quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A Filmagem do Clipe de O Que Se Faz

A estória desse clipe começou assim. Uma noite, fui ao Beirute e me deparei com um José Eduardo Belmonte pra lá de Bagdá, já de saída. Disse que queria falar comigo, pois havia incluído Seu Jogo na trilha sonora de seu novo filme, Concepção, e estava tendo problemas com a editora no sentido de liberar a execução. Disse para ele que uma mão lava a outra, que estaríamos dispostos a abrir mão de nossa parte se ele dirigisse um novo clipe. Topou na hora.

Só que desse dia até a entrega das cópias nas mãos do Ivan levou mais de um ano! Nesse meio tempo o Zé Eduardo terminou um outro longa, a gente lançou o CD, fizemos o clipe de Voto em Branco e, ufa, já estamos planejando o DVD. Resumindo, o cara é meio enrolado, some, se envolve em infinitos projetos paralelos e, ainda, cuida de um filho, que é superlegal.

Temos uma parcela de culpa também, pois foi difícil definir qual música que faríamos. Primeiro era Mil Gatos, depois Quanto a Você e, finalmente, O Que Se Faz. Lembro-me que o roteiro original era para ser gravado numa cidade satélite do DF, para dar um pouco de exibição para a outra face da capital federal. A gente estaria tocando numa praça, ia ter uma briga e, sendo época de seca em Brasília, ia levantar a maior poeira que encobriria tudo. O Philippe já ficou apreensivo em usar seu Mesa Boogie, pois, com certeza, a poeira iria destruir o amplificador. Depois disso, o roteiro mudou mais de dez vezes.

A idéia de gravar na Torre de TV veio do Balé, baterista dos Resistores e ex-Escola de Escândalos. José Eduardo comprou a idéia e acrescentou alguns elementos próprios. Acho bacana como uma concepção vai ganhando forma e mudando os conceitos quando começa a ser trabalhada por outras pessoas. O Philippe sempre diz que as pessoas deveria ficar livres para fazer a sua arte. Foi assim com a capa, quando jogamos a idéia básica e a Cláudia a fez; também com o clipe de Voto em Branco e o Steve E. Ponto. E foi assim com esse vídeo.

A interpretação que o José Edurardo deu à música por meio do clipe foi interessante. Ele achou que a letra falava de decepções em termos de vida e usou o cenário da torre para falar das pessoas que se jogaram lá de cima, porém de forma lúdica, sem ser apelativo. Isso combina muito com o conceito das letras novas que tratam da micro-política, aquela que somos obrigados a lidar no nosso dia-a-dia. Gostei muito.

As gravações começaram às 5 da manhã. Lá de cima, a gente via as horas finais de uma rave que estava rolando no estacionamento do Mané Garrincha. Claro que horas depois tinham uns ravers virados vendo a gente fazer os playbacks para as câmeras, há há há. Pintram também uns motoqueiros de goiânia, tipo Hells Angels, além da turistada normal de domingo. Mas quando esses começaram a chegar, a gente já estava nas últimas tomadas.

Agora que o carnaval acabou, que o Brasil retoma o seu cotidiano, o Ivan, com o clipe nas mãos, já está negociando sua divulgação. Claro que anunciaremos aqui e no site quando será.

7 comentários:

Anônimo disse...

Só torço para que a Plebe não negocie com a MTV que exige 30 dias de exclusividade para assim passar, nesse tempo, duas vezes no máximo, e ainda por cima na alta madrugada. Imploro para que vcs não façam isso!!!

André Mueller disse...

A MTV ainda passa vídeos? he he he....

Anônimo disse...

Estamos ansiosos para ver o novo vídeo. Prometo que quando vc mostrar aqui o clipe não vou me intrometer...
X, teremos alguma surpresa no clipe "O Que Se Faz" que não foi relatada na postagem?

Danilo RafaeL 77 disse...

André X, quando será que veremos o clipe O que se faz¿, estou super louco para ver esse clipe.
Aha estou sentindo falta das nóticias do site.Torço para Plebe, e que tudo de certo ou melhor que tudo de R ao contrário.

Danilo Rafael 77

Anônimo disse...

Engraçado que esse negocio de se jogar da Torre me lembra a entrevista da Plebe na revista Outracoisa no lançamento do CD, em que o André falava que a melhor imagem pra sintetizar as letras do disco era a de uma pessoa que está num prédio em chamas e vê um helicoptero indo embora sem ela, que pula mas nâo consegue alcança-lo. Nao sei se essa imagem refere-se a Q se faz, mas acho que combinaria melhor com os versos de Mero Plebeu, na parte em que o Clemente canta: De esperança a desespero (a pessoa vê o helicoptero que vai salva-la e, antes pensando que vai morrer, se enche de esperança pela salvação, mas logo em seguida percebe o helicoptero partindo, e ai vem o desespero e, ao final, a constataçao que é: o pouco que resta desperdiçada em você, pela ultima vez)

André Mueller disse...

João, que legal que vc percebeu toda a angústia e falta de esperança que está na música Mero Plebeu. Para a versão ao vivo, estamos planejando uma surpresa bem legal.

Unknown disse...

Fala André!
Eu queria saber se tem alguma previsão sobre um dvd da plebe e se você tem notícias do Jander.
Fui no show da Plebe no tulipão em São gonçalo Rj e matei a saudade da minha banda de rock preferida,
continuem firmes na Plebe.
Um abraço!
Marcos.