terça-feira, março 14, 2006

Comida é pasto!


Enquanto a dream-list dos plebeus está sendo compilada – resultados amanhã, votações enceram à meia-noite! – dedico o post de hoje à uma de minhas paixões: a culinária. Não qualquer uma, mas a que considero a mais rica, a mais diversificada e a mais gostosa: a brasileira (e olha que isso vindo de mim, uma pessoa avesa ao nacionalismo fervoroso, é um elogio e tanto).

Por incrível que pareça, a nossa culinária é uma das menos documentadas, em termos históricos, do mundo novo. Os espanhóis, desde o início da colonização das Américas, produziram livros e ensaios sobre a utilização dos temperos, legumes, animais e outros comestíveis encontrados nas colônias em suas receitas. Já os portugueses, bulhufas! Isso não é de espantar. Quem leu Raizes do Brasil, do Sérgio Buarque de Hollanda, foi exposto à falta de organização, também chamda prejorativamente de preguiça, dos nossos colonizadores. Isso gerou o Brasil que vemos hoje: estado ineficiente, educação relegada, economia controlada e caos urbano, só para mencionar algumas das conclusões do livro. Não é de se esperar que fossem organizados no registro culinário.

No entanto, isso ajudou em muito a formação de nossa rica culinária. As outras marinhas tinham regras rígidas sobre comida à bordo. Os mantimentos eram controlados, os pratos preparados conforme um planejamento prévio e até como e quando os marinheiros deveriam comer era sujeito a procedimento padrão. Na marinha lusitana, não. Gulosos por natureza, curiosos na matéria do estômago, os portuguêses não poupavam esforços em comer bem nas suas naus, que saiam lotadas das colônias com os mais variados temperos, carnes de caças em conservas e frescas, frutas, legumes, raízes e outros comestíveis. Adaptavam tudo à sua rica cozinha, misturando os gostos, criando pratos novos.

Chegando ao Brasil não foi diferente. Usaram a mandioca, o caju, os peixes. Trouxeram temperos da Índia, da Ásia. Com eles, vieram os escravos com suas próprias culturas. Permitiram a vinda de imigrantes, italianos, alemães, poloneses, entre outros, que também contribuiram. Em fim, uma mesclagem sem precedentes em termos de colonização.

Como não havia regras, não existia o registro, cada região desenvolveu sua própria culinária. Do norte ao sul, de estado em estado, há pratos e gostos novos para serem experimentados e saboreados. Essa é uma das coisas que mais aprecio em tocar na Plebe, a possibilidade de tocar nas mais diversas cidades e experimentar a cozinha local. Sempre me surpreende, sempre saio satisfeito. Quando a gente voltar a excursionar, vou pedir aos leitores sugestões nas cidades em que iremos tocar.

Hoje em dia, mais que uma festa, mais que um show, o que gosto é de sentar com os amigos em torno de uma refeição e jogar conversa fora. De preferência, de nossa culinária, do churrasco do Rio Grande do Sul, passando pelo barredado do Paraná, o cuzcuz paulista, a comida mineira, as muquecas baianas e capixabas, o peixe na telha goiano, o café da manhã na floresta amazônica, o tacacá, o tucupí, o acarajé..... gosto de tudo, lambo os dedos e peço mais. Com uma exceção: a pizza brasiliense. E como insistem em assá-la!

13 comentários:

Anônimo disse...

Pois é...

Eu gostarai de aprender a fazer feijão em casa...

Alguém tem uma receita simples que não seja na panela de pressão (a qual não tenho)?

André Mueller disse...

Black, feijão bom, é feito com embutidos. Vc é vegetariano, portanto tem que se restringir aquele feijão insosso.

Anônimo disse...

Olha nao sou muito conhecedor de culinaria nao, mas certas coisas eu aprendi, que por exemplo,arroz com feijao é a melhor combinacao que existe!

Anônimo disse...

André,

Fala sério!!! Como você pode falar mal da pizza brasiliense. Parece até que você nunca se reuniu com a rapaziada para devorar aquelas pizzas do Primo Piato quando não tinha ganho muito dinheiro no Banco Central!!! Fala sério!!!

Um abraço
Eduardo Reis

Anônimo disse...

André vc come tanto e é um magricela

Anônimo disse...

Será o famoso "magro de ruim"?!?!?

F3rnando disse...

Mr.X, já provastes Piqui, uma iguaria encontrada apenas nas culinarias goiana e piauiense?

Senti falta da nossa inigualavel coxinha de boteco...

André Mueller disse...

Eduardo Reis, acho que vossa realeza não entendeu, a pizza brasiliense que não gosto, é aquela assada pelo nosso Congresso Nacional a cada fim de CPI.

Pequi é muito bom!

Comida de boteco vale uma nota a parte!

F3rnando disse...

Já estive num bouffet metido à besta onde haviam caças. Na real, nada que frango e peixe não substituam à altura.

Anônimo disse...

No Sul, os caras chamam sanduíche de "Xis".
É enorme, do tamanho de um prato normal!!
E põem de tudo, no capricho...

Anônimo disse...

Sr. X,

Agora, entendi sobre a pizza brasiliense. hehehe Eu realmente não tinha captado a essência da frase. Você bem que poderia ter usado aspas, hein? Sobre essa pizza, acho que existe grande probabilidade de assarem mais duas hoje: Pizzas de Pedro (Henry e Correa).

Um abraço,
Eduardo Reis

Anônimo disse...

André...

Pizza Brasiliense só a da "Dom Bosco"... a do Congresso dá uma indigestão, mas o povo brasileiro prefere comer a pizza e tomar "Sal de Enos"... rsrs

Daniel - Plebe na Pele

Anônimo disse...

EU ME AMARRO NUM FRANGO, NÃO SEI O QUE HOUVE MAIS DEVIDO A CRISE DE GRIPE AVIÁRIAUM FRANGO ASSADO NO MEU BAIRRO CUSTA 1,99 EM DIA DE DOMINGO ACREDITAM ????