Em que tipo de país você quer morar? Todos temos uma resposta, que, na maioria vezes, quando respondidas por pessoas esclarecidas, incluem as palavras justo, paz, oportunidade igual, livre de violência e paz. Pois bem, como vocês devem saber, está sendo discutido no Congresso Nacional a emissão de um plebiscito no qual a população brasileira vai responder se armas de fogo devem ou não ser comercializadas no Brasil.
Como vocês devem imaginar, o lobby da indústria bélica está em peso tentando convencer os nossos “nobres” deputados e senadores a não aprovarem o texto do plebiscito, a deixar o assunto morrer, empurrando com a barriga até que caia no esquecimento.
Eu confesso que me sentiria bem mais seguro morando num país onde armas fossem ilegais e, claro, houvesse uma repressão imensa em cima dos portadores de armas, paralelo a campanhas maciças de desarmamento da população. Alguns dados para vocês considerarem:
· Pesquisa da UNESCO – “Cotidiano das Escolas: Entre Violências” –, realizada em escolas públicas de cinco capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Belém), além do Distrito Federal, revela que 35% dos alunos (585 mil estudantes) e 29% dos professores entrevistados disseram que viram armas.
· No Brasil, os civis possuem cerca de 10 vezes mais armas do que os órgãos de governo.
· Ao mesmo tempo, o país é líder mundial em número anual de mortes por arma de fogo.
· Estudo determinou que mais de 38.000 pessoas morreram em 2002 de ferimentos causados por armas. O número inclui as vítimas de homicídios, suicídios e acidentes, e coloca o Brasil em primeiro lugar, com o mais alto número de mortes dessa natureza no mundo. Houve 30.242 mortes relacionadas a armas nos Estados Unidos em 2002.
· Mais de 550 mil pessoas morreram vítimas de disparos de armas de fogo no Brasil entre 1979 e 2003, num ritmo crescente e constante.
· Segundo o estudo, nesses 24 anos, as vítimas de armas de fogo cresceram 461,8 por cento, enquanto a população do país cresceu apenas 51,8 por cento.
Sei que não é uma solução, mas sim um primeiro passo para civilizar a nossa sociedade. Claro que um aporte fenomenal na educação seria muito mais proveitosa, mas acredito que um dia chegaremos lá (quando o Sarneys, Calheiros, Dirceus, ACMs, Barbalhos da vida sumirem).
O que você pode fazer? Mande um e-mail para o seu deputado, dizendo que está de olho na atuação dele nessa questão. Vamos pressionar, nos fazer ouvir.
terça-feira, junho 28, 2005
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5 comentários:
Quando assistia o filme daquele gordo americano que é anti-Bush, não o último, mas o sobre a fixação por armas nos EUA, citando dados estarrecedores, pensei na hora: esse cara não conhece o Brasil, aqui é muito pior, se viesse pra cá passaria a ver seu país como uma grande e inofensiva disneylancia.
e os grandes defensores do porte de arma são justamente uns corruptos, juízes malvados, playboys, etc.
E não é soh políticos corruptos q não apoiam o desarmamento. Lembro de ter lido uns 3 meses atrás na coluna do reacionário Diogo Mainardi a seguinte frase:"Desarmam a população de bem e deixam os bandidos armados". E um cretino desse é um formador de opinião para uma boa parte da clase média.
O pior é existir em nossa "Câmara dos Deputados" a "Bancada das armas"... eu realmente não entendo...
Daniel - Plebe na Pele
P.S.: Diogo Mainardi deve ser ignorado.
Olha, eu sou o maior fã do Diogo Mainardi. Inclusive, ele sendo cineasta, adoraria que ele dirigisse um clipe da Plebe. Eu adoro o que os franceses chamam de "chocar a burguesia", que é exatamente o que o Diogo faz. Não leiam aquilo tão ao pé da letra, o cara é bem mais profundo que isso. E os temas que ele aborda, do jeito que aborda, mexem com o leitor. Positivamente ou negativamente. Mas fazem a gente pensar e, principalemente, não aceitar tudo de mão beijada. Toda informação é dada conforme a fonte. O Mainardi lembra a gente disso. Acho ele acima das divisões políticas, não é de esquerda, nem de direita, é um observador com mente rápida e talento ácido. Johnny Rotten perde.
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