Achei boa a pergunta da Aline: como é que é o processo criativo da Plebe? Identifico três vias pelas quais as músicas que chegam nos nossos discos saem. O importante aqui é que não importa qual, no final, a música sempre tem a chancela do Philippe e minha. Sempre foi assim, desde que compusemos a primeira versão de Nada, em 1982, no escritório da casa dos Seabras, até O Que Se Faz, em 2005, no estúdio Daybreak Gentelmen, que fica no ex-quarto do Ricky na casa dos Seabras.
A primeira é a composição individual. Geralmente vinda do Philippe, que chega com um idéia pronta, início, meio e fim. Não que outros não possam palpitar, palpitam muito, mas como a canção já tem formato próprio, já tem cara de música, não muda muito. Tudo bem que a gente fica meses aperfeiçoando a letra. Sobre isso, um fato curioso: o Philippe mantém em cadernos espiralados, tipo aqueles de colégio, todas as versões de todas as letras da Plebe. Desde da idéia inicial, até a que saiu no disco. Interessante ver como mudam, algumas drasticamente.
A segunda maneira de nascer uma música da Plebe é a apresentação de um riff ou uma meia-idéia. A música não está nem perto de pronta, não tem letra, é só uma linha de baixo, por exemplo. Daí o Philippe pega, fica tocando, experimentando, e a coisa vai ganhando forma. Geralmente isso é feito no violão, com eu no baixo, até desligado. É um processo lento, mas pelo qual sai boas canções, como O Que Se Faz. De novo, meses batalhando em cima da letra uma vez definida a harmonia vocal.
A última forma é o jam. Tem que ser com a banda toda. Começamos do nada e alguém toca algo legal. “Repita isso! Toque em Lá!” e assim idéias viram música. Remota Possibilidade e R ao Contrário surgiram de tais encontros informais.
O interessante é que estamos voltando ao estúdio do Philippe justamente para retomar o processo de compor. Vamos ver o que saí.
terça-feira, setembro 04, 2007
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5 comentários:
A forma que eu acho mais interessante é a música que nasce de uma idéia ainda embrionária e em seguida a banda vai trabalhando em cima. Realmente tá na hora de voltar a compor para o próximo disco. Vamos ver quais os rumos da banda em termos de som. Espero que tenha novidade por aí.
Disco novo é sempre muito bom!!!!!
Entretanto, um novo disco sem a turnê do último é desesperador para qualquer fã.
André, já que comentou sobre o processo de criação das musicas, conte sobre o porquê de tanta dificuldade em ir para estrada.
Qual a relação do atual empresário com o "mundo" artístico?
O que pega é o cachê, dificuldade de juntar a banda ou outros compromissos dos integrantes?
Nossa quero esse caderno pra mim...hehehe...
Pô André agora fiquei curiosa pra saber como eram essas letras no inicio....
bjus...
Até que a Plebe se saiu bem voltando a ser uma banda independente e conseguiu uma mídia até legal .....o Philippe Seabra foi entrevistado na Bizz , a banda foi no JÔ SOARES e fez shows bons por onde passou .
Agora esse material novo seria p/um álbum de inéditas ou a cereja do DVD ? Aí que o fica o X DA QUESTÃO ( desculpe o trocadilho xará , depois pago os direitos autorais )
Acho que a Plebe não pode demorar muito pra lançar novo disco, com novas músicas, prazo máximo meados de 2008. Uma questão interessante no processo criativo da Plebe é: enquanto André X gosta de bandas que fogem do padrão dito normal, Philippe cada dia que se passa se torna mais um tradicionalista. Até a banda progressiva Yes ele citou em entrevista recente. Mas talvez essa dicotomia se resolva num mínimo denominador comum que seria o som da Plebe que eles tem em mente.
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