “Parei de estudar no 1º ano. Não me especializei em nada".
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