Enquanto a mordaça não me permite divulgar mais nada sobre a Plebe – são boas as notícias! – vamos falar um pouco sobre de música.
Havia um época, no começo dos anos 90s, quando o selo mais badalado do underground era o inglês Too Pure. Os tempos eram esquisitos, a abundância criativa do pos-punk havia secado lá pelo ano 1985, quando as gravadoras acordaram e pararam de investir em talentos experimentais, passando a direcionar seus investimentos para artistas mais acessíveis, por meio de sua nova arma, a MTV. Bem quando a gente estava se acostumando a comprar discos reeditados do passado para suprir a sede de coisas legais, a Too Pure lança de uma só vez Stereolab, PJ Harvey e Th’ Faith Healers. Foi como um sopro de ar fresco após anos dentro de uma mina de carvão.
Quero falar sobre o menos conhecido e, na minha opinião, melhor desses três, Th’ Faith Healers. Imaginem uma guitarra seca, com o mínimo de distorção, se é que tem, fazendo o esporo melódico mais barulhento e harmônico que já ouviu. A voz, mixada lá no fundo, quase imperceptível, cantando harmonias lindas, naquele estilo afinado/desafinado. Cada música, uma viagem. Literalmente O grupo para se curtir sob o efeito de substâncias que fazem o cérebro focar nas emoções subliminares das músicas, aquelas emoções que só são percebidas quando há expansão da mente, foco no desconhecido.
Lançaram somente três discos, que valem a pena correr atrás. O Lido, disco de estréia, que trás o clássico Hippy Hole, além de um cover da banda Can, que deveria ter sido o Velvet Underground da geração de 90s, mas não foi. O segundo, Imaginary Friend, com solos barulhentos e viajantes. Arriscam até umas baladas que, claro, viram uma cacofonia maravilhosamente bela. Depois disso a banda acabou, cada um seguindo para seu lado. A Too Pure ainda lançou um CD com todos os compactos que não saíram nos LPs, chamado simplesmente L.
Porque a banda não estourou? Minha teoria é que a imprensa toda focou no grunge de Seattle, um “movimento” falso, fabricado e compactuado pela MTV e outros meios de comunicação. Com isso, o holofote saiu do underground londrino/nova iorquino e fixou exclusivamente naqueles flanelinhas querendo pousar de punk, mas atingindo mais o heavy metal (com exceções, claro). Uma pena, mas uma benção, pois os três discos que deixaram são pérolas que devemos guardar escondidas e mostrar só para aquelas pessoas que mereçam.
quinta-feira, agosto 03, 2006
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12 comentários:
TIRE A MORDAÇA, ERGA A SUA TAÇA, MAS A DUVIDA AINDA É...
Respeito sua opinião quanto ao melhor dos três...mas Polly Jean tem um "algo mais" na minha opinião...
Abre o jogo André. Desse jeito só com prozac pra anguentar a ansiedade....
Enquanto a mordaça não me permite divulgar mais nada sobre a Plebe – são boas as notícias
que saco , isto nao tem mais graça
Falando em mordaça, que estorinha tronxa essa do Fidel Castro. Vão fazer que nem o Tancredo, segurar o defunto até quando não der mais. Nunca mais os janotas dos DCEs gritarão "Viva Cuba, Viva Fidel" hahaha. Pense nas milhares de universitários profissionais aspirantes a politicos de esquerda, orfãos pelo Brasil...Sem falar nos cubanos que querem voltar pra ilha, Bush já sentiu a catastrofe no bolso :D
Não tem jeito, o comunismo não vingou. Estou me referindo ao socialismo marxista, totalmente contrário ao comportamento humano. Fidel morrendo, com certeza Cuba voltará a fazer parte do mundo globalisado. Não acho isso ruim, desejo tudo de bom para o povo cubano, tão sofredor.
Esse negócio dos estudantes brasileiros de esquerda é gozado. Sabia que o PCB não acreditava que o Stalin havia assassinado milhões de camponeses russo? Achavam que era propaganda falsa e continuaram com o apoio. Só quando o bigodudo caiu e o povo russo respirou aliviado é que se tocaram que estavam apoiando um monstro. Com Fidel ocorre a mesma cegueira ideológica.
Já tinha ouvido falar do Faith Healers, mas passe batido. Agora vou baixar os discos pra ouvir com atenção.
João, Lido, o primeiro LP/Cd, é muito difícil de encontrar, até no SoulSeek. O meu foi roubado (acho que pelo Loro!). Se achar, me avise!
Não deixa de ser irônico. Depois de anos fugindo pra 'liberdade' nos states, os cubanos expatriados vão fazer o caminho de volta e o Bush está em pânico pq vai perder mão-de-obra barata e um contingente de consumo absurdo. Pense aí numa Miami sem cubanos...Aproveito pra deixar uma dica pra galera que gosta de ler: PEDRO JUAN GUTIERREZ , o Bukowski cubano.
F3rnando, o Gutierrez é um crítico do fidelismo, assim como a maioria silenciosa dos cubanos. Muito bom os livros dele.
Pior que uma Miami sem cubanos é uma Cuba cheia de miamenses!
"Trilogia Suja de Havana" é muito bom. Dá até vontade de conhecer Havana e Varadero.
Tds esses cds que vc citou aí André, vc encontra no eMule, inclusive uma coletânia das 3 bandas juntas do selo too pure "VA - the peel sessions - too pure (th' faith healers - stereolab - pj harvey).rar
".
Se alguém quiser o link pro arquivo no emule é só pedir !!!
SoulSeek não é pálio para o eMule, heheheheh ...
Abç a tds ...
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