Quando o R ao Contrário chegou à redação do Globo, no Rio de Janeiro, vários jornalistas culturais se recusaram a fazer a crítica. Acabou na mão de um lá – nem me lembro o nome – que nem de rock gosta e, obviamente, deu uma notinha qualquer. Não me incomoda a crítica contrária, gosto até de ler as opiniões de outros para ver onde erramos, onde poderíamos melhorar. O que me deixou chateado foi a recusa por parte de pessoas que conheço desde os primórdios do rock-Br renunciando o passado.
Isso é típico do jornalismo carioca, infelizmente. Estão sempre querendo estar na moda, mas estão sempre correndo atrás. Quando São Paulo, Porto Alegre e Brasília já deitavam e rolavam nas raves, o Rio, por meio de alguns jornalistas do Globo, descobriram o filão. Deve ser ruim estar sempre na traseira do que acontece no mundo. Imagino quando chegou o nosso novo cd na redação, os carinhas lendo seus NMEs, DJ Mags, e outros periódicos importados, tentando se atualizar, dizendo que não têm tempo de ouvir o rock 80s da Plebe. Coitados. Essa importância que dão ao vanguardismo sem nunca conseguir ser, leva-os a escrever textos ruins, sempre transmitindo aquela sensação de notícia regurgitada.
Impossível um jornalista carioca meter pau, digamos, num Beck. Porra, o cara é idolatrado lá fora, vamos pular nessa onda – aliais, sendo o Rio, devem usar uma expressão tipo essa, onda, surfe, bermuda, sol, etc. Assim, tecem elogios aos Mobys, Underworlds e trance de terceira. Para que ficar ouvindo as produções nacionais, rocks do século passado? Vamos limar tudo isso e nos posicionar na crista da onda mundial. Pena que já vi todos esses pogando no Circo Voador e sei que teriam capacidade de inserir o disco nos dias de hoje, mesmo sendo uma crítica negativa. Mas nem tentar eles tentam. Deve ser por isso que o caderno cultural do Globo tem mais fotos do que texto.
Chegam em casa, se olham no espelho e perguntam: espelho, espelho meu, existe algum jornalista mais atualizado do que eu? Se pudesse, o reflexo responderia que a novidade não elimina o passado. Que cultura jovem é acumulativa, se apóia no passado, olha para o futuro. Nem esperam a resposta, correm para o seu aparelho de som e colocam para tocar o novo CD que ganharam de graça de uma gravadora grande, enquanto procuram na internet como que foi recebido lá fora, para ver se deveriam gostar ou não.
Deixe pra lá! Só tenho a desejar boa sorte para eles, nunca serão um Hunter Thompson, mas se estão contentes sendo um xérox de carne e osso, que sejam felizes.
sexta-feira, novembro 17, 2006
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21 comentários:
Pq o som do novo disco esta abafado? Até o concreto que tem mais de 20 anos a gravação esta bem melhor! Este foi um erro bobo deste disco.
Caro André X.
Sou um fã da Plebe Rude.
Mas há dias estou pra criticar o novo cd da Plebe Rude.
Infelizmente, ficou devendo mto ao q eu estava esperando.
Cadê os "duelos vocais"?
Eu achei esse disco muito "Titãs de hj em dia"...
Não ficou aquela coisa excepcional q eu estava esperando. Acho q na terceira música, o Philippe canta parecendo o péssimo vocalista do CPM22 (credo).
As letras estão boas. Mas das músicas eu não gostei. Não parece mto Plebe Rude.
Outro dia, fui falar com minha namorada q eu odiava essas bandinhas de moda como CPM, Bosta Quest e similares e sabe o q ela me disse?
Ah... aquele cd q vc comprou (R ao Contrário) não está tão longe assim do pop do J Quest.
Fiqieu revoltado pq ela não conhece a Plebe Rude, não conhece a história da banda e criticou (ao meu ver) duramente...
Eu podia ter dormido sem ouvir essa.... e infelizmente não pude defender esse novo cd.
Tem músicas boas sim, mas no geral eu não gostei.
Eu não estou querendo ofender ninguém, até pq sou mto fã dessa banda q se não for a melhor, é uma delas.
Curto muito Plebe Rude, Finis Africae e Legião Urbana.
Os riffs continuam bons, as letras de certa forma continuam no mesmo caminho de outros discos. Eu gosto. E a estrutura musical mudou. Também pudera, anos se passaram, novas influências vieram e o principal é a formação que mudou. A Plebe é a Plebe, só que, mais uma vez, muitos anos se passaram. Se você sente falta da estrutura das antigas canções, então escute as antigas canções. E lembresse de que o antigo não é necessariamente velho.
Estive recentemente no Rio e me confesso meio triste. Cadê a efervecência cultural que deveria imperar devido ao fluxo de turistas? Fui a um único e mísero show (undergroud ainda por cima). Sandra de Sá, montes de pagodeiros e "didjeis" de Funk (Miami Bass na verdade) agendados no Circo Voador, que já foi o berço de toda uma cena de bandas como Cabeça, Poindexter, Gangrena Gasosa, Soutien Xiita, Sex Noise e tantas outras. Isso da imprensa com certeza é 'jet-lag' dessa apatia toda. SP tá dando de mil!
Felipe Lopes,
Então! Uma crítica que nem a sua, nem isso os caras fizeram! Ok, vc acha pop, mas parecido com JQ é meio demais. Na minha humilde opinião, é nosso disco menos pop, mas eu sou um insider, minha opinião não conta.
F3rnando,
Cara, tu me lembraste do Pointdexter e do Sex Noise, grandes bandas de quando o Rio tinha rock n roll!
Abraço para os dois.
Fala André!
Excelente o novo CD!!
Não sei se já viu esse vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ow9JAGd57t8&mode=related&search=
Achei muito legal!!!
Abraço,
Marcelo - Piracicaba - SP
os criticos de musica são musicos frustados!
pra mim o unico q presta é o jose flavio jr(faz uma falta na bizz)!
a respeito do post anterior, lê pra sua filha os livros infantis do gabriel o pensador!
Crítica é foda , critico é foda , ouvi o novo cd da plebe , é impossivel não comparar com o passado , o presente esta ai , o futuro a quem pertence !!?? como grande fã da banda , realmente esperei muito do novo cd , criei uma expectativa de virada , expectativa de fã , expectativa de colocar esse cd como o melhor do ano , não quero ser estraga prazer , não quero desmerecer trabalho de ninguém , so que o R ao contrário não me causou arrepio, aquele frio na barriga gostoso , aquela vontade de voltar as faixas , e pensar porra esses caras são fodas , realmente faz tempo que não tenho sensacões , a última vez foi quando ouvi ok computer do radiohead , por sinal Suficiente por um dia (ou dois) me lembra muito eles. Força sempre brothers
A primeira sensação após ouvir o trabalho da banda foi a de uma frustração horrível. Não tem nada a ver com o som da Plebe Rude que conhecemos de outrora. Na verdade, é um ponto de vista sobre a vida... (visto pela ótica do Phillipe).
Que venha logo o próximo disco!!!...com injeções de ânimo do Clemente e cia...
Vamos votar na banda!!
http://bizz.abril.com.br/premiobizz2007/
Escutei uma conversa ontem...Plebe e Ira! no Reveillon na Esplanada. Verdade??
CARALHO VCS TEM QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO QUE OS TEMPOS SÃO OUTROS AS MÚSICAS SÃO PRATICAMENTE SÓ DO DUO ORIGINAL, SE FOR PARA GRAVAR NUMA MESINHA DE SOM E SENTAR O PAÚ VAI SAIR TOSCO PARA OS DIAS ATUAIS!!!!
www.soofim2005.blogspot.com
Dizem que não passou de 1.000 exemplares vendidos, isso é verdade?
A impressão que dá é que todo mundo queria botar o "R ao contrário" pra tocar e ouvir "Até quando esperar" e "Bravo mundo novo"!!
Que saudosismo melancólico... Vamos degustar o disco, criticá-lo e abrir a cabeça para o novo, seja bom ou ruim, seja da Plebe ou não. Vamos pesquisar sons novos e ficar com aqueles que a gente mais gosta.
Abs
o q importa os críticos do Globo???
o x da qustão não é por serem cariocas e sim serem do Globo.
q se danem os criticos, o q importa são os plebeus [do Rio, em questão]
Sem essa de bosta quest, nada a ver, o Cd da plebe está ótimo mais maduro do que nunca está vivo.
Cada Cd tem sua magia e o r ao contrario veio totalmente inovador sem macacada, eu acho até pesado demais.
Sua namorada não conhece a plebe mesmo, sabe mais eu trocaria de namorada com uma dessa.
A música tem que ser feita sem direção comercial, mas com direção artistica no mais completo e verdadeiro sentido da palavra ARTE, Phillip trabalha as músicas com personalidade e não com comercialismo.
VALEU PLEBEUS.
SÃO PAULO! 4 VEZES CAMPEÃO BRASILEIRO, TRI MUNDIAL, TRI SUL AMERICANO!
Ô TRICOLOR ÔÔÔ, CLUBE BEM AMADO AS TUAS GLORIAS VEM DO PRESENTE!
TELÊ ETERNO!
Estou escutando o disco pela primeira vez. Vai ai meus comentarios. Primeiramente esclareco que sempre fui uma pessoa mais ligado na musica, no som do que em letras.
O QUE SE FAZ.
Boa musica, gostei da abertura, o que e' aquilo Bagpipes? Ficou legal.
E QUANTO A VOCE.
Essa eu ja conheco desde 1997 quando Philippe passou por aqui nos USA, so que na versao Ingles. Entao pra mim o som dessa musica e' bem conhecida e me agrada.
Aqui esta a versao em Ingles dessa musica do Philippe de 10 anos atras:
http://rapidshare.com/files/4056689/DaybreakGentlemen_Seabra_1996.mp3.html
DISCORDIA:
Valeu pela participacao do Clemente. Concordo que talvez mais "Duelos Vocais" seriam legais.
MIL GATOS:
O Baixo do Andre e' vital para a Plebe, e' uma coisa perder o Baterista seria outra perder o Andre, o som do Baixo dele e' muito importante a banda e essa musica e' um bom exemplo disso.
continuo depois.
A Plebe fica sob duplo alvo: uns reclamam que é rock oitentista e por isso não merece atenção, outros dizem que mudou muito, não manteve a veia oitentista, por isso perdeu a credibilidade. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Eu acho que o novo disco é ótimo, traz muitas e ótimas mudanças sem deixar de ser a Plebe. Aquela crítica do Globo realmente foi patética, lendo dava pra sacar que o cara sequer escutou o disco.
Esses cri-críticos ficam entre a cruz e a espada pois alguns no fundo gostam mas acha que pega mal falar bem . Em relação ao momento atual da`Plebe Rude , é o mais promissor possível pois o formato que tá vingando é a internet pois o mercado FM e as rádios rock estão indo pro saco . Se a Plebe lança algo datada , neguinho mete o pau mas como lançou algo que mantém caracteristicas da banda mas sem olhar para o passado é criticada ..um exemplo foi o Mauro Frereira , do O dia , que disse a Plebe já não rachava o Concreto . O passado está lá nos trabalhos que a Emi teima em não lançar e nos shows onde a banda manda ver com muita propriedade
Isso parece uma crítica indireta ao Tom Leão (ou ao Carlos Albuquerque), que já foi seu parceiro no programa Hells Radio, da Fluminense FM. Na época, vocês apresentavam apenas "novidades" do rock dos anos 90. André, desculpe-me, farei uma colocação chata, mas sincera: talvez você esteja provando do seu próprio veneno de se ligar sempre em novidades. E parece que a galera do Rio Fanzine continuou nesta missão de só se ligar à onda do momento. Realmente, acho que o Ziggy e o Calbuque passam do ponto nesta obsessão de estarem na crista da onda. Isso é bobo, superficial.
Eu concordo com o que você disse, não só em relação ao Rio, mas ao Brasil inteiro. Agora, acho que você focou no Rio por causa dessa rusga com "O Globo". De certa forma, acho que a crítica brasileira age toda desta maneira. Para mim, a diferença dos críticos do Rio é olharem quase sempre apenas para o seu próprio umbigo (ou seja, o que é carioca). Então, quem é bom? De Seu Jorge a Martinália, de Moptop a Rogério Skylab, de Ed Motta a Chacal. Isso é realmente deprimente.
Agora, como disse, essa característica de copiar crítica gringa parece existir em toda a crítica brasileira. Nêgo se pauta pela opinião do que os estrangeiros acham da gente. E o pior: ainda se acham cosmopolitas.
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